Poemas, frases e mensagens de WITTEMBERGUE

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de WITTEMBERGUE

Entre planos

 
Entre o plano “A” que feneceu,
E o “B” que não é meu,
Por vezes me enxergo regando inférteis,
Cultivando vazios,
Ausentando-me da sensatez.

As muitas lacunas do agora,
De tempos em tempos,
Ofuscam o olhar daquilo que haverá de haver no horizonte.
Daí, meus anseios de tão ansiosos,
Lutam para que eu ceda, retroceda.

Ainda convalescendo,
Reconheço e confesso a pequinesa da minha fé.
É neste exato instante que, milagrosamente,
Sou chacoalhado pelo dono do plano “B”, e ouço:
“Coragem! Sou eu! Não tenha medo!”

por Magno Ribeiro em 31/7/2009 às 05h20min.
 
Entre planos

A REFORMA

 
Foi preciso ver desmoronado o castelo;
A areia cedeu ao primeiro sopro.

Foi preciso um novo diluvio,
Para me dar conta que ate a fauna sucumbiu;

Foi preciso despir-me por inteiro,
Para enxergar sujeira nas minhas vestes;

Foi preciso a reforma; foi precisa.

Precisa pela tempestividade;
Precisa em continuidade;
Precisa para a eternidade.
 
A REFORMA

criador de mim

 
Criador de mim!
Tu que enxergas no profundo do meu interior,
Tu que sabes o que nem mesmo sei se virei a saber,
Impede, pois, a insídia a que tende esta criação que é tua.

Se o meu coração é falaz;
Se fugaz é a minha intenção.
É da tua interferência,
Que se impele o renascer desse ser que é teu.

Criador de mim!
Tu que tens a direção da cena,
Tu que és o autor da trama,
Refaz o cenário dos meus próximos atos.

Se preciso, sopra de novo,
Se essencial, forma outra vez;
Contanto que intuas em mim o teu querer,
E desde então, nada mais haverei eu de olvidar.

Criador de mim...
por Magno Ribeiro em 28/4/2009 às 02h08min
 
criador de mim

ESCOLHAS

 
Arrisquei-me escolhendo!
Bifurcações se multiplicavam diante de mim.
Quanto mais atraente fora a rota escolhida,
Tanto mais forte colidi, ao final fracassei.
Dos fracassos de ontem,
Restou-me a timidez de hoje.

Ainda arrisco-me quando escolho!
Nem sempre escolho o que quero,
É no que não quero para onde se inclinam minhas tendências.
Convivo nesta contínua peleja,
Da pertinácia que emerge dos meus tecidos,
Com o que busca inovar os meus sentidos.

Agora mesmo preciso escolher!
Desde já corro riscos.
Se enxergar o que perversamente me atrai,
O que é benévolo, o que me encanta, distancia-se de mim.
Felizmente já não mais estou só,
Fui escolhido, logo pressinto o que devo escolher.

Por Wittembergue Magno Ribeiro em 12/4/2009 às 12h30min
 
ESCOLHAS

IMPACIENTE FÉ

 
Espero com impaciência!
Quisera não ser impaciente;
Tenho sido.
Minhas resistências são quase sempre medidas até o limite,
E da puerícia parece não querer sair essa minha fé.

Da impaciência, inquietação!
Inquieto, corro o risco de entregar-me a mim;
Disto resultaria o caos.
Me livres, pois, dessa entrega de fracasso garantido;
Volver em minha direção será o recomeço para o nada eterno.

Quando se trata de mim, sou levado a crer,
Que a Tua preferência de chegada é no dissipar das minhas forças.
Resignado acato.
No entanto, desterra essa repugnante incredulidade que me habita,
E recicla essa minha impaciente fé.

por Magno Ribeiro em 7/5/2009 às 15h58min
 
IMPACIENTE FÉ

Meu eu e eu

 
Envolveste-me com tamanha sutileza,
Que por épocas sequer percebi.
Agi como um tolo,
E em tolo me tornei.
Segui por incontáveis caminhos, todos teus,
Deixei-me ser levado por tuas quimeras,
Não pensei na dor,
Mas seria óbvio que viria.
Despercebido protegi-te,
Enquanto desprotegia-me.
Não obedeci aos sinais,
Fui ultrapassando todos os limites;
Veloz, não foi possível parar sem me machucar.
Que insensatez!
Quanta estupidez!

Felizmente você, meu eu,
Já não mais tem absoluto influxo sobre nossa vida.
Tuas palavras já não me embebedam nos primeiros goles,
Seria preciso alto teor para tanto,
Seria preciso mais que um dia,
Entretanto, vivo só por hoje.
O amanhã não mais a mim pertence,
Tampouco a ti.
Quando acordo, já não é você quem procuro,
E como não te procuro, me encontro.
Encontro-me, mas não em mim,
Alcancei enorme graça,
Fui perdoado e me perdoei.
Que alívio!
Quanta sorte!

Por Magno Ribeiro em 9/6/2009 às 22h34m.
 
Meu eu e eu

EU, SUJEITO

 
Me sujeito ao Teu jeito,
Porque sei que não fui perfeito.

Me sujeito ao Teu jeito,
Porque sei que ainda tem jeito.

Me sujeito, me consumo.
Mas sei que És o insumo,
Pra esse meu novo jeito,
Que ainda meio sem jeito,
Já está de Ti sujeito.

Me sujeito agora, me sujeito qualquer hora,
Porque sei que nem sempre estive sujeito
Ao Teu jeito, que de tão perfeito,
Ao meu jeito não deu jeito.

Me sujeito pelo que És,
Me sujeito pelo que haverás de ser.
Me sujeito porque És duro,
Me sujeito porque És doce.

Desse jeito eu te amo,
E porque te amo, estou a Ti sujeito.

(Por Magno Ribeiro em 12/1/2008)
 
EU, SUJEITO

Oscilações

 
Agora lúcido,
Logo mais, confuso.
Alterno lucidez e confusão,
Meio que consentindo uma esperança volátil.

Neste quase é,
Deste pode ser,
Alimento o nascer de ansiedades,
E o renascer das velhas angústias.

Se ao menos restasse lúcido ou confuso de vez!
Mas não; vivo neste estar entre.
Entre humores e temores, rumores e dissabores;
Oscilo a todo instante.

Os sonhos ainda acordam divididos;
Uns refletem findo o horror,
Outros projetam pesadelos, mesmo que sem terror.
Quisera que estes outros, jamais sejam reais!

Ainda trago comigo parte do que recuso.
Talvez por isto a sensação de arrepio,
O asco do antigo, o receio do novo;
Talvez por isto, oscilo em oscilações.

Quem diria que eu me desacolhesse tanto!
Mas, tenho de dar as costas para o saldo de trevas,
Voltar-me para frente, ou melhor, para cima onde amanhece,
E incitar de vez este coração contrito.
 
Oscilações

RESTA-ME

 
Salvo do naufrágio,
Agora ando exilado em mim.
Buscando o que não perdi,
Encontrando o que nem sei.

Respiro uma vida, enquanto aspiro outra;
Dividido entre elas, não inspiro nenhuma.
Mantido só pela razão,
Temo e não arrisco nada.

Crio fórmulas sem formas,
Componho músicas sem letras.
Ao medir-me, constato limites,
Reconheço que pouco me conheço.

Também não entendo o que se passa,
Tampouco, em tudo consinto.
Resta-me a esperança que ainda tenho em Ti,
Resta-me o conforto que ainda vem de Ti.

por Magno Ribeiro em 20/9/2009 às 5:00h
 
RESTA-ME

LABIRINTO

 
Atropelos e ideais insidiosos,
Levaram-me a desterros e desertos,
Ilhas e trilhas.

Muros se fechavam ou bifurcavam-se;
Adiante, multiplicavam-se em novos muros.
Era o círculo vicioso de alamedas estreitas e sombrias.

Crendo caminhar por atalhos,
Vi-me metido nas entranhas de um labirinto,
Recomeçando sempre que imaginava terminar.

Rodeado de certezas, quase sempre incertas,
Tornei-me papel em branco,
Sem linhas, sem tintas, sem textos.

Fui dor e doente,
Abastado e miserável,
Primeiro indicio, depois alvo.

Emparedado, sem horizonte,
Verticalizei ao erguer o olhar,
Até enxergar focos de luz.

Arfando, sôfrego, indeciso e lerdo,
Contornei as próximas esquinas,
Até que dei de cara com a saída.

Estancada, a vida pegou no tranco.
E do final daquilo que seria o fim,
Despontou o início do recomeço.

Daquele foco de luz, surgiram contextos,
Apareceram tintas, letras sobrevieram,
Palavras têm se formado; acenam-se os textos.
 
LABIRINTO

A CHEGADA

 
Quando chegou, eu ainda Te esperava;
A retina já embaçada,
Subitamente tornou visível o Teu invisível rosto.

Os meus ultrapassados limites,
Passaram entrever doces horizontes,
Somente porque Tu chegaste.

Se não fosse a dolente espera,
Queria eu Te esperar mais vezes,
Tudo para divisar Tua sutil aproximação.

Quando Tu chegas,
A imaginação cede lugar ao real,
E o silêncio converte-se em euforia.

Porquanto, já não careço saber onde estás,
Conquanto a espera cessou.
Tu estas bem aqui!

Por Magno Ribeiro em 1/4/2009 (04h45min)
 
A CHEGADA

SINOPSE

 
De equívoco em equívoco,
Distanciei-me do Teu habitat.
Ignorei tudo que já havias planejado,
E sem pestanejar me senti absoluto.
Aventurei-me por traçar sozinho outro plano;
Idealizei, projetei, executei, fracassei.

De fracasso em fracasso,
Abismos atraíam outros tantos.
Se as manhãs eram dedicadas aos sonhos,
As noites embalavam pesadelos.
Excedi-me em excesso,
Enfureci-te descomedidamente.

A fúria do Teu amor,
Causou-me espasmos em toda musculatura.
Meus ossos como que esmagados,
Deixaram expostas as fraturas das minhas transgressões.
Mesmo depois do Teu socorro,
Ainda sinto dores, enxergo cicatrizes.

Em vestígios de estrago
Enternecido aceitastes minha contrição.
Abrandastes o rigor do castigo,
Premiado fui com o Teu perdão.
Por toda expressão de Tua grandeza,
Me rendo, me prostro, Te exalto, Te adoro.
Por Magno Ribeiro em 17/4/2009 às 00h:50m
 
SINOPSE

Futuro do presente

 
Futuro do presente
 
Quisera poder reviver o que deixei de viver,
Andar pelos caminhos que os descaminhos me afastaram.
Quisera poder regressar a minha forma primária,
Para apreciar a poesia de ser jovem, curtir as insônias,
Aprender a comer legumes e balancear os sabores do meu paladar.
Diante de absoluta impotência, o existir do meu presente,
Somente me é suportável pela onipresença do Criador.

Quem dera tivesse eu a ciência do futuro!
A frustração do passado teria sido evitada,
E os desacertos eliminados.
Mas, só a utopia faz-me desejar a prerrogativa do Supremo,
Que o bom senso me assegura ser inalcançável.
Nada a fazer, se o passado no passado,
Nem mesmo a onipotência divina se propõe recria-lo.

Pudera essa sensação contínua de ter deixado de se viver algo,
Afinal, o presente se tornará passado no próximo instante.
Resta-me vislumbrar o futuro,
Projetado pelos meus sonhos,
Ainda que imperceptível, inaudível e em parte intangível.
Contudo, o futuro do presente,
Não me pertence, repousa na onisciência de quem me criou.

Por Magno Ribeiro em 23/5/2009 às 18h48min.
 
Futuro do presente

 
Às vezes presente,
Tantas vezes ausente.
Presente ou ausente,
Eu tenho fé.

Seja do tamanho de um grão,
Seja microscópica,
Sutil ou intensa,
Ela é a minha fé.

Se com ela me convenço, sem ela me venço.
Se com ela eu falo, sem ela me calo.
Se há nela esperança, sem ela nada sou.

Nos territórios transitórios da vida,
Espero algum dia poder ouvir:
A tua fé te salvou!
 
FÉ

GRATIDÃO

 
Insurgi-me contra Ti,
Por tempos rendi-me a indiferença.
Assim mesmo surgiste em meu favor;
Surgiste, no entanto apenas à minha parca visão,
Conquanto, jamais apartastes Tua retina de minha direção.

Bastou-me apenas um abrir a porta,
Fizeste a festa e toda diferença.
O meu entendimento se viu convolado por esse Teu olhar;
Já a esperança perdeu o seu avesso,
Enquanto eu ressurgia do nada para o algo.

O que sucedeu aos muitos dias de noites,
Foi um tudo feito luz; uma nova manhã.
Irradiante a canção se tornou louvor,
E envolto em lances de exultação,
Expresso toda essa minha gratidão.

por Magno Ribeiro em 24/4/2009 às 00h29min.
 
GRATIDÃO