voar
caminhando sobre brasas
nem elas me fazem parar
esta vontade de ter asas
e realizar o sonho de voar
por outros planaltos e vales
oceanos e montes distantes
enfrentando todos aqueles
perigos da vida constantes
dizem que é pura utopia
e eu finjo que tem graça
prefiro sentir alegria
a ter que viver em desgraça
madruga
sorte
quando penso na vida
agarrada está a morte
muitas vezes é sofrida
outras cheias de sorte
sorte que por vezes agrada
nos momentos de aventura
ver-te assim apaixonada
meu amor assim perdura
mas nem tudo é frescura
pois tambem sinto dores
mas em ti procuro a cura
nos momentos sofredores
de sofrer quero deixar
e alegrias quero eu ter
prefiro mil vezes amar
e ter a sorte de te ver
madruga
visão
julgava ter visto
algo mais alem daquilo
mas que imprevisto
ficarei tranquilo?
por ter que ver
algo que não me permito
por hora volver
apenas deixar escrito
mesmo parecendo escassos
acumulam tamanhos poderes
se seguires os seus passos
terás a vida que queres
não se cancela o amor
sem ter a chave mestra
quem a tem padece de dor
e na solidão se encontra
madruga
madrugada
nunca outrora tinha escrito fora dela
faz-me falta o escuro que nela mora
e todos os encantos produzidos por ela
mas logo logo ela chegará sem demora
madruga
letras
Escrevo letras rompidas e outras gastas
Por versos, contos e histórias que gostas
Desentortando cravos torneados a fogo
Martelando um encantamento de amigo
Escrevo letras floridas e outras frias
Que em sopros de pétalas me dirias
Junto ao brilho lacrimal que verteras
Glaciares me gelam mágoas maduras
Mas com o sorriso tudo derretes
Como que um fósforo incendeio
No brilhar de lindos olhos inocentes
madruga
gritos da alma
meu coração é como um livro
todo ele de linda poesia
muitas vezes até eu deliro
quando me falta tua companhia
deveras perdido na solidão
procuro resistir á loucura
e mesmo quando me sinto no chão
prometo não desistir da procura
procura essa que não termina
por causa dela minha alma grita
nos teus olhos que não de menina
mas sim de mulher muito aflita
numa tela uma pintura
de um momento inesquecível
para sempre uma gravura
de um sentimento apetecível
em teu mundo eu entrei
mas desde cedo entendi
que muito me aventurei
e muito mais eu aprendi
madruga
abraço
longe de tudo e de todos
por vezes perto e chegado
procurando que nem doidos
aquele abraço aconchegado
madruga
abandono
Ai...ai...que dor é esta ?... que mutila a minha alma,
envenena meus sentimentos e tira o fôlego do meu ser!
Ai como doí! não ter o que outrora tivera, segredos
de sonhos, prazeres, pecados e outros doces.
Quão mais eu não faria para reviver tudo um dia...
Renasceria imune à dor, pois beberia em ti o antídoto
do abandono....
Ai... ai... que bom seria!
madruga
na ansia
Fiquei sem gota de sangue!
Na chuvosa e fria noite, perdido fiquei sem em mais pensar do que nas curtas palavras que me ás dito!
Interroguei-me várias vezes o que se estaria a passar contigo naquele momento? sem respostas imediatas
a tormenta dava cabo de mim, como que um sabre me trespassa-se o peito, nem gota de sangue havia para derramar
pois a culpa apoderava-se como que uma nuvem negra se apodera dos céus numa noite como a de hoje.
Perdi o sono que antes sentia.
Senti que estava ás avessas e ao contrário de tudo até aí imaginado.
Muito pensei no que te poderia acontecer ao seres confrontada com tais segredos por nós vividos tão intensamente
mesmo que virtuais, muito profundos e únicos.
Escrevo com a sensação de perca, perca de algo que nunca tive, que sinto gostar, e jamais esquecerei.
Foste como que um raio de sol que iluminou a minha vida, e me mostrou que era possível renascer, como na primavera
toda natureza ganha nova vida, eu também me sinto como uma árvore a florir. mas de repente veio alguém e com um machado
afiado me cortou os ramos carregados de lindas flores brancas, flores essas que sonhava deixar cair sobre os teus cabelos e
ver como te sentias feliz por tal acto de amor.
madruga
razão
só o amor é a razão
quem não o entende
vive na solidão
nela não quero morar
amado queria ser
não me importo de esperar
e para sempre o amor ter
sempre sabe a pouco
quando penso em te ter
fico para lá de louco
tanto tempo sem te ver
madruga