Poemas, frases e mensagens de LuizFalcão

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de LuizFalcão

MORTALMENTE FERIDA

 
No seu próprio mundo o dominador foi subjugado,
Em meio às tempestades intimas de uma mente atormentada,
Aprisionada por sentimentos que dantes desconhecia,
Encontrou a perplexidade de sua triste condição,
A inumana alma, habitante da escuridão!

Uma lápide jazia na cavidade onde um dia houvera um coração,
E de prazeres mundanos alimentava-se o monstro chamado DESEJO,
E crescia espalhando-se sistematicamente pelas entranhas,
Convulsionando as extremidades de um corpo possuído,
Por essa necessidade anormal por jogos de violenta sedução!

Vibravam as fimbrias dessa alma como as cordas de um violão,
Produzindo uma melodia sensualmente sinistra,
No estalar dos açoites e no som das correntes,
Instrumentos de sua musica com os quais infringia de caricias brutais...
Sanguinolentas feridas!

Ai!... Ai!... De onde surgem as anomalias?
Quem faz assim determinadas criaturas,
Que para sentir prazer necessitam inocular a dor no semelhante?

Onde e quando o vício das paixões matam o amor verdadeiro,
Transformando o SER HUMANO em nada ser,
Deixando no lugar onde um dia havia uma inocente criança,
Cheia de vida e muitas alegrias, um poço de eterna tristeza?

Ai!... Ai!... Quem assassinou a tua alegria,
Quem abusou da tua inocência,
Quem te feriu assim tão mortalmente?
 
MORTALMENTE FERIDA

"A MASCARA" (de Luiz Falcão)

 
De todas as mascaras,
De todas as faces,
De todos nós.
Ocultos dos olhos alheios.
Ocultos de nós mesmos.
Pensamentos!
Desejos!
Culpa!
Dor!
De tudo o que não queremos ser,
Do ser que não queremos ver,
Do que somos e não queremos crer,
Do que nos envergonha ter.
E o que somos nós?
Do que nos escondemos?
Por quê?
De quem?
Dos outros?
De nós mesmos?
De todas mascaras,
De todas as faces,
De todos nós.

Percebemos-nos assim seguros?
Invisíveis?
Intocáveis?
Por trás de todas as mascaras,
Ocultas as verdadeiras faces.
Tornamos-nos o que não somos,
Tornamos-nos a mascara...
...A fantasia!
...A mentira!
...A pessoa que gostaríamos de ser!
...O orgulho que queríamos ter!
E a verdade?
Então, quem de fato somos?

O tempo passa!
De todas as mascaras,
De todas as faces,
De todos nós.
A fantasia toma conta do real!
O que era mascara torna-se a face!
O ser que há ocultado na mascara,
No vento do tempo desvanece,
E face que brincava oculta na mascara se perde.
E nos perdemos no nosso engano,
E nos esquecemos de quem somos!
Tornamos-nos a personagem esculpida,
De todas as mascaras,
De todas as faces,
De todos nós.

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"A MASCARA" (de  Luiz Falcão)

UM CONTO DE TERROR

 
Era uma noite como outra qualquer, porem parecia diferente das demais. Havia algo no ar Algo que não sabia explicar. Um silêncio cortante, mórbido, aterrador.
No parapeito da janela do quarto uma ave negra bicava o vidro canelado com insistentes golpes. Via-se a forma da estranha criatura. Era grande, e mantinha as asas abertas em posição de ataque, quase o fazendo quebrar. Confesso que não tive coragem de abrir, no entanto, à medida que me aproximava para ver melhor a estranha figura, ouvia-se a voz grasnada que dizia:
- Abra... Abra a maldita janela! Abra... Abra à maldita!
Pasmei... Minhas pernas travaram e minha voz secou-se na garganta. Com muito esforço e uma coragem inexistente, exclamei ao vulto:
- Vai-te satanás. Deixa em paz a pobre janela.
A resposta veio em um tom oco e grave.
- Não cessarei de bicar-te a janela, mesmo que leve toda noite, hás de abrir-me, ou até que meu bico a quebre de vez, mas estejas certo em tua casa entrarei esta noite!
Mal pude responder:
- O que queres.
Foi quase sussurrando... Apavorado!
– O que tens comigo? Porque vieste a minha casa?
A horrenda ave virou a cabeça para a esquerda e aproximando o olho ao vidro, fixou-o em mim e disse lentamente:
- Vim buscar a tua alma!
Ao som daquelas palavras, senti que minhas pernas repentinamente ficaram quentes e um peso extra no fundo das calças. Até àquela hora não sabia que era possível defecar e urinar ao mesmo tempo. Corri para dentro do armário e disse chorando e gemendo num tom quase inaudível:
- Meu Jesus Cristinho valha-me agora, manda essa assombração embora que prometo ser bonzinho e jogar o lixo fora!
Ela insistia grasnando cada vez mais alto:
- Abra... Abra a maldita janela! Abra... Abra à maldita!
Eu congelado de pavor continuava com as suplicas:
- Ai meu Senhorzinho... Tem peninha de mim que to aqui preso nesse armário, se aquela coisa não me pega, de qualquer forma eu morro sufocado nesse cheiro, todo defecado.
Ai tem peninha Senhor! Prometo melhorar, ser obediente, não mentir, estudar sem reclamar, comer toda a comida do prato sem desperdícios, apenas faz essa coisa ir embora!
Nesse momento ouvi a voz da redenção, a resposta as minhas súplicas veio como um raio, de pronto e imediato:
- “Carlinhos... Acorda menino... Está na hora de ir para a escola!”

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UM CONTO DE TERROR

O DESPERTAR

 
Vivo em descontroladas lembranças... Perdi o domínio de mim!
Aprisionado no passado... Tenho medo... Não despertar o sono profundo!
Torpor... A eternidade aguarda... Pacientemente espera por minha chegada!
A toalha de linho branco... A vela de chama bruxuleante!
Sombras da taça dançando no linho fino... Vinho e pão... Água não!
A última ceia sobre a mesa... Comer de pé e depois deitar!
O chão... A terra gentilmente me acolherá em seu leito!
Sem suspiros... Não se ouvirá mais meu coração!
O grande silêncio embalará meu sono... Calmamente... Sem alardes!
Docemente viverei nos sonhos dos dias que vivi das antigas lembranças!
Apenas talvez... Retorne na memória dos que vivem!
Os que me amam... Trarão-me do passado pela mão!
E novamente sorrirei em sua companhia... Nas memórias... Nas lembranças de mim!
Contarão aos outros minhas histórias... Dos risos... Das lágrimas... Minhas tristezas!
Do que fui... Do que deixei de ser... Do que poderia ter sido!
O que fiz e o que deixei de fazer talvez faça parte da prosa!
Ao findar da festa retomarão aos seus afazeres e voltarei a entrar gentilmente na noite!
No silêncio da eternidade dormirei serenamente... Que outras lembranças... Despertem-me!

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O DESPERTAR

FLORES DE LÓTUS

 
Flores de Lótus emergem da lama, tocam a luz do sol e desabrocham.
Na sujeira de ruas escuras a inocência se perde e fenece como a flor que não toca a luz
Luz para as minhas flores! Sol para as lótus nascidas na sujeira!
Que a inocência das flores minhas sobrevivam à escuridão!
Que a fome de amor seja saciada, assim como a do pão!
Matem as lágrimas a sua sede de afagos e as tornem surdas aos gritos silenciosos dessas dores!
Minhas crianças... Minhas crianças!
Medrosos, assustados... Olhos que imploram o perdão de não serem culpadas!
A vida não as celebrou... Não! Nem cantos, nem festas, apenas paridas, largadas a sorte!
Pétalas desgrenhadas pendem das cabeças e dos talos mal cuidados, folhas em farrapos.
Mal nutridas, selvagens, sem amor, soluçando na poeira das ruas, minhas crianças nuas!
E o frio! E a fome! E o gemido sofrido desse abandono perverso!
Quem cuidará dessas pequeninas flores?
Quem as transplantará em belos jardins cercados?
Jardins de amor para as minhas lótus nascidas na lama...

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FLORES DE LÓTUS

A PORTA

 
Frondosa e viva representante de sua espécie.
Nobre anciã imponente das serras do meu país.
Ceifada da terra mãe, cessou o correr da sua seiva.

Conjunto de partes da matéria um dia viva,
Talhada pelo formão do artista,
Recebeu outras partes de matéria desigual!

Mesclada de ferro e aço fundidos nas maçanetas e dobradiças!
Parafusos violaram a dureza da dignidade dos seus restos!
Em umbrais foi erguida uma arte sem vida!

Nobre imponência,
Restos em servidão!
Em meu poder o seu segredo.
A chave abre minha saída,
Fecha minha entrada no girar da mão!

Transformaram os artistas,
A arte viva em uma arte morta!
E da frondosa vida,
Restou apenas a minha porta!

E a quem importa se por ela passem as vidas,
De tantas entradas e tantas saídas,
Se não a vida que por ela passe?

E se me abro de par em par a vida da minha porta,
Ou se me fecho atrás do clamor dos seus batentes,
A vida não passa pelos restos fechados desta natureza morta!
A porta da minha casa não é a porta da minha vida,
Embora minha vida seja uma porta também!

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A PORTA

ETERNAMENTE MINHA!

 
Nos pensamentos meus... A imagem tua... Lembranças... Saudades!
Lágrimas derramadas regam-me de esperança o peito!
Botões de amor desabrocham em solo fértil... Meu coração!
O tempo passou... Nada mudou!
A chama arde ainda mais intensa nesse amor que aumenta!
Teu corpo aquece-me por inteiro... Envolta em meus braços... Em meus sonhos!
Tua beleza imutável os dias não podem macular... Não mais!
Ao teu lado sempre hei de estar com a força perpétua desse meu amor... Imortal amor!
Que o véu da noite eterna separe nossos corpos... Não importa!
Velarei teu sono amada minha... Meu amor cultivará tua lembrança!
Serei para sempre teu...
Não lamentarei mais amada minha... Não mais a tua ausência!
Ver-nos-emos em sonhos... Todas as noites da minha vida!
Dançaremos debaixo do céu estrelado até que a noite termine!
Estaremos juntos até que me acorde o raiar do dia!
E quando o véu da noite docemente se romper de vez, na chegada do esperado dia!
A terra fará repousar junto ao teu, o corpo meu!
Então, nesse glorioso dia, o sonho onde hoje vivemos, será uma mera lembrança do passado.
E o inicio de uma nova realidade
Sempre... Eternamente minha!
 
ETERNAMENTE MINHA!

TEMOS FOME

 
Quanta dor! Quanto lamento!
“Temos fome!... Temos fome!...”

Assentada às calçadas descalça e quase nuas
Gemem encolhidas com as mãos às barrigas
Crianças que não sorriem, não brincam!
“Temos fome!... Temos fome!...”

Chuva fina e constante sobre elas desce,
Deixando as poucas roupas rotas que vestem
Grudadas em frágeis corpos desnutridos,
Voz fraca e tremulante de frio!
“Temos fome!... Temos fome!...”

Olhos grandes, feixe de ossos, cobertos de pele fria e enrugada!
E a mesma voz arrepiada em continuo gemido insiste...
Não cessa o suplício:
“Temos fome!... Temos fome!...”

Nos quintais vizinhos, cães comem filé!
Crianças nas ruas, comem vento e bebem chuva!
Quanta dor! Quanto lamento!
“Temos fome!... Temos fome!...”

Quadro grotesco de infortúnio!
Quem te pintou? Quem teu autor?
Não retratas um só sorriso
Nesta tua tela tão grande e cruel!

Nas mãos das tuas crianças,
Nem carrinho, nem boneca...
...Uma lata de cola!
Solvente das dores dos modelos de tua arte!

Onde estão as faces rosadas?
As dobras das perninhas?
Os pequenos pés que correm,
Divertidos no brincar?

Onde os escondidos,
Que contam até dez antes de procurar?
Onde está a farta mesa do almoço e a do jantar?
E os pais carinhosos ávidos nos afagos?
Onde está o canto de ninar, o angélico sono?

Quadro grotesco de infortúnio!
Quem te pintou?
Quem teu autor que me faz chorar?

Lágrimas de um sentimento incontinente
Deslizam na face, não dá para controlar!
Tanta dor e tanto lamento,
Nesta “Tela” que a vida faz questão de pintar!
“Tenho fome...Tenho fome”...

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TEMOS FOME

Perdoa-me!

 
Um breve momento!
Foi o tempo que esperei,
Nem mais e nem menos,
Apenas isso e nada mais!
Como sempre... Impulsivo!

Lutei contra meus sentimentos... Lutei muito... E achei que venci!
Meu desejo era você... Meu amor... Meu tudo!
Não te dei chance de magoar-me outra vez!
Quanto a mim?... Não conceder-te perdão, era tudo o que eu pensava.

Certamente não foi uma vitória!
É... Com certeza perdi!
Perdi a chance de dar-me a oportunidade de perdoar.
E no auge do meu furor assassinei a esperança.
Deixei órfã a alegria.
Tingi de púrpura minhas mãos!
Dilacerei meu coração, morri por dentro e cai.
O abismo me acolheu.
Em um manto negro mergulhei em uma tristeza eternal.
Luz!... Onde está a luz?
Que a luz retorne o sopro da vida!
Você é minha luz! Minha vida!

Gostaria que não fosse tarde de mais.
Voltar no tempo e fazer diferente.
Ser novamente!

Ah! O olhar teu!
E a voz tua?... Melodia!
A tua lembrança perturba-me!
Amo-te como a primeira vista!

Por não ter-te amado suficientemente... Perdoa-me!

Perdoa-me!

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Perdoa-me!

" QUEM PRECISA VIVER PARA SEMPRE? "

 
Só precisei te ver um instante!
Foi como se o tempo parasse para ver esse momento.
Pela primeira vez ele, o tempo, não importava.
Nesse instante o tempo não ficou só e nos tornamos parte da eternidade.
Ele... Que tudo deixa para traz, nos arrebatou para si.
Foi como se para sempre flutuássemos em um interminável segundo.
Na ires dos teus olhos eu me vi sorrindo... Puro prazer!
Na umidade dos teus lábios matei com fúria toda minha sede... Na tua saliva banhei-me!
Teu suor... Meu ungüento!
Teu cheiro... Meu perfume!
Teu toque... Meu alento!
Tua voz... Minha musica... A doce melodia com a qual dancei!
Dancei com o corpo... Com a alma!
Quais os que procuram... Encontrei!
No teu corpo me perdi sem errar o rumo... Segui como os que seguem as corredeiras!
Percorri cada linha... Cada traço do teu corpo inteiro!
Como os de um cego... Os meus afagos!
Meus braços como um manto te envolveram!
Das mãos minhas... Suave caricia!
Teus seios intumescidos de prazer... Meus olhos cheios de desejo!
A minha boca na boca tua, ardia de paixão!
Eu... Vivi!
Quem precisa viver para sempre?
Se mil vidas eu tivera... Em nenhuma teria amado tanto!
Apenas um único... Incrível... Precioso instante!
Eterno segundo!
Pintei na memória o teu sorriso... Gravei na alma o teu olhar!
Teus gestos... O jeito de andar!
Ah!... Quem precisa?...
Respondam-me, aqueles que nos viram,
Os espíritos amantes que em silencio se fizeram cúmplices dos nossos sussurros!
Por favor... Digam-me!
Aquele eterno instante é o lugar aonde eu vivo!
Ali finquei como carvalho minhas raízes!
Nos ninhos dos meus galhos eu te escondo... Te protejo!
Guardo segura essa lembrança!
Mesmo não vivendo para sempre... Pelo tempo que viverem os carvalhos aquele momento viverá em mim!
Mesmo que o amor não seja eterno... Eternos serão cada um dos segundos daquele instante!
Serão eternos enquanto a seiva vermelha correr pelas raízes que finquei em ti... Meu doce momento!

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" QUEM PRECISA VIVER PARA SEMPRE? "

A VOZ DA ALMA

 
O papel em branco... Tela vazia do mestre pintor!
O pintor... Mestre poeta e sua pena!
Retrata a alegria... Quadros de dor!
De morte... De amor!
Com letras pincela a vida!
O sol se pondo no horizonte!
A lua coroada de estrelas!
O murmúrio do vento nos arvoredos!
O reboar das cachoeiras!
A criança que brinca!
O idoso que tosse!
A perda da mãe!
O consolo do pai!
Umas cenas de vida!
Outras de morte!
Pincelando no traçado da pena... As letras... Cores desta arte!
Na presença da rima... Na ausência dela!
Verbo... Voz da alma!
P O E S I A!
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A VOZ DA ALMA

NO FRIO DA NOITE

 
No Frio da noite... Nas ruas escuras!
Saio à procura... Nos rostos... Nas casas... Nos quartos de hotel!
Procuro... Insisto... Nada!
Em bares... Em cidades... Em qualquer lugar!
Sigo meus dias... E além!
Além de mim... Além da vida!

No Frio da noite... Nas ruas escuras!
Sigo a procura... Nas faces... Nos olhos... Tento encontrar!
Os dias se vão... E se vão os tempos... As eras!
Mas a imagem fica... Retorcida no espelho... No reflexo de mim!
Da lâmina úmida dos olhos escorre a tristeza solitária... Desolada!
Desespero que invade... Estupra o coração!
Pedaços... Ruínas... Minha alma!

A vida vai... Segue seu rumo... No Frio da noite... Nas ruas escuras... De algum lugar!

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NO FRIO DA NOITE

"MUNDO MEU"

 
Mundo meu... De romances... Sonhos... Fantasias!
Riscos de sentimentos em retalhos de papel encardidos pelo tempo!
Também é um traçado de revoltas... E dores... E conflitos... De amores inesquecíveis!

O meu mundo é a liberdade das aspirações... Dos desejos íntimos desse “Eu” que sonha!
Que sorri da complexidade da vida em contraste com a simplicidade da morte!
Do “Ser” que chora de comoção com os soluços inconformados da criança que implora... Um afago... Um pedaço de pão!

Neste mundo de letras... De palavras escolhidas... Sou livre como as aves!
Voo solto nos pensamentos... Nas minhas emoções!
Eu vivo... Eu morro... E sonho... E corro... Danço na tinta da pena sobre o papel!
É aqui que eu existo... Sou por inteiro “Eu”
Ora amor... Ora Ódio!
Em um momento sou alegria... Em outro não!
E depois?... Quem sabe!
Qualquer coisa... Seja o que for... Serei de verdade!
Mundo meu!

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"MUNDO MEU"

Beleza Rara

 
Há uma rosa solitária em meus jardins!
Ela é negra como a noite mais escura!
E como nuvens que desvanecem nos ares,
Murchará sua beleza e sua negrura azulada nunca mais!
Nunca mais contemplada!
Nunca mais o suave aroma aos sentidos,
Até que outra, igualmente sozinha desabroche em seu lugar!
São assim, as rosas dos meus jardins!
Delicadamente plantadas em meu coração!
Saudosas flores, aquelas que se foram!
Saudadas outras tantas, que da magnífica roseira florescem!
Elas vêm e vão ao ardor dos dias e no silencio das noites!
Vívidas e exuberantes, e tristonhas, e na solidão!
Florescem lindas e esplendorosas,
São amadas e são amantes,
Todas elas e cada uma ao seu tempo,
No meio dos meus jardins!
As musas mais belamente pintadas,
Por pinceis de artistas extraordinários,
Não chegaram perto de tal beleza!
Nem da graciosidade de outra rosa que desabrochou só!
Quão perfeito é o talo da Rosa negra!
Tal corpo não se viu!
Nem curva tão sinuosa!
Nem braços,
Nem mãos...
E os tornozelos?
Que lindas as pernas,
Tão perfeitamente torneadas!
Todos os dias ao entardecer,
Caminho por entre minhas flores,
Toco as sedosas pétalas,
E entre meus dedos as guedelhas lisas e aveludadas!
Das negras pétalas azuladas!
Nem um rosto ao dela se compara
Olhos de safira mais azuis que o céu,
Lábios de rubi!
A boca de mel!
Assim é a rara... Negra... Solitária ROSA... MARIA ROSA!
Que desabrochou no meio dos meus jardins!
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Beleza Rara

FICA EM PAZ

 
Ao recolher-me, ainda forte o vazio,
Heranca da ausencia tua!...
Deitado, as memorias nao me permitem um repouso.
E como doi essa presenca que tais memorias me trazem!...Esse vazio tao cheio de saudades!...
E nos teus lugares preferidos, e em cada canto da casa, sinto-te ainda tao presente!...
Vejo passares de um comodo ao outro nos teus afazeres diarios e rotineiros,
E o cansaco que nos ultimos dias, te afligia o corpo enfermo.
Vejo no rosto estampada a tua tristeza e no olhar as tuas alegrias que sao os teus amores, os teus rebentos.
O Olhar teu, desvendando os segredos dos olhares nossos, decifrando-nos os sentimentos.
Das maos tuas, o calor intenso do amor que nos aquece o coracao.
Sobre as nossas cabecas, as mesmas maos nos ungem de bencaos,
E com oracoes protege-nos o teu amor, movendo o ceu, o dedo de Deus ao nosso favor.
Longe, em nossa infancia, vao buscar-te mais lembrancas trazendo-te pelas maos.
Novamente aos nossos ouvidos a doce voz do passado que embala o sono,
Ao mesmo tempo em que corrige os nossos erros com severas advertencias.
Sinto no rosto, os peitos que naqueles dias mataram a minha fome,
Teu cheiro me faz descansar seguro.

Memorias!...
Levam-me de um lado para o outro e em segundos, tantas lembrancas!
De tantos sorrisos, de muitas lagrimas, de esperancas e de forca, muita forca...
Quanta forca em tao fragil ser!...Quanto ser em tao fragil corpo!...
O corpo... Carcere, sofrido, doido!...Cansado de viver!...
Exausta, minha alma nao descansa, e novamente veem as lembrancas.
Tao tristes... doidas...recentes! Novamente me poem diante da pedra fria.
Pedra... Aonde o teu carcere envolto em mortalha, me fez chorar.
No desatar das amarras, descobria o corpo nu, ao qual novamente cobri com teus melhores vestidos.
Debrucei-me sobre o peito, ainda quente, do corpo palido e inerte.
O coracao em silencio nao fazia mais fluir em tuas veias a minha vida rubra.
Enquanto te olhavam os olhos meus, meu coracao perguntava por ti:
Onde estavas minha vida? Para onde foras minha querida?
Onde estava o consolo de tua presenca vivida?
Confuso, incredulo da ausencia tua, desesperava-me a saudade.
Saudade!... Salgada, molhada, brotada da lamina dos olhos, doi no peito, rasga a alma!
Quanta saudade se pode sentir, sem sufocar, sem morrer?
Quando enfim, com voz embargada e tremulante pronunciei a palavra adeus, ouvi em meu intimo tua voz de crianca dizendo-me:

“Nao sofras...Fica feliz! Estou transpondo os portoes da cidade dourada! Minha cidade amada...Meu lar! Vejo todos. Os que amo, me aguardam. Entre eles, o mais Amado! Nos bracos Dele, do meu Senhor, de toda luta e dor, de toda lagrima, enfim... Descansar! Sei que sofres, pois tambem ja senti essa dor, mas creia em mim...Tudo passa! O tempo e como a agua que escorre entre os dedos e logo se vai. Ha de chegar o dia em que estaras transpondo os mesmos portoes e eu...Eu tambem estarei la aguardando para te abracar e tu estaras feliz assim como estou agora. Entao, viva o tempo que tens da melhor maneira. Viva com intensidade cada segundo, cada momento ate que chegue o nosso dia de estarmos juntos outra vez. Fica feliz! Fica em paz!”

E nesse consolo que nao consola, novamente me vi chorando num misto de dor e de raiva...Tanta raiva!
E tanto amor! O amor que vinha do fundo das entranhas e que socava as visceras ate explodir na garganta um canto.
Melodias vibravam as cordas vocais e jorraram como um rio nao represado, posto que os olhos secaram como a terra sem chuva.
Meu lamento era sonoro. E sonora foi toda aquela noite!
Enquanto outros velavam seus mortos, as notas sofridas fluiram alto... Muito alto na madrugada!
Meu corpo tremia levitando o meu lamento! Elevei as alturas minha dor em canticos de amor e de saudades.
E nesse instante viajei pelo tempo. No passado distante e no recente.
E lembrei de tudo o que foi e nao seria mais.
Pensei nos cantos vazios da casa. Nos olhares que estariam ausentes.
Nos sons dos sorrisos. Nas brincadeiras. Nos beijos molhados em minha face.
E na voz que sempre ouvia abencoar minhas partidas: “Deus te abencoe e te traga em paz”
Enquanto contemplava teu rosto em profundo sono, ouvi em meu espirito novamente ecoar as palavras:
“Fica em paz!”... “Fica em paz!” “Paz!...”

Estas ultimas, porem marcantes lembrancas, gostaria de esquecer e guardar apenas aquelas que sempre me farao sorrir, mais a vida nao e toda feita de momentos felizes apenas, nem de presencas perpetuas, mais com certeza, alegres ou tristes, sempre presentes estarao as lembrancas, e nelas mamae querida, comigo sempre estaras, por onde quer que eu va. “Te amo”

Em memoria de minha mae Maria de Lourdes Lemos Falcao.
De Luiz Antonio de Lemos Falcao. Rio 19/11/1998
 
FICA EM PAZ

A VIDA

 
Dormi um sono como a muito não dormia...
Adormeci de uma realidade cansada... Exausta e sonhei!
Seria mesmo um sonho? Na verdade não sei!
Se dormindo ou acordado não importa... Não estava em mim!
Por onde estive? Não era aqui!
Um lugar de pradarias... Ao longe uma floresta!
Andei por estradas de barro... Achei um lago!
Tudo era bonito... Lindo mesmo!
Eu vi um menino brincando... Eu vi o verde!
O verde corria por baixo dos pés do menino!
Ouvi o vento... Uma brisa brincava com os cabelos daquela criança!
Ela sorria... Faces rosadas!
A alegria era sua hospede, ou quem sabe?... Senhoria!
Eu vi a vida... A vida corria livre nas pradarias!
Eu vi o lago... Suas águas abraçaram a vida!
A vida que havia naquela criança... Naquele menino de tanta alegria!
E olhei... E procurei... E a vida?... E a vida?... E a vida!
A vida que havia, não era mais!
A vida que foi se foi em paz!
E o lago? O lago?... Ah!... Ele sorria!... Apenas sorria!
E olhei novamente... E no fundo do lago a vida brincava!
Ela se movia entre as pedras... Entre as algas!
Nas mais variadas formas, era a vida, que um dia criança, não era mais.
Havia crescido e se espalhara na superfície do lago... Sobre a terra firme... No voo das aves... Numa revoada de andorinhas... No amor entre os casais... No choro das crianças... Na serena paz!

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A VIDA

Areias do Tempo

 
Sobre lembranças e saudades, a mente devaneia no vórtice do tempo. Escorre na face... Marca sulcos profundos... Erosão... Constante, progressiva!
Palmeiras balançam ao vento em outro tempo... Outro lugar! Faz sorrir... Faz chorar! Me trava nas imagens de outrora... Sentimentos nostálgicos de então! Brinco com a vida... Jogamos mutuamente em um mundo de inconsequências infantis. Sem medos, sem arrependimentos, sem pensar em perigos! Foi-se o tempo... Foi-se... Que pena! Agora os dias passam mais depressa... Rápidos vão-se os anos! A areia escorre na ampulheta da vida! Mais da metade dela desceu em direção ao esquecimento! O sono profundo se aproxima! Descanso eterno das lembranças nos últimos grãos de areia! Modernas experiências formam novas imagens de esperança. No torpor da consciência sobreviverá nossa memória... Nossa existência!
Os desejos, em curtos lampejos de imagens de dias idos. Dos corpos moídos nas mós de longos dias ancestrais... Devagar, sem pressa, na agonia da espera, no descer das pálpebras cansadas... No silenciar de um coração!
A vida foi-se... Foi-se... Que pena!

De Luiz Falcão em 03 de março de 2012

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Areias do Tempo

“AMOR SEM FIM”

 
Minhas páginas contam a história do amor verdadeiro... Nelas eternizei você!
Encardidas... Desbotadas letras!
Dizem desse amor que vence a distância... O tempo... A morte!
Descrevem meus sentimentos!
O registro da primeira vez que te vi... Do nosso primeiro olho no olho!
Contam sobre o som da tua voz... Tuas palavras!
Cada gesto... Expressão... O teu sorriso!
Capítulos do Livro da minha vida!

Os anos passaram... Eu mudei... Você mudou!
Tudo ficou diferente... Tudo... Exceto esse amor pungente!
Amor que me aquece... Com o toque das mãos tuas nas mãos nuas da minha alma!
Assim, escrevi a minha vida... Com você... Protagonista desse meu amor!

O amor que não findou no silêncio da ausente presença tua... A morte!
Lágrimas de saudade marcam as últimas linhas das minhas paginas!
E agora... No epilogo... Penso em cada momento que passamos juntos!
Nas histórias que vivemos no decorrer dos anos... Nos sentimentos tão intensos!
Nas vidas que por nossas vidas passaram... Nos afetos de tantos afagos!
Nossos filhos... Nossos netos amados!
Contemplo com os meus... Fixos nos teus... Olhos da alma!
Que nossa história... Nossas vidas... Não terminam no fim das minhas páginas!

Nas vidas que geramos... Perpetuar-nos-emos em outros volumes!
Nos Livros de vidas descendentes... A nossa grande história... De amor sem fim!

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“AMOR SEM FIM”

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