Poemas, frases e mensagens de MCTAURINO

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de MCTAURINO

Ter um filho

 
Ter um filho
É cantar
um hino à Natureza
...Hino de amor,
De alegria…E de beleza …

É sentir em nos a vida a iluminar-se!
É ter asas e voar…
É poisar
De mansinho a boca em pétalas
De rosas orvalhadas…
É rir às gargalhadas!...

É ouvir, baixinho,
A voz dos sinos!
É acalentar um amor,
poema de carinho!...

É ser grande é ser maior
que as mais!
Sentir a dor e transformar
em ais de prazer
o estremecer
de um corpo na
ansia de viver!

Ter um filho !
Aspiraçäo suprema
de quem ama com leal amor!

É ver num ser
que de nós brotou,
o mais real exprimir
de um sentir!...
que Deus abençoou!
 
Ter um filho

A PALAVRA

 
Uma Palavra...
Sim, só uma palavra bastaria
para que o choro se calasse
para que o ódio não matasse
da vida a poesia.

Uma só palavra que na terra se gritasse
e que até aos céus chegasse...
Para que o sol brilhasse
e tivesse mais calor...
Para que o Homem triunfasse,
Uma só palavra bastaria
e ela só seria
esta palavra: AMOR!

McTaurino
 
A PALAVRA

O Pecado de Viver

 
Quando garatujo
Mil coisas num papel,
Fico nele presa…não fujo!
È o meu sangue é a minha pele! …
Crucificada, despida
Em jeito de redenção,
O meu falar é o grito
De um sofrer,
A expiação de um delito:
O pecado de viver!

Viver! – andar dia após dia
Os anos a rolar,
Numa sede de infinito,
Sem nunca mitigar!...
Numa fome de ideal,
Lutando pelo Bem
E combatendo o Mal!...

Sou eu, sim…Meu coração,
Reparto nestes vocábulos expressos
Em todas as frases dos meus versos!

E dou-me então numa ansiedade
De sempre mais e melhor,
Evocando uma saudade,
Galvanizada de Amor!

- Saudade do que não cheguei a ser…
- Amor por tudo o que conheço e queria conhecer!...

Daí o desejar que os meus versos
Sejam espalhados,
Dispersos
Pelos que trazem os olhos marejados,
Pelos que soluçam inconformados,
Por todos vós, Irmãos,
Que adivinho ou que conheço,
E na sua verdade,
Nos meus pobres versos,
Nunca esqueço!...
 
O Pecado de Viver

Voltar a ser Criança

 
Dá-me meu menino a tua mão…
Estende-me os teus braços
E ajuda-me a vencer
O trilho das minhas dores,
Dos meus cansaços!...

Com tua ternura,
Afaga meu rosto,
De rugas tão sulcado…
Que o meu mortiço olhar,
Por tanta lágrima vertida,
Seja, pelo teu, iluminado!

Dá-me a tua fala mansa,
Para que um sopro de vida
Paire, suavemente, em minha voz,
Há muito enrouquecida,
- Calada, já sem esperança! -

Empresta-me a pureza
Que há em teu coração
E toma o meu, despedaçado
Por tudo quanto é mau e é pecado!
-Arranca-mo do peito
E faz dele um brinquedo a teu jeito…

Salta, Joga, ri…
Muito espero de ti,
Mas não me desampares. Meu menino.
Segura-me a mão
E leva-me contigo
Ao mundo da fantasia,
-à tua poesia -
É teu o meu destino!

Então liberta já por ti,
Meu pequenino,
Sonhando primaveras,
Sois de esperança.
Mais te peço, meu menino,
Deixa-me, contigo,
Voltar a ser CRIANÇA!

MCTAURINO
 
Voltar a ser Criança

Porquê?

 
Porque te quero tanto, ó sombra que me foges,
O Mar que eu visionei em sonhos de menina,
Esboço de pintura que meu pensar traçava
Em tela fantasista,
Porque te quero tanto?
Praia sem fim, de areia prateada,
Calma como o luar,
Imensa como o céu que me extasia
Em noites estreladas,
Porque te quero tanto?

Sempre te vi sempre te adorei!
Senti-te sempre e sempre te busquei,
Na ânsia de algum dia te alcançar!
Ando atrás de ti que és talvez sonho,
Nuvem, sei lá! Murmúrio de àgua,
Folha ao vento, riso, màgoa!...
Que tristeza! Que tortura! Sinto-te comigo
Desde que sei que tenho alma!...
E o meu viver é procurar-te!
E a minha alma anseia por tocar-te!
E só terei descanso, quando por encanto,
Eu souber dizer porque te quero tanto!
 
  Porquê?

Quero Lutar

 
Quero lutar, lutar
pronta a vencer
e a arma que tiver
seja apenas meu
coração de mulher
cheio de amor a pulsar...

Meus alvos a atingir
sejam os corações
que encontrar
pelos caminhos...
tristes, desalentados,
desesperados
e sozinhos...
poder ouvir os seus lamentos,
aliviar seus sentimentos
de dor, amargura, solidão...
e estender-lhes a minha mão
num gesto de confiança
em que vislumbrem esperança
de dias cheios de sol e de luar...
e continuar sempre a lutar!

M Conceição Taurino
 
Quero Lutar

Finalmente Viverás

 
Olhos ávidos, perscutando
o mundo à sua volta...
pleno de interrogações.
Quem?...Onde?...Porquê?...
Sózinho divagando,
procura, vai buscando
respostas...não encontra!

A desconfiança
enche-o de ansiedade.
Vagueia!...
Em cada homem
vê um inimigo.
Em cada riso,
um escárneo...
Nos abraços ,
traição!
Que vida!
Que tortura!
Que desilusão!
Desconfiando,
avilta o coração.
Baixa a cabeça,
trémulas as mãos,
lábios sem cor!
Sente frémitos de ódio,
não de amor!
Pobre ser!
medindo os outros por ti,
rastejas,
apanhas migalhas
caídas pelo chão
das notícias
em primeira mão!
Afoitamente,
nada dizes:
O ódio em ti
tem raizes.
E sofres,
sendo tu o obreiro
do próprio sofrimento.
Como eu te lamento,
meu irmão!

Abre o teu peito
aos sentimentos nobres.
Ergue as tuas mãos ao Céu
e pede bençãos!
Lança o teu olhar,
com lealdade,
sobre toda
a Humanidade!
E sonha!
Puerilmente,
sem vergonha...
E aceita
dos outros os olhares,
as mãos e os falares,
sem medo
de que não sejam
o que são...
Mata a desconfiança
em teu coração.
E serás outro Homem,
já liberto dos temores
que agora te consomem.
Luta, que vencerás,
e então, finalmente, VIVERÁS
 
Finalmente Viverás

Ilusão

 
Sonhei tanto esta noite!...e o meu sonhar
Tinha um quê de assustador; parecia
Que um Mar que visionava, engrandecia
Mistério existente em teu olhar…

Eu caminhava então na Imensidade
Direita a um só Farol: -os olhos teus!
Erguia minha prece para os céus,
Buscando crente a sua claridade.

E quando enfim supunha adivinhar
Que era amor que eu lia em teu olhar
E o prazer me enchia o coração,

Vi as ondas quebrarem com fragor!...
Apagar-se o farol e o teu amor
Ser para mim apenas ILUSAO !
 
Ilusão

Quando eu Morrer...

 
Quando morrer,
não quero flores,
nem discursos,
nem velas...

Quero que se abram
todas as janelas
e que por elas
entre a luz!...

Nada de lutos,
nem choros,
nem revoltas...
Quero que andorinhas
voejem para os Céus
com suas asas soltas,
e conduzam minha alma
até Jesus!...

M.Conceição Taurino
 
Quando eu Morrer...

Meu Querer!

 
Quando garatujo
Mil coisas num papel,
Fico nele presa…Não fujo!
É o meu sangue, é a minha pele!...
Crucificada, despida,
Em jeito de redenção,
As palavras são o grito
De um sofrer,
A expiação de um delito:
- o pecado de viver!
Viver! – andar dia após dia,
os anos a rolar,
numa sede de INFINITO,
sem nunca mitigar…
Numa fome de IDEAL,
lutando pelo BEM
e combatendo o MAL!...

Sou eu sim…meu coração
Reparto nesses vocábulos expressos
Em todas as frases dos meus versos!
E dou-me então numa ansiedade
De sempre MAIS e Melhor
Evocando uma saudade
Galvanizada de Amor!...

-Saudade do que não cheguei a ser…
-Amor por tudo o que conheço e queria conhecer! …

Daí, o desejar que os meus versos
Sejam espalhados,
Dispersos,
Pelos que trazem os olhos marejados,
Pelos que soluçam, inconformados,
Por todos vós, IRMÃOS,
Que adivinho ou que conheço,
E no meu dia a dia
Nunca esqueço!...
 
Meu Querer!

Caridade

 
Ele pedia esmola...
Velho, alquebrado,
Estendia
a sua mao tremente
a toda a gente
que nao via
o seu rosto cansado
e passava indiferente...
Que nao lia,
no seu olhar magoado,
a dor do dia a dia...

Que esperava afinal?
Uma moeda atirada,
jogada,
em gesto formal,
para a mao enrugada?

Isso somente?

Talvez fosse diferente
o seu desejo...
Talvez que uma palavra quente,
como o calor de um beijo,
suavizasse melhor
a sua dor...

Talvez que ela respondesse
mais eficazmente
as mudas interrogacoes
que da alma se evadiam
quando os tostoes
na sua mao caiam...
E o metal era frio!...
E o som tao vazio!...

Detive a minha caminhada
e dinheiro nao joguei
na sua mao descarnada!

Apenas lhe falei...

O que disse, nao sei...

So lembro
que, pelo rosto encarquilhado
do velho alquebrado,
uma lagrima tombou
e, a sorrir, murmurou:
"Minha filha, obrigado!..."
 
Caridade

EXORTAÇÃO

 
PRIMEIRO PRÉMIO
EM
POESIA

Segundos Jogos Florais do Lar do SBSI-SAMS

EXORTAÇÃO

Caminha!...
-despido de vaidade,
insensível ao vento fustigante da ironia,
à chuva impiedosa da maldade,
à neve sempre igual da hipocrisia!
Caminha!...
-descalço, sentindo sob os pés
a terra fria,
noite após noite…
dia após dia!
Sentirás na carne espinho fundo,
-aguilhão do carrasco que é o Mundo!
Ferido, sangrando embora,
caminha, estrada fora…
Cabeça descoberta, erguida em frente,
desafiando toda a gente
que quer travar teus passos…
mas não deixes pendentes os teus braços!
Verás que nada de medonho
te impede de alcançar o sonho
amparado ao único bordão
que abrigas em teu coração:
O sentimento de luta pelo Bem,
O desejo de ajudares Alguém
que só, cansado, com fome
e desesperado
pede a tua mão…
Estende-a, rapidamente, com vigor,
dá-lhe todo o teu amor,
que nele reconhecerás um teu IRMÃO

Maria da Conceição Taurino
(Residente)
 
EXORTAÇÃO

Ser Amigo

 
Ser amigo, meu irmão,
é estender-te a mão,
quando só, triste ou doente,
eu estiver presente,
e, com amor,
tentar aliviar a tua dor.

Não recuar, temendo abrólhos,
e procurar que nos teus olhos
haja vislumbres de esperança
E desejar que um raio de sol
aqueça o teu coração,
desfeito por qualquer desgosto
e que no teu rosto
surja ténue, mas que represente
o eco do que a minha alma sente
quando, em qualquer instante,
sem hesitação, vá ter contigo.
Isto sim, é ser amigo!

M Conceição Taurino
 
Ser Amigo

Um Caso de Rua

 
No autocarro, sentado
A meu lado
Estava um jovem tristonho,
Mal humorado…
Olhou-me com rancor,
Senti receio, temor,
Mas falei-lhe com carinho
e perguntei baixinho:
-Que Tem? Que posso eu fazer
que mude seu parecer?
Tornou a olhar-me desconfiado
e ao mesmo tempo desesperado…
- Nada! – respondeu.
– Estou só, revoltado
com a vida. Abandonado
por Deus ou pelo diabo!
Era tanta a raiva que sentia
que, por momentos, um arrepio me invadia…
Tornei a falar-lhe meigamente,
na esperança de que, finalmente
conseguisse transformar a sua dor
num poucochinho de amor.
Senti na sua voz um soluçar
e sem o ver chorar,
lágrimas sei que brotavam do seu peito…
Num abraço estreito,
e reconhecido, beijou as minhas mãos…
Nada disse, mas esse gesto l
levou-me a acreditar
que é nosso dever
com fé saber esperar
que tudo quanto é mau
em BOM se pode transformar!

Maria da Conceição Taurino
1º Prémio da Classificação Geral dos III Jogos Florais do Lar
 
Um Caso de Rua