Poemas, frases e mensagens de Clarisse

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Clarisse

(para Dolores Marques) No pairar no delírio das estrelas

 
Há uma compreensão avançada
A léguas deste tempo.

Há um desmistificar num novo olhar
Da existência antes de cá chegar.

Há na leveza da Luz,
A melancolia de aqui se encontrar
Com a certeza de presenciar,
Ao esgotamento dos recursos
Ao reorientar do pensamento
E a chegada de um novo estado.

Há uma Luz intensa a cintilar
Uma viagem garantida ao apreciar
O sentido da vida e do universo
Tomam a forma de um verso!

No pairar no delírio das estrelas
O deslumbramento redescoberto.

Amálgama de emoções,
Ponto de partida da vida
Ponto na viragem nascida
Do princípio do fim.

O verso,
É beijo no centro energético
No sexto sentido,
Em sentido do universo.

O verso,
É o despertar para o além
Na força a brotar
E na queda no cansaço.

Há, para além de tudo
O tudo que é o além
Da existência…
Os versos que nos beijam
E que tentam despertar,
A realidade oculta.

Há constelações,
Há emoções!
Há a força das marés
Na esperança que nos conduz
E nos bombeia de Luz!
 
(para Dolores Marques) No pairar no delírio das estrelas

Inferno dos poetas

 
Inferno dos poetas

Liberdade de criar
No cárcere dos sentimentos.

Terno inferno

Arte de projectar
Ilusórios pensamentos.

.......................Sombrio Céu

Mistura com a realidade
Momentâneo desconhecimento
Da verdade.

........................................Sentimento

Transmitido de outro ser
Tão fácil de sentir…
Lágrimas a escorrer.

...........................................................Destino

O mundo colorir
Na chama da esperança.
Rostos a sorrir
Alegria de criança.

....................................................................Transformar o mundo

Lutar pela justiça
Consciente da desigualdade.
Abandonando o comodismo
Agradece a humanidade…!
 
Inferno dos poetas

Certezas...

 
Sinto os olhos fumegantes, ardentes. Abro-os no intuito de ver mais além, para além do que eles conseguem. Eles observam a sua própria limitação, o ponto de saturação do que não compreendem. Não adianta fazer o esforço… Será que só a energia que nos anima intrinsecamente, nos movimenta o corpo, consegue ver mais além, para lá de todos os dogmas que nos introduziram, alimentando egos seculares e deixando a verdade de cada um virar cada vez mais uma mentira?! E o cérebro? Qual o papel do cérebro? Mero veículo físico ao serviço da matéria, ou por outra, meio de nos transportar a novas dimensões? Talvez seja o que nós quisermos, mediante a alma que colocamos na nossa vida em cada atitude.
Pairam outras dimensões pela minha cabeça, interrogações, divagações, visões de outros mundos, onde quem nos deixa regressa, deixando-me cada vez mais certezas.
 
Certezas...

Máscaras

 
Máscaras
 
Máscaras

Canso-me depois de me cansar, gasto-me depois de me gastar…
Acalma-te coração, não vale a pena a inquietação.

Não deixes as rugas chegarem e se enraizarem,
Respira fundo, na transpiração do rubor em desatino
No desalinho das mentes cansadas das máscaras
Se desmascaram a si próprias, constantemente.

Ouvem-se vozes em harmonia, dia a dia,
Vêem-se rostos de tristes criaturas contentes,
Enchendo os bolsos, cantam, riem, dançam,
Na virtualidade da vida vivida sem existência.

Nessa senda de existência sem vida, na mentira
Mentem ao sabor do ar que respiram,
Ouvimos nós boquiabertos, sem resposta
Ao devaneio louco do embuste aceite pela sociedade.

E assim acaba a história, pois assim se quer
Pensar cansa a beleza, da inimputável gente
… que somos no mundo… mas que mundo?!
Que gente, que futuro, que moral, que valores?!

Permaneço na inquietação de ter que me acalmar.

(imagem retirada da net)
 
Máscaras

Almas perdidas

 
Almas perdidas

Pobres almas
Almas pobres
Mentes podres.

Imundo
Poço
Sem fundo.
Seara de trevas
Em proliferação
Escuridão ladeada
Aprofundada
Nesse vácuo
Sem fim.

Submundo de ilusão:
Dor alheia
Em repetição
É epopeia
Sem fim.

Submundo de escuridão:
Distúrbio causado
É prazer declarado.
Pobres almas
De almas podres,
Têm um fim.

Carcoma fétido
Enquanto dura
Infestando perdura
Alimentando a loucura,
De uma figura
Que tem um fim.

Desfecho esperado
Ser por si amaldiçoado
Geme em consequência
Da sua demência!
Grita no fim, de desgraça
Sofre na pele a violência
Que causou ao semelhante
A léguas da consciência.

Almas perdidas…
 
Almas perdidas

Na epopeia feminina

 
Na epopeia feminina
 
Na epopeia feminina

Na epopeia feminina,
Quantas lágrimas derramadas…
Mulher que desde menina,
Vê suas asas mutiladas!...

Mulher gosta de iguarias…
Mulher partilha alegrias…
Homem vive sozinho,
Mas quer-nos no seu ninho!...
Mulher vive acompanhada,
E na sua grande solidão.
É tanta a injustiça,
Que nem pode ter preguiça.
A todo o tempo está alerta…
Todo o tempo o coração aperta!...
Pedir, não pode nada,
Pois é mulher, e obrigada!...

Quanto tempo é preciso ainda,
Para a verdadeira igualdade?!
A teoria é realmente linda,
Mas onde está na realidade?!...

Mulheres do mundo inteiro
Acordem de uma vez!
Nós estamos em primeiro,
Nós somos a solidez!...

20 de Fevereiro de 2008

Contra todo o tipo de violência exercida sobre as mulheres, fisica e psicológica. Uma compreensão, um apoio, uma ajuda, uma força...!
 
Na epopeia feminina

A força do Ser

 
A força do Ser

Na verdadeira aflição,
Nada se consegue temer.
Vem o nosso coração,
E fazemos o que temos de fazer!...
Na verdadeira aflição,
O tempo é sempre pouco.
Na complicada situação,
Nosso ouvido é mouco!
Tomara que o fosse eternamente
E não mais ouvisse a mente
Com as suas projecções.
E ilusórias aflições!

Na ilusória aflição,
Monta-se um negro cenário…
Entra em choque o coração,
Pois é justamente ao contrário.
A mão começa a tremer…
O corpo sente frio…
O coração dói a bater…
Lá vem aquele arrepio…
Nesse cenário tão bem montado,
Em que há tempo p’ra tudo
Parece verdade, o imaginado,
O grave torna-se agudo!

A força do Ser,
É feita de Amor.
Não importa o ter,
Não importa a dor.
A força do Ser,
É feita de Luz.
É compreender,
É Jesus!
Iluminando o caminhar,
E constantemente Amar.
É o verdadeiro Ser,
Que vem à terra viver!

13 de Fevereiro de 2008
 
A força do Ser

Passado sem futuro...

 
O chão está gasto, mais que pisado de tanto o ser sempre na mesma posição. Esta inverteu-se com o passar do tempo, pelo peso que levou em cima. Os dias gastaram-se, as noites sonharam-se. Tudo cresceu e por vezes foi cortado. Os dias ficaram cada vez mais pequenos, pois o sol escondeu-se por detrás de um céu cada vez mais carregado. Dissipem-se as nuvens negras criadas por nós para os dias voltarem a crescer, e renascer a natureza verdadeira do ser humano, em mais um ano, que pretende ser de transição. Essas razões caducas e caducadas estão mais que acabadas no cenário de imaginário passado sem futuro…
 
Passado sem futuro...

Liberta-te

 
Liberta-te

Liberta-te dessas amarras,
Solta-te desses grilhões.
Mostra as tuas garras,
E acalma as tuas aflições!

Sai desse estado empedernido,
De um ser meio adormecido.
Repara: estás mesmo amarrada!
Liberta-te de vez, ó desgraçada!...

Só precisas da força da vontade
Que está dentro de ti…
Procura! Verás que é verdade!...

Grandes armas, encontrarás.
Sentirás que não te menti…
Descobre por ti, que és capaz!...

1 de Fevereiro de 2007
 
Liberta-te

Apatia

 
Apatia

Abstraccionismo
E inércia
Uma apatia
Noite e dia…

Uma vontade
Desmedida
Torna-se realidade
Perdida…

Um sentimento
A despontar
Num pensamento
A ocultar…

A palavra
Apresentada
Sai apressada
Na madrugada.

A retina
Que se fecha
Abre a brecha
Da cortina…

28 de Outubro de 2010
 
Apatia

Teu cheiro em mim

 
Teu cheiro em mim

Tenho ainda o teu cheiro em mim
Dos corpos nos lençóis de cetim.
Dos beijos, do toque, da pele
Que findaram sem fim.

Na boca que continua a beijar-me…
No ar que continua a sugar-me…
Do desejo latente a desejar-me…
No devaneio louco sem ar…
No êxtase… no coração,
Pelas entranhas a latejar!

Viagem e passagem para outra margem.

Estou livre,
Na aglutinação do amor que me liberta.

Mente desperta
Na conjunção de poeta.
Na união de mente e coração,
Sou livre!

Sou livre,
Na liberdade de amar.
Só se ama na Liberdade,
Amar-te é felicidade!

Estar em ti,
Estando em mim
Fora de mim
Que me perdi.
És a luz do meu ser
Sou a luz do teu
Entramos no céu!

Sou livre com asas a planar,
Vem na eternidade me acompanhar!
 
Teu cheiro em mim

Respira fundo...

 
Respira fundo,

Quando vires as pessoas
…A morrerem a caminho dos hospitais
......................Em quilómetros i n t e r m i n á v e i s,
Por nos tirarem o que é nosso.

Respira fundo,

Quando vires os agentes
…A fazerem operação stop
......................A quem anda a trabalhar
E deixa os traficantes a passar.

Respira fundo,

Quando vês os políticos
…A fazerem o contrário
.......................,maretemorp euq oD
Ou quando os vires
A pedir desculpa aos portugueses.

Respira fundo,

Quando vês os centros de saúde a abrir
…Em risco de fechar,
Sem médicos para laborar…

Respira fundo,

Quando te vires obrigado a pagar
Mais e mais impostos
Do pouco (nada) que tens.
Quando vês a crise de alguns
Passeando-se na tecnologia de ponta
No grito que não será último
E respira... fundo… não grites tu
Fica aí nesse teu canto miserável
Tens uma elasticidade formidável.

Respira fundo,

Quando pensares nas reformas acumuladas
Dos responsáveis de órgãos públicos.

Respira fundo,

Quando vires a zona verde
Mudar de repente de cor.
Tal como o camaleão,
Poderá haver razão.

Respira fundo,
............... [De alivio]
Quando recebes um Sim!
Respira fundo,
............... [De desolação]
Dito por não dito, Não!

Respira fundo,
Não faças nada.
Nada se faz.
Faz-se o que é nada.
Nada é o tudo do vazio
É o vazio do conteúdo
Que não é nada
Que é TUDO!
 
Respira fundo...

Cansada

 
Cansada

Um quebra-gelo glaciar
Que quebre sem esforçar
Ou que o derreta de uma vez
E perceba a lucidez.

Estou cansada…
Cansada de pensar
Cansada de remar
Contra a maré…
Que apenas encontra
Verdades obstruídas
Tentativas suicidas
Actividades furtivas
De supostas felicidades
Compostas no exterior
Onde não existe amor.

Estou cansada…
Cansada de filosofias
De breves poesias
Profundamente ensaiadas
Estou cansada…
Cansada de teorias
Dia após dia
Sem vislumbrar a realidade
E expandir a claridade.

Cansada
Com sede
Com fome
Desacreditada
Nos homens
Sem crença.

Quero dormir
E repousar
E quando acordar
Voltar a sorrir.

16 de Novembro de 10
 
Cansada

Conta-me sobre esse amor…

 
Conta-me sobre esse amor…

Conto-te
Sobre o sentimento ardente
A fluir no peito…
Conto-te
Sobre as minhas asas ocultas
Que me permitem vislumbrar
Realidades esquecidas
Outras desconhecidas…

Conto-te
Sobre o aconchego interior
Depois do pleno da paixão
Reflectido na lágrima
Que escorre pela face
Deixando-me ainda mais
Irradiante…

Conto-te
Sobre o preenchimento
Que me invade…
Sobre a solidão que partiu
E a chegada d’ alegria
A luz em cada dia…

Conto-te
Sobre a relatividade
De todas as coisas
Perante a companhia…
O olhar em sintonia
E o sorriso subtil
Que dele resulta…

Conto-te…
Conto-te…
Mas sinto muito mais.
 
Conta-me sobre esse amor…

Ilusões

 
Não estava triste, nem alegre. Não sofria, nem estava feliz. Estava, mas não estava, era o que não era. Um estado empedernido. O relógio parou, o coração continuou a bater, mas tudo parou. As fábricas deixaram de fazer-se notar ao longe com o seu ruído de fundo; os carros pararam nas estradas; as pessoas pararam nas ruas; as folhas das árvores pararam de bater ao sabor do vento - pois o vento também ele parou. O sol desapareceu. O azul do céu deu lugar ao cinzento das nuvens num dia de Outono, por meses a fio. Tudo era nada, pois o “tudo” não existia. Vazio completo. Não era de noite, mas também não era bem de dia. Tanto estava acordada, como depressa adormecia. Tudo fazia sentido porque existia, mas nada daquilo era real.
 
Ilusões

Desequilíbrio

 
Desequilíbrio

Debato-me com problemas existenciais
Com assuntos tão triviais.
Sinto-me tão adormecida,
Alma de mim fugida?

Se aprendi realmente a lição?
Já não tenho certeza.
Torna-se tudo uma confusão…
Junto com ela uma tristeza.

Sinto uma enorme vontade
De pedir perdão
Dentro da minha verdade,
Equilibro o coração e razão?...

Nem que seja por um momento,
Que talvez posso mudar uma vida…
Perdoo-me por todo o momento,
Em que estive de mim fugida!

O que é estar assim?!
Não é fácil explicar…
É saber que se tem um jardim,
Mas com o caminho não se dar!...
É estar mas não estar…
É ser sem se ser…
Para qualquer lado se caminhar
E não se saber o que fazer!...

É de repente tudo mudar,
E caminhar decidida!
Para de seguida o corpo parar,
E ver a alma perdida...
É ter outra vez a noção,
Que nada pode estar perdido.
Num momento sem confusão,
Torna-se tormento sem sentido!...

Falta-me assim descobrir,
Como deverei agir:
Se me deixo ser decidida,
Ou me deixo levar pela vida?

28 de Setembro de 2008
 
Desequilíbrio

Acordei esfarrapada

 
Acordei esfarrapada

Acordei esfarrapada,
Nos fios desenhados em sonhos inimagináveis.
Corri por entre as veredas da existência mais profunda
Ou teria eu simplesmente passado a um novo patamar
Já gasto das minhas andanças por este meio?
Sento-me na cama mas ponho-me a pé, não tenho tempo.
Em gestos rotineiros, desvendo-me relembrando o que não consigo,
Apenas pedaços isolados, sem interligação e lógica
E pegando nesses pedaços, junto-os
Numa junção desintegrada, em sentidos e formas
Sem normas, vagueando pelas horas descompassadas
E passadas em velocidade, desoriento-me e perco-me no caminho.
Onde está a lógica destes sonhos?! Onde ela mora?!
E decidida, tento encontrar o caminho da resposta,
Apostada em descobrir o esconderijo.
Chamo-a, grito por ela. Ninguém me responde.
Não esmoreço, não esmorecerei, sempre tentarei
Encontrar as minhas respostas, a lógica do mundo em si
Para alcançar, na busca incessante de mim,
A plenitude da vida,
SEMPRE!
 
Acordei esfarrapada

Eterno Agora

 
Mais do que qualquer outra coisa, penso em tudo e nada ao mesmo tempo. Quero o agora, quero o para sempre. Quero o eterno transformado no fugaz, rapidamente o fugaz se torne eterno, para que o meu sentir o seja eternamente fugaz. Quero bombas a explodirem no meu peito transformando-se na correnteza que me leva e me faz boiar até à foz, como fonte e destino se misturam na realidade, fazendo-nos descobrir que afinal se trata da mesma coisa. Quero o olhar voltado constantemente para o azul de cima, enquanto me delicio, deitada, madrugada a madrugada, a sentir as ondulações das marés que me fazem viajar, que tanto quero sonhar, e conseguir lá chegar, enquanto a minha pequenez me assombra e me impede de lá voltar.

17 de Janeiro de 2012
 
Eterno Agora

O que tem que ser?

 
O que tem que ser

O que é que tem que ser?
Se cada um é um ser...
Único e inigualável
Deixa essa forma de ser
Lamentável!...

Se tem força, o que tem que ser
Descobre-o então, dentro de ti.
O que tem que ser, é o teu próprio ser
Ele está à tua espera, mesmo aí!...

2007
Sejamos nós próprios, e não aquilo que os outros querem que sejamos.
 
O que tem que ser?

Introspecção

 
Sou a força do Ser
A réstia de mim,
Força a renascer
Nos escombros do fim.

Sou livro aberto em aberto
Página branca em verso…
Calhamaço por escrever,
Estrutura por satisfazer!


Caminho por trilhar
No trilho por inventar
Desprezo o conhecido
Defino o indefinido.

Força oculta a brotar
Na ocultação da vida
Por descobrir

Ponto de partida (s)em centro
Na energia a conquistar.

Sou uma música por terminar
Sou peça perdida
Encontro com a saída.


Sou a força do Ser
Na réstia de mim…
Alma no poder
Sensibilidade em frenesim

18102010
 
Introspecção