Poemas, frases e mensagens de Motorskill

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Motorskill

Sou uma pessoa normal,boa onda.xD Adoro ir a concertos/festivais,etc.

Olhos Dormentes e Doentios

 
Olhos dormentes e doentios
Olham constantemente em círculos
Directamente em camadas de subtileza
Mas não me irei curvar sobre mim
Nem sobre o seu manto de ignorância
Esta vida ainda será um mistério
Para ti e para o teu mundo
Até o dia da tua esperada partida
A espalhar mentiras inexistentes
Saídas venenosamente dos teus frágeis lábios
Para ti dito-te vingança
Vingança sem meios caóticos
Ou por prazeres destrutivos
Irei te mostrar o que construíste
Aquilo que não queres ver
Olhos dormentes e doentios
Basta um sorriso para ti
Para te infligir decepção e angústia
Não me irei curvar sobre mim
Nem sobre o teu manto de ignorância
De alma assente eu enfrento-te
Contra esse teu ridículo conformismo
A verdade que tu adquires
É a verdade que arrancas dos lábios de terceiros
Olha-me nos olhos
E apenas verás
O que sempre esqueceste
 
Olhos Dormentes e Doentios

Memórias

 
Batidas pesadas sinto ao caminhar

Sinais deste meu arrastamento

Longe vão os tempos para suspirar

Longe vai o meu discernimento

O dia torna-se um sufoco para a alma

E só no amanhecer é que respiro

O que seria de mim sem esta vivência?

O que seria de mim sem esta experiência,no fim?

Surreal, assim parece ser

A maneira de desvanecer

Memórias que perduram

No silêncio de mais um amanhecer

Num curto espaço de tempo sou livre

E tentarei sempre ser

Destas memórias que assombram

Mas que já não magoam

Momentos eternos no interior

Que à flor da pele transparece

Memórias a vaguear no pensamento

Que o tempo esmorece

Surreal, assim parece ser

A maneira da libertação

Dos fantasmas destas memórias

No silêncio da iluminação.

Este pequeno texto foi usado para participar aqui num concurso musical(não fui o vencedor obviamente )mas estou a posta-lo de novo com umas ligeiras modificações.Espero que gostem.
 
Memórias

Ninfa

 
Olha para trás, minha ninfa demoníaca
Olha e escuta estas vozes
Vozes que te crucificam
E te comparam a lama
És para eles, para o mundo em teu redor
Um pedaço de carne
E apenas assim
Um escape só para um fim
Sem gracejo aparente
Sem desejo espiritualmente
Caminha para a frente
Caminha nessa tua estrada arruinada
Não olhes para trás, não os ouças
Sê crente, respira esse veneno, vive ingenuamente
Pois a ignorância será sempre uma bênção
Bênção que tu alimentas
Com essas esperanças e ideologias
Porém, és apenas um pedaço de carne
Um meio para libertar alguma pressão
Ninguém te verá com olhos de ver
És apenas um fim
Um meio
Apenas futilmente nada.
 
Ninfa

Espiral De Sentidos

 
Numa espiral de sentidos
Onde a fuga possível me remete
A um passado sem futuro
Deparo-me,incredulamente obsoleto
Fora de tudo que me torna humano
Onde o progedir em redor
Progride ingenuamente
E eu,apenas cavo o meu abismo
Sem razões aparentes
E sem mais desculpas existentes
A consciência pesa
E os remorsos e dúvidas
Ultrapassam a vontade
Vontade de continuar
Vontade de desvanecer
O que impede a serenidade da alma
Sempre e sempre outra vez
Em repetição constante
As mesmas palavras
Os mesmos suspiros
Em contornos diferenciados
O serafim da minha salvação
Deserta-me inconscientemente
Numa atitude passiva que suporta o sucumbir
Ou o quebrar duma vida
Que outrora me pertenceu
E eu,apenas continuo a sussurar
Palavras que ninguém que ouvir
Lamúrias que muita gente já testemunhou
E digo apenas
Só porque decides olhar para algo melhor
Não irá desaparecer
Acorda e enfrenta-te
Não te absorvas nessa decadente ignorância
Pois um dia partirei
E na altura assim direi
Que me desapontaste
Como tudo o resto que eu retraio
No leito do meu perecer.
 
Espiral De Sentidos

Contradição

 
Contradição...

A essência da vida posiciona-se no lado incerto
Eu dormirei quando acordares
Eu caminharei quando fugires
Eu contarei uma mentira quando necessitares da verdade
Eu derramo sangue quando tu só derramas lágrimas
Porque sou nada quando queres tudo
Porque sou a sombra que realça a tua superficialidade
A razão?
Porque levaste-me a isso
A razão?
Porque forçaste-me a isso
Cair em contradição
Sentir em contradição
Os verdadeiros olhos que nunca vira antes
A face que nunca tocara antes
Agora que permaneço aqui
No infiançavél do horizonte
Não consigo acreditar que não sintas vergonha
Na pessoa que tens que ser

A tristeza da morte ainda se posiciona no mesmo lado
Eu sorrirei quando chorares
Eu rejubilarei quando sofreres
Serei o horror quando queres a mutável beleza
Serei a escuridão quando procurares a luz
Isto é o sorriso que nunca mostrares antes
Estas são as palavras que nunca ditei antes
Porque sou tudo quando és simplesmente nada
Porque eu vivo quando te submetes
O porquê?
Incutiste-me a isso
O porquê?
Deixaste-me para isso
Viver em contradição
Morrer em contradição
A paz que nunca sentira antes
A vida que nunca tivera antes
Agora que estás ai
Bem além da minha alma
Realmente não acredito que não sintas um suspiro de vergonha
Por seres a pessoa que tens sido...

Contradição é benevolente
Estar no lado errado
Viver no lado errado
Apenas nos favorece
Pois assim a caixa de Pandora abrir-se-á
E as extremidades da vida surgirão
Unificadas no seu todo
Raiva,fúria,ódio,desprezo
Eu abraço sem possibilidade
Presentemente aguardo
Embalado pelo brilho da Lua cheia
Lamenta pela minha existência Céu
Que a dor estagnou-se no meu interior
E salvação não existe
Apenas contradição...
 
Contradição

Para longe,bem longe...

 
Estas ruínas onde permaneço
Já não são minhas
Já não são o lugar que tanto acarinhei
Mal vejo a hora
Mal vejo o dia
Em que me irei embora
Embora para encontrar o meu santuário
Bem longe
Longe destas ruínas derivantes do esquecimento
Da ignorância e falsa absolvição
Eu tentei e tento
Vestir-te noutra pessoa
Agora conduz-me fora deste antro desolado
Para longe, bem longe, muito longe
E é bom saber que serás sempre minha
Mas conduz-me fora destas decadentes ruínas
Para longe, bem longe, muito longe
Eu não me importo para onde
Apenas para longe, bem longe
Para o paraíso pacifico
E o cemitério do fim
Das nossas almas
Ingenuamente eu confio em ti
Por isso leva-me e carrega-me nesta minha confiança
Para longe, bem longe, muito longe…
 
Para longe,bem longe...

Instabilidade

 
Instabilidade
Cerca-me constantemente
Sina do destino
Ou apenas inesperado infortúnio
Instabilidade
Sempre possuirá os anjos que amo
Trazendo-lhes descontrolo
Trazendo-me o desespero
Tomara que houvesse uma solução
Apenas um remédio
Para este veneno que persiste em quebrar-me
Doença, assim parece
Arrastando-se por caminhos negros
Cresce e cresce
A afastar-me cada vez mais
Farto fico desta pressão
Farto estou de apenas observar
Recuso-me a cair nesta escuridão desmesurada
O que me aguarda além
Mantém-me são e convicto
Nesta busca da unificação
Do descanso eterno
Instabilidade
Cerca-me constantemente com beleza escravizada
Mas não será as palavras da minha lápide
Nem mesmo o fim
Da minha passagem…
 
Instabilidade

Anjo Caído

 
Anjo caído
Anjo destruído
Experimentaste o vil sentimento da curiosidade
E por fim arrastaste as tuas belas asas pela lama
Não te condeno
Nem sequer te julgo
Pois serás sempre o meu anjo
E chorarei, se preciso, contigo
Chorarei lágrimas de mágoa da tua ruína
O teu altar era o teu templo
O teu templo era a minha salvação
Caíste na tentação de algo que te suscitou curiosidade
E trouxeste a decadência à medida que prosseguias avante
Mas não sofras
Não te prendas a esse teu desespero
Eu carregarei o teu fardo
Eu sentirei o teu fardo
Não desvaneças à medida que perdes a esperança
Pois se desapareceres
Só eu saberei do teu fim
E a salvação que me trouxeste
Jamais deverá acabar assim.
 
Anjo Caído

Sonho/Maldição

 
Inebriado neste estado mental
Permaneço acorrentado a este surrealismo
Sem distinguir a percepção
Da verdade e da mentira
Do real e surreal
Apenas sei que o que está além e
Cobre-se de neblina
Neblina que me sufoca
Neblina que enevoa a minha visão
Deste sonho jamais irei despertar
Pois a minha mente não o deixa
Sempre em constante batalha
A impor, a incutir
Muralha após muralha
Não esquecerás
Não apagarás
E sempre lembrarás
Deste sonho, desta maldição
Onde sempre estarei
Adormecido pelas acções
E renegado pelas consequências.
 
Sonho/Maldição

Perdido na apatia

 
Paralisado pela percepção realista
Não consigo me deixar submeter
Perante a desilusão provocada pelas tuas peripécias
Ou, antes seja, o teu instinto
Aos olhos do mundo és mais um caso
Uma historia de uma arcanjo errante
Perdida na apatia da insegurança
E firmemente segura na sua Natureza
Os tempos mudam, as pessoas mudam
E tu, sucumbiste aos prazeres maliciosos
Da ignorância, da discórdia e da hipocrisia
Eu apenas questiono mas perplexo fico
Com a facilidade com que te entregas
Sem pudores e insensivelmente
A obscuridade dessa tua pessoa
Os meios justificam os fins
E adaptas essa filosofia
Á tua ridícula forma de respirar
A ascensão a pés rápidos
Tornar-se-à o reflexo do teu perecer
Olha por detrás do teu ombro minha bela arcanjo
As asas já se desvaneceram em cinzas
E a rapacidade da tua pureza
Corrói-te no interior
E é com dilúvio no coração
Que testemunho a tua perdição
Perdido na apatia do inevitável.
 
Perdido na apatia

Sentido

 
Aprende como se fosses viver para sempre
Vive como se fosses morrer amanhã
E assim,estas palavras ecoam profundamente
Nos quatro cantos da minha mente
Mas estas palavras não fazem sentido
Nada faz sentido
Até tu,outrora pura de coração
Optares por outro caminho
E deixar de sucumbir a essas vagas percepções
Da tua errante realidade
Continua,e assim verás
O cerco a apertar-se cada vez mais
E ai não terás solução que não aquela
Que te for forçada
Não direi que sou a salvação
Mas também não serei a perdição
Só te posso abrir as portas
Daquilo que será a mudança
Só tu poderás ver o que esta além
Mas não irás sozinha
Estarei contigo sempre
Mesmo que não o queiras
Pois só tu consegues dar sentido
Aquelas sonantes palavras
Aprende como se fosses viver para sempre
Vive como se fosses morrer amanhã
Isto só fará sentido,contigo
Apenas ao meu lado.
 
Sentido

Além da razão

 
Desolado no abismo do esquecimento
Não existe nenhum modo de erradicar
Apagar,desvanecer,ignorar
A dolorosa razão que me arrastou para tal
Razão que está presente na minha expressão
No meu olhar,no meu respirar,no bater do meu coração
Um enfraquecido espinho no meu pilar de memórias
Que cresce desmesuradamente sem receios ou misericórdias
Mas é uma razão sem base,sem fundamento
É uma razão sem razão existente
Volto e voltaria a respirar o esquecimento
Apenas para olhar nos teus olhos
E perfurá-los para alcançar
A verdade da razão que escondeste.
 
Além da razão

Quebra De Rotina

 
Tempo e tempo outra vez
Sempre e sempre mais uma vez
Cego pela constante luz
E barulho de arredores
Continua a moer
A paz que necessito
E como hábito
Espera-se pelo cair da noite
Para acalmar esta ânsia no interior

Mas enquanto a noite não me acalmar
Não vou fugir,não vou poder deixar passar
Esta quebra de rotina não vai parar
Algo de novo irei respirar

Não consegui,nem impedi
Mas adormeci o que sempre quis de mim
Não consegui nem impedir
E adormeci o que sempre quis de mim

Estes olhares familiares
Há muito que se tornaram banais
Como todo o mundo
Tento viver o dia-a-dia
Sem sofrer a maldição da rotina
Pois o que será de nós a não ser máquinas?
Terei tempo,terei ocasiões
De poder expressar imensas sugestões
Até lá
Espera-se pelo cair da noite
Para aguentar esta ânsia no interior

Mas enquanto a noite não me acalmar
Não vou fugir,não vou poder deixar passar
Esta quebra de rotina não vai parar
Algo de novo irei respirar

Não consegui,nem impedi
Mas adormeci o que sempre quis de mim
Não consegui nem impedir
E adormeci o que sempre quis de mim

Sem preocupações
Sem pressas
Com tempo irei alcançar
É por isso
Que confio em ti

Mas enquanto a noite não me acalmar
Não vou fugir,não vou poder deixar passar
Esta quebra de rotina não vai parar
Algo de novo irei respirar

Não consegui,nem impedi
Mas adormeci o que sempre quis de mim
Não consegui nem impedir
E adormeci o que sempre quis de mim

Não tem música a letra mas o texto foi criado como letra.Se alguém a quiser aproveitar para uma música,está a vontade.
 
Quebra De Rotina

Visões

 
Visões surgem
Visões desaparecem
Como uma lufada de ar fresco
Ou como demências que acontecem
Eu vejo estas luzes brilhantes
Anunciam mais um mês
Mais tempo de dilúvio e martírio
Encarcerado nesta decadente cela
Onde noite após noite
Eu deito-me sobre camadas
De uma vida quebrada
Apenas com a tua omnipresença
Vaga em realidade,profunda em mente...
Sou consumido pelo escuro
Paralisado por espinhos derivantes de um abismo
Apenas e apenas só,existente nesta lacuna da minha pessoa...
 
Visões

Calmaria antes da tempestade

 
No despertar duma nova alma
Renascida livremente do centro do universo
Tudo permanece turvo
Sóbrio e desconhecido à mente
Sem experiência,sem cicatrizes emocionais
Nada que lhe explique o que lhe é mostrado
diante dos seus inocentes olhos
Sem nunca ter provado decepção e carinho
Hipoteticamente cercada
por inocência e falsas crenças
Que irreal que é.
Quando é calmaria antes da tempestade
Que a vida irá ser
Não lhe consigo descrever como sentir
Não lhe consigo descrever como tocar
Mas consigo-lhe descrever quando se tenta acarinhar uma existência.
E eu permaneço não amado e esquecido
Pois tudo se deriva para longe,e bem longe
Da complexidade básica logística da inteligência.
Falhei,e a penalidade é choros interiores,
sobre choros silenciosos.
Lágrimas solenes escorrendo interiormente
Como uma hemorragia interna fatal
As razões estão em branco
E o coração em pedra fria
Sem sentido de emoção
Tirada por vagas ilusões da percepção

Novos seres que nascem
Irão ver, sentir, o que já transcrevi
É um caminho ardúo que desconhecem
Irremediavelmente, tento recuperar meu coração incapacitado
Esquecido, a apodrecer numa negra imundice
De desespero e mágoa.
Mas, para meu infortúnio, continua enterrado
cada vez mais fundo.
De um abismo tenebroso,
Parece-me hilariante
Como um sonho em pleno vôo a vida se torna,
Tirada e quebrada
A espalhar uma nuvem sombria
Onde nunca a estrela da vida brilha
Consigo descrever como sofrer
Consigo descrever como viver em lamento
Mas nunca saberei descrever
como a alma é apunhalada
E assim permaneço.
Sem ajuda e duvidoso
Não amado e esquecido
Nas fissuras ignoradas do destino...
 
Calmaria antes da tempestade

Progresso

 
Ao testemunhar mais um nascer do sol
E apesar da abstinência de esperança
Martirizo-me vezes sem conta
Como retomar tempos passados
Tempos que lágrimas afogaram
Tempos que sofrimento insistiu
Em destruir e prolongar
Não há caminho de retorno
Existe algo que o tempo não consegue curar
E cicatrizes que nunca saram
Mas que sempre sangram
Não há caminho de retorno
Nunca houve, nem haverá
Como desejo fortemente
Mudar o que me mudou
Apagar o que me magoou
Reconstruir aquilo que foi destruído
Algures nos meus pensamentos
Imagino como terá sido
Aqueles tempos sem aquelas dolorosas vivências
Mas uma parede bloqueia a mente
E prende-me a este presente
Pensamentos que apenas serão divagações
A resposta esconde-se nos teus olhos
Onde eu não tenho a coragem de olhar
Esta dor impede-me
E esta supressão enterra-me
Num espaço que quebra a realidade
Não há caminho de retorno…
Mas haverá um caminho de progresso
Algures…
 
Progresso

O Dia

 
Este será o dia
Em que memorias de noites passadas
Reflectem um pensamento
Este será o dia
De tudo que se passou
E de tudo que se iria passar
Este será o dia
Em que amarguras contidas com o passar do tempo
Nada se comparam com a cansativa percepção
Do dia de hoje
Este será o dia
Que existirá valiosas lembranças
Cobertas com um simples toque de desilusão
Este será o dia
Em que o que foi já era
E o que era o tornará a ser
Este será o dia
Do tudo e do nada
Dos opostos e semelhantes
Este será o dia
Em que se perdeu
Pequenas peças que reflectem estabilidade
Duma possibilidade de felicidade rejeitada
Em prol do individualismo
Esta será a hora
E o dia
Em que me perdi no anterior
Mas sem nunca me entregar à indiferença.
 
O Dia

Ascensão

 
Acções extremas
Requerem medidas drásticas
E mais uma vez
Remetem-nos ao silêncio avassalador
De um regime ás cegas
Onde a simplicidade da verdade
É ofuscada pela necessidade da grandeza
Grandeza que talvez será a perdição
Ou o abrir de mentes de muitos
Mudanças para um propósito absurdo
Meios que forçam a natureza do ser
Em algo inatural
Como já nao bastasse a realidade
A tentativa de nos transformar
Naquilo que governa o presente
Aflige o meu coração
Pena de muitos que se limitam a corrente
Pena de muitos que perdem inocentemente a sua alma
No sentido duma ascensão
Ascensão que rejeito
Ascensão que odeio
Nascemos para viver
E não apenas para respirar
Sobre as cinzas dos impérios
Irei caminhar
Humano e nunca
A ascensão duma máquina
Calculista e obsoleta.
 
Ascensão

Inimigo

 
Algures…
Ao longo do caminho exposto
Coincidências
Ou meros acasos
Posso pensar que o foram
Mas bem lá no fundo
Da podridão que não transparece
Digo firmemente que não o serão
Pois estas costas há muito estão apunhaladas
Bem fundo a sangrar silenciosamente
Culpa deste inimigo disfarçado
Que se cobre por debaixo de falsas manhas
Conhece o teu inimigo, dizem eles
Mas fraquezas existem nos piores momentos
Nunca ninguém pensa, suspeita, apercebe-se
Dos passos que dão
E é nesses momentos, na linha da frente
Que fui, que fomos, que somos
Invadidos por esta sensação de amargura
E da percepção realista que sempre esteve lá
Mas com o enterro derivado da nossa ingenuidade
O negamos, o rejeitamos
Com o triunfo vem a perda
E embora não o queiramos
O inimigo supera-se sempre
Pena que o reconheço tarde demais
Pena de tudo o que perdi
Nas peripécias e esquemas
Desta raposa esfomeada e maliciosa
Agora já te vejo com bons olhos
Não me adormeces mais com o teu veneno
Inimigo interior, inimigo mental
Inimigo escondido, inimigo fatal
Com a minha conquista sobre ti
Irei acordar e curar
Estas feridas ardentes
Inimigo…
O outro lado da divergência.
 
Inimigo

Arte Do Medo

 
No meio
De certo modo no meio
De tons acinzentados
A luz calmamente desvanece
O controlo ansiosamente se enriquece
É o principio de tudo
De todos os presságios diários
O tempo torna-se irrelevante
E nada pára
Situa-se no meio
De certo modo no meio
De tons acinzentados
No meio de tempo perdido
As cartas estão lançadas
O espelho quebra-se
O silêncio descansa
A indiferença instala-se
Peripécias através de mecanismos invisivéis
No meio
De certo modo no meio
De tons acinzentados
E de tempo perdido
Imagens que provocam reacções
Reacções que limitam o ser
Fronteiras estabelecem-se
Conformismo alimenta-se
Dependência de algo que não se necessita
Torna-se o combustivél da mente
E assim começa a arte do medo.
 
Arte Do Medo

"The closer you get to light,the greater your shadow becomes."