Poemas, frases e mensagens de r.n.rodrigues

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de r.n.rodrigues

livros publicados:
ITINERARIO POETICO E ESPIRITUAL DO DESTERRO - POEMA
UM OLHAR SOBRE O DESTERRO - POEMA - 2001
LE CAHIER ROUGE DU PÉRE JOSEPH -PROSA - EDILIVRE, frança - 2012
ALÉM DAS NEVOAS AZUIS -PROSA - CLUBE DE AUTORES, Joinville, Br. - 2013

O grande caderno azul - XLI

 
XLI

Sexta-feira, 14.02
L'atelier de la vie
Amanheci com uma preguiça dos diabos, mas mesmo assim vou adiantar o serviço. Até agora não reclamo de Mann, o romance tem fluidez, ao contrario de Bitov que é estacionário, nuns diálogos que não levam a ligar nenhum. Jack, o rapaz da rua 19 que de vez enquanto empresto uns livros tem um bom nível intelectual vai para seu curso profissionalizante. Adiantei bastante a encomenda, amanhã apenas os chumbadores. Sr.Picwick decidido vai para a prisão,mas não paga a indenização que pedem os dois advogados safados. Homem de fibra que não se deixa abater quando esta crente de seus atos. Vamos com Mann - a bela alemã Johana fugindo do nazismo e sua amiga Karin.
10:10 - Seu Cardoso, o merceeiro e sua dolce vita - comprei um bucho para minha cunhada preparar uma boa buchada e um fígado. Vou ler mais um pouquinho.
11:00 - Eu não quero mais ser abestado, eufórico - achar que tudo deu certo e inflar muito o meu sofrível ego como um balão para depois esvaziar-se em zigue-zague em minutos. Nada de criar castelos de cartas porque vem o vento e os embaralha. Mann esta me surpreendendo com sua boa p´rosa e a estoria bem tramada. Também filho do grande Thomas Mann. A genética literária. Tenho vontade de lê-lo. Vou fazer a ronda alcoólica.

Tarde
13:10 - O álcool na Praça com a rapaziada da cachaça.Dois notebooks - um com Seu Pietro que fala ao celular e o outro com Larissa sobre a tábua de engomar. Paninnã, o baixinho estava nas suas funções como zelador do mercado já fechado, varria pacientemente e ajuntava o lixo e colocava-o num carro de mão. Alan Black, o psicótico do regae trouxe uma garrafa de "Caninha do Engenho" que bebi duas doses e vim para casa, com medo de embriagar-me atoa. Seu Jorge, malandro velho conchavava uma negra maluca que apareceu no recinto, eis a vida. Minha cunhada cansada cochilava deitada no sofá com a cabeça apoiada num puf improvisado. Vou banhar-me. Chegou o telefone convencional.

Noite chuvosa e fria
21:35 - Gostei de Klaus Mann, muito melhor do que o enjoado do Bitov, que terei que continuara a ler. Tendo uma daquelas crises de identidade, revoltado contra mim mesmo,injuriado,insatisfeito e sem futuro - mas é a minha sina desprezada, tudo de ruim conspira contra mim.
23:40 - Bebi o meu suco de tamarindo com pão e carne moída.O frio continua. Venho para os meus aposentos,uma roda de samba no Bar do ex-jogador Chita na Praça do Viva ou Praça das Sete Palmeiras. Vou a cozinha apanhar o meu litro com agua no congelador. Visto uma camisa e deito-me.
Obrigado Senhor!
 
O grande caderno azul - XLI

o grande caderno azul - XLII

 
XLIII

Na penumbra do quarto onde durmo, cheio de roupas estendidas para secar,que a minha cunhada lavou ontem. Um folha da janela aberta,o céu fechado, chove finalmente. Seu Raposo é muito irônico,gosta de rir das desgraças alheias, não é muito confiável. A partir de hoje vou dar um tempo, toda vez que vou lá, ele me recepciona de modo diferente, irônico e mordaz principalmente se tem algum cliente. Minha cunhada liga o rádio, Seu Pietro dormindo no sofá.
- É isso mesmo - Foi a frase que o sacana do Patriarca confirmou diante de tia Fleur as sacanagens que ele comete contra a minha laboriosa cunhada que não merece. Os pingos estatelam-se no asfalto molhado. estou me testando desde ontem, quando fui ao Seu Raposo no intuito de comprara quatro cervejas Sol, mas como o mesmo não deu-me a mínima importância, fugindo pela tangente - resolvi que não iria beber. Ontem a noite, quando já estava deitado veio-me uma dessas brilhantes ideias que eu escrever no caso, olha o titulo sugestivo: "Confissão de um ex-maconheiro" onde relataria toda a minha vivencia com essa droga que consumiu boa parte da minha vida, mas um assunto foi intercalando-se com outro - O grupo de Jovem da Igreja do Desterro, os jornais mimeografados que eu redigia, a greve dos estudantes de 79, as prisões e assim por diante todo um rosário de molezas, então para não me estressar resolvi dar um tempo para amadurecer essas ideias, mas continuo com pensamento fixo em escrever "Moço Velho" - Moço velho seria meu alterego:
"Quase ninguém conhecia a verdadeira historia daquele cidadão circunspecto e meticuloso, não dava abertura, era de poucas palavras e quando as proferias era com rispidez que o interlocutor era obrigado a recuar para não ser ofendido. Ele se fechava em copas, inexpugnável como uma fortaleza nazista"
09:30 - tempo continua nublado - Clarinha a princesinha do meio chegou ontem a noite trazida pela mãe Dona Fernanda. Comprei língua de boi para amanhã.
10:20 - Uma volta tradicional pelo mercado, queria digitar o epilogo, mas infelizmente a Lan-house de Dorieldson estava fechado e na da Irmão neta do finado Seu Eusébio Hemorroidas muito amigo. do velho pai estava lotado.Passei pela Praça do Bacurizeiro,onde nenhum dos papudinhos estava presente, entrei pelo portão lateral do Mercado e sai em frente ao Comercial Lacerda do meu amigo Capitão La Sierra. Encontrei com o grande artista Diogo, ex voz e manipulação do boneco Migué do programa de Jairzinho no canto do mercado, a espera de um ônibus que o levaria até o bairro do Monte Castelo onde gravaria um jingle de propaganda para um amigo dele. Gosto e admiro muito o seu trabalho. Mano carrinho chega com uma carro de mão. Tia Lena vem temperar a lingua para amanhã.

Noite fria de domingo
Ouvindo as lamentações pueris da pequena Clara sobre a sua deusa Adrielle, as musicas de minha cunhada,uma latinha e a chuva caindo.
21:30 - O vicio meu venceu e gastei o meu ultimo tostão na compra da ultima lata de cerveja. O negão Pastor Valdemiro merece, fala ou melhor prega de mais. O meu amigo Dr. Oswaldo ou Troira de "Ferrari" nova encabulando os caras que tiravam sarro da cara dele.Uma senhora moto vermelha, zero km - bebemos duas garrafas de cachaça pela manhã na praça.Gosto dele, malandro das antigas,aposentado pelo Tribunal e agora moto-taxistas. esta é s segunda moto dele, a primeira roubaram.
23:30 - Vou deitar-me. Obrigado Senhor!
 
o grande caderno azul - XLII

a oficina da vida - o serralheiro e o poeta

 
oficina da vida - o poeta e o serralheiro
Na monotonia dos dias
a oficina da vida continua
no mesmo compasso da ociosidade
nada de boa encomenda
- mas Deus é muito bom

Aqui o poeta ganha sua vida
batendo, serrando, torcendo e soldando os ferros
(quando tem serviço)
e escrevendo sobre o mundo em sua volta

o poeta e o serralheiro
duas pessoas em uma
dois artistas na arte da vida

um homem em busca da harmonia universal
da paz e da abundancia para os irmãos famintos
o sorriso nas bocas sem dentes

enfim, somente um artista das palavras perdidas
um sonhador de uma realidade diferente

www.rnrodrigues.over-blog.com
www.desterro.forumactif.com
 
a oficina da vida - o serralheiro e o poeta

O grande caderno azul - Ultimo capitulo

 
Ultimo capitulo

Manhã de terça-feira no décimo-oitavo dia de março de 2014 - Despertei-me com os primeiros pios de uns filhotes de um passarinho que fez um ninho no poste, em cima do transformador elétrico. Sonhei com Dona Van nua com seu corpo branco, seus pequenos seios seios que intumesciam ao roçar a ponta da minha língua. Meu deus que espetáculo.Ontem ao adentrar no Sebo Poeme-se qual foi a minha agradável surpresa de ver entre os outros exemplares,o livro de minha amiga a poetisa Maday Queiroz - Versos e Sonetos - achei legal,apanhei-o e folhei-o algumas paginas. A esposa do Dono da Farmácia, uma loura séria e circunspecta.
- Nove horas! - diz o meu amigo barbeiro Ritino ao levantar-se do banco onde passou um bom tempo sentado conversando amenidades. Ontem a noite, depois que comprei um pacotinho de suco em pó, resolvi beber uma cachaça na Dona Dudu, nenhum papudinho para me ferrar, apenas José de la Croce.Para minha felicidade Junior. futuro psicólogo, neto de Seu Eriberto apareceu e dialogamos. Ele tem uma impressora, dei-lhe algumas folhas já digitadas com os primeiros capítulos e dos antepenúltimo. estou ansioso para saber a opinião dele., talvez faça a apresentação do mesmo. Lendo e relendo estes escritos,O grande Caderno Azul chega a sua ultima folha, a qual escrevo agora. O rapaz das grades passou ontem, mas a oficina estava fechada - assim me relatou Seu Costa, o barbeiro meu vizinho.Uma sede abusada. Devo digitar e assim formatar um novo livro. Vou ler Soljenitzin, uma viagem a Rússia. Aleluia!Aleluia! Ganhei quinze reais com uma solda - estou receoso que a peça seja aço inoxidável e a solda quebre de novo - Mas Deus é bom. Fico nervosos, a mão treme toda.

Começo da tarde
Meio-dia e meia - Na Praça, apenas esquerdinha,Jailson e cantor degustavam uma garrafa pelo meio. Clarinha conversa ansiosa pela chegada da mãe. Comprei um real e cinquenta de 51 no box de Dona Dudu, que bebo aqui no aconchego do III lar dos Bambas - Minha cunhada dormita no sofá. Soljenitzin me surpreende com contos inteligentes, do cotidiano de um pavilhão de doentes com câncer de todos os tipos, da vida dos médicos e dos enfermeiras - o drama de todo hospital. Muito bom principalmente da medica solteira que teve o noivo morto na segunda guerra, da outra que busca um marido no corpo medico, do cirurgião grandão e dos pacientes com seus tumores, o tratamento quimioterápico e do raio-X - o caso de Schulubin que passou cinco anos sem que os médicos descobrisse um tumor na esfíncter e agora vão opera-lo - fazendo uma colostomia -ou seja a remoção do reto.

Dez. a mar de 2014 / Vila Embratel / São Luis do Maranhão
 
O grande caderno azul - Ultimo capitulo

O garnde caderno azul - XXXVIII

 
XXXVIII

Manhã nublada de terça-feira, 11 de fevereiro. Seu Pietro dorme estirado no sofá,o cheiro forte de agua sanitária que minha adorável cunhada usa para higienizar a latrina dos gatos e dos cães fazem na sala do computador. A garganta inflamada,uma afta na língua, dores por todos os lados. Tive uma daqueles sonhos, desta vez com Henry Miller e o o poeta grego Katsimbalis, ele advertia Miller para não olhar muito para a sua bela mulher com olhar de águia.Penso que vai ser um dia chato, tudo indica.
O céu continua nublado, um ventinho refrescante, o barulho de alguém cortando no policorte. Os portões de Nazaro, o empreiteiro já foram. A dona da grade, a bela da rua 33 apareceu e combinei de entrega-lo na quinta-feira se Deus quiser.Torci as barras e amanhã (se Deus assim o desejar) vou monta-lo e adianta-lo bem. Trouxe Dickens, vamos a Londres acompanhar o julgamento do processo da viúva Bardell contra o Sr. Picwick.

Trade
15:20 - "Viajando de Trem Através da China", deixei Dickens e acompanho Paul Theroux pelas entranhas da China no começo dos anos 8O.
17:75 - Minha arreliada cunhada com o companheiro ainda não chegou desde de manhã.. tempo sombrio se aproxima. Seu Pietro, peitudo com sempre fez a caridade com uma pacote de arroz para um desconhecido que o abordou no terraço - atirando com a pólvora alheia - Professor chega e a clássica pergunta de minha cunhada:
- Onde é que tu estava até agora?
Ele a ignora e segue para o quarto em silencio, disfarça e não responde nada.
O velho pesadelo do corte de energia da oficina, mas peço a Deus que deixe ao menos terminar a grade da bela da Rua 23.

Noite
Li a Veja e fico chateado por não ter nenhuma boa resenha literária. Vou dormir. Obrigado Senhor, cansado, solitário, deprimido pelas circunstâncias negativas e mais outras mazelas indescritíveis. Me sinto mal.A garganta cada vez pior. Obrigado Senhor por mais um dia!
 
O garnde caderno azul - XXXVIII

O Grande Caderno Azul - XXIV

 
XXIV
Quarta-feira de manhã bem cedo no dia 23 de janeiro. pronto para encarar a realidade do meu cotidiano simples
Entre dez e maia a onze horas
A grade montada, os ferros torcidos a esperada serem desempenados e curvados para depois serem soldados. Mas o dono apareceu e falou-me que vem buscar somente no dia 28. essa conversa caiu como um trovão. A situação na Casa Bamba - Vila Embratel esta a beira de um colapso, contava com essa verbinha para amenizar um pouco a situação, mas tudo bem vamos esperar alguma coisa boa nova. Deus é quem sabe. Pensei que ainda tinha dois reais guardados, encontrei somente cincoenta centavos. Uma coceirada da porra. Para escapar relia com grande interesse aluta de Quasimodo contra os 1truands' que querem invandir a catedral de Notre Dame para pegar a bela cigana esmeralda - Je relis deux roman de cet ´pecrivain français que j1aime beaucoup.A tarde é a vez de ir para Petersburgo acompanhar o tormento de Raskolnikov e a franzina Sonia que perdera o pai alcoolatria atropelado por uma carruagem. Trouxe Dickens mais ainda não o li hoje, talvez depois do almoço. Vou voltar para Paris de 1641 nas penas do grande mestre Victor Hugo.
- Onze e dez - respondeu-me um conhecido em comum comigo e seu Raposo.
Zé Caraca acompanhou-me até o fim do espedi ente, especulando sobre a minha vida privada. Mas o sorriso da bela encheu-me de alegria momentânea, ao contemplar sue escultural corpo bem delineado numa calça justa de malha deixando a mostra os seus belos atributos que enlouquecem qualquer homem. Num momento desses é que sinto falta de dinheiro, mas de muito dinheiro para bancar o otário e satisfazer a minha sanha sexual. Mas o destino não quis assim, então tenho que me conformar e quem sabe um dia por intermédio do divino eu não venha ser agraciado com algum evento positivo.
Começo da tarde
12:10 - Há uma luz no findo do túnel. Deus é quem sabe o que Ele pôde pode fazer por mim (Dieu est qui sait, qu'il peut faire par moi) Deixei Dickens na oficina e trouxe Vitor Hugo, que li depois do dejeuner. Meu livro em cima da do escritor russo Andre Bitov e baaixo de Hugo. Um fomizinha chata corroí o meu vazio estomago.
16;00 - Comprei dois pães ainda pouco, o céu nublado et fait un peu de chaud. J'ai bu une verre de café au lait. O cheiro agridoce do meu calção, je gratte la barbe. Ma belle-soeur ets allé vister leur souer qui est venu d'interriuer. Elle est malade.
Começo da noite
18:00 - Minha cunhada ainda não chegou . Professor saiu para o segundo turno do grogue, depois de dormir. A coceira da voltou, não tem lugar certo é no corpo todo, no rosto, no pescoço, nos braços - é reflexo da urina desse gatos insuportáveis que minha cunhada tanto amo e estima..
18:45 terminei a leitura de Notre dame de Paris - a segunda leitura esclareceu-me muitos pontos obscuros que eu havia esquecido, como a morte por enforcamento da bela esmeralda de quinze anos, o reencontro emocionante com sua débil mãe, a morte do vilão e de Quasímodo cujo mo restos mortais ficaram juntos com as duas. As princesinhas sentadas no sofá vendo um desenho animado. Larissa lavando as louças do jantar na pia da cozinha. Uma das irmãzinhas do salão vem sentar-se para esperar o casal. Antenor abusado como sempre.. Fico indeciso na próxima leitura - Vitor Hugo ou Dostoiévski?
22:05 - Minha cunhada ébria relembra um episodio que ocorrera no almoço com as irmãs. Conta pela decima vez a mesma historia. Contemplo os meus livros, os únicos bens que possuo e me orgulho muito de te-los e nas horas chatas quando estou deprimo, são eles que renovam as minhas combalidas forças - Ainda pouco relia John do Passos um texto sobre a vida do banqueiro multimilionário J.P. Morgan e assim por diante. Faz uma semana que nunca mais comprei um bom livro. Então releio os que tenho e eles são os melhores - Dostoiévski, Dickens, Balzac, Hugo, Turguniev, Tolstoi, Daudet, Joyce, Cervantes, Voltaire, Proust e outros como Hemingway, Fitzgerald, Faulkener e Steinbeck. - Há tempo que não digito o meu romance que esta já no final. Mas esses grogues cada vez me tirando de tempo atrasando a minha vida literária. Há uma esperança para sair da lisura, mas vou contar muito com o ovo na bunda da galinha. Deus é quem sabe.
 
O Grande Caderno Azul - XXIV

Diario de bordo a bordo -II

 
Terça-feira, XXIV / I

O estomago em pandareco. Domingo misturei cerveja com cachaça. Fiquei tri louco devo ter feito muita merda e ainda perdi a minha touca.É mole?
Aos poucos vou me recuperando dessa ressaca monstruosa e dos vacilos que cometi. Lembro-me vagamente ter bebido umas doses de cachaça fiado sentado na calçada conversando com Seu Cardozo. Não sei quem emprestou-me dinheiro. Ontem para minha agradável surpresa achei sete real debaixo do travesseiro. Primeiro foi uma cédula de dois e depois de alguns minutos encontrei a de cinco. Imediatamente fui comprar uma capsula de Xatinon e uma garrafinha de água mineral com gás. estava ruim de mais, rolava de uma lado para outro, um mal estar estomacal. Tenho que criar vergonha e dar um tempo nessa bebida em futuro, estou perdendo o pouco controle que ainda possuía. O pior é que o diabo da amnesia ocorre e não sei o que fiz, se insultei alguém ou falei algo que não devia. Apago por completo. MIzico,o factotum de professor voltou com o camarão que ele mandou. Minha cunhada lamentando e brigando com todos, desabafando as suas magoas e raivas:
- Vambora é para lavar o cabelo - grita para as assustadas meninas - Eu ia comprar a mesa, mas agora não vou comprar porra nenhuma. São umas pessoas que não ligam para nada. Quando pegam uma mincharia correm direto para beber. Tudo esculhambado e eles não estão nem ai. A casa toda estiorada, a caixa d'agua no chão, as tabuas apodreceram. E bom vai ser quando a Caema vier cortar a agua que será lá no meio da rua, ai quero ver. - Uma pausa para respirar - Droga de cachaça infeliz, na hora que eu me danar não vou fazer porra nenhuma. Esse (eu) não tá bebendo porque gastou o dinheiro todo e agora tá liso. Que tentação do inferno. - Essa ladainha é todo dia, nada a agrada, no fundo ela não deixa de ter uma certa razão. Realmente somos muitos irresponsáveis. Eu não faço por que não tenho condição - mas o pouco que ganho divido com a despesa - mas ela quer tudo. - Para de molecagem, come, tem de comer em silencio - Admoesta as irrequietas meninas que almoçam sentadas a mesa do jantar.
Um leve chuvisco para minorar o calor. A chuva recrudesceu. Minha cunhada explode com a algazarra das meninas e nervosa com os trovões e relâmpagos. Semana passada, uma senhora do mercado morreu de susto ao ouvir e ver o clarão do relâmpago no quintal dela. Morte súbita.
Professor chega calmamente ébrio e um pouco molhado, entra devagar a cadela dele contente late do quarto..
- Larissa desligas televisão e bota o o comer do teu pai - ordena - Não manda mais camarão encascado, pensa que os outros não tem o que fazer . Tanta coisa para fazer e tu sabes que tu que tens de mandar fazer, todo mundo espera só por ti. A caixa d'agua esta para rachar e ninguém estar ligando. estou vivendo que nem porco somente para comer..
Larissinha serve silenciosamente o pai na cabeceira da mesa com uma falsa paciência.
- Esquenta o feijão - pede para a filhota - Eles não trouxeram o refrigerante? - pergunta duas vezes..
- Teus secretários trouxeram apenas a sacola de mangas ea de camarão.

Tudo silencio, apenas o chuvisco caindo no telhado, o trovões ao longe a a batida da colher professor no prato. As meninas murmuram nas exígua sala de visita as escuras e a porta fechada. Li algumas paginas de "Serafitus" do mestre Balzac e "O amor de Swan" de Proust que foi contemporâneo de James Joyce em Paris nos anos 20. O irlandês parecia não o admirar muito. Relendo as ultimas paginas de "Crime e Castigo" que o filho dele (Joyce) achava o máximo e o seu autor o maior de todos - mas Joyce não encontrava nenhum mérito nem no romance e nem ao autor. Para mim, um simples mortal apaixonado pela literatura, Dostoiévski é superior. Eu sou seu fã de carteirinha. Leio e releio sempre os livros deles que possuo, os melhores e mais significativos

Estou vivendo uma daquelas crises onde tudo é ruim e sem graça. Num abismo, cercado por paredões, somente caindo e esperando a qualquer momento uma evento negativo, tristes noticias. Esse grode de domingo mexeu profundamente com todo o meu frágil psico, destruí as minhas parcas defesas, não sei quanto tempo vai perdurar essa situação. Fecho os olhos e imagino coisas tristes e sem sentido. Ainda pouco cochilando tive sonhos surreais que me deprimem. Lendo na internet "Raizes" de Alex Harley. A alegria de ouvir na novela das seis a canção do conterrâneo Zeca Baleiro. Fico feliz com o seu sucesso nacional. Quem sabe um dia também não tenho os meus méritos reconhecidos. Tudo que tenho a fazer é preservar, não desisti - escrever, escrever e escrever sem cessar, dia e noite, sem ligar para as criticas negativas, elas são boas para cair na realidade. Colocar essa preguiçosa mente para funcionar.
 
Diario de bordo a bordo -II

O grande caderno azul - XXVII

 
XXVII

São uma hora e cinco minutos da madrugada de domingo do dia 28 de janeiro. - Tentei dormir, mas o sono não apareceu, então resolvi vim para a sala deitar no meu sofazinho para ler o maravilhoso livro que Junior emprestou-me.
02:15 Uma pausa para abrir a porta para o Patriarca chegou bêbado como um lorde inglês. De volta a leitura.
03:40 - Vou deitar-me. Obrigado Senhor! Redescobrindo as historias dos grandes sanguinários, mas parece-me que até agora o maior de todos foi Gengis Khan.

Manhã
São sete e trinta de uma man nublada e o friozinho gostoso - Minha cunhada amanheceu cobrando o parceiro., o congelador esta vazio e parece não ter nada. Ontem ela nem almoçou e nem jantou. - terminou o meu programa favorito Globo Rural. Vamos a viagem na historia dos grandes vilões.

Tarde
12:45 - Chegando em casa. Um pouco ébrio.

Manha nublada de terça-feira, 28 - O drama da luz, recebi o ultimato da CEMAR - estou aqui na oficina, não estou muito disposto para o trabalho. As mãos continuam tremulas. Enchi a cara ontem. Oh! Vida besta esta que estou vivendo. só bebendo. Mozaniel meu vizinho da Rua 24 me brinda com café com leite e um pão com manteiga. Meu amigo Berg mostrou-me um livro que emprestei-lhe, um romance condensado do grande escritor russo Leon Tolstói "Guerra & Paz" que ganhei da minha ex-amada Maday - volto para fazer as palavras cruzadas no jornal. Meu mal é que gosto de falar de mais e querer aparecer. Um grande defeito é embriagar-me acima do normal e deitar nas calçadas. Tudo quieto, movimento esparsos de veículos e raramente u transeuntes . Uma arrelia.

Dez e pouco de uma monótona manhã de terça-feira - Ontem nesse horário, eu enchia a cara na Praça do Bacurizeiro com a rapaziada. O primo de Tonto, o pedreiro me deu uma laranja. Uma irmãzinha que soldei não sei o que, não me lembro pagou-me os dois reais que me devia. Aleluia! Releio pela terceira vez "Les Miserables" - estou na parte em Monsieur Madeleine, le maire Jean Valjean chega ao tribunal de Arras para assumir a sua verdadeira identidade e salvar um inocente que era confundido com ele - O premio Nobel peruano Vargas Llosa ficou impressionado com este romance. Acho que Dostoiévski tenha lido também e o influenciou muito na sua consciência literária social. Raskolnikov é ao contrario de Jean Valjean - este ultimo condenado por roubar um pão para saciara a fome de seus sobrinhos famintos e miseráveis.
10:30 SE não fosse essa maldita ressaca e a preguiça, já tinha terminado a grade, mas tudo tem seu tempo. O forte odor de urina que exala do fundo da oficina. Nunca mais digitei nada, somente me embriagando-me sem necessidade e perder um dia de trabalho. Como posso pensar em vencer, que sou sempre um derrotado antes da hora. Maintenant je vais relire maitre Dickens
11:15 - Viva o mestre Dickens

São meia noite na sala da terceira Casa Bamba? Vila Embratel - todos deitados e eu lendo avidamente as 100 piores atrocidades - Hitler, Stálin e Mao são os principais vilões da historia

Manhã tépida de sol - a grade pronta a espera do dono que talvez nem venha hoje busca-la, deve estar de serviço.
- Nove e quarenta - Diz Seu Costa, meu vizinho o barbeiro da calçada, combinei com seu Riba para vim as onze horas - Portanto vou esperar. Quem era mais mal dos três acima citados? Eram personalidades fortes, impetuosos e objetivos, calculista e frios. Extremamente maus. Gengis Khan também não fica atrás, assim como Saddam Hussein e Kadafi - homens que se tornaram poderosos devido as suas características determinantes, buscavam o poder a qualquer custo para subjugar qualquer um que não concordasse com seus malévolos ponto de vista.
Voltamos a Sala do tribunal de Arras para assistimos a bravura de Jean Valjean assumido a sua verdadeira identidade para salvar um homem de um injustiça. Javert, o eterno inspetor inimigo gostou.

Sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tarde
Um ressaca enjoada, cochilei no sofá velho do sofá e acordei de madrugada debaixo de um chuvisco, fiquei perambulando pela rua e pela praça, cochilei em cima de uma mesa de sinuca na praça do Viva e depois fui deitar-me no chão frio do terraço e entrei quando Professor saiu as cinco e meia para o colégio. Terminei o livro e comecei outro que achei na estante, acho que é de professor "O Condenado" de Bernard Cornweel.
 
O grande caderno azul - XXVII

O grande caderno azul - XLVIII

 
XLVIII

Numa manhã de sexta feira, vigesimo-primeiro dia de fevereiro - todos escangalhado, a boca uma desgraça só, os dentes amarelando cheios de tártaros, o catarro na garganta, dores no corpo. Uma vida sem nexo, só coisa ruim - a minha saúde arruinada, tudo por causa do álcool. Dormindo no relento.

Dans l'atelier de la vie! / En la taller de la vida
a primeira moleza; esqueci as chaves dos cadeados, quando estava aqui na porta depois de me arrastar sofridamente pela avenida.
11:47 - Mais uma decepção. A patroa não trouxe o dinheiro e eu também não vou lá. Vamos passar fome, se for da vontade de Deus.É muito complicado essa minha, me viro de um lado e de outro e nada. Essa tosse renitente. Aleluia!Aleluia!

Tarde
13:10 - Comprei os ferros, sobrou um bom troco, mas infelizmente não pude comprar nenhum livro sequer, em vez do livro comprei uma banda de frango assado, almocei e guardei o resto para o jantarmos.É a vida e agora essa pseuda-doença.

Começo da noite
18:00 - O reage vem das Casa dos Correias.Os olhos marejam. Minha cunhada na beira do fogão, engendrando o jantar. Comprei os pães na mesma padaria de sempre. O meu conhecido, o cabeludo doidão do rabo do cavalo não estava, a porta estava fechada. Cochilei um pouco. O corpo dolorido. Se não fosse a caixa d'agua, seria mais tranquilo. Ontem deitado escrevia o meu livro mentalmente como Henry Miller fazia enquanto caminhava a esmo pelas ruas da Broadway ou de seu Brooklyn querido. Gostei do que mentalizara, lembro-me vagamente:
"Vivo isolado de tudo e de todos. Não tenho amigos e nunca mais tive ou terei uma namorada. Mas me conformo com a situação que talvez eu mesmo criei involuntariamente para mim mesmo. Foram tantas situações que deixei-me levar sem que desse a mínima importância para os fatos, quando vim a me conscientizar era tarde demais e irreversível. Mas não estou tão mal assim, não tenho casa,não tenho bens materiais, as vezes sinto-me um ermitão e para completar o quadro deixo a barba e o cabelo crescerem, transformando-me numa aparência de um verdadeiro mendigo.As pessoas não cansam de lançar olhares furtivos e suspeitam temendo que eu seja um ladrão ou até mesmo um estuprador. O meu momento feliz é quando estou aqui no quarto que dividi por muito tempo com a minha finada mãezinha, desde quando me separei de Dona Van. Uma cômoda simples herança da velha casa grande da Rua Afonso Pena, onde estão as minhas roupas velhas e surradas espalhadas nas duas gavetas grandes.Um velho guarda -roupa sem fundo com as portas amarradas com barbantes. Dois colchões de casal sobrepostos um sobre o outro."
É assim que vou começar o livro, contando a minha verdadeira historia, assim como Miller - o negocio é que esqueço o texto que mentalizei - estava tão bem..
"As vezes acho que lamento de barriga cheia, comparado com infelicidade de outras pessoas - não tenho nada, mas tenho os meus sagrados livros, companheiros das minhas tristes horas e o mais importante tenho a minha liberdade, que para mim é um grande luxo. Sou dono do meu tempo graças a a Deus.
 
O grande caderno azul - XLVIII

o grande caderno azul XI

 
XI

Manha na oficina do terceiro dia do ano - Esperando Nha Pu com a chapa para fazer a tampa da cisterna. Um belo sol de inverno. Pela manhã cedo quando vinha para cá,uma ponta de inveja me abateu ao ver os casais felizes abraçados depois de uma boa noite de amor caminhando pra as paradas. Eu infeliz em tudo andando só, sem ninguém e nem esperança. Oswaldo, o sapateiro vem da casa da amante e assim caminha a vida dos outros. E eu sempre nessa, com um caderno na mão ou um livro para amenizar a minha triste solidão. Não há felicidade sem amor. Coço a cabeça, penso nos sortudos que ganharam no super-premio da Mega-Sena no final do ano. Seis números mágicos que mudaram a vida de 23 pessoas - sendo três individuais que ficarão cada um com cinquenta e pouco milhões ( dois do Paraná e um de Alagoas) e um grupo de vinte funcionários municipais lotados num hospital no interior da Bahia.Cada um vai levar dois milhões. Que beleza! Desta vez Deus foi justo. Um pai fardado com a roupa de uma empreiteira, arrastando o filhinho pelo braço. A minha vizinha gostosa da frente chegando da academia num shortinho colado deixando amostra os seus belos predicados. Assobio uma velha canção que ouvia na Boate Maracanã que ficava bem em frente lá em casa na Rua Afonso Pena no Desterro quando criança. A bela da manhã distribuindo charme ao passar ou melhor desfilar pela calçada da avenida de shortinho de malha indo pra academia. O que me falta é dinheiro e saúde.
09:3) - (Acredito que seja). O sol desapareceu, escondeu-se por trás das espessas nuvens plúmbeas que encobrem o céu. Virei as bordas da tampa de cisterna de Na Pu ou Seu Apolonio. A irmãzinha maluquinha apareceu e conversou muito contando as suas agruras.O corpo, a velha dor ciática. Sem um tostão para um remédio, vou ver se Seu Apolo me arranja dois reais para tomar uma 'pura', no final do expediente. O dedo de vez enquanto lateja, o outro duro - é u sofrimento só. A garganta também dar a sua parcela de culpa. O vendedor de redes com elas nos ombros oferecendo de porta em porta. Vou ler Zola "Naná' em francês
Quase onze - A filha de Seu Azul passa discretamente, vem dizer-me que dará o dinheiro no dia 15. Ok! - Minha esperança é Nha Pu, vou ferra-lo, mas como já o conheço, vai dizer que não tem. Lembrando-me de Dickens e os arredores londrinos,as atrapalhadas de Sr. Pickwick e seus atrapalhados parceiros, o engraçado Sr. Weller e o seu pai cocheiro.. Acho que lerei eles - Perdi a chance de adquirir 'Dave Copperfield' - e o drama de Raskolnikov, o matador da velhinha usurária e da irmã feia dela LIsavieta. Não me canso de relê-lo. E a triste historia da pequena judia holandesa Anne trancada com sete pessoas de índoles diferente, sem poder sair para lugar nenhum. - Livros divinos livros, os salvadores da minha conturbada e triste alma, a parceira para os meus desencantos existenciais - Ai de mim sem vocês, como seria o meu triste mundo?
 
o grande caderno azul XI

o grande caderno azul - XLII

 
XLII

Manhã nublada e chuvosa de sábado no décimo quinto dia de fevereiro de 2014 - Espero que esteja tudo certo, eu continuou naquela sempre, enfraquecendo, desiludido e sem rumo.Acreditar em mim mesmo, falta apenas o epilogo do romance que nunca mais digitei por falta de auto-incentivo. Mann também abusa dos 'de repente', olho para Bitov -não tenho coragem de encara-lo.
07:10 - Li algumas paginas parece que agora decola

Plus tard dans l'atelier de la vie

O que não fiz ontem,aprontei agora. O asfalto molhado,o vôo nupcial das tanajuras, o céu com nuvens plúmbeas. Choveu a noite toda. O medo, o meu pesadelo é aquela caixa d'agua desabar. Um friozinho chato. Trouxe o meu amigo Dickens. Na verdade ando tão perdido, evasivo que não tenho mas aquela vontade de fazer ou melhor escrever. Não vai adiantar nada, não serei um best-seller,não venderei nem dez livros e assim desanimo.As vezes tenho uns arroubos eufóricos, principalmente quando leio um boa obra literária. Mas o pessimismo é latente e cruel.Quando a pessoa nasce com estrela-guia pagada não adianta querer fazer porque não vai dar certo. Tudo começa bem,as mil maravilhas, depois vai degastando aos poucos e de repente cai no vazio da realidade. Sempre relutei contra esse pensamento,mas hoje nessa idade em que me encontro, na idade da razão, onde podemos analisar meio-século de existência e nada de positivo.É verdade que tive alguns sonhos realizados: uma loura, um filho,um livro publicado na França e outras coisitas que não valem apenas serem relatadas. Um senhor que desconheço o nome, sentou-se e levantou-se sem muita demora. Morou com a mãe e duas irmãs nos quartos de alugueis do encabuloso do Vicente, o garanhão - depois de uma desavença com o mesmo que insinuou-se para uma de suas irmãs mudaram-se para outro quarto no final da rua 25. E hoje residem na casa própria no bairro do Aquiles.
- Poeta ! - Grita o meu amigo Jean da avenida na sua "Ferrari". Com certeza vai para a sua propriedade também no Aquiles, onde realizará um de seus sonhos materiais, ter uma casa ampla com jardim. Um cão desnorteado e atrapalhado atravessa a pista sem saber qual caminho a seguir.
NO romance "Fuga para a Norte", quando Ragnar e Johana estão viajando pelos lugares remotos e desertos nos confins da Suécia,passaram por um hotel esquisito, depois de um convento Ortodoxo que alugava quartos e assim por diante uma cidade portuária onde duas putas velhas faziam ponto e dançavam.. Gostei de Mann é bem descritivo. A velha servia no hotel tinha um bócio e fedia. O dono fumava cachimbo e não era muito amável com seus hospedes, parecia mais um capitão de navio. Os padres eram fétidos e a sua sala dos tesouros era reluzentes empedras preciosas, candelabros de ouros e pratas. Mas o jantar foi espartano. Quando li pela primeira vez "Notre Dame de Paris" de Victor Hugo em francês não prestei atenção no final, não percebi que a bela e jovem cigana Esmeralda fora enforcada.
09:55 - Baixinho, o barbeiro, velho parceiro de grogue dos tempos áureos da Casa Vanianana marcou presença e contou-me as sua desavenças com seu enteado, o Petit Tiago, chegaram ao cumulo de quererem se digladiarem.Coisa horrível.Ainda lembro-me nitidamente a cena da maluquete prima Yvonne na casa do pai, um daqueles senhores feudais a moda antiga que acabou expulsando-a juntamente com Ragnar e Jonhana. O casalzinho sai feliz levando no carro de mão, o portão de sua casa que fica na invasão de Seu Milson. Eles moravam de aluguel no Bairro de Fatima, e agora vão realizar o sonho maior de todo casal, ter a sua casa própria e fico feliz em contribuir para tal evento.

Começo da tarde
Meio-dia e onze. Quase ou melhor sentir mal-estar enquanto estava conversando em pé com Seu Raposo na sua tienda no mercado. Fez-me lembrar das overdoses que sentia quando misturava "bondinho" com cachaça. A vista escurecia, as pernas tremiam, um mal-estar generalizado. Ia comprar um lock-net, mas desisti e vim para casa o mais rápido possível. Contente em ver o velho guerreiro cantor Valdir Neves mostrando a sua musica que vai participar do Festival de Musica carnavalesca da Tv Mirante. Conhecido de longas datas, da época do Bairro do Desterro. Ele era auxiliar de um dos melhores técnicos de refrigeração industrial que prestava serviço para as fabricas de gelo, o mestre João Careca muito amigo de Seu Joca Furtado e de meu pai Nhó Bamba. Que Deus o abençoe!
15:45 - A pequena Adrielle chegou como sempre enchendo o ambiente de alegria. Antes do cochilo das duas horas,li algumas paginas do romance de Bitov. Sintonizo num canal infantil para a princesinha assisti um desenho animado.
16:55 - Aos trancos e barrancos, finalmente conclui a leitura da "A Casa de Puchkin" do escritor russo Andei Bitov. Gostei mas de Mann. Queria ir a Lan-house, mas não estou muito legal. Vamos ver se consigo passar um dia sem gastar nada.. Bebi apenas uma lata de cerveja forçada, para trocar uma cédula de dez reais.Precisava de cinco para dar de troco para o casalzinho do portão.
 
o grande caderno azul - XLII

o grande caderno azul - XLIV

 
XLIV

Uma manhã radiante de segunda-feira, no décimo sete dia de fevereiro, com um belo sol ,o céu azulíssimo depois de três dias de chuvas consecutivas Como sempre as paradas lotadas de passageiros ansiosos com a demora dos ônibus, as mães levando os filhos para a escola. Um friozinho típico de pequena intensidade.O coletivo lotado. Mulheres cheirosas a caminho do trabalho, estudantes empedernidos com os livros e cadernos debaixo das axilas. Um dorme sujo descalço e nu da cintura pra cima. Encontrei com Seu Nezinho -lembrando-me dos meus vacilos quando era funcionário publico estadual do Poder Judiciário lotado nu Juizado Civil do João Paulo, enchia a cabeça com um bom 'baseado'. era uma loucura, um vacilo atrás do outro. esquecia os processos, lerdão de diamba que nem um pato tonto. Hoje vejo- como eu era um manezão e pensava que estava abafando. Santa ignorância. Um dia desses estava relendo os meus diários de 1985 a 89, vivia completamente dominado pelo maldito vicio, vendendo as poucas coisa que tinha, enganando o meu velho Pai Bamba,uma vida marginal sem controle, andando desesperado pelas ruas a procura 'dela' humilhando-me - tudo pela droga, ela que norteava a minha vida - Alias eu não vivia, era um marionete manipulado pelo desejo constante de viver chilado.Trabalhava com Papai na oficina no fundo do quintal, somente pensando em ganhar dinheiro o suficiente para comprar o necessário para aliviar a minha fissura. Fico a me perguntar, como um ser humano deixa-se um vicio domina-lo até perder o controle de si mesmo, renegando os valores. Mestre foram quase trinta anos de subserviência ao vicio diário, o que dava animo era um pouco de literatura, apesar de toda a loucura, os livros e os diários nunca me abandonaram pelo contrario estimulavam-me a sonhar. O suco de tamarindo afetou os intestinos e defequei ralo.
09:20 - Em casa, comprei pão para as meninas. Sr, Fu e suas barbeiragens nas estrada perigosas do Tibete, acabou provocando um acidente.

Começo da tarde
13:10 - Uma garrafa de cachaça foi degustada tranquilamente na praça, sem muito alarde, apenas eu, Negrita Puro, Seu Jailson Pé-de-Pato esporadicamente limpava os box do mercado, o pixixitinho agricultor da horta do lado do mercado. Negrita Puro armou a sua cama improvisada de papelão sobre o sofá velho,onde outrora eu dormira e cochilou com fome. Uma das mães veio buscar uma das meninas.

Noite
19:50 - Arrotando a língua que almocei bastante. Seu Pietro mudando a roupa na sala do computador. Ainda na lembrança triste de Negrita arrumando cuidadosamente o papelão no sofá, improvisando a sua cama para um cochilo e deitou-se sem cerimônia. È um sem-teto, abandonado pela família - uma vida que me serve com exemplo que pode ocorrer comigo. Nunca se sabe o dia de amanhã. Encerrei a minha viagem pela China com Theroux com a visita ao Tibet, sua capital Lhasa e o monumental Palácio de Potala, residência do Dalai Lama. Conheci os seus costumes (os tibetanos não banham) e adoram carne de Iaque que aproveitam tudo, fazem manteiga, sebo e etc. Como gostaria de conhece-la pessoalmente, assim como a viagem a Grécia que meu amigo Henry Miller fez em "Colosso de Marussia" -as ilhas milenares de Nauplias, Lesbos (da poetisa Safo), Corfu, Delfos e outras beleza históricas arquitetônicas, assim como a sagrada Petersburgo de Rakolnikov, avenida Siénnaiá, o rio Niéva,o magnifico Hermitage e lógico o apartamento e escritório do grande mestre Dostoiévski. Sonhos quem sabe um dia, o vento não muda de rumo. Obrigado Senhor por mais um dia!
 
o grande caderno azul - XLIV

O grande caderno azul - XXVIII

 
FEVEREIRO

XXVIII

Era uma manhã cinzenta de sábado do segundo dia do mês de fevereiro. O lençol esta fedendo pra caramba, aquele odor de sujo e suor.. Conclui a leitura de "O Condenado" de Cornwell. As dores por todos os lados na área ciática. Ouvindo o programa "Clube da Saudade" da Rádio Clube do Pará.. Ainda ressabiado das sequelas alcoólicas, será que nunca vou tomar consciência que cachaça ou qualquer bebida é mais forte. Tenho que para com esses vacilos - Já cai literalmente com a cara na lama, cochilei no sofá velho na Praça do Bacurizeiro acordando debaixo de chuva numa madrugada algida, o que esta havendo comigo, parece que perdi o gosto pela vida é só me embriagar-me, perdendo a noção de dignidade, servindo de palhaço. Oh! Deus dê-me força. A ultima foi quarta-feira, passei o resto da noite vacilando, correndo risco desnecessários, andando como um sem-teto , deitando sobre a mesa de sinuca num bar da praça do viva. As dores que sinto são oriundo dessa noite.

Mais tarde na mesma manhã - Louvado seja Deus, Nosso Senhor na sua magnitude. O inesperado abençoa os necessitados. Uma surpresa agradável, a irmã da Rua 23, quase vizinha deu-me cento e cincoenta reais para comprar os ferros para fazer um portão. Fui no bairro da Areinha do outro lado da Lagoa do Bacanga compra-los. Só não fiquei mais feliz, porque não deu para comprar uns livros. Fiquei triste. Mas eu tenho Dickens, um Dostoiévski e um Vitor Hugo para mim deliciar-me. Eles são muitos bons e gosto muito deles. Eu queria comprar uns livros. Depois das compras do ferro fiz uma pequena caminhada até o Anel Viário para apanhar uma lotação e vim para casa.. Tudo bom, leio sobre a batalha que derrotou o poderosos exercito de Napoleão em Waterloo em 18 de junho de 1815 - Dickens tinha apenas três anos. Mestre Cardoso sentadinho solitariamente na sua cadeira de plástico branco, de braços cruzados vendo o movimento monótono da estreita avenida em frente ao seu comercio. Uma fomizinha abusada assola o meu combalido estômago vazio.

Tarde
O tempo esfriou o céu nublou de repente. Lia um pouco de Dostoiévski
17:30 - Faz um pouco de frio, eu fui comprar os pães na avenida, próximo do Deposito Abreu, na padaria de Senhor Chapéu e suas rotundas filhas. De repente deu-me uma vontade louca de reler Jack Kerouac e seu antológico "Pe Na Estrada" - ouço Chopin, Ballade no 40p 52 IN F. Minor interpretado pelo pianista Ricardo Cortez.

Noite
19:30 - A pequena princesa menor Adrielle chegou no final da tarde, enquanto eu ouvia Chopin, mas para agrada-la mudei para o canal de desenho animado e entreguei-me a bel-prazer de perambular com Sal Paradise pelos pardieiros de Denver até a bela São Francisco. Depois o encontro fortuito com uma bela mexicana num ônibus indo para L.A (Los Angeles)- Adoro a prosa corrente de Kerouac, o primeiro livro que li dele foi "Os Subterrâneos" com o prefacio de nada menos que o mestre Henry Miller, que também tenho vontade de relê-lo.
20:25 - Devolvi o livro para Junior, o futuro psicólogo que encontrava-se no canto da rua 16 com avenida, na calçada da Malharia Leite. Infelizmente, não emprestou-me nenhum livro. Mas tudo bem, vou reler a pequena biografia do grande mestre Henry Miller num livro de bolso. Merendei dois pães com o resto do mexido de linguiça calabresa de ontem e cebolinha. Acho que vou fazer uma retrospectiva Miller.
21:10 - Li as primeiras paginas do romance antológico de Miller "Tropico de Capricórnio" - Na casa Grande dos Bambas na Rua Afonso Pena no Desterro, eu tinha "Tropico de Câncer" que foi o seu primeiro sucesso e a trilogia "A Crucificação Reencarnada - Sexus, Nexus e Plexus" - quem falou-me dele foi o meu eterno compadre Jacob, que Deus o tenha em bom lugar. Agora vou reler a biografia resumida dele.
23:10 - Um encabuloso aumenta seu som automotivo com um funk mais idiota como o dono que o escuta e quer por força divulgar a sua santa ignorância. Terminei a pequena biografia do meu amado mestre que me inspira muito a continuar os mesmos sonhos e a realiza-los, aperfeiçoando-os com as leituras diárias dos grandes mestres do universo literário. Não posso desisti sei que tenho o dom para seguir em frente e dar vazão ao meu talento que venho forjando a muito tempo. Sendo ridicularizado, as pessoas rindo na minha cara perguntando ironicamente "Cadê teu livro?" - mas continuou, agora que estou perto de alcançar a minha nirvana literária, não vou desistir - mas tem o álcool, a maldita cachaça que esta corroendo a minha existência. Vou reler o primeiro romance do mestre Miller 'Crazy Cook", depois "Tropico de Capricórnio" e por ultimo "O Colosso de Marussia" - como sofro ao lembrar-me da minha antiga biblioteca na Casa grande da Rua Afonso Pena - Mas juro por Deus, Nosso Senhor que esses aqui que tenho agora farão-me companhia até o meu descanso final - e neles que busco refugo nos meus momentos críticos de depressão.
23:20 - Preparei uma merenda suplementar, um sanduba de frango assado frio e fatiado com um copo de leite em pó diluído com agua de torneira. Larissinha me deu um susto ao vê-la na penumbra da sala do computador quando fui apanhar Tolstói para coloca-lo no seu devido lugar. "Crazy Cook" esta aqui ao meu lado sobre o sofá. Tudo que pretendo é concluir a digitação e a formatação do romance "Além das Névoas Azuis" de minha autoria.
 
O grande caderno azul - XXVIII

O grande caderno azul XL

 
XL

Manhã nublada no décimo terceiro dia de fevereiro de 2014 - Preocupado com o corte da energia. Deus é quem sabe. A garganta piorou,temo um câncer ou algo pior. Tudo que quero é paz. Acho que meu fim esta próximo.

Mais tarde na oficina
Até aqui Deus tem nos ajudados. Obrigado Senhor! Vamos a finalização do portão da simpática da Rua 23. Que Deus nos ajude!

Tarde
Obrigado Senhor! Deu tudo certo. Soldei os três gonzos,os dois ferrolhos e a chapa de zinco. Cortei as cantoneiras e virei os ferros para fazer os dois chumbadores em seguida pintei o portão.. Uma hora depois, num esforço sobre-humano levei-a para a casa da bela da Rua 23, onde deixei-o no terraço e recebi os meus suados noventa reais. Mudei de roupa, fui logo pagar os dez reais que devia para Seu Cardoso, o merceeiro. Fechei a oficina e aproveitei para dar uma geral no visual, raspei a barba e o cabelo no meu vizinho,o barbeiro Costa. Vim para casa, banhei-me e troquei de indumentaria e dirigi-me para o centro. Apanhei um lotação, o transito fluía bem - desci no Anel Viário - Deambulei pela Avenida Magalhães de Almeida - o prédio da revendedora Ford a Duvel, a loja Eletro Mateus, o Mercado Central em frente. O Bradesco. A ladeira, três senhoras comiam mocotó sentadas num banco alto de madeira, ao lado do Come em Pé. A banca de pente, escovas e espelhos do Senhor bem vestido e barbeado que olhou-me desconfiado. O novo amolador de alicates no lugar que antes era de um baixinho.O meu amigo, o agente policial Alexandre Rudakov estava sentado na banca conversando com o bicheiro. Entrei e cumprimente0-lhe cordialmente e depois de umas trocas amenas de palavras continuei a caminhada. A Praça da Igreja do Carmo, o eterno abrigo e seus bares com os mesmos clientes de sempre. Das bancas de jornais da Praça, apenas a de Seu João resiste onde eu comprava todos os finais de tardes "O Estado de São Paulo", ou "A Folha de São Paulo", ou "Jornal do Brasil" e as vezes "O Globo" - quando eu morava na Rua Afonso Pena nos anos 8O. Contornei pela Rua de Nazaré - Um chinês deglutia um macarrão com seu pauzinho sentado na porta de sua loja.A Pousada Nazaré onde vivi bons momentos de amor ao lado de madame Rameaux. Desci pela Rua da Palma, entrei na Casa Lotérica estava vazia, dirigi-me direto ao caixa - Para a minha surpresa o leitor ótico não conseguia ler o código de barras, tive que pagar dois reais a mais ( o que não estava no orçamento).
Finalmente as escadarias da Rua Humberto de Campos e o grande templo literário, o sebo Poeme-se. Vasculhei as prateleiras a procura de um bom livro,encontrei um da namorada de J.D.Salinger, o celebre autor "Apanhador de trigo num campo de centeio", fiquei contente, mas o verificar o preço, muito acima de minhas parcas posses,mas para minha felicidade encontrei o livro de Klaus Mann, filho de um dos grandes Mann "Fuga para o Norte" com o preço razoável.
17:57 - O pão comprado na mesma padaria, assim como o suco de tamarindo para a merendada noite. Ontem minha cunhada falou-me que estou bebendo muito leite e que isso esta baixando a minha pressão. Portando mudei,agora é suco.
Obrigado Senhor por tudo que me fizeste. Obrigado, muito obrigado.
 
O grande caderno azul XL

O grande caderno azul - LXVII

 
LXVII

Mais um dia começa para o nosso intrépido e sonhador herói. Os raios solares esquentam a manhã fria - pessoas apressadas rumo aos seus serviços, outras levando suas crianças para as escolas - nas paradas lotado. Minha cunhada ontem a tarde emprestou-me cinco reais, com esse dinheiro comprei pão e paguei duas horas na lan-house. Tive sorte de encontrar um fone bom e assim pude ouvir melhor Mozart e outros em todos seus esplendores musicais. Vamonos la lucha!

Aleluia! Aleluia! - Seu Biné salvou a pátria com um adiantamento de vinte reais para mim fazer um trabalho amanhã. Obrigado senhor.

Começo da tarde

Enfim as grades prontas e pintadas. A vista estropiadas, e a ciática perturbando. Duas latinhas de cervejas para amenizar o odor forte da tinta. Valente, o cão do meu vizinho Seu Costa, o barbeiro sempre procurando confusão, inquieto corre de um lado para outro. Todo poeta ou escritor tem que viver uma grande paixão, ter uma musa que mude todo seu conceito de amor, ter uma companheira de seus sonhos que o satisfaça em todos os sentidos, não só na cama,mas no espírito também. Eu tive a minha June, a minha Beatriz, a minha condessa Hanska, minha Dulcinéia de Toboso - enfim uma mulher que preencheu todos os meus requisitos sentimentais e com ela vivi dezessete longos anos e dessa união nasceu o nosso primogênito. Assim como Henri viu June saindo do dancing e sentiu aquela fagulha do amor, a mesma coisa ocorreu comigo - era onze horas de uma manhã de setembro, estava num andaime soldando uma armação de uma placa na marquise da oficina Menescal no mesmo prédio onde nasci e papai vendera para o empresario Flavio Menescal. O sofrimento da jovem Larissa na abstêmia do computador que ainda esta quebrado outra vez. Toda hora vem um técnico e dar um diagnostico diferente. É a fonte,é a memória - cada um com problema diferente, eu passo alheio a tudo isso, a mais de quatro anos que não o uso - fui indiretamente proibido de usa-lo
 
O grande caderno azul - LXVII

O grande caderno azul - LXVIX

 
LXIX

Paguei a conta de luz na lotérica vazia da Rua da Palma. Uma volta no centro da cidade, comprei um Soljenitzin no Poeme-se.
Meio-dia e quarenta - bebemos uma garrafa na Praça, Alan ébrio querendo brigar. Comprei um quarto de 51 no bar de Dona Dudu na Praça do Viva (antiga Sete Palmeiras). Minha cunhada deitada no sofá, tentando dormir depois do almoço. Clarinha ansiosa pela chegada da mãe. O factotum deo patriarca no quarto do mestre que ainda não chegou. Fiquei feliz ao adquirir "O Pavilhão dos Cancerosos" do mestre Soljenitsin, pena que é o segundo volume, mas vale apena. Adoro literatura russa - dele já tenho três obras. Admiro-o desde quando ganhou o Premio Nobel de literatura nos anos 70, e as autoridades soviéticas o proibiram de recebe-la em Oslo. - Passei pelo Mercado central e dirigi-me ao box doe Lelis para ver o meu velho parceiro Seu Nezinho Guterre - o movimento estava fraco,mas o mercado ainda me inspira. Me surpreendeu ao vê-lo sentado num banco em frente ao Lelis. Apertei-lhe as mãos.Procurei o meu amigo, o baixinho sobrinho do carroceiro Mariano, o maneta, mas não o encontrei. Contornei até a lotérica que estava lotada, continuei o meu passeio. Rua Regente Bráulio, a Casa Santo Onofre, camelódromo, antes porem na Rua Sete de Setembro, o meu coração balançou, a minha eterna musa Van - June tinha uma loja - mas se mudou. Na Avenida Magalhães de Almeida, no camelódromo e seus apáticos camelôs por trás de suas bancas e seus produtos. O patriarca chega cheio de moral e a co esposa levanta-se para colocar o almoço dele. A velha Praça do Carmo, o seu portão na pia batismal na Igreja do Carmo e o relógio parado. Lembrei-me do meu conturbado romance com Madame Rameaux, o nosso paraíso secreto que durou quase três anos ao passar na Rua de Nazaré, a pousada, onde nos deleitávamos no prazer. Minha cunhada merenda - a língua que desde sábado Tia Lena temperou para nós. O patriarca almoça.
21:15 - Clarinha com um ataque de coceira. Feliz estava em companhia do grande Junior, o futuro psicólogo e dei-lhe uma parte do romance para lê-lo.
 
O grande caderno azul - LXVIX

Vivendo & Escrevendo - XXV

 
DIA DE FINADOS - ano passado um dia depois da cirurgia do dedo acidentado. Meu amado filho veio trazer uma coroa de flores que a mãe mandou para colocar no tumulo da grande Patriarca. Minha cunhada fez a faxina cotidiana, Seu Pietro enrola a mangueira que enchia os toneis, baldes e bacias no quintal. O Príncipe Mincckin é surpreendente e emocionante,lembrava-me vagamente da General Eptchiná, muito autoritária - um sol escaldante que todos reclama do calor nas primeiras horas da manhã. Tia Flor ao celular conversando com seus parentes na longínqua São Bento - do vizinho mais abaixo vem a musica dos violeiros repentistas do sertão. As meninas quietas. Clara impaciente coça a cabeça, a catapora voltou a afligi-la. Adrielle, a menor sentadinha candidamente na cadeira de macarrão vendo o desenho animado Peppa. Espero encontrar no Poeme-se "Recordações da Casa dos Mortos" ou outra obra do mestre, se não encontra-lo trarei "David Copperfiel ou Novelas Russas. Na praça, o clima estava tenso, um pequeno desentendimento corriqueiro entre Bica e Seu Gleyson, o pirado - que discutiam por besteira ameaçando uns ao outro. Mas Bica consciencioso bateu em retirada para não precipitar-se. Uma boa noticia, Jack passou num vestibular e vai cursar psicologia no Pitágoras com 100 % de bolsa. Devolveu-me os livros e levou "Crime e Castigo" e "Pé na estrada". Embarafustei-me entre Petersburgo e Combray, lugar fictício que o mestre Proust criou para vivenciar as suas aventuras. Um pouco de Miller para saracotear os mais recônditas emoções que a fina flor literária me apraz. Ai de mim sem eles, pois uma pessoa como eu que não dispõem de bens materiais, apenas a literatura anima a minha alma. Como fiquei feliz, depois de tantos meses sem ir ao grande templo, voltei e reencontrei com o meu grande mestre amado e um livro que há muito ansiava. Aquela manhã de sexta-feira foi um balsamo para a minha existência, um novo sol brilhou para mim - é como se eu voltasse a viver. Tudo anda muito bem, uma pequena encomenda, um portão para fazer depois de um longo período inativo, olhando para o tempo imaginando-me perdido nos meus próprios labirintos enigmáticos. E a promessa de outros e rogo a Deus que me dê saúde para que eu possa fazer as minhas obrigações profissionais - mesmo carregando uma cruz que ainda me pesa nos meus sentimentos. O affaire Deline é uma ferida incurável no meu âmago. Os meus livros os meus tesouros que enchem-me de prazer. A Casa Bamba cheia como nos romances do mestre. Minha cunhada comandando tudo com rédeas curtas, as netas postiças, de seus filhos entre eles Seu Pietro, que querendo ou não, a força entrou para o seio da família Bamba. Danielzinho e a companheira. As danadinhas brincando e bagunçando no terraço. Minha cunhada acendendo velas para os entes-querido no fundo do quintal; "Eh! Larissa bota o comer para esquentar" - grita para a filha adotiva que não quer arredar os pés do computador. Alguém dar descarga no banheiro: "Eh! Noca tu vai lá comigo?" pergunta para a parceira. A escuridão invade o quarto.

O CEU NUBLADO prenuncio que o inverno aproxima-se e com ele o meu terrível pesadelo, o medo da laje desabar e etc. Mudei de roupa, vesti a velha, suja e dura bermuda jeans e a camisa listrada que Seu Pietro deu-me. Coloquei a grade no calçada. Uma tose chata. A vista boa perdendo a nitidez, ficando opaco. O ferros cortados, o carro de mão de Punanã quase soldado, Seu Cardozo disse-me que amanhã dará o dinheiro para comprar os ferros do portão dele. o ajudante de seu Chico Pedreiro cava os buracos das colunas rente ao muro do quintal. Um sol tímido - o canto peculiar dos bem-te-vis. As irmãs carregando uma grade de cerveja seca para entregar no Lourival.. O tempo nublou e pouquito frio - assim foi o dia todo - como de praxe dormir e sonhei com Senhor Sri Krisna, a Verdade Suprema - muito preocupado e triste. Faltou energia elétrica, um acidente,um poste caiu em frente ao colégio na avenida.
 
Vivendo & Escrevendo - XXV

O grande caderno azul - XXX

 
XXX

Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2014

Bonjour, ma vie! Comment ça va?

O velho Vecchio apressado do outro lado da estreita avenida com seu passo capenga e meio desconfiado. Jack esperava o coletivo na esquina da Rua 19 com avenida, com uma mochila nas costas. Parei um pouco e conversamos um pouco sobre literatura. Perguntei-lhe se já havia iniciado a viagem ao maravilhoso mundo balzaquiano, respondeu-me meio sem graça que não. Acordei com minha cunhada chamado Larissa para passar o café. Levantei-me ainda enroscado no fenda lençol rasgado e abri uma banda da janela. Uma das gatas de minha cunhada em observava deitada do mureta do terraço. Apanhei a toalha e dirigi-me para a casa de banhos. Deu uma boa "barricada",abri a torneira do chuveiro e um jorro de agua fria cobriu-me de frio, ensaboei-me com um sabonete Phebo (o meu preferido). Minutos depois de enxaguar-me voltei para os meus aposentos para enxugar-me e vesti a minha farda de trabalho. Abri a porta do terraço com cuidado, do outro lado em frente a casa do Policia Militara alguns funcionários da escolinha da esposa dele abrigavam-se da garoa que caia poeticamente na rua lembrando-me da neve dos livros de Miller, de Tolstói e Parmuk. Mas era apenas uns orvalhos matinais. As mães levando os seus pequenos filhos para as escolas apressadas , as pessoas ainda sonolentas nas paradas de ônibus impacientes com o atraso dos mesmos. Tenho que buscar meu próprio estilo; Henry Miller é meu orientador, assim como os outros Cervantes, Balzac e Dostoiévski - cada um no seu modo peculiar de narrar uma boa historia. A loura da Farmácia circunspecta e seria com o celular no ouvido. O sapateiro Oswaldo vindo da casa da namorada, o folclórico vendedor de manga, filho do município de São João Batista, contador de causos com seus pequenos cofos cheios de mangas no pau de carga no ombro esquerdo e um facão patacho na mão direita, desta vez não parou para um dedo de prosa. Lembrei-me de Guimarães Rosas "Sagarana" que desapareceu da estante, que de vez enquanto relia alguns de seus belos contos. Mozaniel, meu vizinho e colega da rua 23 apressado como de habito trouxe-me café au lait e um litro pet cheio de agua gelada e disse-me que queria para mim fazer uma solda numa barraca que ele negociara ontem e esta na calçada em frente ao terreno de Seu Carrinho Cotia. Mas fui enfático e ríspido respondi-lhe que não havia condição de faze-lo..
08:45 - Soldei o suporte de uma carro de mão para o Sr. Rubão, gerente aposentado do Armazém Paraíba e ganhei meus primeiro dez reais. Um bom começo de semana. O sol apareceu meio tímido enchendo de luz a avenida . Um ventinho fresco, o canto canoro dos passarinhos. Um ônibus lotado. Uma moto. Uma senhora de bermuda falando ao celular. A irmãzinha baixinha oferecendo os tabloides poupares de 50 cents. Um funcionário da Caema com uma prancheta não mão procurando por Dona Maria das Graças, meu coração gela. Um rapaz moreno em pé ma porta da Loja de Fragrâncias. Pensando em algumas cenas de "Crazy Cock", quando Toni e suas companheiras vão passar o dia de natal na casa dos pais dele no Brooklyn. O pai de Henry era alfaiate, o meu era ferreiro depois comerciante e por fim aposentado. Nunca tivemos luxo, o nosso foyer atrás do grande comercio de material de construção era bem simples. Na sala de visita apenas uma tv daquelas gigantescas de madeira com os pés rosqueados e a válvula, o móvel da radiola, de um lado a eletrola e do outro o rádio também a válvula. Uma cadeira de balanço,um sofá de duas peças, um corredor que levava direto a pequena cozinha que dava acesso a sala de jantar. O quarto das Velhas onde dormiam as minhas duas avós. - a estreita escada do sótão onde dormíamos,o quarto de do casal e suas redes. O sótão assoalhado era outro mundo a parte. Na frente em cima do comercio servia deposito para as caixas vazias e para algumas mercadorias. Na outra extremidade que dava para o quintal sobre o quarto do casal era os aposentos de professor e de minha cunhada.. Em cima do comercio ao lado das caixas ficava o quarto do meu irmão Roberto,onde nas madrugadas de sábados ao som dos rocks psicodélicos de Pink Floyd e Led Zeppelin fumávamos uns baseados e cheirávamos cola de sapateiro que surrupiávamos do comercio. E no meio ficava a terra de ninguém com suas janelas gradeadas de madeira da época da oficina que davam para o corredor e o pátio de estacionamento da Cibrazem, onde ficava o meu canto, a cama de armação de ferro que eu mesmo fiz, meu armário dos livros e cadernos e o sofá cor jerimum onde eu passava as noites lendo os romances, as redes dos convidados..
Uma senhora bem simpática,inquilina ads quitinetes do Condomínio de Seu Alcides vem falar para mim fazer e soldar um ferrolho no portão do quarto dela que quebrou. Infelizmente disse-lhe que não e indiquei-lhe outro colega profissional da Praça das Sete Palmeiras, o mestre dos mestre Preguinho que me chamou de preguiçoso. Senti muito, mas as minhas forças estão exauridas para realizar essas proezas, já as executei muito e me degasta muito fisicamente.
10:30 - Os pixixitinhos contentes e estressados vem do jardim de infância. Seu Toinho,um piauiense de Campo Maior,um pouco ébrio e conversador conta-me as suas aventuras, é proprietário de um prédio em frente ao mercado, onde o comandante La Sierra tem seu estabelecimento comercial. Nazario, o empresario civil veio-me chamara para acompanha-lo até a sua residência na rua 23 para ver um trabalho, adaptar uns portões.Examinei-os e dei o meu preço. Janaína, a bela passa para ir apanhar o seu filhote na escola. Um rapazote fogoió de bicicleta veio encomendar uma caixa adaptada para soldara no guidon de sua bike, interrompendo a minha agradavel leitura de Miller. Mandei as favas.

Começo da tarde
13:30 - A barriga cheia - linguiça, arroz, feijão uma diminuta porção de torta de frango de ontem, Como diria minha querida Mama Grande "Estou cansada de não fazer nada" - A rapaziada do álcool estava na praça e quiseram me ferrar um real para inteirar uma garrafa, que neguei, não tinha trocado. Depois me arrependi , mas era tarde demais, Vou deitar no sofá.

Noite
19:15 - feliz como pinto na bosta leio os dois capítulos que mandei imprimir para me sentir um escritor. Amanhã talvez eu termine de digitar o sonhado romance.
21:10 - Acho que estou diabético, é uma fome constante por mais que eu me alimente, há sempre uma fomizinha chata corroendo. O grande Miller escreveu "Tropico de Câncer" aos 45 anos - Cervantes escreveu "Dom Quixote" aos 50 e pouco - estou na luta, apesar que escrevi esse romance que em 95,mas publicarei este ano com ajuda de Deus e de mim mesmo. Fico contente ao ver a capa da revista Veja que meu irmão é assinante com a seguinte manchete "O Homem que venceu a Maquina" - "Como o diretor José Padilha de "Tropa de Elite" dobrou Hollywood e fez de RoboCop um "filme brasileiro" - de 140 milhões de dólares - bacana. - Sintonizo num canal de musica clássica - acredito que seja Chopin por Arthur Moreira Lima, grande pianista chopiniano.
22:30 - O ronco de Professor ecoa por toda a casa, assim com os latidos dos cães que vem da rua, o fedor de urina que exala do meu calção assim como da merda de um gato. Larissa apaga a lâmpada da sala do computador. As muriçocas não me deixam em paz. Confesso que feliz ao ver as folhas impressas, saírem da impressora, deu-me mais incentivo para continuar, vou imprimi-lo aos poucos. Manuseie as dez folhas impressas e maravilhada. Deus há de me ajudar a realizar esse sonho basta ficar longe da maldita bebida.O exemplo, posso afirmar que hoje foi uma segunda-feira positiva. assistindo "Bonie Y Cleide".
23:15 - Desliguei a televisão, urinei, coloquei o plástico sobre o sofá onde deito para ler e assistir tv, para os gatos não urinarem nele. Os bichanos perambulam pela casa aprontando as suas estripulias.
- Eu vou te dar Chambinho. Quero que tu derrube isso ai - Esbraveja a minha iracunda cunhada deitada para sua atentada cadela que dorme perto dela debaixo da cama.
Obrigado Senhor por esse dia maravilhoso. Je vais coucher.
 
O grande caderno azul - XXX

poema povo

 
esse poema é da massa
daqueles que sonham sem dormir
que trabalham sem descanso nos canaviais da vida
que choram de desespero diante de uma sociedade hostil
da fome esmagadora e das molestias incuraveis

essa gente que como eu procura lutar a cada sol
mesmo com a penumbra - resta a esperança

a massa é unica
por ela nasceram os melhores idéais

Desterro,1978
 
poema povo

Diario de bordo a bordo - III

 
Quarta-feira, XXVI / I / XVI

Hora de enfrentar a dura e crua realidade. O tempo ainda está escuro e um pouquinho frio, estou tremulo, o estomago naquele jeito. Talvez seja fraqueza e o receio de encarar as merdas que devo ter feito no domingo a noite. Para mim a qualquer momento vai chegar alguém eme ameaçar ou me chamar a atenção. Já basta os problemas domésticos. Arroto azedo, a boca amarga.. Maldito vicio, porque essa loucura de embriagar-me e fazer merdas. Levo sorte de ainda não ter sido surrado por alguém. Toda vez prometo que vou dar um tempo, mas basta botar uma mincharia no bolso corro para o Seu Raposo e me empanzino de latas de cervejas até ficar liso e louco. Depois fico doente e com cara de madalena arrependida. Pertubo as pessoas com aquelas conversas enjoadas de bêbado. Não compro nada significante e ainda fico devendo. Não paguei a conta de energia. Minha amada cunhada tem razão.
- São seis horas e um minuto.
Troco de pilhas do radinho todo remendado com fita isolante, o tempo clareou, mas o céu continua encoberto por nimbus-cumulus. Os passarinhos alegres saúdam de seus ninhos o novo dia que desponta timidamente.

Se tivesse vivo, o grande mestre da canção Antonio Carlos Jobim ou simplesmente Tom, o maestro soberano com diz o grande Chico Buarque de Holanda estaria completando noventa anos. Autor da antológica canção "Garoto de Ipanema" em parceria com o poetinha Vinicius de Moraes.
Estou deambulando na Alexanderpltaz em Berlim, no ano de 1929 em companhia do rotundo Franz Biberkopf, recém saído da Prisão de Tegel, onde cumpriu quatro anos por assassinato da companheira Ida. Querendo levar uma vida honesta, envolve-se por acaso num roubo e é descartado pelo parceiros que o empurram do veiculo em movimento e outro carro passa por cima de sua braço esquerdo que teve de ser amputado.
A Universidade FM faz uma singela homenagem e tributo ao grande ícone da canção nacional. Relendo esse roamnce escrito pelo medico alemão Alfredo Doblin sobre o sub-mundo berlinense, ocorreu-me a idéia de retratar também a minha São Luis e seu centro histórico com seus casarões coloniais que alugam ou sublocam quartos para diversos inquilinos de baixa renda. Conheci muitos deles, como a de Chiquinho no canto da Rua Jacinto Maia com a 28 de Julho. Embaixo funciona o a sua mercearia e o resto é divido por cômodos. É meu sonho escrever um romance sobre o bairro que nasci "Desterro" - muitos personagens desfilam diante de mim, como Davi, o engraxate que sabia tudo a respeito de todos, de Seu Ivan estivador aposentado, jogou no Maracanã e morreu sozinho num quarto a travessa da Lapa. Tinha um ditado que o popularizou virando até nome de judas "Besta não cai, quem cai é o sabido" - não ´que ele tinha razão veja os casos recente dos sabidos tudo sendo preso: Eike, Cabral e etc. E muitos outros que marcaram muito a minha adolescência, gostava de ouvi-los e as vezes até os acompanhava a 'Farmácia" para beber um aperitivo de cana de açúcar. Papai também tem a sua parte.... nossa rua era muito movimentada, havia comércios, bares, restaurantes, fabricas de gelo e uma de fio. E o porto do Desterro onde barcos, lanchas ancoravam e descarregavam as suas preciosas cargas. Era bonito ver nas manhã do periodo chuvoso quando fazia sol, as velas triangulares abertas para enxugarem ao vento de todas as cores. Comecei a fazer uns esboços de alguns dos principais personagens, mas tudo continua indefinido. Não sei por onde começar, terei que reler a "A Historia dos Pobres Amantes" do italiano Prattolini que se passa numa parte da Florença, numa rua chamada "via dos cornos" -bem italiano, cheio de barulho. Só poderei escrever sobre a Vila Embratel, depois de contar a historia do meu berço querido, o meu velho e bom Desterro.
Com fazer? Existem uma gama de personagens que ainda estão emaranhados num caldeirão. Muito material.
A água chegou tarde, quase as quatro horas,antes cochilei um pouco no sofá a esperando e depois de encher os litros Pet de Antenor, os baldes da cozinha e a caixa d'água no quintal fui almoçar um escabeche de cabeça de pescadinha que eu mesmo preparei, estava salgado.

Para mim é a melhor hora, quando coloco a cadeira de macarrão aqui no terraço e venho desfrutar o final da tarde relendo os bons livros. Faz umas três semanas que não compro nenhum livro. Ingeri uma Compraz-diazepan para relaxar um pouco os meus tensos nervos que aos poucos vão voltando ao normal. Professor continua na piração alcoolica. Os mosquitos expulsaram-me do terraço.
Extraido do livro "Diario a Bordo a Bordo" -www.clubedeautores.com.br/Raimundo Nonato Rodrigues
 
Diario de bordo a bordo - III