Poemas, frases e mensagens de LucianaSilveira

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de LucianaSilveira

Salamandra

 
Mora em mim tudo que há em uma mulher
Todos os seus secretos caprichos
Faço de mim o que bem quero
Explodo, encubro
Me mordo.
Abro o portal para o dragão, enxoto da jaula, o leão
Atravesso o além e transponho galáxias, sóis e planos
Sou próxima aos elementais e sei onde habitam as feras
Vôo alto e rastejo com serpentes
Sou assim mesmo, mulher.
Aprendi a força das paixões,
com a sabedoria do fogo, dancei com salamandras.
Narcisa solitária, Helena esquecida.
Julieta amada, Bela Adormecida.
Todas essas habitam em mim.
E mais o ponto de conversão
Que detona e abranda o coração.
 
Salamandra

Amor - Rara flor

 
Estas lágrimas de chuva que caem agora
Não me convencem que devo ser triste
Por essa distância que nos separa, meu amor
Pelo contrário, elas lembram-me água que escorre
Cada vez que sinto tua presença em meu corpo
Lembrança de momentos belos vividos
Intensamente sentidos e absorvidos por nós
Essa chuva teimosa, que produz frio exterior
Não alcança o que vem de dentro, que é esse amor
Elas teimam em cair, mas meu cerne não alcançam
Pois ainda queima em mim nosso amor abrasador
E mesmo o mar, esse imenso e salgado senhor
Lembra-me são teus olhos, eternidade constante
Canta-me fados, rios que desaguam em mar
Esperarei sempre o que há de vir, amor meu
Com uma calma e graça de coisas que vêm da alma
Então durmo serena, certa de que estudante ainda sou
Desse amor que emerge e vem da mais rara flor
 
Amor - Rara flor

Virá

 
Abro a janela dos meus sonhos
Por entre as frestas, arriscam-se luzes
Desejos cintilam em azuis violáceos
Arrisco uma nota sol em meu vilolino imaginário
Estrelas cadentes pousam neste instrumento
Então, nada mais causa-me tormento
A voz do vento a susurrar
Eternizado em nosso bailar
Pedaços de uma vida solidária
E, hoje vejo, nada solitária
Ver vir o sentimento inerte
Agora, sim, sempre
É querer queimar-se em fogo brando
É saber-se nascida para doar
É saber que virá
E virá, e virá...
De ti, quero o corpo e o alento
De resto, quero-te em mim.
 
Virá

Poema-Luz

 
Preparo um poema-luz
Que retira das entranhas
O mistério contido
No mais obscuro recanto da alma
Um poema que salte aos olhos
Brilhando intermitentemente
Como nos momentos em que somos
O lápis, ávido, desnudando a folha
E deixando marcas profundas
Abrindo espaços, dantes ausência
Explorando vácuos hoje preenchidos
Inundando de sal e mel o papel
E em mim, ondas revoltas
Oceanos de graça e beleza
E o verbo faz-se natural
Pleno de mim
Cheio de ti
 
Poema-Luz

Permita-me

 
Essa demora para anoitecer
E dias passam como nuvens
Eu sei que não vou passar
Dias brancos, fios cortantes
Anseio por nossos instantes
Minha palavra é quase nada
Mas esse sentimento é tudo
Circulos vazios de fumaça
No abajour do meu quarto
Neste teclado empoeirado
Cansado de tanto esperar
Você chega com teu olhar
Tocando o cerne da alma
Tua imagem então aparece
E tudo em volta me apetece
Me deixa enfeitar teu corpo
E cobrir de estrelas teu cabelo
Saciarmos a fome do desejo
Aplacar a sede em um beijo
Permita-me te amar
 
Permita-me

O Ser Amor

 
O amor faz perder-se
Para então encontrar-se
Amor é dádiva sagrada
Sem definição correta
Mas nunca palavra incerta
Por estar além da compreensão
O amor anda nos ares
De quem o sabe conquistar
Palavras doces, carinho pleno
Quando dói, sinal que é real
Por mais que se tente enganar
A vida, sua morada
O coração, seu lar
Amar é estar vivo
É respirar suspiros vários
É canção de tons sublimes
É desapego e sossego
Ser amor é repartir a paz
 
O Ser Amor

Viagem infinita

 
Não vou perder aquela viagem
Ainda em minha carne, veículo
Passeando sobre abismos rasos
Auroras dourando a alma-casa
Pássaros de asas reluzentes
A viagem é infinita, benvinda
Refazendo cacos de construção
Vêm tremores a rondar sensações
Teus olhos a rondar os meus
Promessas de completude
Entrega mútua sem pudores
O cansaço é nada perto de ti
Pois tua presença é descanso
É vida explodindo em partes
Partes de nossa teia-história
E a saudade, apenas tenta ser
 
Viagem infinita

Poetar

 
O destino é traço de nossos passos pelo chão
E por mais que tentemos a alegria alcançar
Aqui não estará pois não é deste mundo
Os vazios procuramos preencher com ilusões
Uma luz, um aconchego, uma razão de ser
Em manhãs ensolaradas, visto-me de poeta
E brinco, a "poetar" sentimentos
E profetizando meus sonhos, volto a caminhar
Em noites enluaradas sonho promessas de vida
No ofício de juntar cacos, a trama do desatino
No rosto, sorriso amarelo camaleoando girassóis
Amolo a infinita paciência com a faca afiada do sentir
Pois só o sentir tranforma essências em luz
Convém ao mundo que os ciclos se fechem
Outonamente
As folhas caem das árvores e voltam verdejantes
Simplesmente transmutadas em brilhos radiantes
Outonamente
As lágrimas de meus olhos como os do poeta, fadigados
Adubam a nova terra por onde hei de pisar
Tarefa de trazer de volta quem sempre fui
Ornada antecipadamente pela primavera que virá
A inspiração voltando branda mas plena
Cá, dentro de mim, em batalhas
Debatem-se a poeta e a louca
Ambas vencem
Ontem hoje e amanhã, velhas amigas.
Como um vulcão em chamas meu coração estanca
Revestido de ternura, beleza e graça.
 
Poetar

Fronteiras

 
Fronteiras

É preciso
Quebrar as algemas
Voar além do oceano
Transpor fronteiras
Sem medo ou receio
É preciso
Vestir-se de luz matinal
Ir de encontro ao tesouro
Sair do suposto normal
Sem medo ou receio
É preciso
Perder as estribeiras
Congelar as ribanceiras
Tecer um azul horizontal
Sem medo ou receio

É preciso ser especial
 
Fronteiras

Transformação

 
Nessas tardes frias e cinzentas
Onde o céu parece desbotado
Sinto em meu peito grande frio
A vida parece nado sincronizado
Onde as horas arrastam-se
L E N T A M E N T E

No varal da minha alma
Dependuro sonhos
São multicoloridos
Faíscas fascinantes
Nunca vistos antes
Por olhos comuns
Estão lá
Flores diversas
Rosas vermelhas
Lírios violetas
Miosótis azuis
Girassóis amarelos
E uma derradeira
Flor-de-lis branca

Minha saudade estanca

Em minha alma latente
Sangue quente corre em minhas veias
Aquecendo o dia monótono
A poesia brota de pequenos musgos
Transformando-se em flores coloridas

Um beija-flor atraído, beija e pousa
 
Transformação

Mares distantes

 
Não sou desta época
Nasci em era errada
Em um tempo sombrio
Que não adequa-se ao meu
Sou de um tempo remoto
Onde havia sensibilidade
E os valores eram retos
Venho de mares distantes
Água onde às vezes mergulho
Em busca de alento e paz
Sou de ares remotos
Lugares luminosos e diferentes
Onde brinco com fadas e duendes
E descanso sem máscaras
Meu tempo é escasso
E anseio pelo momento de retornar
 
Mares distantes

Bordando Sentimentos

 
Costurando palavras
Bordando sentimentos
Vou tecendo esse véu
Que paira sobre nós
A lua acesa no céu
Desfazendo os nós
Rompendo auroras
Na fraca luz do quarto
Abraçada ao travesseiro
Sonhos refazendo-se
Deixando apenas
O que nos resta
Colagem de alquimia
Enxoval de quimera
E tudo mais é amor
Silêncio e luz
E tudo mais é paz
 
Bordando Sentimentos

Doação

 
Busco em meu recanto
O breve arfar de asas
Pouso em nuvem branda
O céu invade meu ser
Inundando a alma de azul
Nos caminhos que traço
Sigo os passos que deixei
Todos eles no encalço
Desse amor neon-brilho
E tudo é muito intenso
Lá fora e dentro do peito
Momentos mágicos repartidos
Nossos corpos entrelaçados
Eternizando o momento fugidio
Um amor assim é êxtase
O apogeu da compreensão
É o âmago da paixão
Espelho, graça e gratidão
Um amor assim: todo ele doação
Repouso sobre minhas lembranças
Relíquias de esperança
E me ponho a esperar
 
Doação

Fruto do amor

 
Quero me encontrar
Quero te encontrar
Em mim
Quero ser um ser
Com você em mim
Em todos os sentidos
Mesmo sem ter sentido
Buscar um amor belo
No que temos a nos oferecer
Aprender e apreender
As raízes do verdadeiro
Sem dor ou complicação
Apenas com você no coração
Não preciso de regras
Nem preconceitos
Meus preceitos
Quero me inspirar
No momento sublime e exato
Recordar o futuro
Nas linhas de teu rosto
Me perder, me extasiar
Mesmo que seja loucura
Saber viver essa loucura
Para que não me arrependa
Porque tudo que é fruto do amor
Significa para mim pura emoção
 
Fruto do amor

Da tradução e solução do enigma

 
Às vezes é necessario
Uma pausa na vida
A solidão enxertada
Aquela, sábia e necessária
Para nos manter vivos
Nesses momentos vívidos
Mergulha-se no âmago de Ser
A mente quieta, tranquila
E a vida segue seu rumo
Com uma lucidez paralizante
Balanços de prós e contras
Lembranças do que se foi
Esperança do que ainda virá
Mas é preciso paz e luz
Olhos e coração abertos
Diante do espelho interno
Tradução completa do reflexo
Não há inverso ou máscara
Apenas a tentativa, vã ou não
Da solução desse enigma
 
Da tradução e solução do enigma

Poesia

 
A poesia, de dia, me consome.
Em minhas batalhas noturnas,
a poesia deixa-me insone.
Bate na vidraça dos meus olhos
Mas sem pedir licença, adentra meu ser.
Corrompe-me,
Dilacera meu peito.
Quer extravasar-se de mim.
Os dedos procuram um instrumento,
O instinto lavra o documento.
Por um momento, livro-me do tormento.
Mas algo fica não-dito.
É que é difícil expressar o indizível,
O sentimento invisível.
A poesia é comigo um ser.
 
Poesia

Reflexo compartilhado

 
Não há luz senão refletida pelos olhos de quem a vê
Tantos são os que caminham tateando a escuridão
Caminho em direção contrária ao vento
Busco paz, busco alento
Dias difíceis mas entes dóceis a me consolar
O mistério da vida a sondar-me as portas da reflexão
Estrela longíqua a bailar no céu
Refletindo em meu rosto sua ofuscante luz
A ela me agarro como a um raio de sol
Sol penetrante a me amparar
Seus raios dourados a me embalar
Amor, muito amor é o que preciso
Amor, muito amor é o que tenho a oferecer
Para quem o merecer
E o reflexo naturalmente se fará

Poema dedicado ao Zé, em troca ao que me fizestes...
 
Reflexo compartilhado

Fome

 
Essa fome que me acomete
Presente em cada pedaço do dia
Essa fome que me assola
Tornando o dia vasto
E a noite eterna
Essa fome tem um nome
Que ainda não consigo decifrar
Então faço dela o próprio alimento
Da vida
Do corpo
Do espírito
Da alma
Essa fome me come
Me consome
E então...
Amanheço poesia
Entardeço poesia
Anoiteço poesia
Assim a fome se abranda
Qual reconstruções
Após as tempestades...
 
Fome

Devaneios

 
Rasga-me
Dá-me teu sabor de pecado
Devasso
Vira-me pelo avesso
Mas diga-me que por mim tens apreço
Diga que eu mereço
Para você não tenho preço
Incendeia-me
Depois, ofereça-me teu colo-berço
Tira-me do sério
Sem nenhum critério
Ofereça-me teu néctar
Parte de teu mistério
Mas sirva-te antes do meu
Sempre preparado para ti, meu Romeu
Então durma em meus braços
Acalante meus sonhos
Nosso planos
Tantos desenganos
Dê-me de presente a lua
Para que eu seja sempre tua
Encha de tesão minha inspiração
Monitore minha respiração
Entre de mansinho em meu coração
Lar de tanta devoção
E depois desapareça
Povoando de ti minha cabeça
 
Devaneios

Anjo sem vestes

 
A alma terna e simplória
De um anjo sem vestes
Uniu-se ao amanhecer
Fundindo-se em lágrimas
Brotadas de meu ser
Do céu caiam gotas luminosas
Cobrindo o chão de cor e luz
O prenúncio de dias melhores
Tornou-se parte do meu dia
Recordações de um tempo de paz
O coração, a acalmar sua fúria
De querer mandar no que não lhe compete
Por dentro a plena certeza
De que diante de tanta beleza
Nada poderia ter sido em vão
E a lua, cheia de satisfação
 
Anjo sem vestes

A paz surge quando reflito no papel o que sinto.
Meu caderno é meu espelho.

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