Poemas, frases e mensagens de Rooziee Oliver

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Rooziee Oliver

Tenho um gosto literário diverso,o mesmo para música. Passo o tempo livre com meus filhos e não gosto de perder nenhum momento família.

Unique

 
Sinto-me estúpida em pensar que sou especial. Não me sinto dessa forma. Por que logo eu, logo uma criatura como eu, ser tão especial ? Parece atribuição a divindade.

Você é especial.

Não te parece além do altivo? Endeusar, colocar em um altar, venerar. Estranho modo de denominar alguém. Hoje em dia muito natural, banal até.

Você é especial. Você é especial.

As pessoas cospem na cara uma das outras o quanto são especiais. É meio que, por ser tão especial, a pessoa tenha que se tornar só. Só e acompanhada de sua densa solidão. Palpável. A solidão te pega no colo, te abraça, te sufoca.

É como se tivesse superpoderes, se fosse capaz de tudo, acima de tudo e por tudo. E é. Uma pessoa especial é especial pela vontade alheia. Não apetece a ela ser especial, já que é o natural dela. E de repente, não mais que de repente, alguém fá-lo saber: tu és especial! Natural à surpresa pelo elogio, a emoção trazendo certo rubor tímido à face. Nunca havia parado pra pensar no assunto, e por que pensar, não é? É tão natural, tão ‘normal’, tão espontâneo... Não há porque pensar.

É especial ser assim, se comportar assim, falar assim, olhar assim. Olhar com candura, com olhos inocentes. Tocar inocentemente, sem pensar num segundo plano, sem se preocupar com os limites do outro, pura inocência. Serenidade. E isso tudo é bom. Singular. Especial.

Rooziee Oliver
 
Unique

Atrações ou distrações?

 
Os opostos se distraem.
Os dispostos se atraem.
Não há regras permanentes.
Os opostos se atraem.
Os dispostos se distraem.
Não há regras permanentes.
Os iguais se atraem.
Os opostos se atraem.
Os dispostos se atraem.
Todos se distraem.
Nenhuma regra é permanente.
 
Atrações ou distrações?

Dilema do amor

 
"Que mal terá em amar?
O resumo é dor ou prazer,
é sorrir ou chorar...
É dar sem receber?

O amor não é só lágrimas,
nem tampouco só sorrisos.
É um misto de emoções...

É como o mar,
ora revolto, ora calmo,
ora silencioso, ora tempestuoso.

Consome, arde, explode,
acalma, cala, consente.
Dá vontade de ficar ao lado
sem qualquer salvação.

Amor bandido, amor amigo,
amor safado, amor e carinho,
amor devastador, amor incondicional.

São vários,
e ainda assim são um só."

Rozana Oliver
 
Dilema do amor

Entre nós

 
Desfila entre meus braços,
corteja meus ouvidos.
Entremos nessa cadência,
vamos dançar a nossa música,
na minha boca há embriaguez
nossos corpos estão num embate.
De repente tudo se torna belo,
um arco-íris a andar no meu peito,
inexplicável sentimento em ação.
Ainda assim não é julgável
expor nossos momentos, paixão.
Vamos impor ao coração
nenhum quesito dos erros,
a felicidade nos espera...

Rozana Oliver
 
Entre nós

Lençóis de plumas

 
A esperar estão às plumas
Nos chamam os lençóis de brumas,
Frente a frente em completa nudez
Até a voz perder a lucidez.

Ouvirão nós dois num alto clamor
Nessa noite que pairou o sol
E dela brotou girassol
Em tudo o completo amor.

Há de amar-me em contraditos,
Quando sua voz estiver rouca
E inundada em sua lucidez louca.

Tornar-se-á juíza e veredito,
Eu não tendo nada mais que dizer
Que és além do que posso querer.

Rozana Oliver
 
Lençóis de plumas

Não há momento

 
Galhos verdejantes
sob a luz cintilante dourada,
céu cândido,
brisa suave.
E assim quero estar
ao lado do seu sorriso contagiante.
O refrão da nossa vida
toca no rádio da sala de estar,
não há hora e lugar.
O momento,
pode ser no monte Everest
ou embaixo da cama...
Ou a beira de um lago imenso
onde nele reflete nossas almas.
Nele não vemos o horizonte,
e sim
o nosso mundo.

Rozana Oliver
 
Não há momento

Aspirações

 
Como te invejo...
uma pequena gota salgada,
suor a transpirar de ti,
percorre suavemente teu corpo
sem parada definida.
Aspira me completamente,
deixe que eu encha teu peito,
circular dentro do teu corpo,
dar vida ao teu coração.
Vontade de ao teu lado estar,
minha aspiração de amado,
necessita só um pouco de mim...
Eu estou aqui,
te esperando em vigília,
estarei sempre ao seu dispor.
Sempre aqui
por você
por mim
por nós...

Rozana Oliver
 
Aspirações

Magia nossa

 
É urgente,
a necessidade cresce dentro de mim
não consigo suporta-lá dentro do peito.
Não basta o AMOR
é algo além dele
algo inexplicável...
Mitos e lendas
tudo se torna mágico
sim, é pura magia...
Os tempos juntos por elos,
nada para ser reparado
somente promessas...
Ainda assim,
a língua dos simples mortais:
TE AMO
e simplesmente te amo,
e a língua dos anjos:
não há explicaçãos (...)
além da morte
andar nos campos elíseos
NÒS.
Nada a temer,
nem o tempo,
pois o que Deus formou
para serem um só
o homem não separa
nem
a
morte...

Rozana Oliver
 
Magia nossa

Elo

 
 
O amor é como o elo entre o universo e a gravidade...

Rozana Oliver
 
Elo

Eu longe de mim

 
Olho para o espelho
e não me reconheço,
criei esperanças em vão
estou gélida, sem vida.
A cada passo dado,
lutei, fui corajosa
persisti nesse relacionamento conflituoso.
Mas vejo
está gélido, sem vida,
ao lado de um estranho...
Não sei mais o que é felicidade,
não existe mais força
para equilibrar nós dois.
Me pergunto se já amei um dia,
amar de verdade,
ou se tudo foram paixões
que devassam e arrebatam
tiram o ritmo da mesmice
dando nova cor a pintura desbotada.
Quero sentir
todo o conjunto de emoções,
quero sorrir novamente.

Rozana Oliver
 
Eu longe de mim

Destinatário

 
Destinatário
 
Escreva-me
D’alma
De tudo
Do mundo
Do desconhecido
Desproporcional
Ou não
Cortesia
Tornar-me
Tua morada
E tu
A minha
Sendo poeta não-poeta
Escrevendo sem escrever
Escrever...
(Destinatário e remetente
Habitam uma correspondência)

Rooziee Oliver

Em resposta ao poema Remetente, texto do amigo poeta Sommerville.
 
Destinatário

Momento de sentir

 
Vem meu querido vento
Assopra-me, traz acalento
Leva frescor a minh'alma
Deixa-me como o mar violento.
Ondas a balançar no momento
Para ficar um pouco calma,
Calma só no pensamento.
O amor é maior que oceano,
Ás vezes um momento insano
De louca e simples paixão.
Sem ninguém a lhe parar
Ou nada para lhe frear,
Um sentimento no coração.
Me leve a um lugar alto
Como se juntos déssemos um salto
Bem longe da solidão.
Sempre me proteja de tudo
Como um anjo bom e astuto
Tirando-me da escuridão.

Rozana Oliver

Fiz esse poema aos quinze anos, estava me aventurando pelas palavras. Ele estava em um caderno velho e sem capa que minha mãe vinha guardando há muito tempo como se fosse um tesouro. Uma forma de agradecer, arquivando online para que não se rasgue com as páginas.
 
Momento de sentir

Procuram-se palavras

 
Mudo estou,
As palavras se perderam
Encontraram um buraco estreito
E lá foram esmagadas...
Trazê-las as cordas
E costurá-las com linhas de ouro
Para enaltecer seu valor.
Posso simplesmente continuar
E me expressar com olhares,
Eles dizem mais que simples ditos,
Não mentem e não entram em contraditos.
Ainda que fechados
Transmitem a dor.
E no final,
Sempre estou a ceder.
Será qualidade ou defeito
Ou será que fui mal feito?
Tenho certas peculiaridades,
talvez tenha conserto com a idade.

Rozana Oliver
 
Procuram-se palavras

Aguardando um eclipse

 
Aguardando um eclipse
 
Pari a dor,
algo belo saiu de mim
e não retornará sua cor.
Deixou um esgoto fétido
a escuridão habitando
a fagulha se apagou...
Preferia não pensar
agir como uma coisa robótica
a dor perdia sua intensidade.
Jaz enterrada no corpo,
não dóia, estava ali,
pronta a tangir meu corpo
fraco, quase inerte,
e ainda estava ali.
Criou raízes na mente
comandava todo o escombro.
A casa estava inabitável
parecia mais um quadrado
sem brechas ou fissuras,
não agradável de olhar.
Alguém estava lá fora
me chamando, me alertando,
o rosto também expressando dor.
Me envolvi no manto doloroso
deixei dominar-me...
A paz um dia chegaria
quando pudesse ver novamente
um céu todo estrelado
e bem no seu meio, exultante,
um eclipse lunar.

Rozana Oliver
 
Aguardando um eclipse

A navegar

 
E enquanto vou à minha busca
pelejo por intermédio dos deuses
adentro esse denso nevoeiro
tal qual piche recente.
Será assim meu coração
denso e enigmático
navegando num imenso mar
sem ter onde ancorar.

Rozana Oliver
 
A navegar

Encontros e desencontros nos tempos atuais

 
Das coisas que ocorrem em dias cinzas, numa segunda de dolorosos mistérios...
Era sol e há muito que não se encontravam dessa maneira. Sempre evitaram encontros, ela principalmente. Entreolharam-se.
Nuvens se fizeram presentes e a ameaça súbita de chuva veio em forma de lágrimas.
E já não era o mesmo olhar de outrora, ela observou. Mesmo evitando o olho no olho, sentiam quando o olhar um do outro deitava-se e se deixava permanecer ali, percorrendo as mudanças, à princípio sutis, um do outro. Sem cumprimentos casuais ou efusivos. Somente um boa tarde, sem toque, sem emoção. Houve silêncio.
Chegou o mistério gozoso de uma terça-feira e as preces de todos os anjos deram continuidade.
Ah, a moça! Ela não era de esperar, detestava esperas. Só aguardava algo se houvesse um belo tesouro no fim do arco-íris. Então, de súbito, resolveu desatar os nós como numa oração. Solicitou a libertação.
Nada mais justo iniciar o discurso de si mesma, pensou. Lembrou da insônia atravessando a madrugada, do medo antecipado, o desespero sobre o inesperado... Mas naquele momento, aquele determinado momento, não sentiu-se desconfortável como no dia anterior.
Algo mudou, ela pensou.
Então desabafou todas as dores, os medos e até as mágoas do passado que ainda faziam chagas em seu coração. Esvaziou-se da tristeza que a incomodava, desaguou nele as expectativas frustradas. Sem acusá-lo, mas denotando os erros que ele necessitava enxergar. Talvez ele enxergasse. Talvez, lá no fundo, sabia-se errado, mas nunca iria admitir.
"-Eu fui tudo: início, namorada, noiva, mulher, amante, fim. Tudo e nada. Não quero ser um caso. Vê, mereço mais que isso..." Não era cobrança, era conclusão.
Ele refletia em silêncio, sem interrupções. Apenas analisando tudo que a moça falava. Ouviu pacientemente as cruzes carregadas, a entrega, o não-recíproco.
Então houve a redenção, o mistério das glórias alcançadas. Um abraço acolhedor, mas o toque tornou-se em prática do braille corporal. Ela não imaginava, mas estava se despedindo. Se permitiu ao último adeus.
Sentiu, algo havia mudado nela não importando se ele havia mudado ou não. Ela não sentia que ele a entendia, nunca a compreendeu, apenas a sentia, apenas a queria, só. Imaginou mais dele, mas sabia que a coragem era algo que à ele não pertencia. Ela queria mais, sempre queria, gostava de transbordar! Enfim... já não importava mais o passado, o presente, o futuro ou ele, ela queria viver. Terminou o que ele não tinha coragem de finalizar e despediu-se. Sentia-se cansada. Porém, havia paz.

Rooziee Oliver 2017, 28 de Janeiro
 
Encontros e desencontros nos tempos atuais

Vida negada

 
Uma criança
andando de bicicleta,
Foi-lhe arrancado
aos dois meses de idade.
Um sorriso agradecido,
foi-lhe arrancado.
O primeiro amor,
foi-lhe arrancado.
A infância, juventude e velhice,
foi-lhe arrancado.
Um médico, um advogado,
um escritor,
foi-lhe arrancado.
Foi negado a vida viver,
foi negado de crescer,
foi negado sentir e dar amor.
Arrancado,
agoniza entre grito e dor.

Rozana Oliver
 
Vida negada

Vivi vida

 
Vivi coisas andando na cama,
vivi coisas andando no chão,
vivi coisas andando no escuro.
Coisa de gente que ama,
coisa de quem não diz não,
de quem anda em cima do muro.

Vivi coisas catando caminhos,
vivi coisas cantando no coração,
vivi coisas com muitos espinhos,
vivi coisa sem muita ilusão.

Assim vi e vivi e ouvi,
muitas coisas num mínimo ser.
E de todas eu me servi,
para aumentar meu simples saber.

Rozana Oliver
 
Vivi vida

Roupa da mulher

 
Aquela mulher
a beira do rio ela está
esfregando toda roupa suja
de quem nada conhece.
Lava toda roupa,
lava toda alma,
espera alguma recompensa
que não em breve virá.
Mas será que é só isso que pensa,
é mais uma brasileira,
criando seus filhos pequenos,
quantos - não sei.
Olhando seus brancos cabelos
menina, mulher, senhora,
para amor de mãe não tem hora,
para ser mulher se enfeitou.
mulheres, mulher,
nada se perde ou se perdeu,
atribui aquilo que passou,
ganha o que virá,
és vencedora.

Rozana Oliver
 
Roupa da mulher

Sopro verde

 
Folhas verdes ao chão,
está fraca não pode aguentar
balança, balança,
canta com o vento
eriça com a chuva
percorrendo toda sua extensão.
Recanto de belas criaturas,
abriga a todos
sem distinção, nem preconceitos.
O vento leva-os embora
fantasias, amores, emoções.
Resta galhos secos e rígidos,
o outono não chegou
mais ainda não se viu a primavera
sem nenhuma estação.
Ela tem coração
eu não sei se tenho um ou não.
Já sinto a respiração parar,
sinto o coração parar.
a decepção nos afogou.

Rozana Oliver
 
Sopro verde

Rozana Oliver

Rooziee Oliver