Poemas, frases e mensagens de LetraViva

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de LetraViva

Quase Tudo

 
No instante em que eu insisto
Como se tudo já não estivesse sido escrito
Olho para mim mesma e repito:
Para onde envio esse grito ?

Quando tudo que foi descrito
Facetado, estilhaçado
Dizimado, difamado
Esmiuçado ou Abençoado

Por que então insistimos?
Palavras para tal não se esgotam
Continuamos então nosso ofício
Que mais nos retrata um vício

Enquanto parece que tudo foi dito
Que nada mais há de novo
Surgem palavras e rimas
Onde o escrever segue aflito

Sobre amor, amizade
Desencontros ou a mais profunda dor
A despedida, a saudade
Quem ja não escreveu a uma flor?

Uma trova de despedida
Aquela que dói na partida
Outra de encantamento
Daquele que fez um juramento

Juras de uma paixão eterna
Em outro instante só uma quimera
Explosão de sentimentos
Eloquentes batimentos.

No entanto, caros poetas
Com sonetos, ou sem eles
Rimas ricas ou rimas pobres
Com versos brancos ou soltos
Cá estamos de pena na mão
Espantando a solidão!


Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
30/07/09
 
Quase Tudo

"Apenas um Retrato"

 
Foi amarga a experiência que me levou dias de alegria
Nostalgia sem fim em ápices de loucura
Um tal de fazer e desarrumar as malas
Que abalou-me a vida já toda sem estrutura

Nada restou-me além de uma simples moldura
Pedurada na parede fazendo vistas à rua
Onde passantes podiam se deleitar olhando
A tua imagem no retrato e a minha vida nua

Nua de amor, nua de vontades
Nua de prazeres, nua de cantares
Tristemente iludida, perdida no vai e vem dos dias
Contados alucinadamente, acreditando que virias

Noites perdidas em pensamentos fogosos
Madrugadas inteiras a construir castelos
Ideia fixa de um amor sincero
Hoje apenas um retrato a relembrar flagelos

Deixo-o alí, bem exposto aos passantes
Não te esqueci nunca, nem por um instante
Ficou sozinho na moldura velha
Pois a olhá-lo tua crueldade me revela.

Eliana Braga
©Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Apenas um Retrato"

"Versos ao Poeta Morto"

 
Outrora amado poeta
Esta alma que hoje te recebe
Também viveu inquieta
Mas hoje, a tristeza nem percebe

Como tu, viveu em agonia
Lamentou um amor perdido
Viveu dias em letargia
Chorou um pranto dorido

Viveu noites de abandono
Arrastando-se pelas madrugadas
Descrente das cousas da vida

Luzes d'alma apagadas
Decidiu-se pela ida
E voou para outra jornada

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Versos ao Poeta Morto"

"Eu o Tempo e o Vento"

 
Faz tempo que o tempo não venta!
Há muito ,o vento, não tem tempo pra mim!

Quisera um tempo com vento!
Só um pouquinho de vento...
Levaria minhas dores para bem longe,
Até se perderem no tempo!
Levaria minhas palavras de um tempo passado
para um tempo futuro!

Esse tempo que não tem vento,
Não me dá tempo de amar!
De gritar bem alto meu amor
Para o vento poder levar!
De um tempo esquecido,
Para um tempo sonhado.

Quem dera o tempo ventasse?
Quem dera o tempo, me desse
Apenas um tempo com vento?

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas-SP
 
"Eu o Tempo e o Vento"

"Ode à Tereza" In Memoriam

 
É terminado!

Consumou-se.

Diante de ti

Inerte e leve

... como pena ....

Ah! que pena!

Alma livre,

Pura e bela

Cintilante,

Reluzente.

Não mais o largo sorriso,

Adeus às gargalhadas

Apagou-se uma luz aqui

Acendeu outra acolá!

Ascendeu...

Virou estrela!

Mas veja:

Ainda posso ouvir-te!

Sentir-te,

Amar-te!

Bonequinha perfumada,

Bonitinha que só tu!

Para sempre em meu coração,

Eternamente em min'alma.

Segue tua nova jornada

Vai com Deus fazer nova morada.

Espalhe teus encantos

Aos quatro cantos dos Céus.

Voe com teus passarinhos

Cante com eles também.

Faça tuas costumeiras preces

Que os Anjos te respondem: Amém!

Leva contigo todo amor

Dessa tua Gaivota!



Eliana Braga

Gaivot@

Cps/sp/br
 
"Ode à Tereza"   In Memoriam

"Os Dois e Eu"

 
Num exato momento na vida
Com certeza combinado antes
Dois se encontraram, olharam-se,
reconheceram-se e se apaixonaram!

Bastou uma fugaz espiadela
Para saberem-se um do outro
Olha daqui, observa dali e pronto
Jão não eram...
Agora são!

Dois são um
E vão pela estrada seguir
Bem juntinhos, coladinhos
Atravessar novos caminhos

Para ele não foi surpresa
Conta que já esperava por Teresa
Quanto a ela tinha uma rival
Mas sempre fora dela o Dorival

Ares de moça do campo
Era ela linda e juvenil
Trazia no corpo e na alma
A cabocla do Brasil

Ele moço da cidade
Estudante secundarista
Sonhava e tinha mil planos
Namorava uma normalista

Mas quando seus olhos se encontraram
Nada mais os separou
Naquela manhã de outono
O destino os dois selou

Como todo casal que se ama
Muito amor debaixo dos panos
Pela vida mil dores e alegrias
Assim atravessaram os anos

Aprendendo e ensinando
Vivem juntinhos até hoje
O amor dos dois é perfeito
Emociona de apertar o peito

Ah meus pais!
Duas bençãos
Dois amores já velhinhos
De toda labuta, cansadinhos

Olhinhos que ora se esforçam
para ler os meus esccritos
Remetem seus corações ao passado
às suas doces lembranças
Quando os dois apesar de um
Já somavam mais três crianças!

Meu agradecimento por tudo
Pela vida , pelo exemplo e pelo amor
que me dedicaram e dedicam,
Me ensinando a tudo dar valor

Dois que sempre me iluminaram
Fizeram com amor e ardor
De dois que se transformaram em um
Esse eu que hoje sou!

-A meus pais- Em especial a minha amada mãezinha, que seguiu para outra jornada no último dia 19 de Julho deste.

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Os Dois e Eu"

M á s c a r a s

 
Que gente é essa?
Que mundo é esse?
Já não bastam as máscaras do mundo?
Já não chegam os mascarados de plantão?
Vem agora o uso de máscaras?
Espalhadas por esse mundão
Gripe suína, do porco...
Que porco???
Porco imundo é o mundo
Esse mundo mascarado.
Quantas máscaras não usamos
No dia a dia da vida,
Na vida toda mascarada,
Repleta de mascarados.
Fingindo rir ao chorar.
Enganando a quem, ao porco?
Porco , porco leva a culpa...
Do mascarado número de vítimas
Porcaria de pandemia
Sinal dos tempos?
Talvez...
Ninguém nada pode afirmar
Gripe vai , gripe vem
Dizimando, levando embora
Almas gentis, gente boa.
Gente jovem
Que pecado!
Porcaria de vida.
Máscaras??
Mais uma?
Vida porca !
Viva ao porco...
Que porco?


Eliana Braga
Gaivot@
Campinas - SP - Brasil
31-07-09
 
M á s c a r a s

"Coração no Mar"

 
Enquanto as dores se vão
Mergulha com profusão
Sente o arrepio das águas
Fica um pouco em solidão.

Sabe que a hora é chegada
Sente no peito a amargura
Deixa o coração enterrado
E espera a volta da doçura

Feito uma concha perdida
Deixa seu coração no mar
Gaivota de asa ferida
Voar não vai suportar.

Volta à praia e observa,
Veleiros que se aproximam.
Cada um tem sua história,
Bem guardados na memória

Seu coração está no mar
E por lá ficará por tempos
A espera de um despertar
Que virá com novos ventos!

Voam aos bandos outros pássaros,
Rumam horizontes, mais barcos
Ela espera cuidadosa.
Nova hora gloriosa.

Finda a tarde e ela alí
Ensaia um novo voar
Vai ...mas sente um arrepio,
Seu coração está no Mar!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Coração no Mar"

"Por hora, meu beijo"

 
Voaram longe meus ais em busca de ti
A alma dói-me profundamente
Meu rosto encerra uma grande derrota
A vida se esvai e cá estou eu, quase morta!

Teu vulto desapareceu no pó da estrada
Tua mão desenlaçou-se da minha
Enquanto o mar em alegria
Aguardava nossa viagem com euforia

Remexi o báu de fotografia
Encontrei teu rosto amigo
Em quase todas tu apareces
Não ver-te mais será um castigo

Hoje me visto com brilhos
Mortalha para uma noite de lua
Respiro fundo e amiúde
Escolherei sem medo meu ataúde

Deveras complicada essa história
Por que tinha que ser assim?
Eu cá sem saber de ti
E tu nada sabendo de mim

Por mais fúnebre que se apresente
Tu não estás mais aqui
Isso eu agora sei!
Se bem que já bem antes pressenti!

Cuida em me esperar querido
Ao teu encontro em breve irei
Onde nada mais, nem ninguém
Ousará nos separar, direi!

Selamos outrora um destino
Por ora, meu beijo recebas
Aguarda-me a qualquer dia
Chegarei sem que percebas

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Por hora, meu beijo"

" Num Relance" - Versão 2

 
Minhas pernas tremeram
Um gelo a me percorrer a espinha.
Meus sentidos temeram
Algo, que há muito não sentia!

Depois de tanto tempo...
Lá estavas, diante de mim.
Sorrias, estavas tão bem,
Como eu gostava de te ver assim!

Encostei-me no pilar
Tentei conter a emoção
Fiquei sómente a te olhar
Apertando o coração.

Vi que não estavas sózinho,
Tentei teu nome chamar
As palavras não me saiam
Deu vontade e chorar!

Segurei então as lágrimas
Virei o rosto e esperei
Tomavas apenas um café
Caminhei e me sentei.

Através das plantas dos vasos
Pude me esconder e observar
Teus cabelos estavam grisalhos
Como noites de luar.

A vóz no sistema de som
Fez-me voltar ao normal
Meu vôo estava partindo
Tentei ser mais natural

Num relance vieram à tona
Aquelas lembranças perdidas,
Esquecidas ou escondidas
Doces sensações vividas.

Mais uma chamada doVôo
Ergui-me, num suspiro profundo.
Tu ali estavas bem,
Tão distante do meu mundo!

Dei uma ajeitada nos cabelos
Enquanto tu ainda sorrias.
Fui para o portão de embarque
Olhar-te novamente, que diferença faria?

Ainda me refazendo aos poucos,
Caminhava a passos lentos.
Ordenando meus pensamentos,
Das lembranças de muitos momentos.

Quantos anos se passaram...
Quanto nos distanciamos....
Momentos que não se apagaram,
Num relance, todos voltaram.

Arrisquei olhar para trás,
Enquanto a porta se fechava.
Num relance vi teus olhos!
Soube ali, que me buscavas.

Novamente aquele tremor,
Dessa vez não te deixaria!
Sentia a força desse Amor.
Soube então que não lhe escaparia!

Parei à porta de embarque,
Voltei a cabeça lentamente .
Tu , já diante de mim,
Num relance, tão de repente!

Nossos corpos se pediam,
Em profunda troca de olhares.
Sabiam que distantes, sofriam,
Buscaram-se por tantos lugares.

Agora, aqui, tão pertinhos,
Nos abraçamos chorando,
Desejando agora ficar juntinhos,
Acreditando que não se está sonhando!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/Sp/Br
 
" Num Relance"  - Versão 2

"Meus Dois Lados"

 
Aquele meu lado que chora
Em noites frias ou quentes
Não é aquele meu lado que mostro
Para fazer os amigos contentes

Aquele meu lado que corre
E faz do tempo desatinos
Não é aquele meu lado que sonha
Em compreender mil destinos

Aquele meu lado complicado
Que me exige trabalho com perfeição
Não é aquele meu lado que observa
A natureza de Deus e sua criação

Aquele meu lado que cobra
E que não gosta de indecisão
Não é aquele meu lado que reflete
Para esperar o tempo do outro irmão


Mas esses meus dois lados
Somados e entrelaçados
Constroem em mim uma balança
Pesam o que está ,
Mas também o que se perdeu
Me ensinam a ter esperança
Pois ambos os lados sou eu!



Eliana Braga
(Gaivot@)
Campinas/SP/Brasil
 
"Meus Dois Lados"

"Eu, Você e o Vento"

 
Pela janela da ilusão espreito
Sinto a brisa volátil do vento
Vem com ele um perfume amigo, Que tormento!
Ao longe você? Voltar e olhar, nem tento
Se assim fizer,será expor-me a mais um desalento.
Teu cheiro habita em mim faz tempo
Ver-te ao meu lado então invento.
Se bem que viver assim não mais aguento
É por demais doloroso, puro sofrimento
Careço tanto de teu alento!
Tu vives apenas em meu pensamento
Meus minutos e tua ausência é só lamento.
Então volta amado, volta com o vento!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Eu, Você e o Vento"

" L E T R A S "

 
Pequeninas, bem desenhadas
Umas abertas, outras bem fechadas
Assim vejo as letras
Companheiras de minhas jornadas

Umas tão arrumadinhas,
Outras tão desajeitadas.
Quando unidas com carinho,
Enfeitam qualquer pergaminho.

Letras, letronas, letrinhas,
Allgumas em nada delicadas,
Outras então, bem miudinhas,
Nem um pouco preocupadas

Servem tanto aos poetas,
Aos escritores de ofício
Misturam-se todas ingênuas
Sem o menor sacrifício

Quem me dera ser letrinha!
Bem esbelta e bonitinha
Enfeitando uma página em branco
No caderno da menininha.

Letras, por demais felizes
Contam ao mundo tantos matizes.
Juntinhas compõem uma oração
Que acalma um coração.

Letras que se arranjam em músicas
Emocionando os ouvintes.
Letras que enlevam discursos
Esquecidos momentos seguintes.

Letras desenhadas
Letras pintadas
Letras bordadas
Iniciais marcadas!

Letras são tipos,
Letras são lendas,
Letras são vida e muito mais.
Fique sem ela quem for capaz!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/BR
 
" L E T R A S "

SEGUE FILHO

 
Segue filho,

Adiante em teu caminho!

Que o bom Deus ilumine teus passos,

Oriente tua caminhada,

Guiando-te em tua jornada!

Segue filho,

Faz da tua escolha

O teu melhor resultado.

Abraça a tua missão

Cumprindo-a com paixão!

Leva no peito a bravura

Digna de um campeão!

Engrandeça tua Pátria amada

Com a força de um leão.

Segue filho

Vá em frente!

Avante sempre !

Querido valente!

Eliana Braga

25/04/09

Campinas SP Brasil

Poema dedicado a meu querido filho,que seguiu em missão de Paz ao Haiti.
Que Papai do Céu te proteja sempre!
 
SEGUE FILHO

"Falíveis e Efêmeros"

 
O quê impulsiona os homens

A agirem como se fossem Deuses?

Onde estaria neles a certeza

De possuir e deter tamanho poder?

Seria o excesso de ego,

Ou o contrário talvez?

É, pode ser...Talvez!!!

Imagino os seres tão ínfimos

Tão fracos,e mui pequeninos,

Diante da Mãe Natureza,

Diante do seu Criador!

Seres homens e pensantes,

Para tanto têm raciocínio

Diferentes dos outros seres,

Os chamados irracionais.


Percebo então a grandeza

Quando olho e percebo a pureza

Diante de uma rica pequeneza

Chamada Abelha,Borboleta,

Formiga,Passarinho,

Ou apenas uma simples Flor!


Uma gota de chuva que seja,

Sozinha, consegue ser

Maior que qualquer um de nós!

Imagino o planeta sem água

Calando aos poucos a nossa voz.

Com quem estamos a falar,

Quando estamos diante de seres

Que tomam pra si os poderes?



Nesse mundo repleto de fome,

Que sucumbi à dor das guerras,

Seria hora de parar...

Parar um pouco e pensar...



Refletir nesse imenso Globo

Que nos fez globalizados

Para melhor repartirmos o pão.

Ou será que ora mudou,

E já não consta mais,

Do humano plano de ação?



Então é hora de parar o circo,

Descer o pano, fechar a cortina!

Dispensar o palhaço,

E negar uns aos outros, um abraço,



O viver é coisa séria!

Se pensarmos um pouquinho veremos:

Não temos nada , nem ninguém,

Não somos nada também!



Seres falíveis e efêmeros,

Todos somos e esquecemos.

E então, o que fazemos?

Ou melhor, o que faremos?



Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/sp/br
 
"Falíveis e Efêmeros"

"Viemos" - ( À Mamãe )

 
Sementes que fomos
Germinadas em amor ou não,
Nos trouxe a habitar esse espaço
Que nos permitiu crescer e viver!

Viemos!

Juntando-se hoje os pedacinhos
Daquilo tudo que já fomos
Fico a organizar contente
As imagens retidas na mente

No preto e branco da memória.
Que me devolve sorrisos pueris
Ressurge o início da história.

Viemos!

Longo espaço nos separa,
Das lembranças de criança.
Tênue fio nos vai ligando
Ao que um dia, foi nossa infância.

Viemos!

Como ficaram distantes
As cantigas de ninar,
Que levavam ao sono em instantes,
Num bom colo de embalar!

Viemos!

Páginas várias da vida,
Somadas até cansar,
Mostram o ponto de partida
E encantam qualquer sonhar.

Viemos!

Onde quer que cheguemos um dia,
Lá atrás poderemos buscar,
Desprovidos de covardia,
O momento do despertar.

Viemos!

Na riqueza dos guardados,
Algo no tempo se perdeu
E em meio a tantos lembrados
Percebo claramente quem sou eu.

Sei que viemos para ficar,
Não para sempre como se quer,
Mas o tempo certo para aprender a Amar
Tanto faz se Homem ou Mulher!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP
 
"Viemos" - ( À Mamãe )

"Deixei o tempo passar"

 
Foi assim quase de propósito

Deixei o tempo voar

E com ele voei também

Permiti que você se fosse

Deixei tudo correr bem solto

Para que nem você percebesse

Não houveram lágrimas

Não houve Adeus

Você se foi com seus ideais

E cá fiquei eu, com os meus

No imaginário dos poetas

Há paixões que se vão

E há paixões que ficam

Mas, na alma desta aprendiz

Que ensaia seus versos livres

Que falam de partidas

Ficaram lembranças

Jamais esquecidas!

Deixei, e o tempo passou

Você se foi nem sei pra onde

Mas uma saudade dorida

Ficou, e como ficou!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Deixei o tempo passar"

"Essa Noite!"

 
Na minha janela o vento chora
Em meu peito o frio é imenso
Danada da tristeza que não vai embora
Vou guardando as lágrimas no lenço

O vento, o frio
A alma, a lágrima
No corpo um arrepio
Na noite o vazio

Lembrança sem rima
Saudades de dança
Da mulher menina
Da menina criança

Gelo dentro, frio lá fora
Ficarei sem ver o sol
Tomo essa decisão agora
Da janela vejo o farol

Farei por certo o contrário
Ficarei de sentinela
Enquanto tu dormires eu velo
Sentada olhando à janela

No silêncio que precede a alvorada
Ouvindo o zunir do vento feito açoite
Tendo como companheira a madrugada
Assim, passarei essa noite!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
 
"Essa Noite!"

"Num Relance" - Versão 1

 
Minhas pernas tremeram
Um gelo a me percorrer a espinha
Meus sentidos temeram
Algo, que há muito não sentia!

Depois de tanto tempo...
Lá estavas diante de mim.
Sorrias, estavas tão bem,
Como eu gostava de ver-te assim!

Enconstei-me no pilar
Tentei conter a emoção
Fiquei sómente a te olhar
Apertando o coração.

Vi que não estavas sózinho,
Tentei teu nome chamar
As palavras não me saiam
Deu vontade e chorar!

Segurei então as lágrimas
Virei o rosto e esperei
Tomavas um simples café
Caminhei e me sentei.

Através das plantas dos vasos
Pude me esconder e observar
Teus cabelos estavam grisalhos
Tal qual noites de luar

A vóz no sistema de som
Fez-me voltar à real
Meu vôo estava partindo
Tentei ser mais natural

Num relance vieram à tona
Aquelas lembranças perdidas,
Esquecidas ou escondidas
Doces sensações vividas.

Mais uma chamada do vôo
Ergui-me, num suspiro profundo.
Tu ali estavas bem,
Tão distante do meu mundo!

Dei uma ajeitada nos cabelos
Enquanto tu ainda sorrias.
Fui para o portão de embarque
Olhar-te outra vez, que diferença faria?

Ainda me refazendo aos poucos,
Caminhei a passos lentos.
Ordenava meus pensamentos,
Das lembranças de muitos momentos.

Quantos anos se passaram...
Quanto nos distanciamos....
Momentos que não se apagaram,
Num relance, todos voltarando.

Arrisquei olhar para trás,
Enquanto a porta se fechava.
Num relance vi teus olhos!
Soube então que me buscavas.

Nessa fração de segundos
Nossos olhares cruzaram
Num relance ... só num relance...
Brilharam e para sempre,se separaram.

Eliana Braga
Gaivot@
Cps/Sp/Br
 
"Num Relance" - Versão 1

"Seguirei" - Série - Viagens*

 
Caminhos errantes ou não,
Não sei!
Apenas sei que irei!

Levarei alguns sorrisos
Talvez algumas lágrimas
Mas, seguirei!

Os caminhos da minha vida
Tortuosos ou planos,
Ajudar-me-ão em muito
Para o viver de meus anos!

Seguirei...
Sem medos e sem receios
Porque a vida segue....
Com ou sem rodeios.
Seguirei mui confiante,
Sem meios, e sem devaneios!

O encantamento de outrora,
Hoje não mais me ilude.
Seguirei em frente,
Mesmo com tempo rude

Minhas mãos seguras
Neste leme forte
Guiar-me ão ao rumo
Do vento norte!

O ontem, ficou no túmulo,
O amanhã, no útero está,
Então seguirei hoje mesmo,
Com maré boa ou má!

Desprendida das ilusões,
Que um dia meu mundo habitaram
Viajarei para bem distante
Onde jamais outrens imaginaram!

Seguirei meus próprios instintos
Pois que nunca me abandonaram.
Vou para dentro de mim mesma!
Posto que estes dias chegaram!

Seguirei... Hoje!
Eu, comigo!
Teremos muito tempo.
Com a tormenta ou sem ela
A travessia será longa!

Talvez um dia eu volte,
E pode ser que na volta,
Não encontre mais ninguém.
Não importa!

Assim mesmo,
Hoje viajarei,
Para o meu íntimo,
Seguirei!

Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Br
 
"Seguirei"  - Série - Viagens*