Dorme criança Dorme no leito do rio Dorme criança Para os teus sonhos eu sorrio Canta pequenino Canta agora o que cantarás Canta meu menino Pois este É o teu mundo que tu criarás Foge criança Foge o mais que poderes Pois tu ainda és inocente Faças o que fizeres Não demora muito Para tu te transformares Não demora muito Para deixares-me de amar E breve partirás Pelos mares do esquecimento Em pouco tempo darás Sofrimento Pelo mar irás ao leito do rio Dorme minha criança Pois nos teus sonhos eu sorrio..
Mágoa recente de vida criada fragmento caído de relação desmembrada choro profundo choro de arrependimento choro obscuro choro de sofrimento prisão temporária constante amaldiçoamento provocada por um ser desatento maldita hora que levou a cabo a vida e o seu trilho meu mal amado desnaturado filho...
Um poeta… Um poeta perdido Na escuridão Algures entre a calma E a obsessão Um poeta navega Na solidão Á procura de companheiro Para dar a mão Um poeta atira-se Do alto de uma torre Para sentir que a vida Tem outro sabor Um poeta corta a sua mão Culpando-a pela falta de inspiração Um poeta injecta-se De decisão E apanha uma overdose De desilusão Um poeta é uma nota De uma melodia E a poesia é um instrumento De uma sinfonia.
Tiveste azar meu amigo De não poderes escolher O teu destino És fruto de uma má decisão És um bom ódio de uma relação Tiraram-te o que mais amavas Arrancaram-te aquilo que acreditavas Daí a tua rebelião e o teu amor pela destruição Eu compreendo-te Alias não sou o único Não te deram escolha Não te deram hipótese Só te deram o Reino da Psicose.
Despe-te… tira a roupa Tira a carne, Os olhos E as orelhas, Deixa a boca… Saboreia a tua carne Bebe o teu sangue E inala o teu pecado, Saboreia a tua alma E o teu ser desonrado Prova… Prova o que é teu E que sempre o será Acostuma-te ao sabor Pois ele nunca mais sairá…
Deixa-me deitar ao teu lado, Vala…não tenhas medo Deixas-me aqui ao frio? Eu sei que tens um lugar Para mim Nesse coração vazio… Já não nos vemos Á tanto tempo… Não queres matar a saudade Por um só momento? Depois de teres cada vez menos visitas Não dás lugar a um velho amigo? Vala… Tenho os ossos a gelar! Podias ao menos abrir A tampa do caixão Para me deixares entrar…
No soro da noite A sua seiva é extraida O lobo da noite Ataca a presa adormecida A sua alma é atacada Pela labora Aperta-lhe a garganta O que aperta a Hora Sobre o soro da noite 6 lobos jantam Devoram a alma Do pobre coitado Sugam-lhe o sangue E bebem-le o corpo É o soro da noite É a seiva do morto
Se quiserem podem comentar:) eu não mordo...pois é de dia...he he he he ]:)
Suspiro do vulto A cada instante Saí o sangue bruto Constante Saliva murmúrios E palavras obsuras Mata heróis E destrói as suas aventuras Canta esquecimento Semeia desalento Corta a ligação da vontade Provoca alterações na realidade Provoca o saber corrupto O suspiro do vulto…
O vento passa Por entre as entranhas Do vazio O vento aloja-se Na oca carcaça O vento entranha-se Nos braços de quem O abraça O vento fala Pela vez daqueles Que se calaram Eternamente O vento leva As perdições Constantemente O vento nasce No corpo daquele Que quer viver O vento morre No corpo daquele Que quer adormecer…
Faca fria corpo quente manhã cinzenta morte preta corpo caído na calçada dura corpo vendido a morte crua faca brilha sangue goteja calçada pintada cor de cereja vida sai morte entra alma perdida da manhã cinzenta...
Quatro paredes Um chão Um berço …estremeço… Nasci no escuro Encostado ao muro …solidão… Melhor amiga desde então …obrigação… De gritar Fonte de vida acabada de criar Germina tem flor e fruto Dá à luz o teu valor bruto Pinta de preto Para que fique de luto Choro absoluto Não o censuro Deste Berço No quarto escuro
Foi conversa crua… De dois corpos suados De beijos envolventes… E de amor sem precedentes Foi conversa crua… De serpentes descomunais Que me envolviam Em prazeres carnais Envolviam-me no seu corpo Fazendo-me parte d’Ele Enterraram-me vivo E devoraram-me também Uma maldição Mas também Uma Fé… Que me faz aguentar Em pé…
O meu lindo filho, o filho que eu vou amar, o filho que desejo ter.
"Cúcú, olá, olha para o pai filho, olha; dá-me as tuas mãozinhas,assim...olha para mim, cúcú..."olha, o teu pai é como tu filho, um sonhador, um pouco moido, mas ainda assim um sonhador, vem comigo filho, vamos abraçar a infancia que ainda temos, vamos brincar filho, vamos..."
O teu velho pai filho, o teu velho pai, que por enquanto ainda é novo, mas ainda assim já me sinto velho...Oh meu filho...O teu pai passou por tanta coisa em tão pouco tempo filho, amou e odiou, criou e destruiu, perdeu e achou tanta coisa filho, mas tu não filho, mas tu não , juro por todas as forças que este corpo gasto tem, filho; juro que nada te mal aconteçerá, e que eu desfaça quem te fizer mal filho...eu juro filho, eu juro.."vá fecha os olhinhos filho, fecha-os, e dorme, dorme descansado que o pai, protege-te dos perigos, o pai, ama-te filho, o pai ama-te muito..."