Poemas, frases e mensagens de profeta

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de profeta

ANDA MULHER...

 
ANDA MULHER...

Anda mulher que me beijas por dentro da alma,
com calma...
Como se noite fosse isso de rasgos divinos,
destinos...
Sobe num lanço d’escadas degrau a degrau,
essa nau...
Onde navegas o sonho de tantas janelas,
estrelas...

Anda mulher que na chuva me sugas o corpo,
sem porto...
Nesta deriva da vida que chove o momento,
por dentro...
Quando do sol entardece uma brisa soprada,
do nada...
Nesse prenúncio à saída,
da tua chegada...

Podes partir e que leves os pratos,
amor, desses cacos...
Recordações que renascem das cinzas fogueiras,
primeiras...
Porque esse frio do trato já foi um jardim,
neste mato...
Que se derrete nos mares do deserto,
contigo por perto...

Anda mulher que me beijas por dentro da alma,
com calma...
Sem despertar do meu chão uma mão de poeira,
Deus queira...
Que ressuscite o fantasma com asma,
de q’rer respirar...
O amor que existe e resiste e que tarda,
em nunca chegar...
 
ANDA MULHER...

AMORAS DE (E)TERNO SABOR...

 
Existem amoras nas margens do meu rio,no ventre do meu monte, e nas asas do meu computador...

As primeiras, selvagens de silvestres e inacessíveis, -- não fosse a teimosia com que na infância se vencem desafios... são prova indelével de partilha nos lábios pintados dos amores que se cruzam furtivos pelos labirintos das escolas, com esquinas proibidas e sem tabuada...
Uma espécie de beijo vampiresco que escorre directamente do pescoço para a alma, comprometendo para sempre as fontes de quem provou sabores que se eternizam na memória...

As segundas, mais sedosas e carnudas, são frutos do amor que no rigor do inverno a amoreira empresta, ensinuante de despida, ao vento sibilante de provocador... Paixões de lua cheia nos braços dum tempo que a chuva humedece de sémen na seiva da árvore farta e prenhe dos vendavais...

E finalmente a terceira, com o sabor nas palavras das amoras que“já li” e o condão das caravelas que souberam encurtar no tempo as rotas em direcção ao sonho...
Realidades virtuais que transportam para o meu universo este previlégio de sentir na carne, no osso, e na alma, os cinco sentidos que ignorava numa “AMORA”de tão sublime poesia...

Existirão sempre sabores eternos nas margens do meu rio, no ventre do meu monte ou no coração do meu computador... E uma amoreira no quintal que se despe no Inverno para se vestir na Primavera...
Talvêz por isso eu prometa que a cada mês de Maio das amoras que amaduram...me vá lembrar de ti. Por cada passo, de cada sombra das amoras que colhi!...
 
AMORAS DE (E)TERNO SABOR...

Nas asas do Infinito

 
Este sonho com que vivo
Mesmo à mão de semear
Faz sentido, para lá do mar...

Uma ilha, uma sereia
Ou quem sabe a lua cheia
Tanto faz, se for capaz
De encontrar esse lugar...

Não há tempo
Que pare
A vontade de querer
Nem razão
Que comprove
Outra paixão

Só o vento
Que sopra
O sonho que vou viver
Para sempre, de repente
Nas asas do infinito
Deste grito...
É preciso acreditar...

Acordou dentro de mim
Qualquer coisa que me diz
Vive o tempo, e procura ser feliz...

Estou cansado de sonhar
E preciso acreditar
Nesta paz, se for capaz
De chegar ao meu lugar...

Paulinho
 
Nas asas do Infinito

XADREZ NUCLEAR

 
XADREZ NUCLEAR

A terra na nossa mão
É um balão
Por rebentar /
Com buracos de ozono
Que já dão sono
Só de pensar...

A guerra, a fome e miséria
É tudo léria
Para quebrar /
O apetite voraz
Cá do rapaz
Que quer jantar...

O povo tá-se nas lonas
P’ró Amazonas
A expirar /
É o pulmão, pois então
Proibição
Para fumar...

Petróleos, gases, escapes
Na lista dos disparates
Não se podem evitar /
Por mais leis e Xeque-mates
E essas bombas da treta
Que nos mandam p’ró maneta
Das verdades virtuais
Que só assustam pardais /

Porque a vida é uma festa
Do que nos resta
Para gozar /
E os profetas da desgraça
Sem fé nem raça
Vão-se catar...

Na minha casa de luxo
Com jardins e com repuxo
Mesmo junto à beira mar /
Tranco as portas à desgraça
E nem o vento trespassa
O sossego deste lar /
De ter um filho formado
E muito bem colocado
No Xadrez Nuclear...
 
XADREZ NUCLEAR

Azul para além do céu

 
Hoje foi com grande surpresa que me vi \"online\", literalmente a navegar e sem saber como responder a quem reagiu ao que escrevi. Independentemente dos exageros, às vezes as palavras sabem-nos \"que nem ginjas\" e são meio caminho andado para mais um poema...
A todos agradeço e prometo uma resposta mais pessoal quando aprender a \"navegar\" sem bóia...
Graças à \"sacanagem\" da Mariana a quem um dia talvez irei agradecer... Tudo de bom deste aprendiz de marinheiro...

De ti não quero o corpo, amor divino
Azul p\'ra\'lém do céu que não s\'alcança
Apenas um degrau do teu destino
No verde que transborda d\'esperança

De ti não quero mais do que o perfume
Da rosa q\'inebria a minha alma
Em cinzas que comprovam seres o lume
Que traz à tempestade alguma calma.

E sempre que a vida por mais triste
Bater à tua porta madrugada
Ressacas d\'uma noite magoada

Serei da dor a sombra que não viste
Tão cegas são as luzes da ribalta
Nas coisas do amor que fazem falta.

Paulinho
 
Azul para além do céu

ETERNIDADE

 
AMANHECE POR CIMA DA MINHA SAUDADE
DESPRENDIDA E VADIA a brincar com o sol
ONDE O MAR FAZ UM TRAÇO POR BAIXO DO CÉU
DEMARCANDO O PRINCIPIO DA ETERNIDADE

ABSORTO NOS OLHOS QUE TAMBEM LA VÃO
DESCANSAR ABSTRATOS NUM TRILHO DE SAL
ABANDONO O MEU CORPO NUMA PRAIA QUALQUER
ENROLADO EM RESTOLHODO QUE FOI SOLIDÃO

E SE VEJO ENQUANTO SUBO, DE RELANCE
EXAUSTO O CORPO JÁ DE ARRASTO NA MARÉ
EU SIGO O BRILHO DA ESTRELA DA MANHÃ
ESPERANÇANDO EM TOCAR-LHE COM A MÃO.

SER MAIS LEVE DO QUE O VENTO QUE ME LEVA
E ME LEVA ONDE NINGUÉM OUSA LEVAR
BATER ASAS NUM RASAR DE LIBERDADE
SEM TER ASAS, MAS CERTEZA DE VOAR!

paulinho
 
 ETERNIDADE

REENCARNAR

 
Ergue ao vento a cruz
que foi de luz
e de Paz,
e canta o nosso Amor
se fores capaz.
Esventra dos sonhos
medonhos
os medos,
e faz do Amor
os teus segredos.
Amar é assim
um templo sem fim
de acreditar,
que no mundo da morte
existe um norte
p’ra lá do mar...
Por isso é bom crescer
viver
e celebrar,
a morte desse encontro
imediato
do corpo já cansado
de tão farto...
que morre p’ra viver mais devagar.
Reencarnar!
 
REENCARNAR

A VIDA É UM FADO...

 
A VIDA É UM FADO

A vida é um fado ditado por Deus
um toque, um recado, o Adeus.
Relógio do tempo, prenúncio da morte
compasso d’espera para a mesma sorte.

O fado é um canto com alma na voz
um dom, um estado, bem dentro de nós.
Quem sabe o momento que marca o abraço
nos braços do tempo das contas que faço.

Não sei se me resta dizer-te que não
ou ceder ao abraço que finge perdão
Que coisas do fado e da solidão
são saudades que moram p’ra lá da razão.
 
A VIDA É UM FADO...

ORGASMO DO OLHAR...

 
ORGASMO DO OLHAR

DE TI NÃO QUERO O CORPO, AMOR DIVINO
AZUL P’RALÉM DO CÉU QUE NÃO S’ALCANÇA
APENAS UM DEGRAU DO TEU DESTINO
NO VERDE DESTA ESCADA D’ESPERANÇA.

A BRISA Q’ENTARDECE EM TEUS CABELOS
HÁ MUITO QUE SOPROU NA MINHA ALMA
Q’ESPERA E DESESPERA DE QUERÊ-LOS
P’RA SEMPRE NESTE AMOR QUE PERDE A CALMA.

ENCONTRO NOS TEUS OLHOS QUALQUER COISA
AO TOQUE DA SAUDADE QUE ME POISA
NO COLO QUE NÃO SABE EXPLICAR...

UM RASTO A CHEIRO E BRILHO QUE DESLIZA
NOS SEIOS QUE TRESPASSAM A CAMISA
PERDIDOS NO ORGASMO DO OLHAR!
 
ORGASMO DO OLHAR...

AMAR E NAVEGAR

 
Queria dar a mão, prender o tempo
Perder-me nos recantos do abraço,
Sentir o teu perfume em fogo lento,
Mais e sempre mais e passo a passo...

Queria mergulhar na noite dentro,
Ao fundo mais profundo de teu ser,
E Ter-te sempre e mais por um momento,
Até amanhecer...

Queria desprender o meu desejo,
No vento que sussurra ao teu ouvido,
Mas do silêncio arranco só um beijo,
Queria, mas não digo...

Queria ser a luz dessa candeia,
Que brilha na sereia de teu canto,
Recanto de teu sonho em maré cheia,
E dar-te sempre muito e mais e tanto...

Queria ser navio de teu mar,
Prender-me nas amarras de teu porto,
revolto no balanço de teu corpo,
Amar e navegar,balanço amor e mar,
Amar e navegar,amor e balançar...
 
AMAR E NAVEGAR

AOS LUSO-POETAS

 
Portugal, Brasil, Angola e a Guiné,
Moçambique, Cabo Verde, Timor e S.Tomé...
Um puzlle de cheiros e sabores que a língua fundiu num arco-íris...
Bendita a auto-estrada dessa ponta de Sagres em direcção ao mar... e benditos tantos dos luso-poetas, -- autênticos marinheiros das palavras que se bordam ao vento, por saberem transformar o farol das nossas dúvidas neste oceano imenso de certezas...
Daqui, debruçado do penhasco onde me deito, avisto ao longe o cais que transborda poesia nos porões das naus inundadas de sonho... dessa alma lusa abalroada das palavras que os transportavam para o infinito...
Heróicos poetas que eternizam a rota dos marinheiros em direcção às estrelas...
...Não navegaram saveiros
Mas têm o corpo de sal
E a alma dos marinheiros
Q’escreveram Portugal...

O meu abraço para todas as estrelas desse Universo que torna mais azul o céu da Poesia...

MAR,SEMPRE SÓ MAR

MAR,SEMPRE SÓ MAR A COMANDAR
ESTE ETERNO AMOR DE ÁGUA E SAL
MAR, SEMPRE SÓ MAR NO TEU OLHAR
DOS AMORES QUE BANHAM PORTUGAL...

IR, SEMPRE PARTIR NO DESALENTO
DE TER FÉ EM DEUS E O PENSAMENTO
VIRADO P´RÓ MAR QUE SEM DESTINO
FAZ DESTE PAÍS RIO MENINO

LEITO DESSE SONHO EM QUE ME DEITO
ROSA FEITA INFANTE AMOR-PERFEITO
DESTE ETERNO QUERER E ACREDITAR
NO MAR, SEMPRE ESSE MAR QUE RASGA O PEITO...

CANTO DE CAMÕES Q´ESCREVE O GRITO
VIVO DAS PAIXÕES ALÉM DO MITO
SOMOS PORTUGAL DEPOIS DO MAR
MUITO PARA LÁ DO INFINITO...
 
AOS LUSO-POETAS

MAIS INFINITO QUE DEUS...

 
MAIS INFINITO QUE DEUS

Deixa que dê uma flor
Antes que a noite se acabe
Deste fogo que nos arde/
Enquanto dure a paixão
Nunca me digas que não
Mesmo que seja verdade./

Óh meu relógio sem tempo
Mais infinito que Deus...
Enquanto dure a paixão
Nunca me digas adeus/
Óh meu relógio sem tempo
No tempo dos olhos meus.

Deixa que dê uma flor
Deste beber gota a gota
Passo a passo, boca a boca/
Enquanto dure a paixão
Óh muro branco gravado
Nas memórias do meu fado.

Dedicado ao meu eterno amigo Jorge Amado Vinicios de Morais... SÁRÁBÁ!!!
 
MAIS INFINITO QUE DEUS...

OS OUTROS 364 DIAS...

 
ANA MAIS SÓ

Ana Maria
Acorda sem fantasia
Mais cedo que o próprio dia
Q’espreguiça a madrugada.
Foi mãe menina
Filha da guerra e da seca
Sem tempo de ter boneca
Quanto mais de ser casada.

Ana Maria
Lava a cara na panela
Sempre limpa da miséria
Que não sobrou do jantar.
É sua sina
Dos tempos de pequenina
Ver estrelas na janela
Sem tempos para sonhar

Já deu a mama
Aos dois filhos mais pequenos
Que do consolo serenos
Dormitam na capulana.
E junta ‘imbambas’
Ainda o sol é só um fio
Porque já crescem machambas
Do outro lado do rio.

Batata doce, rama verde, mucapata
Milho para encher a lata
Já batido no pilão,
Barriga cheia é sinal de alegria
Que traz boa companhia
P’rós lados do coração.

Pau de gengibre, cana doce, mandioca
Peixe seco, massaroca
Qualquer pinga p’ra beber
E à noite a dança traz feitiço e da bonança
Mantos verdes d’esperança
P’rá Ana poder viver...


Ana Maria
Cada ano mais pesada
Da barriga e da enxada
D’escavar num céu azul
Vive o desnorte
De chover melhor a sorte
A cada golpe de cava
Que morde da raiva o pó

Ana Maria,
Cada vez Ana mais só...



(Inhanguluê/Quelimane/Moçambique, 7 de Abril - dia da mulher - de 199...)

O hospital era longe e o teu menino queria nascer por entre os corredores da picada desse quarto de meu jeep, com enfermeiros feitos de improviso e amor.
Ana das marrabentas destilada com sura até de madrugada, para esquecer (dizias tu...) a guerra doutros filhos nascidos em hospitais mais a sério...
Ana das Anas, verdadeiras mulheres que no coração de Moçambique por essa Angola fora...serão sempre magestosos imbondeiros das raízes que nos falam de amor e a quem dedico, na inspiração do meu canto, os 364 dias que vos sobram... por direito ao descanso!
Provavelmente ainda não existe uma Internet na ponta da enxada dessas mãos que te calejam a sina... Mas continuas a ter a musica do Xirico, o sol espreguiçado no Ìndico desses fins de semana que te marrabentam a alma e a ternura eterna desse menino que “TE QUIS”nascer...
Que o vento te sopre para sempre o meu abraço...
 
OS OUTROS 364 DIAS...

Na curva do pensamento

 
Minhas caravelas são
Sonhos que partem do peito
Marés que vêm e que vão
Ao sabor deste meu jeito

Moinhos de D. Quixote
Que navegam com o vento
Entregues à própria sorte
Na curva do pensamento

Conheço as vagas do mar
E quem morre de sonhar
Para lá do horizonte,
Mas não consigo o olhar
Que queria navegar
Quando vens de ir à fonte...

Paulinho
 
Na curva do pensamento

O PALCO DA TUA VIDA

 
O palco da tua vida
Feito de luz, som e cor
É de todos, por seres diva
E de ninguém, meu amor

Óh minha espécie de vinho
Qu´embriagas o caminho
Dos fados da nossa gente,
O palco da tua vida
Quando te vestes de diva
É palco d´eternamente

Mas de ti quero primeiro
Os bastidores por inteiro
Onde navega o teu ser,
Depois de despida a musa
Quando trocas de blusa
Para vestir a mulher

Desse teu palco de vida
Tão pequeno para a voz
Onde cantas, minha querida
O que vai dentro de nós…
 
O PALCO DA TUA VIDA

PRENDINHA DE NATAL...

 
Era dia de Natal
E a fidalguia afinal
Que também tem coração...
Convidou para jantar
Dois pobrezinhos sem lar
Mas com prévia condição:

A tosquia no barbeiro
Depois de banho ribeiro
Com muita espuma e sabão,
E um fatinho domingueiro
Sem remendos no traseiro
Para tal ocasião...

Eterna sabedoria
No pobre que desconfia
Do repasto divinal...
A grandeza da esmola
Na vida de dura escola
É um bem que cheira mal!

Comer para todo o ano
Só num dia, é puro engano
Mesmo em tempo de Natal...
E os pobres na cozinha
Receberam de prendinha
A puta d’um avental!
 
PRENDINHA DE NATAL...