Poemas, frases e mensagens de beatriz barroso

Recuso,
Escutar as palavras que alguns me tentam impor
com seus discursos,
como verdades absolutas,
sem estarem fundamentadas na realidade envolvente,
apenas por egoísmo e circunstância...

Recuso,
aqueles que se recusam escutar,
as palavras que me saem velozes e sinceras da alma,
as razões que me deu o pensamento,
e que a minha própria razão de ser,
e de me assumir mulher me dão.

Recuso,
tudo aquilo que chega até mim,
e que não toca o meu coração,
que me deixa imune,
que me deixa indiferente,
que me deixa inerte,
que não me deixa partir à acção de imediato,
causando em mim a reacção,
de causa-efeito.

Recuso,
definitivamente, recuso,
viver sem paixões,
e sem convicção,
Porque apenas aceito ser Mulher por inteiro,
porque não me sustento em pé, se dividida ao meio,
porque me quero íntegra de todas as capacidades,
vivenciando este meu quotidiano,
com a minha condição de género,
a minha situação de pertença a esta espécie humana,
a minha urgência de cidadania no Mundo,
porque só estas me obrigam!

Recuso,
Já que não sou nem quero ser,
apenas eu e as minhas circunstâncias.
Sou fruto também das minhas determinações,
Só assim eu não me recuso enquanto ser!

beatriz barroso

Vem,
trazer-me o teu amor,
vem deixá-lo acontecer,
na mente, quero sentir o torpor,
que inebria e faz calor,
sempre que chegas ardente de desejo,
e trazes no rosto,
um resquício de malícia.

Vem,
que tenho o corpo mais descansado,
meu espírito, já anda à solta,
vem sem receio,
repintar a vida comigo,
meu amor, vem dar-lhe cor,
saborar o elixir que nos dá o amor,
pois quero saboreá-lo contigo.

Vem,
que é grande a pressa que tenho,
latejam-me as têmporas de minha testa,
aguardando ansiosas pela carícia,
que apenas ganha contornos com a tua mão.

Vem,
que a hora é breve e já tardia,
soam os murmúrios da madrugada,
e quero nesta hora adormecer serena,
com a cabeça encostada,
ao teu peito aconchegante
até que a vida nos consinta.

Vem,
que eu espero...

beatriz barroso

"Brindemos à poesia"

Brindemos todos.
Brindemos, a ti, Poeta,
à tua entrega,
à tua escrita,
à Poesia,
que te escapa dos dedos,
como por magia.

Brindemos todos.
Brindemos, a ti, Poeta,
para que nos continues,
trazendo o sonho,
e não desistas,
de nos confortar a alma,
enquanto a tua está sofrida.

Brindemos todos.
mesmo em desespero.
brindemos todos,
brindemos à vida.

E com um chim-chim, Poeta,
molhado pela minha alegria,
deixo-te um abraço,
que te leva a minha poesia.

À nossa...Poeta!

Poemas -> Amor : "prelúdio de amor"



Um gesto,
um olhar,
um brilho,
um calor,
uma alma que chega,
trazendo a carícia à solta,
uma mão que procura insegura,
porque vem desafiar outra,
assim se faz um começo,
o prelúdio de um grande amor.

um refúgio,
um abrigo,
um ninho,
um lar,
habitado por mil emoções,
assim se cria uma história,
que não se perde na memória,
sempre que floresce uma semente nova,
plantada pelo amor de dois corações.

bea (23.10.2007)

As tuas lágrimas,

tocaram-me profundamente.

Não fiquei surpresa,

Senti apenas uma tristeza,

que me abanou por inteiro,

grande parcela da humanidade,

de que sou feita.

As tuas lágrimas secaram, entretanto,

soltou um pranto momentâneo, o teu coração,

foi um arrumar justo das gavetas de teus

sentimentos,

que te fez recuperar o folgo,

e reviver de novo o amor.

As nossas lágrimas,

são fruto de pequenos e grandes contratempos,

que todos temos que enfrentar,

são o desanuviar do rio de nossos afectos,

que por vezes, deixa extravasar, sem contenção,

as margens com que queremos beijar as dos outros,

e que eles não querem ver inundadas pela emoção.

As tuas lágrimas,

ajudam a curar-te as feridas,

não te envergonhes delas,

deixa-as à solta,

porque só quem lava a alma,

se regenera...

beatriz barroso

Em Setembro,

Há eleições,pregões,
demandas, escorregões,

Beijinhos e abraços,
São coisas que não nos faltam,
Nestas horas de paródia eleitoralista.

Muitos são os políticos
Que andam nestas andanças,
Fingem adorar o povo e as festanças,
Mas só querem é seduzir,
Com as suas falinhas mansas,
O pobre zé pacóvio,
Que afinal, somos nós todos!

Acabe-se esta má língua viperina,
Os políticos da nossa terra,
São pessoas muito sérias,
Que até não sabem mentir!

Em Setembro, deste ano,
Há eleições, desconfianças
Sofrimentos,acusações,
Ódios,vinganças,
Expectativas e trambolhões.

E principalmente andam à solta,
Um enorme número de vilões.

Neste País,
Os cidadãos e os seus filhos habituados
aos computadores tipo Magalhâes.
Coitados, vivem já acomodados,
em grande conformismo e em conformidade,
apenas no reino do virtual.

Em Setembro,
Gostaríamos de não andar ao engano,
De ter justiça mais séria,
segurança, emprego e Bom governo,
Neste nosso Portugal.

Mas com tanta falta de tudo,
E tão cheios de quase nada,
Diga lá Sr. Cidadão,
Quem pugna por seus direitos,
Se até você próprio se abstém de se dar crédito?

Vá lá,
Vote em alguém,
Se se vive em democracia,
Leve-se a si mais a preceito,
E começe por exigir mais e melhor cidadania!

E já agora,
Sem sofisma,
Que saiam vencedores os melhores.

Quanto a nós, os pobres poetas,
Ó Digníssimos governantes,
Façam o favor de não nos esquecer.

Merecemos um pouco mais de atenção
Já que não nos reformam,
Com pensões iguais às vossas,
Nem sequer nos louvam o trabalhinho,

Que venha ao menos um prémio de poesia,
Uma singela homenagem em vida,

Venham connosco dar vivas aos melhores poetas do ano!

beatriz barroso

"HINO AO AMOR"

Vem amor,
seja qual for,
a nuance,
que para mim,
trouxeres vestida.
vem amor,
seja qual for o sabor,
que em minha boca,
me queres deixar,
ora doce,
como o mel,
ou algum azedume,
que lembre o fel.
Vem.
Não deixes de me vestir,
com as tuas tonalidades,
Não deixes de me oferecer,
o gosto que me querias dar.

Vem amor,
porque ao chegares,
te agarrarei,
de peito aberto,
para que fique aliviada,
a pressão,
desta batida,
que pulula,
no meu pobre coração,
vem,
para que este arrepio,
que pela coluna,
sobe e desce,
encontre alguma razão,
de seu movimento,
não me deixe frio,
indiferente à vida,
vazio,
sempre que se solta,
a minha emoção.

Vem.
vem amor,
agilizar,
enlouquecer,
todo o meu ser,
Porque eu sei amor,
para te ter,
não há tempo,
nem idade,
Chegas a qualquer momento,
sem temporalidade,
vem,
que urge,
contigo,
Quero reaprender a sorrir...

Invento-me,

Todos os dias da minha vida.

Ao esboçar em meu espírito,

A melhor escultura,

Que em ti, eu aprendo.

Recrio-me,

Neste meu imaginário,

Como o artista se deleita,

E se consente voar ao cume

Sempre que se debruça,

Sobre a sua obra preferida.

Inspiro-me,

Nas madrugadas,

que por ti, eu acordo,

Nas travessias,

Que por ti, eu percorro,

No espaço e no tempo,

que de ti, eu também invento.

Só para te ter aqui.

Agilizo os meus dedos,

Desenho,

Esboço,

Traço,

Claro,

Suave,

Confinada apenas,

Pelo meu sentimento,

Faço de nós ,

Uma obra-prima.

E, serenamente,
eu continuo a inventar...

Se fosses meu amigo,
levava-te comigo,
a ver o mar limpo,
no qual gosto de ir navegar

Se fosses meu amigo,
partilharia contigo,
as horas amargas,
para te poder consolar.

Se fosses meu amigo,
dar-te ia o coração por inteiro,
podes vir,que estou já a aguardar...

Estima-te, amiga,

ouve-te a ti e ao bater de teu coração

enquanto ele te faz a contagem natural

do tempo.

O teu coração é o teu companheiro,

que te faz sonhar,

amar,

crescer,

estar viva,

de noite e de dia.

Quando te deitas,

descansa em sintonia contigo,

Quando acordas,

leva-te com ele,

a viver o insusitado.

Compartilha contigo a tristeza,

bate mais forte e sorri,

ao som da emoção positiva,

que dia após dia, tu lhe dás,

cada alegria.

Estima-te , amiga,

ouve bater certinho o teu coração,

não traias os princípios vitais,

que ele te ordena,

serão essas pequenas traições,

os teus pecados capitais,

que te levarão a cumprir uma pena.

Não te esqueças de amar muito,

essa é para ti e para ele,

a melhor terapia,

dá-te ritmo e respeito,

que ele oferece-te uma longa vida.

Vive amiga com o teu fiel companheiro,

o teu coração, um tempo de vida feliz!