Poemas, frases e mensagens de R.M.

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de R.M.

Retrato de uma Vida

 
Retrato de uma Vida
 
Não é o medo da noite
Que me atormenta
Senão a insegurança latente
De uma tarde sem luz

Sinto tua presença
À minha volta
Silenciando meu canto
Castigando meu sorriso

Travo em minha consciência
Uma batalha infinda
Tentando nesta luta
Desatar o nó que me aperta
E me carrega para longe
Do que quero, do que sonho.

É o clamor de vidas perdidas
Que se faz presente nestas memórias

Banhadas em rios de águas turvas
E abandonadas à sorte de um viajante
Sem esperanças que por companheira
Carrega apenas sua ilusão
Retratada em painéis
Desbotados em momentos passados.

Escutem o que vos digo:
Não é o medo da noite que me atormenta...
 
Retrato de uma Vida

Gosto Assim...

 
Gosto Assim...
 
Gosto assim... Das manhãs de sol.
Da quietude morna dos meus pensamentos.
Do doce aroma que se desprende das rosas
Ao brando beijo do vento em suas pétalas.

Gosto assim... Da sinfonia do canto dos pássaros na janela.
Da dança suave da brisa que lenta avança pelos campos.
Da explosão de cores e sentidos que ao meu redor
Regem este espetáculo que se anuncia a cada instante.

Gosto assim... Do céu que triste chora suas mágoas
Lavando a alma em uma tarde plácida de verão.
Do regato que solitário avança por entre montes
Desaguando suas águas em meu coração.

Gosto assim... Do encanto do sorriso de uma criança.
Da pura inocência que desperta a imaginação.
Do suntuoso carvalho que jogado aos seus pés
Repousa um menino perdido em um mundo de sonhos.

Gosto assim... Daquela antiga mensagem cravada na madeira
Que nem o tempo e a distancia foram capazes de esquecer.
Da nostalgia que sem pedir licença nos convida a viver
Aquela velha vida repleta de encanto que partiu sem por quê.

Gosto por fim do brilho dos seus olhos ao amanhecer.
Do calor do seu peito que arde no momento do abraço.
Da primavera que invade minha alma ao toque dos seus lábios.
Da serenidade da minha vida quando tenho sua luz ao meu lado.

Gosto assim... De você...
 
Gosto Assim...

Deixem-me...

 
Deixem-me...
 
Não me mandem
De volta àquela velha prisão
Não quero rever as paredes
Que choram caladas
Em sua muda solidão

Não me mandem
De volta àquela angustia sem fim
Não quero sentir meu peito se apertar,
Meu coração se rasgar,
Minha alma se despedaçar.

Deixem-me
Viajar por entre mares e florestas
Ser carregado pelas brumas
Até os confins do mistério

Deixem-me
Adormecer e sonhar
Com uma vida doce e calma
Que se desponta dos meus pensamentos

Deixem-me vagar e acreditar
Deixem-me voar e alcançar
Uma vida que desejo
E que não tenho.

Deixem-me...
 
Deixem-me...

Tempo de te Amar

 
Tempo de te Amar
 
Trouxe no aconchego dos pensamentos,
Embotados pela imensidão da noite escura
Doces retratos vividos de momentos,
Donde pela luz viva dos teus olhos
Encontrava por fim a minha cura.

São passagens, memórias ainda não vividas,
Perdidas em breves momentos,
Levadas pela vastidão das ondas, em rimas,
Escondidas nas estrelinhas de desejos
Cantados em versos,
Tracejados em poesias.

Ruge o tempo, devorador de sonhos e alegrias...

Já com frases não posso mais brincar
Afinal sabes que me desencontrei ao te encontrar
Perdido em fantasias, já não tenho mais palavras,
Que sejam suficientes para conjugar o verbo
Te amar!
 
Tempo de te Amar

Hada de mi vida (español)

 
Hada de mi vida (español)
 
Pajaritos de libertad
Volad y traed los sueños
Que en este pedazo de papel
Se dibujan acerca de mi corazón

Llévame hasta al infinito
Muéstreme que todo quedará bien
No pregunte, solo quede.
No hable, solo sienta.

Por las calles llenas de olvido.
Escucho solo mi alma que llora.
Frío son los días y vacías son las noches
Sin el latido ardiente de tu pecho.

Pero mientras yo tuviere tú a mi lado
A Díos no tengo más nada a pedir
Mis sueños ya van tener sido realizados
Y moriré diciendo que simplemente viví.
 
Hada de mi vida (español)

Povo Nordestino

 
Povo Nordestino
 
A fria indiferença açoita a pele
Dos desesperados
Dos abandonados
Dos que por selvas de cactos
Lançam seu último grito

Bradam inflamados
O canto dos ignorados
Dos injustiçados
Dos castigados

Lutam contra monstros
Algozes de antigas
Feridas
De alegrias
Perdidas
No tempo

Sobrevivem aguerridos
Ao sol que queima
Seca
Maltrata
O torrão nativo

No cerne de suas vidas
A fé
Inabalada
Pelas desventuras de uma vida
Sofrida
Cumprida
Jamais desistida

No seu coração
A esperança
De tempos
A vir
A sorrir
Para uma nova canção
Feita de versos simples
A retratar a força
Coragem
De um povo forte
Cunhado no fogo do sertão.
 
Povo Nordestino

Quero Teu Amor

 
Quero Teu Amor
 
Quero me afogar
Nas águas desse amor,
Perder-me no labirinto
De teu coração,
Navegar na paz
Dos teus abraços,
Ser levado
Pelas ondas dos teus afagos.

Quero me embriagar
Na claridade ardente,
Adormecer
Em campos límpidos,
Viajar
No doce balanço dos teus beijos,
Despertar
Para uma vida
Repleta de fantasia.

Quero me perder
Neste longo horizonte
Que se abre à minha frente,
Necessito de ti
Tal qual um pescador
De sua rede,
Tal qual esta poesia
De teus versos.

Quero me entregar
Ao mélico acorde,
Que paira,
Sobre nossas almas
Entrelaçadas
Na luz das estrelas
Que coroam nosso amor.
 
Quero Teu Amor

Versos para meu Amor

 
Versos para meu Amor
 
Deitado inerte no frio assoalho
Vejo escapar pelos meus dedos
As horas temerosas de desejos
Que anseiam desesperadamente
Pelo reconfortante calor dos teus beijos

Sem o teu acolhedor abraço
Sou um simples pedaço de vida
Que vaga pela escuridão perdida
De uma existência vazia

Quero a luz do teu olhar
Clareando os caminhos que sigo
Quero o brilho do teu sorriso
Iluminando cada manhã do meu despertar

Quero poder adormecer
E saber que não demorará
A chegar o suave perfume
Que se desprende da mais bela rosa
E emoldura tua inefável face
Estampada na imensidão do infinito.
 
Versos para meu Amor

Infância Perdida

 
Infância Perdida
 
Corromperam-se já as mãos
Que antes nos afagavam.
Agora apenas nos ferem
Com brutal violência.

Esperanças perdidas
No clarão de minha mente...
Não tenho voz,
Vontade tenho,
Mas vida não.

Se há justiça, nunca a vi.
Ilusão passageira talvez,
Certa apenas a fome
Minha fiel companheira.

Roubaram-me a infância
Em troca de alguns centavos.
Permaneço calado esperando,
Quem sabe, minha hora por fim.
 
Infância Perdida

Tardes Claras de Abril

 
Tardes Claras de Abril
 
Tardes claras de Abril
Levem-me no teu balanço,
Encantem-me com teu encanto
Feito criança, puro e infantil.

Tardes claras, claras de luz.
De um amor sem palavras
Sem lágrimas, que encanta e seduz.

Um amor que brota assim
Da perfeição alcançada por Deus,
Das flores colhidas nesse jardim
Banhada pela primavera dos olhos teus.

Tardes claras de Abril...
 
Tardes Claras de Abril

No Pátio da Igreja

 
No Pátio da Igreja
 
Com uma vela na mão
Permanece o menino
Paralisado
Entre vozes entrecortadas
E badalos de sinos
Que ecoam no vazio
Da multidão

Sonha com um mundo distante,
Com o encanto dos mares,
Vive intensamente sua ilusão
Adornada por paisagens selvagens
Cercado pelos mistérios da vida
Estendida aos seus pés.

Por companheiro a chama acesa
Que a sua frente
O leva até os recônditos
De um céu imenso
Feito de quimeras e desejos

Despertado por uma voz
Que da boca se desprende
E eleva-se até o infinito
Caminha para sagrar
A vontade de todos

Menos a sua...
 
No Pátio da Igreja

Sonho de Amor

 
Sonho de Amor
 
Floresce novamente em minha vida
A aurora de um novo amanhã
Trazendo consigo seus raios fulgentes
Que subitamente inundam minha alma.

Brilha assim com força a esperança
De ter teu amor, teu calor
Que arde como brasa em meu peito
E leva-me aos recônditos do universo.

Breve momento que viajo
Por estrelas, por vales de sombras
Rios de águas ternas, mansas
Como a vida que desponta
Ao simples pensar de um beijo teu

Inunda-se meu corpo de desejo
Neste vago instante em que o mundo
Por um segundo queda paralisado,
Enamorado,
Ao encontro do meu olhar com teu.

Tal qual o orvalho que da rosa se desprende
Ao leve beijo do vento em seus lábios
Tua presença em minha vida
Arrasadora se faz.

Teu encanto suave e envolvente
Como as espumas do mar
Carrega-me no doce balanço
Das ondas que solitárias navegam
Por entres oceanos de ilusões.

Desperto desejando voltar a adormecer
Para que assim nos meus devaneios
Possa por fim voltar a te encontrar
E para sempre sonhar, sonhar,...
 
Sonho de Amor

Amor y Poesía (español)

 
Amor y Poesía (español)
 
Mírate que bello es
El brillo de las estrellas.
Escucha las voces que
Suenan hasta el infinito.
Júrame amor eterno
Que ya lejos de ti
No puedo más vivir.

Dame tu gloriosa mano,
Juntos seguiremos adelante
Por toda una vereda color de oro.
Felices tal cual el sol
Cuando se despierta
Para una maña clara de primavera.

Amor me has rebatado
Para todo siempre.
El alma y el corazón
A solo un pertenecen:
Un amor,
Una verdad.
Transcurrida tras conocer
El signo de los años.

Si esto es un devaneo,
Un sueño querido,
Te pido:
No me despierte,
¡Jamás!
Pues te amaré hasta el infinito
Y, después, una vez más.
 
Amor y Poesía (español)

Mais uma de amor

 
Mais uma de amor
 
Quando ao meu coração
Teus olhos a luz azul empresta,
Vejo vivo o sentimento,
Que, súbito, em meu recôndito se aflora,
Tal qual aquele primeiro raio de sol
Que nasce em uma manhã de primavera.

Oh musa dos meus sonhos,
A tua formosa presença constante se faz.
Contemplo-te arrebatado, assim calado
Em meus próprios devaneios.

Tu és, dentre todas, a mais bela
Tão única e perfeita de se admirar,
Que me desencontro ao te encontrar.

Mas sabes, se ponho-me a pensar,
Não vos digo que te amo,
Pois amo antes a idéia de te amar.

Te amo assim em pensamento,
Com a clareza das horas
Que pulsam sem parar.

Te amo assim secretamente
Neste abismo que se abre por completo
No vazio que há entre intenção e gesto.
 
Mais uma de amor

Retrato de um povo

 
Retrato de um povo
 
Canto o meu canto
Repleto de lamento
Do sofrimento
De um povo,
Do clamor dos esquecidos.
Na noite fria
Cega
Muda
Surda
Jaz um Corpo frio, calado na multidão.
Oferece ao mundo o que, ao final, lhe resta:
Sua desilusão,
Ilusão do que foi, do que era.

Seus sonhos já não existem mais.

A realidade dura e fria como pedra
Crava na alma o semblante fechado,
Um olhar amargo.
Do sorriso amarelo
Traduz-se aquela vida
Que outrora teria sido
Feliz
Já não é mais.

Do suor de seu rosto
Faz-se presente à mesa o pão,
A solidão, sua fiel companheira.
Perdido no mundo
Navega por entre mares de concreto
À procura de paz
Nada mais.
Brava gente brasileira.
 
Retrato de um povo

Damas da Noite

 
Damas da Noite
 
Das sombras inquietantes
Surgem dríades de gestos cálidos
Que com seus toques envolventes
Levam-me até os infindos
De uma natureza desconhecida
E nunca dantes desbravada

Bailam ao som de uma
Canção suave e sedutora
Que aos poucos me fazem
Esquecer da solidão lancinante
Apoderada de uma vida
Desmedida

Lançam ao balanço do vento
Brandas carícias
Que de encontro à pele
Remetem-se ao nascimento
De Vênus nua e pura.

Mas logo ferem os céus
Despejando largos trovões
Aquietam-se em seu reduto
Caladas

Até que estrelas devolutas
Voltem ao firmamento
Tecendo o seu longo brilho
E assim cativando o ventre
De uma alma que vaga perdida
Pela escuridão.
 
Damas da Noite

Janela da Imaginação

 
Janela da Imaginação
 
Vagando por desertos de palavras
Tenta de alguma forma encontrar
Um simples verso capaz de transformar
Pensamentos perdidos na escuridão
Na mais amena e mansa ilusão

Baila ao som das cordas que pairam ao vento
Conduzindo um artístico espetáculo
Que ilumina a alma e os sentimentos
Dos viajantes atentos às páginas abertas
De um livro escrito com a eterna imaginação

Desanuviam-se suas lembranças,
Perdidas através dos longos anos,
Quando ao vagar por terras longínquas
Adentra repentinamente
No reino esquecido da sua infância

Não morremos ao deixar de viver,
Morremos ao deixar de sonhar.
 
Janela da Imaginação

ÀDeus

 
ÀDeus
 
Amargo é o riso
Que na face brota
Quando antigas memórias
São em mim eternizadas

Aguda é a dor
Que fere meu peito
Despedaçando minha alma
Em mil pedaços

Breve é a passagem
Estendida à nossa frente,
Longo são os momentos
Por nós compartilhados

Leve é a certeza
Do repouso
Em tuas mãos
Por fim estendidas

Curta é a vida
Curta
Vida
Curta...

Adeus meu amigo...
 
ÀDeus

Triste Outubro

 
Triste Outubro
 
Ó Outubro dos meus desalentos,
Que de amarga sina cumpre teu triste fardo,
És vil e cruel com meus sentimentos,
Que já agora doces pensares em minha alma guardo.

Carregas em teu ventre a chama da desilusão,
Manchas meus dias duras penas de sofrimento,
Semeias em meu recôndito apenas escuridão
Donde vozes ecoam aflitas em perdido lamento.

Ó Outubro inimigo dos amantes desconhecidos,
Levastes com tua fúria incontida
Aquele sonho que um dia em ti construímos,
Sendo hoje apenas recordação perdida?

Por que fizeste isso com nossos corações?
Tragastes no teu imo esperanças de felicidade,
Vagas, ainda que intensas de emoções,
Para sempre enterrada nos braços da eternidade...
 
Triste Outubro

Vida em palavras

 
Vida em palavras
 
Um momento
Passageiro
Porque assim o é.
Um sentimento
Perene
Tal qual o mar, as estrelas.
Uma vida
Que a minha frente se lança
Chama, provoca.

Aventuro-me então
No âmbito sombrio
Donde quedam
Vazias
Palavras perdidas
A elas dou forma,
Vida.
Poesia.

Dos meus versos
Por jardins
Em constante primavera
Abrem-se pétalas
Adornadas de inquietudes
Por mim vividas, esquecidas.

De uma aquarela
Traço ao final
Na parede nua,
Fria de desejo
Retalhos
De recordações vivas
E assim eternizadas.
Reinvento a vida, nada mais...
 
Vida em palavras