Eu e tu
Eu e tu.
Eu amo tu
E tu me ama.
Que coisa interessante
Tu e eu na cama.
Tu mulher
Eu homem
Se comem
Se lambuzam
Se fundem
Numa só foda.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 7 de fevereiro de 2017
Às 14h45m
A ferida
Construções em decomposição
Ornam as ruas
Com muitas passarelas
Que definem um passeio,
Onde os sádicos sublimam a dor.
Restos de um mundo soterrado
Clamando por dias piores
E que a indigestão seja fatal para todos.
O gordo sorriso do inquisidor
Fere e leva a loucura coletiva.
A ferida está exposta
Para os sádicos de plantão
Cultivem o sofrer.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 12 de março de 2016 às 10h10min
A vida
Ela se expande...
Haverá uma causa?
Haverá um meio
Que a faz expandir?
Nada a imobiliza
Nada a apreende
É surpreendente
A mente livre pede explicação
Mas não encontra resposta.
Contra tudo que é racional
Ela permanece incompreendida
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 10 de agosto, de 2012
Às 11h16min
bicicletomania
Começa a viagem,
O que importa
É a passagem
Para alegria.
O que importa
É estar alerta,
Ruas abertas
Saúdam os atletas
Que se transformam
Em viajantes
Em plena euforia
Para os desejos de viver.
Passam por praças,
Passam por monumentos,
Em sua mente
Suavemente
Adere, adesão completa
A um brinquedo
Conhecido por um nome
De bicicleta.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 6 de janeiro de 2015
12h58min
Me sentindo só
Caminhando pelas ruas centrais da cidade
Me perco no tempo e no espaço
Sonho com épocas passadas
E estremeço com pesadelos memoriais
Saudade sinto do que foi momentos displicentes
E que perdido na mente aflora, renasce,
Sem me pedir consentimento,
Maltratando-me
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 3 de abril de 2015
Às 9h42min
Auto-controle
Auto-controle
Obrigações, tratados, contratos,
Um mundo a ser construído.
Para o abstrato temos o concreto
O real nega o engano dos homens
E impõe a eles uma verdade.
A realidade doe
A conquista do conhecimento
Faz o homem temer o seu futuro
E o faz retroceder em suas conclusões.
Revisões e mais revisões são feitas e
Desfeitas, são trocadas
Em nome de uma segurança mental.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 5 de dezembro de 2015 às 13h02
Para Carlos Drumond de Andrade
Nostalgia
De um velho
A tecer um mar
Num local que
Não existe mar.
Perde-se num mar
De ideias que não tem volta.
Á contrariar o medo
De possuir o verbo,
Não se contém num ritual ao belo e
Comove-se ao máximo que pode,
Retirando com os olhos
As imagens do dia-a-dia.
Sabe bem usá-las:
No viver das ruas,
Na busca do amor,
Das brancas nuvens,
Do asfalto negro,
São filtrados no olhar maneiro
Mineiramente prevenido.
Chicão de Bodocongó
Campina grande, 29 de dezembro de 2005
Poesia refeita
Campina Grande, 15 de março de 201
Livres para errarem
Sssssssssssssss....................tabum!
Estouro no ar ou na terra?
Resta saber se temos a menor chance,
Uma esperança ao alcance das mãos.
Haverá algum mal em ser otimista?
E esperar não ser atingido
Por estilhaços que destroem em alta proporção?
No momento da fuga, sem paixão, nos tornamos egoístas.
O espaço mental dita as ordens para uma busca infinita
E ativa as nossas emoções, que facilita
A pobreza dos atos falhos e maldosos.
Dolorosos sonhos, são pesadelos, servem de modelos,
Referências deformadas de um mundo já esquecido,
Entorpecido pelo engano seguiremos novo comando.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 14 de outubro de 2001
Os insetos
O pirilampo voa no campo
Ilumina o mato e o espaço,
A formiga sai na corrida
Carrega a comida para sua amiga.
O grilo vai dando trilo por onde passa
Vai dando festa Com alegria e muita graça,
O gafanhoto, com suas pernas compridas
Despidas de pelo, é um animal voraz,
É capaz de um só tempo comer tudo
E voar para comer muito mais.
A borboleta, a borboletar na mata,
Vai a cata da outra igual, o seu circulo vital,
Animal de seis patas, quando nasce,
nasce com muitas patas, a lagarta,
com muita fome sai de galho em galho na árvore
e consome uma grande quantidade de folha
e na sua fome constante, sem escolha, ela destroe desmata
A louvadeus, a cruel, come rã como papel,
Sem muitas dificuldade rapa os ossos com voracidade,
Mas, vou lembrar-lhe da abelha que, com muita responsabilidade,
Com sentido de organização, faz uma boa ação, fabrica o gostoso favo de mel.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande, 5 de setembro de 2004
Às 11h26min
O espctro
Traz pra cá, Não demore,
Estou a te esperar.
Come cru Quem se apressa,
Porém, lento demais
O assado se queima.
Mas a fome Não espera
E não coopera,
É tempo de coleta
Para o futuro Reclamar.
O que parece ruim,
Não melhora a ração
De uma coleta malfeita.
Fazer caridade, Não faz o gênero,
E só Estimula O instinto maldoso
da raça humana.
Revestido Em uma couraça
Serve-lhe de proteção
E vitima aquele,
Aquele que lhe estendeu a mão,
Aquele que lhe deu pão
Casa, lazer, instrução.
Eu quero!
E espero ser atendido
No ato!
O resto?
Que morra!
Ou use da malandragem
Para enganar as futuras vitimas,
Assim, Como eu faço.
Eu não morrendo?
Vou destruindo o mundo.
Seca no Nordeste, no sudeste,
Até no Polo Norte
Eu sou é de morte
Morte anônima
Que souto na rua
Só Serve para manter o medo
O desespero
A crueldade me faz espectro.
Chicão de Bodocongó
Campina Grande,31 de janeiro de 2015
Às 11h07min