Poemas, frases e mensagens de BOI

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de BOI

Haikais

 
Haicai Bovino

Olha as tantas plantas -
As folhas do capinzal
são tão suculentas.

Bem-Te-Vi

Te ouvi bem te vi
entre folhas em que vi
lindo Bem-Te-Vi.

Sem título - 5

Luz sereno azul -
Lobo uiva, coruja acorda
homem se transforma.

Sem Título - 7

Vem águas do cume -
Talvez é quem chora a terra
e quem molha o céu.

Sem Título - 8

Lá vem as tais chuvas -
Barro, barro, barro, barro
trabalha João.

Sem Título - 11

Passarinho briga -
Inimigo de si mesmo
na imagem do espelho.

Sem Título - 12

Ondas de mil flores
Vento que vai trabalhar -
Mar de primavera.

Sem Título - 13

A cidade dorme
em noite de primavera
sob o céu laranja.

Sem Título - 14

Nuvens de verão -
Em peleja chove sangue
Nos campos de mortos.

Sem Título - 15

Áz de cerejeiras
enfrentam vistoso monte -
Fujiama por nome.
Em beira de fino rio
leva mensagens o vento.

Sem Título - 16

Outono donzela
dá tua cor ao sol na morte -
Montanha é sepulcro.

Sem Título - 6

Maré cobre árvore -
É ditado no sertão:
"Vai virar mar"

Sem Título - 17

É noite em Lisboa -
Céu de verão e lua cristal
azul faz luz boa

Sem Título - 18

Ovo de chocolate
escondido das crianças -
Surpresa de Páscoa

Sem Título - 19

Rubro o chão de mortos
condensa à queda de outono -
Floresta de ouro

Sem Título - 20

Desce o sol p'ra terra
e acenam as araucárias -
Vento de inverno

Sem Título - 21

Verde, azul e amarelo -
Estandarte papagaio
repete a natureza

Sem Título - 23

Zelam pela serra
Filhos do vento e do tempo -
Totens de pedra

Sem Título - 24

Ao passar da chuva
risco de lua no céu -
Alvora verão

Sem Título - 25

Após a chuva
Sol se esconde em arco-íris -
Tarde de verão

Sem Título - 26

Perfura a neblina
a cadeia de montanhas -
Serpenteia o rio

BOI

Nota: O 15 é um Tanka. Os haicais que escrevo não são numerados pelo de haicais, mas por poesias sem títulos. O 17 é foi feito em cima de uma foto que vi de Lisboa, uma homenagem ao país mãe da língua.
 
Haikais

O ranger da porta

 
Acordo em uma noite sombria
Quando de meu sono sirvo anarquia
Ao ranger da porta, só eu me via
Naquele quarto escuro
Numa cama qual murmuro
Um canto doce e duro
Enquanto a porta rangia

"É apenas a casa que dilatar-se-ia
Nesta noite tão sombria
Calma, úmida e fria"
Pensava eu já sem sono
E o medo já me era dono
Logo já não via como
A casa inteira não rangia

"Será um gato que roçaria
Em noite assim tão fria
Na porta, p'ra ver se esquentaria
O seu pelo já frio
Assim gato tão febril
Que só lhe restou o frio"
Disse eu em calmaria

"Vá-se, gato" Disse como soaria
O som de toda ventania
Que já de raiva se libertaria
Por não conseguir dormir
Já sentia obrigado a porta ir
E fazer o gato sumir
Mas abri a porta e nada via

"Foi a dilatação" Disse em euforia
Não o gato que pensei que seria
Mas então passou uma corrente fria
E uma voz me chamou
Naquele quarto me falou
"Venha meu senhor
Conceder-te-ei anistia"

E assim o que mais temia
O tremor de minha fantasia
Não era a porta que rangia
Era sim meu coração
Que em batida que vão
Débeis, em vão
Era ali que partiria

Enquanto caminharia
Pela estrada sabia
Que não veria outro dia
"Diga a seu senhor
Que meu tempo não chegou
Ficarei aqui, não vou"
Logo aquela voz dormia

"Senhor, por que me levaria
Se mais vivo estou a cada dia
Anjo da morte nenhum seria,
No meu dia, necessário
Pois seria bem voluntário
Por que esse escárnio?"
E a voz já sumia

O ranger mortal partia
E com ele minha agonia
Ele enfim compreendia
Ali não era o meu tempo
Não era o meu momento
De sair desse desalento
Mas ele voltará um dia

BOI
 
O ranger da porta

Gotas Negras

 
E eu encarava a porta sentado
Repetia-me você saindo por aquela
Sabia que ora já fora amado
Mas ofuscava-me pela luz da janela

Tentava te ver, ver aonde estava
E era fundo demais
Era eu o poço em que chorava
Mas agora nunca mais

Me beijou, boa vida
Pegou suas malas e partiu
Nossa! Como estava bonita
Triste e solitária, sumiu

Nossa! Como estava bonita
Pegou suas malas e partiu
Me beijou, boa vida
Mas agora nunca mais

Era eu o poço em que chorava
E era fundo demais
Tentava te ver, ver aonde estava
Mas ofuscava-me pela luz da janela

Sabia que ora já fora amado
Repetia-me você saindo por aquela
E eu encarava a porta sentado
Esperando pela nunca volta dela

Tentei chorar, mas não consegui
Me levantei e fui à janela
Em meu reflexo somente vi
Poucas lágrimas, como gotas negras

BOI
 
Gotas Negras

Lufada de Agulhas

 
Como é bom sentir a brisa em meu rosto
Quando ela faz meu cabelo dançar
E todas as árvores ao meu redor
E todas as folhas ao meu redor
E nessa dança o vento me traz uma lembrança
Lembrança dos cabelos negros e olhos profundos daquela mulher
Em seu vestido vermelho
Em seu sorriso a esmo
Em seu rodopiar e no vento a lhe cercar
Dançando com seu único e corajoso par
Seu cabelo

Como é bom observar o sol poente
O brilho vermelho que invade o céu
Os pássaros que o preenchem de nuvens negras
As ruas mais coloridas que os jardins da cidade
E ainda a lembrança dela dançando
O rubro sol trazia em si a cor daquele vestido
E tal como naquela tarde
Não havia música, mas ela dançava
Parecia que ninguém mais a via
Além de mim
Aqueles cabelos negros
Aqueles olhos azuis
E aquele vestido tão sempre vermelho
Ela dançava como que se o vento lhe cantasse uma sinfonia
E eu escutava

Como é bom ver a lua branca cheia nascer
E as suas nuvens que a cercam tingirem-se de laranja
A cidade toda se envolve nessa aura laranja
Toda menos o vestido vermelho
Ao ascender das laranjas eu ainda a assistia
Mas o grito veio muito rápido e eu
E eu não pude evitar
Surreal era o rosto dela e o olhar desfocado que acertava o chão
O vestido se esparramou no chão e escorreu por toda a calçada
Os olhos dela arregalados
A pele se empalidecendo
Todos correram do tiro, inclusive o maldito
Naquela rua restamos apenas eu e o vento
Soprava um barulho constante que rompia o silêncio
Soprava um réquiem próprio para aquela
Se era vestido ou era sangue
Eternamente vermelho

Como é bom sentir a brisa em meu rosto
Quando ela faz meu cabelo dançar
E todas as árvores ao meu redor
E todas as folhas ao meu redor
E nessa dança o vento me traz uma lembrança
Lembrança dos cabelos negros e olhos profundos daquela mulher
Em seu vestido vermelho
Em seu sorriso a esmo
Em seu rodopiar e no vento a lhe cercar
Dançando com seu único e corajoso par
Seu cabelo
E o vento que era nossa sinfonia
Agora nada mais que uma lufada de agulhas

BOI
 
Lufada de Agulhas

Diálogo

 
- Onde está?
- Onde estou?
- Onde está?
- Em casa?
- Em casa?
- Eu não me sinto em casa.
- Como é se sentir em casa?
- Não sei, mas não me sinto.
- Então onde está?
- Aqui.
- Aqui?
- É aqui.
- E onde é aqui?
- Onde não é minha casa;
- Onde fica sua casa?
- Não aqui.
- Então onde é aqui?
- Não sei. Eu quero ir p’ra casa.
- Onde fica sua casa?
- Não aqui.
- Para onde você quer ir?
- P’ra casa.
- Para onde você quer ir?
- P’ra casa.
- Para onde você quer ir?
- P’ra longe daqui.
- Para casa?
- P’ra casa.
- E se não puder ir?
- Não posso?
- Não pode?
- Não posso, mas por que não?
- Por que não?
- Eu quero ir pra casa.

- Por que você está aqui?
- Não sei.
- Por que você está aqui?
- Não sei!
- Por que você está aqui?
- Não sei porra!
- Por que você está aqui?
- Não sei...
- Por que você está aqui?
- Não sei. Eu morri?
- Morreu?
- Não sei.

- Quem é você?
- Aquele que não sabe onde está.
- Está vivo?
- Não sei.
- Está morto?
- Não sei.
- Está onde?
- Não sei.
- Casa?
- Não.
- Onde fica casa?
- Não sei.

- Quem é você?
- Não sei.
- Quem é você?
- Não sei.
- Quem é você?
- Quem sou eu?
- Você.
- Você sou eu?
- Eu sou você?
- Sim. Você sou eu e eu sou você.
- Por quê?
- Eu sei.
- Por quê?
- Eu sei.
- Por quê?
- Porque eu sou você e você sou eu.

- Está vivo?
- Estamos?
- Estamos?
- Não sei.
- Por quê?
- Não sei.
- Como é estar vivo?
- Não sei.
- Como é estar morto?
- Não sei.
- Estamos em casa?
- Casa?
- Não aqui.
- Não, estamos aqui.
- Onde é aqui?
- Não sei.
- Onde é aqui?
- Não sei.
- Não estamos em casa?
- Aqui não é casa.

- Quem somos nós?
- Eu sou você e você sou eu.
- Quem somos nós?
- Eu sou você.
- Quem somos nós?
- Não sei.
- Quem somos nós?
- Não sei.
- Quem somos nós?
- Não sei!
- Quem somos nós?
- Somos nós.
- Quem?
- Nós.
- Quem?
- Quem quisermos ser.

- O que é a vida?
- É ouvir, ver, sentir, cheirar, gostar, amar, sofrer, crer, comer, be...
- O que é a vida?
- É o tempo entre o nascimento e a morte.
- O que é a vida?
- É não estar morto.
- O que é a vida?
- É ser.
- O que é a vida?
- Não sei.
- Estamos vivos?
- Não sei.
- Mortos?
- ...

- Por que estamos aqui?
- Não sei.
- Por que estamos aqui?
- Não sei.
- Como viemos parar aqui?
- Não lembro.
- Como viemos parar aqui?
- Não lembro.
- Como viemos parar aqui?
- Não quero me lembrar!
- Como viemos parar aqui?
- Eu lembro.
- Por que estamos aqui?
- Não sei.
- Por que estamos aqui?
- Eu lembro.
- Por que estamos aqui?
- Por que queríamos ir para casa.
- Onde é casa?
- Não aqui.
- Por que não chegamos a casa?
- Não sei.
- Por que não chegamos a casa?
- Não sei.
- Por que não chegamos a casa?
- Calado!
- Por que não chegamos a casa?
- Cala a boca! Cala!
- Por que não chegamos a casa?
- Por que ficamos aqui!
- Por que não chegamos a casa?
- Por que caímos aqui!
- Por que não chegamos a casa?
- Por que eu morri!
- Por que nós morremos?
- Por que eu queria ir para casa.
- Por que casa?
- Por que eu queria.

- Quem é você.
- Eu sou você.
- Quem somos nós?
- Quem quisermos ser.
- Quem querermos ser?
- Nós!
- E quem somos nós.
- Aqueles que morreram.
- Quem é você?
- Aquele que morreu.
- Morreu?
- Morri.
- E agora?
- Agora?
- E agora?
- Não sei.
- E agora?
- Não sei.
- E agora?
- Vou p’ra casa.
- Casa?
- Casa.

BOI
 
Diálogo

Seu e meu

 
Busquei meus sonhos em teus cabelos
Nos teus olhos, no seu apego
Saciar o meu desejo
Busquei meus olhos nos teus segredos
Nas tuas mentiras, no teu sossego
Entender o seu conselho

Busquei meus defeitos em seus feitos
Nos meus enganos, no seu jeito
Para mim era tudo perfeito
Busquei meus prazeres em teu leito
No teu corpo, no teu peito
Gozar de meus defeitos

Porém, o que viria de achar
Seria teu pranto a salpicar
Todo o meu desejo
E me perdi em meus anseios
Ao desenconbrir os teus segredos
Agora sim claramente eu vejo.

Tudo aquilo que era claramente meu.
(E certamente teu)

BOI
 
Seu e meu

A Cabeça

 
Carlos chegou a seu quarto cansado da viagem. A estrada estava péssima e ter que dormir em Belo Horizonte atrasou seus planos. Ele abriu a porta e viu a luz azul da tevê iluminando parte do quarto. Com passos lentos procurando o interruptor ele bate o pé em algo macio que rola. Ele dá outro chute para tentar adivinhar o que era, mas o objeto estava peludo e não rolou dessa vez, somente se arrastando pelo carpete. Ele finalmente encontra o interruptor e liga a luz. Como se seu coração parasse por um instante e voltasse a bombear gelo por suas veias, ele paralisou. O vermelho no carpete, os cabelos negros e o pescoço toscamente cortado revelaram-no uma cabeça. Como se assistindo a tevê, sentado em uma poltrona, o corpo. Ainda sentindo o frio por todo o corpo, ele se aproxima da face da cabeça. Até a cabeça de ele entender o que estava no chão, demorou alguns minutos. Como poderia sua própria face estar nela? Estaria morto? Sentia-se vivo, mas também nunca morrera. Agora mais intrigado que assustado, Carlos se senta na ponta da cama encarando o sangue no chão, o corpo e a cabeça.
Na televisão passava o jornal da noite noticiando mortes e acidentes, política e escândalos, astros e casamentos, guerra e fome e ainda aquela cabeça no chão. Decidido ligou para a polícia e informou o que aconteceu e o que encontrara. Depois de um bom tempo, o delegado chega ao local e se surpreende: “Era seu irmão?” Carlos pensa até na possibilidade, mas não tinha irmão. O delegado decide ficar ali esperando a perícia e manda Carlos ir para outro quarto do hotel, mas que não saísse dele. Obedece, mas antes passa no carro para pegar seu facão, estava com medo, seria somente uma premonição? Sim era, só podia ser, como mais haveria de encontrar sua própria cabeça?
Assustado e cansado, Carlos abre lentamente a porta do quarto novo. Quase como um déjà vu, ele vê o quarto iluminado parcialmente pela luz da tevê. Segura firme em seu facão como se ele lhe desse forças. Forçando a visão ele consegue ver a silhueta de alguém assistindo à tevê. Ele fala com uma voz alta àquele: “Quem é você?” E chorando o homem levanta as mãos, que brilhavam vermelhas na pouca luz da tevê, e responde: “Eu sou seu assassino.” Carlos grita que não ia morrer e corre com o facão em riste e com dois golpes violentos decepa a cabeça do assassino. Ofegante e olhando para o sangue em sua lâmina, ele sorri um sorriso insano: “Não morri, a premonição não se concretizou!”
Curioso de saber a face de seu algoz, se suja todo de sangue procurando a cabeça. Segura-a pelos cabelos e tenta usar a luz da tevê para ver, mas não consegue claramente. Anda até o interruptor e o liga. Tremendo sem parar deixa a cabeça cair no chão. Respirando tão rapidamente que mal enchia ou esvaziava os pulmões, ele encara a cabeça de seu algoz no chão. Ele não conseguia acreditar que era sua própria cabeça. Ele olha para as mãos cobertas de sangue e arregala os olhos: “Eu sou seu assassino.” repetia, “Eu sou meu assassino. Eu sou nosso assassino. Eu sou seu assassino.” e continuava sem parar. Correndo e chorando ele corre daquele quarto, joga o facão fora e corre para outro quarto. Lá se senta chorando e tremendo assustado: “Eu não vou me encontrar aqui, não, eu fui pro outro quarto. Isso! Nunca me encontrarei aqui, nunca viria para esse quarto.”
Então liga a televisão para tentar se acalmar. O brilho dela dava uma sensação de segurança ao quarto. Passava algum programa de comédia sem graça que ele assistia mesmo sem gostar. Era como se fosse obrigado. Ele parou de tremer, mas continuava chorando e se dizendo que nunca se encontraria. Ele, então, escuta a porta se abrindo. Entra um homem com um facão na mão: “Quem é você?” e ele responde chorando e levantando as mãos cheias de sangue: “Eu sou seu assassino.” Queria realmente dizer que o intruso que era o assassino dele, mas, se o intruso era ele mesmo, ele era o assassino do intruso. E, tentando decifrar isso, leva dois cortes no pescoço.
Carlos chegou a seu quarto cansado da viagem.

BOI
 
A Cabeça

Réquiem

 
Aqui jaz um homem
Bom, justo, trabalhador
Aqui jaz um homem
Amigos, família, amor
Aqui jaz um homem
Cerveja, folia, diversão
Aqui jaz um homem
Sofá, controle, televisão
Aqui jaz um homem
E apenas um homem
Aqui jazia um homem
Que se levantou e foi trabalhar

BOI
 
Réquiem

Único e Insubstituível

 
Não sei era a cor da lâmina prata
Ou o sentimento fúnebre que me abatia
Assim como uma qualquer apatia
A essa vida mesquinha e vazia
Que usei, nos meus dois pulsos, essa faca

Não vou mentir a ninguém
O corte dói e continua a doer
Mas sua outra dor logo o faz esquecer
Ou será o sangue que de tanto escorrer?
Te deixa fraco, mas se sentindo bem

Perto do final, você sente
Sente algum arrependimento
A falta enorme de qualquer alento
E eterniza cada e todo momento
Que vivera em sua mente

Então você pode apenas se deixar
Liberdade de toda angústia
Deixar para trás toda aquela súcia
E toda aquela dor, por mais que custe-a
Libertar

Agora não é nada mais que uma brisa
Voando por todos os cantos
Observando todos os santos
Ouvindo todos os cantos
Nada mais que uma brisa

Você escuta o tanto que era incrível
Seus parentes, seus amores
Todos que deixou às dores
E chora ao ver tantas flores
Ninguém me avisou que eu era único e insubstituível

BOI
 
Único e Insubstituível

Under FireWorks

 
Under FireWorks

Celebration
All over the world
Death and happiness

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Abaixo PiroTecnia

Celebração
No mundo inteiro
Morte e felicidade

BOI
 
Under FireWorks

Sonhamos

 
Olhando para a escuridão da noite
Vendo a lua em sua simplicidade vendo a chuva a castigar a cidade
Vendo a chuva a castigar a cidade vendo os olhares distantes de saudade
Vendo os olhares distantes de saudade vendo o medo da maldade
Vendo o medo da maldade vendo a ilusão da liberdade
Vendo a ilusão da liberdade vendo a mentira da caridade
Vendo a mentira da caridade vendo o mundo de verdade
Vendo o mundo de verdade vendo a lua em sua simplicidade
Sonhamos

BOI
 
Sonhamos

BOI