Poemas, frases e mensagens de Jey

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Jey

Surtos

 
Surtos
 
Blasfeme aos impuros todos esses desafetos!
Distorça das almas todas as maledicências!
Grite aos ventos sombrios todos os murmúrios!
Esqueça todas as lisonjas costumeiras!
Desista do quadrante infinito das horas!
Viva com o sangue errado nas veias!
Ecloda a fina membrana da insensatez!
Rasgue todos os escritos dos séculos!
Deixe existir um inferno para teu céu!
Beba de todo impuro cálice sagrado!
Fale de amor aos muros e as grades!
Grite o ódio derradeiro que sentes!
Minta ao mundo as tuas inverdades!
Esconda teus sacrilégios desmedidos de antes!
Enlouqueça como quem tem razão absoluta!
 
Surtos

Ex abrupto

 
Ex abrupto
 
Como a planta nutrida da luz de sempre
Avivada pelo sopro dos ventos dançantes
Onde um ramo altivo se prende nas algibeiras
e enlaçado mesmo que de espinhos, cresce.

E cresce aliado aos dorsos que sufocam, machucam, mas não o matam.

De sóbrio recebe piamente o vento destoado.
Não há mais flores nesse ramo, secaram-se todas.
Qual o motivo das flores? Se ainda sustenta-o a raiz?
Raiz maior de poderio único: O amor.

Corta-o, ainda assim, as lágrimas o farão ressurgir com frondoso encanto.
 
Ex abrupto

Ao coração

 
Ao coração
 
Frágil coração desatado compasso que te tocas.
Do fim do meio e começo meio torto,
Tu carregas tanto, e o tanto te sufoca.
Mas não será de mim a pena de um morto.

Tu és coração altivo tanto fácil desgarrado.
Nobre companheiro, velhaco amigo.
E nesse pobre peito apaixonado,
Chora e sorri, mesmo que de castigo.

Onde fostes àquelas horas, quando do meu peito tu fugias?
Responde assim, um coração não entendido:
-Batia as portas do desespero, subia aos céus das alegrias,
seguia aos amores que eu tenho, amava mesmo que ferido.

Tenho, porque tenho coração, doce manto de carmim.
E aqui esquerdo, cheio do sentimento meu.
Destoa, em versos o melhor que sou de mim,
E bate, vive e sofre pelo amor que é todo teu.

Vivente pulsa o sangue vida em minhas veias.
Sopro de saudade que soa ao passar de cada hora.
Amarrado, seguro e preso na paixão de tuas teias.
Sou alegre alma que vaga pelos dias de agora.

Ama coração! Tu mesmo de amor maior se tenhas feito.
E de amar, tu serás eterno menino a procura de carinho.
E mesmo que sofras nesse meu peito,
Tu já não mais viverás em desalinho.
 
Ao coração

Beleza e espinhos

 
Beleza e espinhos
 
Sinto o perfume de rosas ao longe, é como se eu pudesse estar emanada num campo cheio delas. É um perfume doce e suave, em meio a ele, ferem-me os espinhos que me trazem a tristeza desses dias frios. Nada mais é tão grave. Eu preciso não mais acometer-se de tantos desvarios. Acho que amo demais, e amar como eu amo, novamente, jamais serei capaz. Só sei que não minto, e nem sei agir de maneiras diferentes. Eu só quero poder passear por estas flores agora, e delas me despedir, pois tenho chorado em tom desesperado, porque não tenho por enquanto, motivos que me levem a sorrir.

Tenho um amor, que de tão grande, suporta qualquer falta de flores, por isso as invento, pra que elas sejam companheiras das minhas dores. Escolhi as rosas, pois carregam a beleza e o espinho, ao passo que encantam, nos machucam. Sou uma rosa ferida. Sou um coração que bate no peito sozinho. Uma rosa é sempre uma rosa, mesmo que esteja quase sem vida e amargurada. Uma mulher é sempre mais mulher, quando ainda sente-se amada.
 
Beleza e espinhos

Carta 8

 
Do meu quarto que já não é mais somente meu.



Raison de mes pensées,





Desde já amado, peço-te perdão. A rotina foi traiçoeira desta vez e não pude comparecer à biblioteca, o que o causou-me um desconforto tamanho, pois não tive tuas palavras que são tão minhas. A saudade chegou ao meu peito como dor das últimas horas de um moribundo. Sofri amor, sofri... Agora meu peito saltita de felicidade, pois encontro aqui neste mesmo livro tua carta com vincos perfeitos e aroma de palavras novas.



Antes de abri-la, chego-a junto ao meu peito e num suspiro profundo faço-te sentir junto a mim. Decorrer meus olhos sobre estas linhas é o mesmo que ver o amor materializado. Confesso amado, tenho tido vontades incontroláveis de saber sobre ti, sobre quem és de fato. Tu dizes que me espreita quando na biblioteca estou, por certo, tens reparado meus olhos ariscos que te procuram por entre estes labirintos do conhecimento. Penso que, sorri ao me ver como criança à procura de outra que brinca de esconder-se.



Ao ler agora, tua instigante carta, questiono-me do quanto sou ingênua, pois nunca notei tua presença. Sei que há tempos tu me sondas e de longe ama em silêncio, assim mesmo tu me disse. Preciso saber desse amor entre teus lábios e senti-lo em meus braços. Amour, não sabe o bem que me fizeste, meus pensamentos são todos teus, minhas horas já não são horas, pois tento desfazê-las. Sinto o aconchego sublime de tuas asas sobre mim. Tu és anjo, não há como negar, tens me levado ao céu por diversas vezes. Sou a mais feliz entre todas as mulheres, pois tenho de ti o amor em toda a sua essência.



Veio com o vento a lettre escondida, a primeira. Peço-te outra.





De quem te ama em desespero.





Sempre tua,





Jolie
 
Carta 8

Sozinho

 
Sozinho
 
Recolho-me ao contentamento de algumas horas de solidão.
Permaneço ileso ao retrato do que sou nesse momento
Fiz de mim um trapo de linho encardido de chão.
Tão impuro e desgastado como esse sentimento.

Sou colibri desesperado voando junto ao vento.
Retomo minhas rotas e mesmo assim, não sei o caminho.
E mesmo sendo pássaro, eu não voou ... Eu invento.
Falta-me outro, pois, não sei mais voar sozinho.

Quem será meu outro passarinho?
 
Sozinho

Vício

 
Vício
 
Oscilo entre o descompasso dessas rimas desgraçadas.
Por que me meti a ser poeta? Antes tivesse as mãos atadas!

Mal de quem escreve.
Tormento que nunca é breve.

As palavras não me deixam sóbria. É maldade o que elas fazem.
Que faço eu com meu vício? Que agonia sem remédio!
Quando não é o amor, é o ódio, a alegria ou o tédio!
Não há saída, somente essas malditas escritas me satisfazem!

Malditas? Pobres palavras, só ganham vida ao meu querer.
Não posso culpá-las, de todo são tão lindas.
E para quem não entendeu ainda,
É porque não sabe o que é escrever.

Vício necessário que me salva de todo e qualquer mal.
Refúgio que procuro, pra dizer das coisas que sinto.
Que elas sejam meu tormento infernal,
Pois só um eu sei o que é beber desse absinto.

Ao passo que me tiram a razão, dão-me a paz que espero.
E assim, vou escrevendo, mesmo que seja sofrendo ou sorrindo,
pois, se meti a ser poeta, é porque outra coisa eu já não quero.
 
Vício

Por toda a eternidade

 
Por toda a eternidade
 
Desvencilho os acasos desta vida, e dos tempos, recebo a resposta do meu incansável pedir.
Agarrei-me em cada lauda e
e verso traçado, para que tu soubesses de mim, o quanto amo.
E nelas, deixei-te impresso aos olhos toda magnitude desse meu exagerado jeito de sentir.
Meu estado desgarrado de qualquer crença sobre o amor, hoje não me é mais soberano.

Faço-te meu bálsamo necessário. Tu és a razão de qualquer cura. De ti, refaço-me em vida.
E quando tu ecoas as palavras que tanto me aliviam, sinto-me nos braços de um anjo de luz.
Tu carregas no sorriso, minha necessidade de sorrir. Tu és a mim, a única saída.
Completamo-nos no que somos. Sou a tua loucura comedida e tu, a razão que me conduz.

Sigo tua senda por estes caminhos que o amor traça aos corações daqueles que esperam.
Não fugirei dos ventos que te trazem, nem deixarei que te leve de mim, a forte tempestade.
Cuidarei dos teus olhos verdes, que a mim, numa tarde de encantos maiores se fizeram.
E unidos ao que somos, deixaremos escrito o que está escrito por toda a eternidade.

Amo-te.
 
Por toda a eternidade

Ode ao arrependimento

 
Ode ao arrependimento
 
Carrega pelas tuas andanças esse peso infame que te açoita a cada dia.
Palavra suja da nódoa da velha culpa que pesa aos teus ombros curvos.
Desespero maior que te acompanhas comendo-lhe a tua carne fria.
Defeito exato que jamais sairá da falsa nitidez destes teus olhos turvos.

Restrinja o sol das tuas janelas e evoque qualquer antiga prece.
Retraia-se no canto mais escuro e chore o lamento mor.
Engula do sal desse aguaceiro rito de tristeza que padece.
Sobreviva pra nunca esqueceres o que foi feito de pior.

Vivas pra saber de todo instante junto à tortura que te espera.
Vista-se com os mantos velhos e deite-se no teu calvário escolhido.
Foi esta a sina que escolhestes, não pense ser isso uma quimera.
É real vivente dor que lhe corta o sustento amargo e sofrido.

Vire-se e olhe para trás, de longe enxergarás ainda a réstia de alegria.
Lembrarás daqueles profundos olhos que a ti, amor nunca faltava.
Sentirás no peito que nem vida dá ao triste passo que te guia.
Sofrerás para sempre a dor de ter perdido aquela que tanto te amava.
 
Ode ao arrependimento

Não há fim

 
Não há fim
 
Ressoa aos ouvidos o som mais pleno e puro.
Toque-me em ti, somos dois, um coração insano.
Acalenta-me ao colo que por toda vida eu lhe juro:
Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo...

De mais amor e mais amor se tenha feito todos os escritos.
Exagero dos mortais dizer que de amor não vive todo dia.
Saibam todos: É de amor que se vive os instantes mais bonitos,
É só de amor que se morre de alegria.

Não há usura, nestes tão sinceros versos meus.
É da alma que eclode cada linha amarrada de sentimento.
É do que vejo e sinto quando tenho em mim os olhos teus.
Que cada alínea aqui traçada é de amor e não de lamento.

Só tu e eu, entendemos como esse amor há de ser.
Assim, quieto em meu colo, pedindo a mim, somente a mim,
um afago, um gesto inesperado e um carinho sem nada a dizer.
Não há palavras. Não há tempo. Nosso amor não há de ter um fim.

Não há fim quando o amor encontra o seu recomeço.
Não há fim quando deixamos de estar em nós.
Não há fim quando antes de ti eu adormeço.
Não há fim quando achaste tu, que estava a sós.
 
Não há fim

Em vão, nada.

 
Em vão, nada.
 
Nos quadrantes rompe-se o tempo
corroendo as rimas e os restos.
Hoje conheço o que antes era a
curva anônima da estrada.
Cada singular composto gesto...
Em vão, nada.
Válido como qualquer lágrima ou,
descrença numa fé, talvez sem causa.
Creio hoje no que as estrelas me dizem
e também no brilho dos teus olhos quietos.
Vivo tocando meus pensamentos em pausa,
Voltando como pássaro ao velho ninho
Rimando como poeta errante
que encontrou seu caminho.
 
Em vão, nada.

Inegável estranheza poética de quem ama

 
Inegável estranheza poética de quem ama
 
O que é estranho aos vossos olhos, a mim, é tão entendido saber.
Palavras soltas ou presas a fios inventados, jamais cairão no desuso.
Há os que lêem sem entendimento, e os que esperam entender.
Não menosprezo esta escrita, pois, dela faz-se a razão do meu abuso.

Tu tens medo das palavras? Tenha. Elas são um amontoado de armadilhas.
Avançam a linha da sanidade isolando de ti, a razão a qual acreditar.
Loucura de poeta, acreditar que pode sobreviver sozinho nestas ilhas.
Bem sabe ele, que a palavra que faz sorrir, também mata de tristeza, ódio e pesar.

Inegável estranheza render-se a meros versos, nada mais que nada eles são.
É tão fácil amarrá-los, porém, tão difícil entendê-los aos olhos superficiais.
Como entender a cabeça de um poeta, sem nem mesmo ele tem razão?
Ser refém e carrasco da escrita é pertencer a um mundo que nem existe mais.

No mundo da poética, onde o ódio e o amor caminham em parelha servil.
Onde o tempo não é tempo e de passado vive-se agora, neste instante.
Onde a tristeza é bem mais triste e o julgo de quem lê, é sempre o mais hostil.
Mundo de ilusões, ou, mundo real iludido, diz esta escrita, por vezes, tão errante.

Farão entendimentos tantos, bem sei, comove-me a intenção de sabererem de tudo.
Pois, digo-lhe que tudo o que meus estranhos versos mais querem nesta vida,
é que todos saibam ,que grito o amor aos quatro ventos, num som ainda mudo.
Mesmo que as palavras passem, irá ficar pra sempre, este amor maior e sem medida.

Ninguém jamais irá escrever de amor se não sentir o amor de verdade. Escrevo é porque amo, se amo , é porque está escrito.
 
Inegável estranheza poética de quem ama

Perdoa-me

 
Perdoa-me
 
Nefasto cair de tarde onde minha solidez amargurada faz-me companheira.
Árvores velhas e flores murchas a mim nada causam estranheza.
Sou agora linear figura desconcertante que caminha nessa hora derradeira.
Pesa-me as malditas culpas entrelaçadas aos meus ares de tristeza.

Encosto-me junto ao carvalho cicatrizado pelos anos, e que agora recolhe este pranto.
Curvo-me diante da melancolia, choro pela tua falta que a mim fez-se inferno.
Um revoar de pombas brancas levanta-me o semblante e retira-me o triste manto.
Ainda a amo. Só a ti meus dias são entregues. Só a ti o meu amor será eterno.

Espero a hora breve, olhando as pombas a dizer-te em revoada, de todo o amor que tenho.
E aqui te escrevo, diante dessas paisagens e aos pés dessas árvores solitárias e antigas.
Escreverei, rogarei aos céus se for preciso, pra que de mim, tu não faças mais desdenho.

Cubra-me novamente com teus olhos, perdoa-me sem dizer-me a palavra tão sofrida.
Não digas adeus novamente, não me deixes nesse impiedoso árduo sofrimento.
Sem ti, em mim habita tão somente o padecimento. Sem ti, eu não sei o que é vida.
 
Perdoa-me

Quando se pensa

 
Quando se pensa
 
Descanso à medida que meus pensamentos povoam minha solidão,
e pensar já não desgasta, pois, tenho agora, algum fragmento de razão.
Refaço o desacerto de um lamento e colho um sorriso que floresce.
Faço de mim qualquer coisa boa, mesmo que nada do que penso interesse.

Eu penso tantas coisas. Desando-me a caminhar por entre vales e desfiladeiros.
Observo a beleza disso tudo. Meus pensamentos, assim são costumeiros.
Vejo-me com asas a beira de abismos profundos, a mim, nada ameaçadores.
Faço uso das mesmas asas e reverencio os vales verdes, tão encantadores.

Pensar, faz-me longe, joga-me em sopros ao alto de minha costumeira estranheza.
Quando penso, me aquieto, e faço uso discreto de tão raro momento de certeza.
Ao pensar, deparo-me com o que eu era ou sou em meus raros entendimentos,
e fico a divagar que sou tantas coisas em meio a estes meus loucos pensamentos.

Vamos pensar amor? Vamos fazer uso desse nosso tempo?
Deite-se aqui, e pense comigo,
pois, nosso pensar é parecido.
Somos almas semelhantes, e isso, tanto bem nos faz.
Aquiete-se agora. Pensar juntos, somente traz-nos paz.

Boa noite, amor.
 
Quando se pensa

O amor e o tempo

 
O amor e o tempo
 
Descri de todas as formas rotineiras. Os dias e as horas, não são como antes.
E aqui, onde predomina o vento, creio na áurea cativa que toca a minha face.
Sorrio, e assim, se faz a vida de tão breve e infinito instante.
Amo-te, e as vezes, ouço como se cada flor à mim falasse.

E as nuvens movem-se ligeiras num celeste céu que cisma em sorrir ao que sou.
O entardecer lento e o quedar do sol, desenham o teu sorriso cativo.
Uma púrpura gasta, ata-se as asas daquele pássaro que ao ninho retornou.
O tempo já não é igual. Desdobra-se nos quadrandes. Viver é viver o que vivo.

Desfeito o dia, abraça-me o luzir de estrelas. Candeias altas luminosas.
Noite de nobre encanto onde uma lua desponta a clarear o que tanto ousa.
E ao nosso tempo, caminharemos pelas pedras, duras e frias, mas preciosas.
E no espanto das certezas infinitas, sei que é o teu amor que em meu peito repousa.

Entender é trancar-se dentro da palavra *
 
O amor e o tempo

Abraça-me nestes versos

 
Abraça-me nestes versos
 
Abraça-me. Tu vieste enfim, ao meu encontro. Deixe-me dizer-te das coisas minhas.
Deixe-me recolher o teu cabelo dos olhos, preciso olhar-te desse modo, outra vez.
Tu és minha vida. A vida que esperei por tantas vidas. Eu sabia que tu vinhas.
Estava escrito, jamais duvidei do teu regresso. Não deixei a mim, dominar-se a altivez.

Tu continuas linda! Digo-te agora, que não há por todas estas terras, beleza maior que a tua.
Estive a ver tantas paisagens, mas, nenhuma delas iguala-te ao teu traçado tão perfeito.
Saudades dominaram a minha alma. Chamei teu nome aos dias de sol e as noites de lua.
Clamei aos céus que tu regressasses a qualquer modo a este nunca desacreditado peito.

E os céus me ouviram, e aqui te trazem novamente a estes braços que te enlaçam.
Aconchega-te ao meu colo, como tantas vezes tu fizeste tão sublime e delicada.
E nesta escrita, rendemo-nos a estes doces versos, que a ti e a mim, agora se abraçam.
E dou-te os meus dias, pra que tu saibas, que nunca deixarás de ser, minha única amada.

Amo-te.
 
Abraça-me nestes versos

Dueto

 
Dueto
 
Queres que eu saia da tua vida?

Eu não posso pedir isso, meu amor não é assim.

Nem o meu assim se finda.

Não quero te fazer sofrer,

faço-te mal... Devo desaparecer

Se tu desaparecesses faria um mal pior.

Casa comigo? Vamos fugir deste mundo!

Esqueçamos de tudo!

Somos sonhadores.

Sim, somos. Tu e eu, somos como um só.

Não ouso ser eu sem ti.

Não ouse ser tu sem mim.

Sem tu, eu teria uma morte poética

A poesia em minha vida teria um fim.

Somos vitimados pelo amor que nos nutre.

Que borbulha em nossas veias.

Ele treme , balança, sacode no peito.

Queima-nos com suas chamas.

Mesmo de olhos fechados,

Tu podes sentir o que eu sinto.

Quando estou contigo nada me importa.

Mesmo que a escrita seja torta...

Não fujo, não tento, sem ti eu não fico.

Sem ti, eu não Ficarei.

Pensei em te deixar. Odiei-te, por mais de uma vez,

Mas, de odiar-te, ainda mais de amei.

Odeie-me mil vezes...

Ame-me apenas uma... É só desta única vez que eu viverei.

Nem Os nossos escritos fogem da poesia.

Tu és poeta.

Tua escrita, é sim, escrita reta.

Não sou poeta... Quem me dera...

Quem me dera te prender nos versos.

Tu sabes que eu não faço poesia...

Tu sabes...

Isso tudo é culpa tua.

Tu fazes a melhor de todas as poesias.

Aquela trazida dessa apaixonante alma sua.

Vês a tua mão em mim?

Vês o que me tornei?

Tu sempre foste poeta, te assuma!

Sou reflexo de tua poesia.

Não sou poeta.

Apenas amo uma.

Ama-me, assim, desse jeito só nosso.

Não há como fugir, já nem quero e nem posso.

Somos dois loucos.

E te odeio, e, te amo.

E amar assim é para poucos.

Somos... aos que restaram, somos loucos...

Eu te amo, e, te odeio.

Estamos condenados

Fadados a vivermos assim um do outro...

Unidos pelo nosso amor...

Presos pelos versos de uma poesia

Que se enreda aos poucos.

Pra sempre loucos apaixonados.

Atados ao verso e a prosa.

Metricamente traçados.

Intimamente sentidos.

Já estou tão incorporado...

Que eu não sei mais onde termino

E onde tu começas em mim...

É porque amamos ao nosso jeito,

e isso é uma poesia que jamais terá um fim

Somos suspeitos para falar

Não importa,

Só nós sabemos o que é amar.

Nosso amor é egoísta e desmedido.

Ficas comigo esta noite?

ou agora, a qualquer hora...

Todas as noites eu sou tua

Uma noite não me basta...

Quero a vida ao teu lado

Trago no peito muito amor pela minha Jocasta.

Trago no peito o amor maior

que qualquer mortal jamais tenha notado

Ai, mas que saudade nefasta!

Nem quando estou contigo, ela se afasta!

É de saudade que vive os que amam,

e de viver o amor que nunca se desgasta.

Isso nem é verso

Nem poesia, nem prosa

Nem sei o que é

Mas é nosso.

Linhas descritas da forma mais carinhosa.

Eu deveria jogá-lo ao vento.

Então, joga-me fora!

Agora!

Jogo-te.

Jogo-te um beijo, sem demora!

Então, vem, não perca mais nem um segundo.

Beija-me como se nada mais importasse nesse mundo.

Eu te amo, em prosa, verso e poesia

E só nós dois sabemos realmente,

O que é amar em demasia.

Acho que fizemos poesia

Viu? Tu és poeta! Não renegue!

Sou apaixonado, e, estou completamente entregue.

Devemos mostrar a outros olhos o nosso feito.

O que tu não pedes com jeito que eu não aceito?

Que todos saibam então, o que guardamos, cá no peito.
 
Dueto

O poeta é um egoísta louco

 
O poeta é um egoísta louco
 
O poeta é um egoísta louco,
pensa nele, tão somente nele e dele se faz outro.
Gosta da cor do sangue fruto do espinho,
porque se iguala ao carmim da rosa.
Aprecia do amargo, ao doce do vinho,
e acha graça de sua sina dolorosa.

E nesse mundo em que ele é submerso,
Segue a todo custo a escrever.
Para que todos saibam,
Que um poeta sem tristeza ou alegria,
Jamais saberia o que é viver.
 
O poeta é um egoísta louco

Carta 30

 
Buscando uma razão.



Amour,



Mais uma lauda. Recebo de ti tão doces e melindrosas palavras. Esse teu amor aqui descrito a base de espumante e muitas saudades me fazem ainda mais apaixonada por ti, mon cher. Pudera eu estar contigo nessas tuas horas de agonia. Devo dizer-te mon amour, e juro a ti, não estou sendo egoísta, mas, o que me aquieta é esse meu envolvimento com os meus escritos. Tenho esmerilhado cada verso, somente pensando em ti. Sinto tanto tua falta Pierre.



Por muitas vezes, cheguei à insanidade detendo-me em delírios de paixão, lágrimas, sonhos... Tenho comentado com Michel o quanto tua falta deixa-me pesarosa e carente. Ele é um grande amigo, tem me ajudado a superar tudo isso. Sempre disposto, não só com o projeto, que tu sabes o quanto a mim é importante. Michel tem contatos com editores de renome e isso tem me feito acreditar que realmente esse meu sonho seja um dia realizado. Prometi a ti, detalhes do projeto, pois bem, quero que tu saibas, pois sei o quanto amas tua Jolie e mesmo longe apóia aquilo que tanto gosto, mesmo que isso, repito, amour, não passa de uma maneira de tentar amenizar toda essa minha saudade que já não há como descreve-la de tão imensa.



Pierre, como tu sabes, Michel é um artista. Desenha como poucos. Suas mãos são hábeis, seu pulso firme e suas palmas trazem a singular sensibilidade tatuada a nanquim e a extinta brasa de um combusto carvão. Aos poucos, os traços ganham forma e a vida se traduz na mais perfeita cinestesia das mãos de um homem. Juntamos então, os versos às imagens e, confesso, ficou perfeito! Isso tomou-nos certo tempo, pois tu sabes amour o quanto me dedico a algo que amo. Não lhe enviarei nada agora, pois quero que tu vejas por completo, sei que tu irás gostar muito e sentirás orgulho de mim. Estou tão feliz mon amour! Sei que se aproxima teu aniversário e por isso, envio-lhe este presente. Eu sei, não é muito, mas este meu retrato, junto à roseira, é o que de melhor posso lhe oferecer neste momento, ela é recente e demonstra meu estado de espírito.



Saiba amour, todos os beijos que ainda não te dei, estão cá, guardados e desesperados por tua boca. Tu nem imaginas o que a saudade é capaz trazer ao coração de uma mulher. Estou tão longe de ti, e isso tem me consumido. Tento a cada dia, renovar-me de tuas palavras para que elas não se desfaçam em meio as águas do oceano. Fecho os olhos diversas vezes para recordar teus traços e reforça-los em minha mente e meu coração para que eles nunca se apaguem. Repito todas as doces palavras que consigo lembrar-me das poucas vezes que estive junto a ti. Está tão difícil amour.



A distância é mais cruel do que imaginei. É uma voraz devoradora das lembranças. O que sobra é a certeza desse nosso amor, tão nosso. Custa-me tanto entender que ainda resta uma longa espera. Tu sabes Pierre, o quando sou inquieta. Não consigo esconder meus sentimentos. Tudo o que eu queria era tê-lo em meus braços novamente, pois arde em mim um desejo incontrolável. Sou tua Pierre, sempre serei. Nunca duvides disso.







Um gole de Charles Baudelaire pra que tu reflitas:



mais il ne te suffit pas d'être seule illusion immense

pour un faux coeur avoir ta prionnière?

que importe ce qui a dans toi, de stupide indifférence?

Le masque qui importe? J'aime ta beauté!







Eternos beijos,





Jolie Chevalier
 
Carta 30

Certeza

 
Certeza
 
Isto não é um ponto final, restam ainda muitas reticências.


O pior do ruim é quando o que parecia bom, é ainda a nós dois, o mais interessante.
A grandiosidade desse nosso sentimento não pode ser carregada em pequenos vasos.
Nem ao menos o amor medido ou, julgado, ao passo de um pequeno instante.
Amor real não se mede, julga ou acaba. Nosso amor não é feito de meros acasos.

Tudo que vivemos não há de ser em vão, mesmo que isso me faça até sofrer.
Levo-te então, estes versos de agora, que tu e eu, tanto gostamos de fazer.
Tu não sabes o quão é doloroso não estar ao teu lado, e saber da tua escuridão.
E se por amor eu me calo e aceito, é porque, viver sem ti, a mim não há razão.

Se percorreres a escuridão, deixando a tua alma vagar por entre o mais triste padecer.
Estarei contigo no pior dos caminhos e entendo até teu desentendido jeito de viver.
Lembre-se do que eu lhe digo: Tu precisas estar bem, senão, faço-me alma sofrida.
E jamais deixarei de amar-te, porque sei que tu és a única certeza que tenho na vida.

Amo-te.
 
Certeza

Jey