2 coelhos
olharam para o céu
e viram nas estrelas
a sua toca
sobre a perfeição
"A ânsia de escrever sobre perfeitas linhas horizontais é de escrever sempre o mesmo em linhas iguais. Mas numa dada linha, a esfera borrou a perfeição apagando o contorno que separa o olho da mão. Estamos em vias de extinção se nos curvarmos perante a perfeição."
exibo agora uma nota directa a mim. esta. a mente que uso é todavia um perfeito ser adormecido.
Deixar de lado
A História mantém-se activa em casa amiga,
é potente a sua persuasão como também
nos ensina em segunda mão como errar.
Ora se fôssemos bons alunos
teríamos aprofundado a lição,
e não somente a decorado!
A Históra que se vive hoje
não transborda de glória,
és Homem capaz de a ignorar?
Não falo em usares a força para a travar
mas respira com prazer,
já que não sabes quanto estás a ver.
eu não acredito no poeta
Que sensação é esta que me faz ter nojo do uso permanente das palavras? quem sois vós para se auto-intitularem?
mais do que palavras, sois boca e dentes, ideias prepotentes, propositamente doentes?
o que me consola é que me distancio de todos vós, como se não fosse preciso derrubar a ponte, fortalecer direcções, amar bichões, cultivar batatas e salgar a comida.
depois de tudo o que dizemos, é o que comemos que nos distingue.
posso não te achar genial
melhor ou pior - és um animal
és o meu pé-de-cabra,
pois esta escavação jamais acaba.
o homem que remava tristemente
Pensei que tinha sido uma ilusão óptica mas vi-te transparente, passaste por mim. Que sensação triste, esta em que nos encontramos pois foi tão lívida a imagem que desenhei no lago!
Importante como respirar é esta monumental incerteza que se encontra sempre comigo na nossa profundeza. Queira o céu hoje atrever-se a iluminar a nossa barreira azul!
Deveremos ser assim, inseparáveis...demais para nos unirmos.
karamba fatale
seguimos-te, aliás és tu quem me segue, ou não seria eu a tua sombra. Cortei-te a meio, deixei-te sem cabeça e tu mostras-me a língua, pensas que não te vejo? ah se me lembro de não te olhar cresces sem o meu consentimento, se te dou um pé tu nem metro andas! juntei os pés assim timidamente, reparo que os teus dedos enrolam o meu cabelo, é o sol de Agosto quente e refrescante para quem frio tem, mais nada peço que um lugar ao sol..obliquamente as nossas cabeças se tocam, um fio de cabelo encaracolado desenha na nossa combinação uma nuvem e lá vou eu, porque acordei a babar-me na almofada.
este camarada karamba fatale tem muito que se lhe diga mas eu um dia prego-lhe uma rasteira!
Sem a leitura
Não basta não pensar nas possibilidades,
como elas se movem paralelamente
tu optas por um lado favorável.
Quem de nós se atreve a ver o não adorável?
Basta com as limitações na imaginação,
se as coisas acontecem é já por si
uma interessante lição, não?
Quem de nós se convence com simples palavras?
PISS AND LOVE
Encontra-se no Banco de Urina Português, a sua senha tem o número 128, foi chamado a reabastecer o número 32. Enquanto espera tem na sua mão um folheto informativo que, sabendo que a distância entre si e a casa de banho é desconhecida, agarrou para se entreter. "A urina portuguesa é a melhor para lavar os dentes" lê como título, incrédulo dirige-se ao balcão de informação e, num discurso pouco educado fala ele sobre a verdadeira fonte de urina, limpa e clara, em terras espanholas. Um reabastecedor curioso, número 98, acerca-se para dar a sua opinião sobre a eficácia da urina tripeira, com olhos vermelhos a número 115 desmaia de tanta emoção e bexiga cheia. Chama-se o 112, não o número, "houve três acidentes na A5 e dois na marginal", o marido número 114 olha para o relógio e pede ao número 35 a sua vez. "Mas a sua mulher está a morrer! não tem coração?" "você é jovem, aguenta melhor a pressão que o meu coração" foi a resposta do marido de olhos tão secos quanto o recipiente.
Em dias cinzentos tem dias que não chove.
É complicado, ser.
Eternamente se nasce, eternamente se morre. Surge na pele um sinal, aparece? sempre lá esteve, debaixo dela tudo é, como se a sua existência estivesse na sua ausência e hoje resolvesse querer abraçar-te sem te tocar.
Mas tu não a vês e o toque para ti hoje é imperceptível, seca no verão, água no rio.
O predador observa a sua presa, submete-se à espera, ao tempo que por si te pertence. Lá ao longe a morte tão invisível, um ser complicado. É complicado, ser.
quero (..)
quero poder (..) quando bem me apetecer, não só (..) mas (..)-te!
quero que haja em nós muito (..), oh! como é bom (..).
hehe decifrar, eis a questão!