Poemas, frases e mensagens de Grimmordivm

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Grimmordivm

Abraçando a Noite

 
A noite que se avizinha promete ser crua.
O seu leito está repleto de escuridão.
Ela abraça-me, como a morte faz a quem consigo leva.
Não condeno a noite, fixo-me nela e juro-lhe fidelidade.
Só ela sabe.
Só ela compreende.
Dou-me, a mim e a todas as minhas forças.
A ela, à noite fria.

Agarro-a eu também.

Ela leva-me no seu abraço nocturno.
Segura-me e diz para não a temer, é fria mas só assim conseguirei.
Sussurra-me com a sua voz gelada que crescerei no seu leito.
Acredito nela.
A sua frieza é contagiante.
Preso a ela eu fico e jamais voltarei atrás.
Ouço-a dizer baixinho: "Vem comigo, guiar-te-ei pela felicidade.".
 
Abraçando a Noite

Náusea

 
A dor corrói todos os pontos do meu corpo.
De uma forma terrivelmente sarcástica ela entra, devagar, por cada pedaço de carne constituinte do meu ser.
Atravessa toda a sua superfície e dilacera tudo por onde passa.
A dor. Esta dor que, depois de queimada a carne, se entranha nos ossos e devagar os vai consumindo até deles não restar nada.
A dor. Esta dor que, mesmo sendo apenas um sentimento abstracto, dá cabo de todo o meu corpo e me deixa nesta terrível e constante Náusea.
 
Náusea

Para Onde Me Levas?

 
Ela corre, o seu ar espanta-me, deixa-me imóvel, sem reacção.
Ela...
Aquela que consegue terminar com tudo e fazer com que volte novamente.
Apenas o seu ar... Suspiro.
Não sei, ela consegue.
Traz consigo toda a vida, todos os átomos da felicidade.
Ela sabe como me levar, como me transportar para o outro lado.
Apenas com um simples olhar, leva-me.
Sem forças para lutar, eu vou.
Deixo-me levar por ela.
Olho-a, vejo-a em todo o seu esplendor. É bela, é única e inigualável.
Não resisto e vou, a seu lado, apertando a sua mão.
Peço-lhe para não parar.
Ela reage de forma afirmativa e aperta ainda mais a minha mão.
Deixo-me levar.
Pergunto-lhe para onde me leva mas ela continua a caminhar sem nada dizer. Não a questiono mais.
Vamos, de mão dada, ela sabe para onde, eu apenas imagino.
Obrigo-me a acreditar que ela me leva para onde sempre desejei estar.

Eu e ela, a caminho da felicidade.
 
Para Onde Me Levas?

O portão

 
O portão é grotesco. Do outro lado está ela. Bela como sempre.
Deste lado, destruído e sem forças, estou eu.
Os cabelos dela brilham como cristais, os seus olhos hipnotizantes deixam-me devastado. É impossível tocá-la, é impossível derrubar o portão.
Ela em todo o seu esplendor, eu inexistente. Olho-a infinitamente. Não me tiraram os olhos, posso vê-la e amá-la para sempre.
Não posso sentir o seu abraço nem o toque da sua pele. O portão separa-nos. Ela não me ouve nem me vê. Desconhece a minha existência.
Eu amo-a como todas as forças que me restam. Vou amá-la sem que ela saiba, até ao fim dos dias.
O portão é impossível de atravessar mas não me impede de a amar. O portão separa-nos da mesma forma que nos une.
Ela nunca saberá que existo mas vou olhar seus olhos eternamente.
O portão grande que nos separa e une estará sempre entre nós. Nunca o vou atravessar.
Ela estará sempre do outro lado com a sua beleza infindável. Eu estarei sempre aqui, apodrecendo sozinho deste lado, amando-a sempre e oferencendo-me todo a ela.
Sem saber que existo estará sempre unida a mim, pelo portão, o portão da separação.
 
O portão

Apenas eu

 
Tudo o que não foi dito,
Tudo o que não foi feito,
Tudo...

Todas estas acções nunca tomadas,
Todas estas horas nunca relembradas,
Tudo isto sou eu, no presente
Passado que já fui e futuro que serei.

Esta vida, este silêncio,
Toda esta insignificância eu sou.

Nada mais, nada menos,
Sou isto.
Este ser inanimado que respira,
Esta marioneta tão facilmente dominada.

Sou eu...

Apenas eu...
 
Apenas eu

Vivo

 
Vivo todos os dias. Vivo o dia-a-dia. Vivo
Vivo centrado em palavras que não foram ditas e acções nunca concretizadas.
Vivo na angústia, neste medo de nunca poder realizar os meus desejos, estas acções nunca tomadas e estas palavras nunca reveladas.
Suspiro, olho à volta e tento acreditar, tento não olhar para trás.
Sei que o maior erro de todos é esse mesmo mas vivo constantemente cometendo-o.
Vivo no altar do desespero apenas guiado por uma réstia de esperança que ameaça a qualquer hora partir.
 
Vivo

Existência

 
Ela, uma porta sem puxador, a escuridão, a solidão.
Tudo isto eu vejo, a impossibilidade de lhe tocar, o frio que me invade os ossos e me arrasta os olhos para a realidade.
Não vejo, apenas sinto esta impureza, este não existir, a falta de um interior.
Sei que vou morrer com isto e mesmo assim imagino... "Como seria se cá dentro existisse algo?" "Como seria se tudo fosse diferente e não assim?"
Eu existo, ela existe, a dor existe, a escuridão que se abate sobre a minha alma existe...
Poderá também existir a felicidade?
 
Existência

Sufoca-me no teu abraço

 
A luz torna-se cada vez mais nítida, consigo ver-te através das sombras que ainda existem.
O tempo passa e cegas-me cada vez mais, com o teu olhar penetrante.
Tu, invades as sombras.
Tu, a luz.
Fazes com que a escuridão se torne brilhante, incandescente.
Tomas o seu lugar e brilhas.
Todos os traços de horror desaparecem apenas com a tua presença, o teu perfume.
Tudo desaparece e tu tornas-te no tudo universal.
Tu que invades os sotãos desabitados e fazes deles paraíso.
És tu que brilhas e que dás cor a este meu ser.
Agarra-me e leva-me contigo.
Sufoca-me no teu abraço e não me deixes olhar para trás.
 
Sufoca-me no teu abraço

Eternidade

 
Abro os olhos, não vejo.
Apenas sinto a dor.
A separação.
A agonia que é estar sozinho, sem ninguém a sentir a meu lado.

A alma torna a cair e volta a escuridão.

Ela.
Essa velha amiga, agora retornada.
Abraço-a com carinho e deixo-o permanecer a meu lado.
Faz parte de mim, ela foge mas sabe sempre quando voltar.

Eu, a escuridão, de mãos dadas para a eternidade.
 
Eternidade

Não me deixes ver

 
Abraça-me.
Sufoca-me.
Leva-me.

Larga-me no teu suspiro.
Deixa-me sentir o teu calor.

Em ti sou eu.
Não me deixes ver o dispensável.

Bastas-me.
 
Não me deixes ver

Naquele dia

 
Naquele dia

Lembro-me daquele dia.
Parece que foi hoje. Estavas tão bela.
Olhei-te e sorri, era a primeira vez que sentia a tua presença.
Tu, ali a meu lado.
Foi nesse momento que me invadiste.

Ainda te lembras?

Tomaste conta de mim.
Apoderaste-te do meu interior.

Eu lembro-me.

Ainda te vejo.
Tu, a tua beleza.
Eu, invadido por ti.
Nunca esquecerei esse momento inquebrável.

O mundo éramos nós dois.

Eu e tu, naquele dia...
 
Naquele dia

Devaneios

 
Os ossos desfazem-se
a vida deixa de fazer sentido
a dor, o sol que desaparece
a escuridão que toma o seu lugar

nada, nada é o que existe
nada é o que eu vejo
tudo se foi
tudo desapareceu

a carne, apodrece
as veias congestionadas
a morte súbita
o fim da respiração

de novo, tudo igual
a fragilidade da vida
a intermitência em que está ela contida
a dor que não se sente

Nada as consegue separar
voltaram de novo
aqui estão e vão permanecer

Saiam por favor.
 
Devaneios

Tu, Ela.

 
Ela é bela. O seu olhar é penetrante.
Ela, a beleza interminável, a cura.
Nada me separa de si, entrou e jamais sairá.
Está aqui, povoou o coração.

Ela jamais imaginou.
A força, ela.

Abraço-a sem que se aperceba.
Protejo-a.
É impossível tocarem-lhe.

Ela, tu, ela.

Não permito que a magoem.
Ela, o elixir da imortalidade.

Tu, ela.
O antídoto de todos os venenos.

Aperto-te contra o meu peito e sufoco-te.
Estás a salvo.
Ninguém poderá tocar-te.

Tu, ela, tu.
 
Tu, Ela.