Poemas, frases e mensagens de VanderleisMaia

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de VanderleisMaia

O LOBO E O PASTOR

 
Imaginamos o lobo sendo mau.
O pastor, como santo,
protege o cordeiro passivo
que fica preso no redil.

Os lobos apenas se alimentam.
Os pastores que tosquiam,
constrangem o pobre cordeiro
e cedo abate o pobre terneiro.

O lobo é vitima do homem.
E do voraz pastor, o cordeiro.
Ele, no entanto, serve de motivos
para ambos viverem.

O pastor constrói e mantém,
no cercado os pobres cordeiros,
presos, explorados;
O lobo, no entanto, é
seu libertador.

Feliz do cordeiro que sai do redil,
que consegue fugir do jugo do pastor.
O lobo o liberta,
mesmo com a dor.

Não quero ser um pastor,
nem mesmo um cordeiro,
nem tampouco um lobo
quero ser.

Quero ser apenas um homem livre,
disposto a aprender.

VEM-29/12/04
 
O LOBO E O PASTOR

CARÍCIAS E DESEJOS

 
Acariciei os seus lábios de mansinho,
lhe provocando em seu corpo arrepio,
era início de um amor, o meu carinho,
era o caminho de aplacar todo seu cio.

Todo o seu desejo eu deveria aplacar,
eu precisava eternizar esse momento.
Somente quando desejei então parar,
foi você que exigiu, prosseguimento...

Ficamos assim durante horas de prazer,
satisfazendo em cada um nosso desejo
na mais completa e perfeita sintonia.

Depois de tempos, ao terminar a harmonia,
só vem cobranças e exigências para fazer,
nada resta de nosso amor, é como eu vejo.

13-05-08-VEM.
 
CARÍCIAS E DESEJOS

FOI NAQUELE DIA

 
Foi naquele dia que nós encontramos,
todos motivos para irmos ao extremo,
o meu amor, não era algo estranho,
ele era real, não era algo efêmero.

Foi naquele dia em que nos amamos,
de uma maneira que até parecia,
algo irreal, ou até mesmo insano,
um amor, que somente eu sentia.

Você somente ia me seguindo,
ou fingia que tinha sentimentos,
pois se portava de forma natural.

Eu, no entanto até que ia prosseguindo,
sem esperar de você um só momento,
que o seu amor você ao meu, igual.

- 28-09-08-VEM
 
FOI NAQUELE DIA

QUERO MEU PAÍS LIBERTO

 
Quero ver todo o meu país liberto,
e ditar boas normas para o mundo.
Mas, hoje é refém do mais esperto,
daqueles, que estão no submundo.

Quero poder então, gritar pela liberdade,
pela qual outros já morreram no passado.
Ver nosso povo viver com mais igualdade
pelo saber que conseguiu, tendo estudado.

Quero ver um povo alegre e bem ordeiro,
trabalhando todos em prol de um só ideal.
Não ser preciso se humilhar no estrangeiro,
nalguns países que não respeitam seu igual.

Quero ver um governo, bem mais decente,
e que ele sirva de modelo para o seu povo.
Não importa qual o regime ele apresente,
e nunca mais, termos que sofrer de novo.

Eu não me iludo com toda essa mentira,
que eles falam pra todo o povo enganar.
pois conseguem se manter ninguém os tira,
pelo voto, que todo ignorante ainda lhes dá.

Quero ver um homem justo e mais honesto,
que ele governe, de uma maneira diferente.
Já não apenas, algum bandido mais esperto,
que também chora e até finge, ser inocente.

Onde estão todos os valores que queremos,
já desceram todos, foram jogados pelo ralo?
Se nada muda, é por isso que sofremos,
vou gritar até morrer, mas não me calo.

03-07-08-VEM.
 
QUERO MEU PAÍS LIBERTO

VOLTAR A SER CRIANÇA

 
Quero poder voltar a ser criança,
fazer tudo que adulto acha proibido,
encontrar na peraltice outro sentido.

Eu quero inventar as minhas estórias,
poder contá-la e não ser repreendido,
por adultos, que acham tudo proibido.

Quero poder viver minhas fantasias,
ir viajando dentro de um pensamento,
para poder quando eu crescer um dia,
falar de tudo, sem cercear meu sentimento.

Eu quero poder voltar a ser criança
e receber todo o carinho que mereço,
pois sendo assim, volta minha esperança,
pois se me vejo na criança, do adulto esqueço.

09-10-08-VEM-
 
VOLTAR A SER CRIANÇA

PENSAMENTO

 
Ao pensar formo círculos,
as vezes completos
e alguns pelo meio.
Alguns arremedos
de pensamentos
e até metades.

Assim quando olho,
eu crio conceitos,
retiro os defeitos
e alguns medos.
Mas,insatisfeito,
fico no meio.

Sempre que eu falo
e lanço as palavras,
tiro setas da aljava
e vou logo atirando.
A todas arremeto,
muito distante.

Porém quando escuto,
ouço sons e chiados,
de todos os lados
e alguns distantes.
Se vem de perto,
fico calado.

Quando eu parto
vou deixando
na trilha, meus
pensamentos.
Deixo com eles,
meu sofrimento.

Quanto eu retorno,
revejo meus atos,
tiro alguns medos,
exploro segredos
de um e de outro.
Só, quando dão.

Quando me aceito,
ficando eu novo,
até me renovo
e reponho
o que falta.
Completo-me.

Quando eu sinto o vazio
que bem cedo aparece,
a alma não esquece,
a dor do momento.
Sofre o espírito,
com o lamento.

Ao deixar meu corpo,
que serve de abrigo,
eu carrego comigo,
um fardo adquirido.
Da alma imprudente,
mas sou consciente.

A um novo retorno,
eu trago o desejo,
do que almejo
na caminhada
a ser encetada.
Mais nada.

É assim que eu vivo
eu formo os círculos,
desfaço os medos,
exploro segredos,
reponho o que falta
e carrego meu fardo
Na caminhada.


26-10-08-VEM.
 
PENSAMENTO

VIVO SOZINHO

 
VIVO SOZINHO

Eu já compus muitos poemas de amor,
falei do amor,falei da dor e sofrimento;
eu já chorei e até expus a minha dor,
sem encontrar amor, um só momento.

Eu já falei das mulheres que eu tive,
contei histórias mesmo sem acontecer,
falei do amor,falei da dor e me ative
ao sentimento do amor, sem ter você.

Você se encontra num lugar talvez distante,
às vezes perto destes olhos que não vêem,
quando me vem a saudade num instante,
eu me apego às mulheres sem ter ninguém.

Eu já falei do meu confuso sentimento
que eu travesti de amor ou de paixão;
já me calei e chorei em um momento,
quando o que vejo é somente solidão.

Você não veio como havia prometido,
eu continuo, vou seguindo o caminho;
assim a vida ficou quase sem sentido,
eu ando só, nesta vida estou sozinho
 
VIVO SOZINHO

SOU COMO UM RIO

 
Sou como um rio de águas puras e cristalinas,
que estão correndo, vão seguindo para o mar,
sou veloz,em corredeiras, ninguém me oprima,
tenho mil cores e mudo de acordo com o lugar.

Sou como um rio que tem correntes traiçoeiras,
eu sempre levo tudo o que encontro pela frente,
muitas vezes, vou despencando em cachoeiras,
eu faço curvas e passo as pedras na corrente.

Sou como um rio, eu faço curvas lentamente,
num serpenteio, vou refazendo o meu destino,
na mansidão das águas calmas, eu de repente,
posso seguir e vou até abrindo outros caminhos.

Sou como um rio, antes nunca navegado,
sou águas revoltas em constante ebulição,
no meu caminho, quando o terreno é plano,
eu posso seguir, sem qualquer precipitação.

Sou como um rio que sobe e desce com o tempo,
só dependendo do momento, e também da alegria,
quando chego a um impedimento não me contenho,
novamente eu me refaço, no meu caminho todo dia.

Sou como o rio,de águas puras e cristalinas,
mas também sou, águas revoltas que se vão.
Quando eu mudo de humor, não me reprima,
como nascente,faço o que manda o coração.

16-06-08-VEM
 
SOU COMO UM RIO

VOU JOGAR FORA

 
Vou Jogar Fora

Vou jogar fora tudo que já aprendi
e procurar outro sentido para a vida,
pra reencontrar,a minha paz perdida.

Vou jogar fora sentimentos existentes,
desse coração já bem casado de sofrer,
já não quero ficar chorando sem querer.

Vou jogar fora todos os bens acumulados,
que não trouxeram-me durante a vida, alegria,
não quero mais continuar a sofrer essa agonia.

Vou jogar fora, velhos conceitos existentes
e vou procurar novos caminhos pra seguir,
mesmo que tenha, que alguns deles excluir.

Vou jogar fora todas essas inutilidades,
que guardei, enquanto eu ia no caminho,
depois livre, posso eu, prosseguir sozinho.

22-08-08-VEM..
 
VOU JOGAR FORA

SEM ENTENDER

 
Foste egoísta na tua maneira de falar,
que não amava e só queria se dar bem.
Pois o tempo em que ficamos, enganava,
mesmo sorrindo e até dizendo querer bem.

Eu não entendo como pode existir,
tão vil pessoa que se faz dissimulada.
Algumas vezes quando tentei desistir,
via-me preso, numa negra encruzilhada.

Agora fico sem saber qual a verdade,
se existiu ou foi somente o fingimento,
que a manteve algum tempo do meu lado.

Como não posso entender neste momento,
eu vou tentando fingir meu contentamento,
tento esquecer, o quanto és, dissimulada.

28-08-08-VEM
 
SEM ENTENDER

JÁ PERDI A FÉ

 
Já perdi toda a fé que eu tinha,
em tudo aquilo que queria acreditar
e nos conceitos que mudaram de lugar.

Já perdi toda fé e esperança na justiça,
que só protege aquele que tem mais dinheiro,
duas medidas, para um judiciário interesseiro.

Já perdi a fé, esperança também,
vejo tudo corrompido, adulterado,
nossa lei, é só menino de recado.

Já perdi a fé que tinha no país,
do seu futuro, que tantas vezes foi cantado,
hoje o Brasil, é um covil, de milhões de celerados.

Já perdi a fé que tinha nas pessoas,
pois vejo muitas, sem nenhuma qualidade,
todas se perdem, pelo que tem em quantidade.

Já perdi a fé que eu tinha no futuro,
vejo a mentira transformada em verdade,
a confiança já se tornou em algo obscuro,
enquanto aumenta em proporção, essa maldade..

Já perdi fé...

01-10-08-VEM.
 
JÁ PERDI A FÉ

O INVASOR

 
Olhou demoradamente para o diploma que se encontrava emoldurado e pendurado na parede e sorriu, quando se lembrou das enormes dificuldades que enfrentara para consegui-lo.
Sobre a mesa, além dos costumeiros livros e outros objetos próprios da profissão, havia também uma moldura, onde ele, a esposa e filho, sorriam. A foto era bem recente, fora tirada durante a festa do terceiro aniversário do seu único filho até o momento.
Parecia que havia sido ontem. Enquanto pensava não notou que a secretária adentrou à sua sala e falou:
- Doutor, doutor.!
- Ah!, sim o que você quer?
- O Dr. Fernando seu colega, aquele médico que é clinico geral deseja falar com o senhor.
- Está bem o mande entrar.
- Não senhor, é por telefone.
- Então me passe a ligação, vamos rápido!
Segundos depois o telefone toca.
- Meu caro amigo, o deseja deste seu colega, tão cedo?
- Olha Carlo, estou lhe mandando um cliente que apareceu aqui com uma história estranha. Como é você o médico de loucos, eu o recomendei.
- Qual o nome dele?
- Deixe-me ver a ficha, um momento. Segundos depois: - Ele diz chamar-se Alfredo Nascente.
- Está bem vou atendê-lo, mas ele parece ser perigoso?
- Não, apenas tentou me contar uma historia muito estranha, mas como não sou um psiquiatra lhe estou encaminhando para que faça uma análise detalhada dele.
- Ok., e no aspecto físico, como ele está ?
- Perfeito, parece ter a saúde de um jovem de 20 anos, embora ele apresente ter mais de 70. O corpo é de um velho, mas a saúde é de um adolescente.Eu fiz todos os exames e nada de anormal existe nele, exceto na cabeça.
- Está bem, vou atendê-lo e depois eu lhe repasso detalhes sobre ele. Ok ?
- Certo, um abraço e não esqueça de aparecer lá em casa qualquer hora para conversarmos um pouco. – Um abraço.
- Tchau.
Desligou o telefone e após colocá-lo no gancho chamou a secretária.
- Pois não doutor, o que deseja?
- O Dr. Fernando recomendou-me um paciente que diz chamar-se Alfredo Nascente, quando ele chegar avise-me, mas não o mande entrar de imediato.
- Sim, senhor.
Quando a secretária saiu, voltou a arrumar alguns papéis que usava para fazer anotações durante as consultas e após colocá-los na gaveta, colocou todos os outros objetos nos lugares e voltou-se novamente para o computador, para terminar o trabalho que desenvolvia com as análises que fazia de alguns casos.
Durante uns trinta minutos leu, releu, e acrescentou alguns detalhes ao texto, até que foi interrompido pela secretária que anunciou:
- Doutor o seu cliente está aqui.
- Espere uns cinco minutos, depois o mande entrar.
- Sim, senhor.
Ele precisava dos minutos necessários, para que o paciente pudesse sentir-se menos importante do que poderia imaginar . Quando se atende um cliente de imediato, geralmente ele não valoriza muito o profissional, por achar que ele estará sempre disponível para atendê-lo a qualquer hora.
Depois de algum tempo, a porta se abriu e o cliente apareceu. Aparentemente nada tinha de diferente de tantos outros que o procurava todos os dias, com os mais diversos problemas. Esse, no entanto era recomendado pelo amigo, por isso deveria ter mais atenção ao seu caso. Talvez nem mesmo importância tivesse. o Fernando poderia ter aumentado o grau de loucura do paciente.
Nestes segundos, enquanto o paciente entrava, viajou longe, tentando imaginar o perfil do seu novo “maluco”.
Levantou-se e dirigindo-se ao cliente que já se encontrava em frente a mesa disse:
- Por favor, queira sentar-se. E complementou: - Por acaso aceita um copo com água, ou um café?
- Não doutor, quero apenas conversar com o senhor, já que seu colega, disse que é o melhor especialista na área psiquiátrica da região.
- Olhe senhor Alfredo, não quero que se sinta constrangido em falar do seu problema, não precisa achar que está louco ou coisa assim.
- Tudo bem doutor, não se preocupe, eu apenas desejo falar do meu problema para alguém que me escute. – Essa foto aqui é de sua família?
- Sim, é minha esposa e meu filho, ele já tem três anos completos.
- Bom... muito bom!
- O que é bom senhor Alfredo?
- A família.
- Certo, mas vamos ao que o trouxe aqui, pode falar o que quiser que estarei ouvindo e se permitir irei gravar. Posso?
- Sim, sem nenhum problema.
Discretamente acionou o dial que fazia o gravador funcionar e iniciou o diálogo:
- Pronto senhor Alfredo pode começar a falar tudo o que deseja:
- Bem, doutor, tudo começou há mais ou menos trezentos anos atrás quando descobrimos que estávamos em processo de degradação física.
- Como, trezentos anos? Por favor, seja mais claro, que não consegui entender nada do que disse.
- Bom, doutor, vou tentar começar tudo de novo e de outra forma:
- Ok. - Então comece, não precisa ter pressa, fale devagar.
- Há mais ou menos trezentos anos atrás, nosso povo descobriu que estava em processo de degeneração celular acelerada em decorrência da influência de um cometa que havia passado perto de nosso planeta.
- Você quer dizer da Terra?
- Não doutor, eu não sou da Terra.
- De onde você é?
- Fica difícil fazê-lo entender se não tiver conhecimento astronômico suficiente. Eu até já tentei encontrar entre seus astrônomos algum que pudesse fazer um mapa celeste onde pudesse localizar a estrela, em torno da qual gira o meu mundo.
- E não conseguiu nenhum?
-Não, ninguém na terra ainda tem conhecimento suficiente para encontrar o meu sistema e muito menos meu planeta.
- Ora senhor Alfredo, e como foi que chegou até aqui?
- Fácil. Para nós é muito fácil, se deslocar a longas distâncias em pouco tempo. Em termos comparativos, posso dizer apenas para situá-lo melhor que o meu mundo está a uma distância de mais ou menos 700 mil anos luz da terra.
- E você diz que veio para a terra em pouco tempo?
- Sim, nós conseguimos nos deslocar em qualquer direção do universo com nossos veículos, em questão de horas. Embora eu não possa provar, isso é um fato.
- Sim, mas o que veio fazer na terra. A pergunta era apenas para dar prosseguimento a conversa que mantinha com aquele “doido varrido”.
- Como eu dizia, nosso povo entrou num processo de degeneração em virtude da passagem de um cometa que espalhou sobre o planeta elementos contidos nele que alterou por completo nosso metabolismo. Por isso nós emigramos em várias direções do universo para tentar encontrar a cura em outros planetas e tentar reverter o processo. Acreditamos que se continuarmos do jeito em que nos encontramos, em pouco mais de mil anos, de nosso mundo, o que representa mais ou menos 3.000 anos da Terra, estaremos completamente extintos fisicamente.
- E o que eu posso fazer para ajudá-lo?
- Doutor, eu preciso de um novo corpo, esse que agora eu uso já se encontra bem desgastado devido a alta vibração de minha energia.
- Sr. Alfredo, parece que não entendi bem o que realmente o senhor deseja, por isso explique-se melhor.
- Doutor, eu preciso que encontre um novo corpo para mim, para que eu possa me transferir e continuar a executar o meu trabalho de pesquisa.
- Olhe, parece que realmente o seu problema é realmente muito sério. Será que não entende que não se podem comprar defuntos para usar?
- Mas, eu não quero defunto, eu preciso de um corpo novo e vivo.
Carlo pensou em dizer: “você é louco, ou coisa assim?”, mas ficou quieto, porque nenhum maluco admite este estado. A história dele era um verdadeiro absurdo, própria das pessoas que precisam de imediato tratamento psiquiátrico, sob pena de vir a fazer algum mal a outras pessoas. Precisava, portanto ser sagaz, para evitar a violência ou outro ato de insanidade que pudesse colocar sua vida ou de outros em risco, por isso, olhou para o gravador e viu que ainda gravava, então falou;
- Meu caro, eu não sei como ajudá-lo, talvez se voltar outro dia, quem sabe nós possamos tentar encontrar o corpo que você precisa.
- Doutor, eu vim aqui para tentar explicar meu problema ao senhor, mas vejo que acredita que eu esteja louco. Posso, no entanto garantir-lhe que não estou louco e não precisa ficar preocupado, eu não nunca uso a violência.
- E se eu não conseguir o corpo que necessita o que irá fazer?
- Terei que usurpar, ou seja, entro nele e domino o EU ali existente e ocupo o seu espaço.
- Como você faz isso?
- Eu apenas desejo o corpo e logo me transfiro para ele, nada consegue impedir-me de fazer isso..
- Quer dizer que você mata o ser que ocupa o corpo e fica no lugar dele?
- Embora eu não mate, é mais ou menos isso que acontece. O EU ocupante, que vocês chamam de espírito se afasta e eu fico no lugar dele.
- E “esse Eu,” vai para onde?
- Volta à dimensão dele, que alguns de vocês dizem ser mundo espiritual.
- Você acha certo fazer isso sem permissão do EU, dono do corpo?
- Doutor, é uma questão de sobrevivência de minha espécie e o EU que se afasta, pode retornar depois em outro corpo através do renascimento. Alguns de vocês chamam esse processo de reencarnação.
- E por que você não faz o mesmo?
- Eu não posso perder tempo e tampouco esperar dezenas de anos, ademais não pertenço a dimensão destes espíritos. O meu mundo é outro e minha forma também.
- Como é sua forma?
-Acho melhor não tentar descrever, pois sei que iria chocá-lo e talvez nem possa entender. Para resumir posso lhe afirmar que não parecemos em nada com vocês humanos.
- Não tem problema, pelo menos tente.
- Não, prefiro não fazê-lo, eu desejo que me ajude, pois este corpo já não pode me agüentar por muito tempo. - já estou nele há mais de setenta anos de seu mundo.
- Você já ocupou outros corpos antes deste?
- Sim, vários. O primeiro que ocupei quando cheguei aqui foi de um bovino, somente depois me transferi para os corpos humanos.
- E por que veio até mim, se disse que basta desejar para logo ocupar o corpo?
- Mesmo que eu possa assim fazer, temos por obrigação, de avisar a alguém do planeta onde estamos sobre nossa intenção?
- Para que?
- É uma questão de dever, faz parte de nossa cultura.
- Que dizer que se desejar matar alguém você avisa primeiro e depois mata?
- Embora não sejamos assassinos é mais ou menos isso. Temos o dever de avisar sobre nossas intenções.
- Sr. Alfredo, se é esse mesmo o seu nome, sua história é muito absurda e totalmente fora de lógica. Agora que já lhe disse que nada posso fazer para ajudá-lo, o que pretende fazer?
- Doutor, eu cumpri minha obrigação de avisar, agora tenho que ir, preciso me dirigir para a minha nova morada.
Sem se despedir, levantou-se e em poucos segundos, saía porta afora.
Carlo chamou a secretária e mandou:
- Ligue para o Dr. Fernando, preciso falar com ele.
Depois que o colega se comprometeu visitá-lo a noite para conversar, Carlo, olhou o relógio e notou que ficara com “aquele louco” por mais de duas horas.
Desligou o gravador depois repassou o diálogo que havia mantido com o ele. Passou tudo para o programa do computador e depois gravou em CD. Levantou-se, chamou a secretária e deu ordens para que remarcasse todas as consultas do dia. Aquele dia havia sido muito desgastante, precisava repousar e ir para casa, para ver a mulher e o filho, já que a noite teria a visita do amigo.
Estacionou o carro, pegou o elevador e subiu direto para seu apartamento. Desta vez nem iria passar pela portaria para ver as correspondências do dia. Depois cuidaria disso.
Ao entrar no apartamento encontrou a esposa lendo um livro e antes mesmo que ela pudesse lhe falar qualquer coisa, ele disse:
- Querida, essa minha profissão é de amargar, você nem imagina que tipo de louco esteve no consultório hoje.
- Então me conte, senão a curiosidade me mata.
- Não vou contar nada.
- Por quê?
- Porque você vai escutar tudo, eu trouxe comigo a gravação que fiz, com autorização dele.
Ela ouviu atentamente o diálogo e depois exclamou:
- Meu Deus!, esse sujeito é louco de pedra, imagine, ser de um outro planeta e roubar corpos para viver. Cruz credo, cuidado com ele meu bem.
- Não se preocupe, parece que ele não irá voltar, segundo ele, precisava encontrar um corpo com urgência. Deve estar perambulando por aí, ou já na casa dele.
- É mesmo, eu ouvi, e o Fernando, o que disse para ele?
- Ainda nada, vou lhe mostrar a gravação para ter certeza que não somos nós, os loucos. E o Junior, tudo bem com ele?
- Sim, está deitado, ele chegou meio estranho, estava com febre, dei-lhe um analgésico e o coloquei para dormir, ele parecia muito cansado. Eu até pensei em lhe ligar, mas ouvi dizer que está havendo um verdadeiro surto de virose, por isso não liguei.
-É, pode ser isso, mas é bom ficar atenta.
Enquanto conversavam o telefone tocou.
Quando Carlo atendeu ao telefone a voz do outro lado falava em tom de brincadeira. Era o Fernando. - Doutor sabe quem morreu aqui na porta do meu consultório?
- Não sei e como eu haveria de saber, você tem tantos clientes e eu não conheço nenhum.
- Nenhum, esse você conheceu?!
- O que, não vá dizer que foi o lunático que esteve comigo hoje?
- Exato !
- Morreu de que?
- Ainda não sei, apenas apagou, deve ter sido o coração.
- Pois era sobre ele que eu queria conversar com você aqui em casa hoje a noite e também lhe mostrar a gravação de nosso diálogo.
- Sinto muito, mas, vai ficar para amanhã, esse imprevisto vai me trazer aborrecimentos, mas fica marcado para amanhã.
- Está bem, até amanhã.
- Até.
A esposa que havia ouvido o diálogo falou:
- Que dizer que o seu louco, que parecia ser forte, morreu?
- É o que parece. - Espere que eu vou ver como está meu filho.
Quando abriu a porta do quarto o menino estava sentado brincando com uma bola que havia ganhado no aniversário. Quando sentiu a presença do pai, virou-se e olhando fixamente nos olhos do pai disse;
- Tudo bem doutor?
- Ah! - É você meu filho?
- Claro, e quem haveria de ser?
- Tudo bem com você, já passou a febre?
- Sim, isso sempre acontece quando me mudo!
- Você se muda o que quer dizer com isso?
- Nada pai, é que eu mudei de sala, hoje.
Ficou no quarto da criança alguns minutos, mas, resolveu ir embora, pois andava muito preocupado com outros assuntos. Levantou-se e antes de sair falou:
- Vou falar com sua mãe, mas, se precisar de alguma coisa é só chamar. “Ele está muito estranho, deve ter sido a febre”, pensou.
Depois que o pai saiu e fechou a porta, o menino ao ficar sozinho, abriu um largo sorriso e sussurrou para si mesmo:

- Aqui estamos, doutor.

04-08-08-VEM
 
O INVASOR

FOI ESTRANHO

 
Foi estranho e interessante o momento,
em que ficamos, nós dois emparedados,
tudo seguia de acordo com o momento,
que jamais deveria ter-se acabado.

Por isso foi bem pior nossa despedida,
que ocorreu em um momento de sofrer,
nós ficamos, com um bobo sentimento,
só esperando se acabar, desvanecer.

É mais estranho que viver só, neste mundo,
como se o amor fosse algo raro e inusitado,
que não precisa pra alguém ser completado.

Mesmo assim eu já entendo quase tudo,
não posso me despedir como um coitado,
por um sofrer que possa-me ser cobrado.

21-07-08- VEM.
 
FOI ESTRANHO

EXTREMOS

 
Eu já fiquei dividido em dois extremos,
em uma luta incessante contra o mal
travei batalha, muitas vezes desigual.

Eu já aceitei calar a boca num momento
que eu precisava gritar alto e ser ouvido
por não querer eu me passar por atrevido.

Eu já concordei, embora estivesse certo,
com sandices que eu ouvia no momento,
por não querer ferir outros sentimentos.

Eu já me portei como um lobo predador,
pensando que, assim a vida tem sentido,
também calei-me, quando eu fui ofendido.

Eu já gritei contra toda a insanidade,
que tomou conta de parte do planeta,
hoje me calo, sem a mentira ser aceita.

Eu sou dual por isso busco o complemento
que me preencha e que amenize minha dor
não quero o ódio, sufocando o meu amor.

01-10-08-VEM
 
EXTREMOS

FAÇA-SE A LUZ

 
Faça-se a luz, terminem as trevas
existentes, naquele cego que se faz.
Que prefere seguir aquele que erra,
numa cegueira envolvente e pertinaz.

Faça-se a luz por todo o mundo,
Iluminem-se todas as almas obscuras.
Que se encontrem n’algum poço mais fundo,
longe d’outras, consideradas almas puras.

Faça-se a luz em todas as esferas,
que se ilumine até o homem caído,
rastejando como réptil perseguido.

Faça-se a luz, que se ilumine o planeta,
para salvar-se toda espécie aqui vivente,
pra que se acabe toda cegueira existente.

29-02-08-VEM-
 
FAÇA-SE A LUZ

DESTRUAM AS IGREJAS

 
Destruam as igrejas, deixem Deus liberto,
passemos a procurá-lO em todos os lugares.
Destruam as igrejas da enganação,
façamos como altar o nosso coração.

Destruam as igrejas que tentam manter
o deus prisioneiro, o deus do dinheiro,
deixem Deus liberto, deixem-no inteiro.

Destruam as igrejas que vivem de enganar,
que andam prometendo e nada podem dar,
deixem Deus liberto, deixem-nO criar.

Destruam as igrejas que mantêm Deus refém
de dogmas e mentiras e que vão bem além,
deixem Deus liberto, em qualquer lugar.

Destruam as igrejas que tentam cultuar
um deus do preconceito, um deus leniente,
deixem Deus liberto, o Deus de todas as gentes.

Destruam as igrejas que vivem do mercado,
que exploram as mentiras, mandando seu recado,
deixem Deus liberto, deixem-nO ser amado.

Destruam as igrejas que andam prometendo
uma salvação que nem Deus prometeu,
a ter um Deus assim, melhor é ser ateu.

20/11/04-VEM
 
DESTRUAM AS IGREJAS

EU SOU AQUELE

 
Sou apenas mais um homem que procura,
a alma gêmea que se acha em algum lugar,
me esperando para o nosso amor, reiniciar.

Eu sou aquele sempre eterno apaixonado,
que vive só, e esperando o seu momento,
de encontrar o seu amor, de outro tempo.

Eu sou aquele que ainda sonha acordado,
muito embora ,seja eu um sisudo aparente,
sou romântico, que se emociona de repente.

Eu sou aquele que ainda exige lealdade,
como o principio de respeito que ofertou,
por isso exijo, quando ofereço meu amor.

Eu sou aquele que compõe tristes poemas,
é minha maneira de eu poder ainda sonhar,
ainda procuro minha alma gêmea, pra se dar.

Eu sou aquele homem simples, exigente,
que não aceita alguns termos tão em moda,
falsos valores que machucam e incomodam.

Eu sou aquele que ainda anda a procura,
da alma gêmea que se acha nalgum lugar,
um compromisso, que eu preciso resgatar.

Onde você está...?

23-07-08-VEM
 
EU SOU AQUELE

A BOMBA

 
O policial estava determinado.

-Pare, coloque o pacote no chão lentamente e depois ponha as mãos na cabeça.
Assustado e sem saber o que fazer o jovem, procurava proteger ainda mais o embrulho que trazia colado ao peito. Num misto de medo e horror, balbuciava:
- Não, as minhas bombas não.
- Coloque o embrulho no chão lentamente, senão atiramos.
- Não, minhas bombas não.
Assustado e cercado de todos os lados por várias viaturas e dezenas de policiais que lhe apontavam as armas, e esperavam apenas uma reação negativa dele para atirar.
Sem saber o que estava acontecendo, o pobre infeliz ainda tentou correr, carregando colado ao peito o embrulho, que naquele momento era objeto do desejo dos policiais.
Apenas tentou correr, carregando o embrulho mesmo depois de várias admoestações para não tentar aquela loucura.
Ele tentou.
Dezenas de disparos atingiram o corpo do pobre infeliz, que ainda tentava proteger algo tão valioso, que segundo os policiais era muito perigoso.
Antes dos disparos, o comandante da operação gritava para seus homens:
- Em hipótese alguma atirem no pacote, cuidado, pode explodir.
Enquanto ele caía e, cambaleando, ainda tinha em suas mãos o pacote que tentava proteger de todas as maneiras e num último esforço conseguiu articular poucas palavras:
- Minhas bombas...
Quando o corpo ficou inerte, as mãos ainda seguravam o embrulho.
O comandante da operação, cauteloso e em gritos e berros dizia:
-Afastem-se todos, ninguém se aproxime, temos que chamar o esquadrão anti- bombas.
A multidão começou a se formar perto do ocorrido. Entre os que chegaram uma mulher ainda nova e de certa forma bonita se aproximou e perguntou:
- O que aconteceu?
Um dos policiais, de pronto, respondeu:
- Um terrorista; acabamos com um terrorista.
Marina, este era nome da moça, chegou até onde foi permitido e, ao reconhecer a vítima, falou:
- Eu o conheço, é um colega de trabalho.E complementou:
- Realmente eu sempre o achei muito estranho, sempre pelos cantos, quase não se comunicava com ninguém. Ele não tinha amigos, deve ter sido por isso que resolveu explodir tudo.
O comandante da operação, ao ouvir as palavras da curiosa, aproximou-se e chamou-a em particular e começou a fazer uma investigação:
- Você o conhece há muito tempo?
- Sim, ele trabalha na nossa empresa faz mais de 3 anos, mas anda sempre isolado, não se comunica com ninguém e não tem amizades. Ninguém sabe o que ele faz fora do expediente. E complementou: Sempre desconfiei dele, tem realmente o perfil de terrorista.

DOIS DIAS ANTES.

No escritório onde Marcos trabalhava, ele sempre era motivo de brincadeiras e chacotas. Ele quase não se comunicava com os companheiros. Era, no entanto, um ótimo funcionário que cumpria suas obrigações à risca e nunca fora chamada sua atenção.
Ao término do expediente, saía furtivamente, dizendo que tinha que visitar a mãe e depois desaparecia. Sua vida fora dali ninguém conhecia. Devido a seu caráter introspectivo, era rejeitado pelos outros colegas que gostavam mesmo era de uma boa farra nos fins de semana.
Sempre às sextas-feiras, saía e somente era visto de novo nas segundas, no horário normal do trabalho.
Às festas de comemorações nunca aparecia e até nos dias do próprio aniversário evitava que lhe desejassem felicidades ou parabéns pela data natalícia.
Ele até fora chamado de Psíquico-maníaco-depressivo (PMD) , muito embora fosse somente uma piada de mau gosto de algum colega, por inveja de sua capacidade de trabalho e inteligência brilhante.
Quando, naquela sexta feira saiu, mais uma vez sorrateiramente, não queria ser incomodado ou mesmo abordado por ninguém, desejava, segundo ele, visitar sua mãe.

Enquanto o enorme cordão de isolamento era mantido mesmo à custa de muito esforço, Marina, conhecedora que era da vítima, ia destilando seu veneno para todos os lados.
- Faz muitos anos que eu o conheço, sempre foi mesmo muito estranho o comportamento dele. Ainda bem que conseguiram acabar com mais um terrorista.
Ela se vangloriava de conhecer a vítima do trágico acontecimento e dava entrevistas às emissoras que haviam chegado. Tornava-se uma celebridade, diante do trágico acontecimento. Num arroubo de arrogância disse:
- Sempre desconfiei dele, ainda bem que foi detido a tempo de não cometer mais uma atrocidade.

A repórter perguntou:

- Ele já havia praticado outros crimes?
- Vários, parece até que faz parte daquela organização terrorista Al Qaeda. Certa vez o vi, lendo alguns esquemas de como montar bombas. Quando eu perguntei, ele me disse que era apenas esquema de jogos eletrônicos. Eu não acreditei. Eu sabia que havia alguma coisa de errado com ele.
Enquanto ela dava sua entrevista chegava, o carro do esquadrão anti-bombas, que, dirigido por um enorme crioulo, chegou perto do comandante e disse:
- Tenente, mande recuar ainda mais esse pessoal, não quero ninguém por perto quando nossa equipe estiver desarmando os artefatos. E complementou: Se for explosivo plástico pode até arrasar o quarteirão, pelo volume que vemos, deve haver muito explosivo.
Enquanto eram efetuados os preparativos para desarmar a bomba, ela, que passara a ser uma celebridade, ia dando entrevistas e tirando suas conclusões, baseada nos fatos daquele acontecimento.
Depois de mais de duas horas desde o acontecido naquele beco, finalmente, todo o esquema para desarmar o artefato terrorista estava pronto.
Um dos homens, especialmente preparado, além de vestir uma parafernália de vestimenta especial, ainda levava um escudo feito de fibra de carbono que lhe servia de proteção. Ele fora treinado no exterior e tinha grande experiência no serviço que iria executar. Foi recrutado na capital federal e teve que vir de jato fretado. Ele era o mais gabaritado de todo o país.
Andando bem devagar, com cada passo estudado, ia se aproximando lentamente do corpo do terrorista, enquanto as emissoras que mantinham certa distância do ocorrido iam mostrando tudo, para todo o mundo e uma repórter ia narrando da seguinte forma:
- Segundo informações que tivemos do coronel Teixeira, o mais preparado militar que existe no país, está neste momento se preparando para desarmar o artefato. Conforme ainda o coronel Teixeira, existe enorme risco de uma mega explosão. Os explosivos plásticos são muito instáveis e se não forem manuseados corretamente podem explodir.
Enquanto ia descrevendo dados técnicos do artefato, que se presumia haver dentro do embrulho, outro repórter de outra emissora ia mais longe com suas conjecturas:
Dizia ele:
- De acordo com informações confidenciais que obtivemos de fonte que não quis ser identificada, o criminoso já há muito tempo era procurado e vinha sendo monitorado dia e noite pelas autoridades.
O perito em bomba aproximou-se, colocando o escudo entre ele e o pacote e com todo o cuidado foi desatando o nó do barbante que mantinha a caixa fechada. Depois de tirar o barbante, pegou novamente o escudo, colocou-o bem em frente e, cautelosamente foi tirando a tampa da caixa.
Enquanto isso ocorria, diversas pessoas saíram em disparada, tentando evitar ser atingida por destroços da explosão que iria ocorrer.
Os repórteres mantinham seu público cativo à TV; descrevendo cada cena que se desenrolava naquele quadro caótico de um dia de inverno.

Quando retirou a tampa e a colocou do lado do corpo inerte, aproximou-se lentamente da caixa e num misto de admiração e decepção, levantou-se e saiu depressa do ambiente onde estava, indo ao encontro do seu superior, o coronel Teixeira.
- Coronel, venha ver as bombas.
O coronel, mesmo com medo, acompanhou o perito e quando chegou perto da caixa, olhou balançou a cabeça e se retirou.
O tenente, comandante da operação, sem entender o que estava acontecendo, aproximou-se do perito em explosivo e perguntou:
- O que está acontecendo?
- Venha ver sua bomba, tenente.
Aproximou-se devagar, abaixou-se, pegou a caixa e sem falar mais nada levou-a até a viatura onde a colocou.
Na caixa, três bombas de chocolate, devidamente embaladas, tinham sobre elas um cartão:
“ Feliz aniversário, mamãe, aqui estão as bombas que pediu”.

30/10/07 - VEM
 
A BOMBA

AS VEZES PENSO - II

 
As vezes penso que tudo já está perdido,
que não existe solução para este mundo,
quando me iludo com um amor fingido,
eu fico triste, com amor tão vagabundo.

As vezes penso em revidar meu sofrimento,
fazer sofrer todos aqueles que merecerem,
mas com calma, esqueço e num momento,
fico tranqüilo e minha mente logo esquece.

Fica muito estranha esta luta sem fronteira,
se é travada entre um querer e o sofrimento,
quando vêm, como cobrança que alguém faz.

Então eu me calo e ignoro a grande asneira,
que eu pensava em fazer, em um momento,
quando eu vejo que só o amor, me satisfaz.

18-08-08-VEM
 
AS VEZES PENSO - II

SE EM MOMENTOS

 
Se em momentos acabar o sentimento,
que eu pensava que existia por você,
talvez eu fique só com meu tormento
e até demore, o sentimento esquecer.

Se em momentos te ofender o que eu falo,
tente entender, deve haver algum motivo,
pois quando ouço sua voz, logo me calo,
só por não querer eu perder o meu juízo.

Se em momentos eu ficar calado ou mudo,
vou procurando encontrar no pensamento,
este teu motivo, e o que te fez tão egoísta.

Se em momentos,eu não ouvir ou ficar surdo,
somente quero poder fugir por um momento,
pra entender para onde foi minha conquista.

28-08-08-VEM-
 
SE EM  MOMENTOS