Tempo de demais...
Tempo demais há espera de gestos,
Manifestação de alguma coisa válida, diálogos ou apenas frases com conteúdo…Emoções positivas.
Alguma coisa que de pequena fosse enorme!
Mas só frieza ou ignorante prepotência.
Altivez de missão cumprida, da sabedoria universal.
O tempo gastou os gestos do “faz de conta”
Desnudou o rosto..
Nem véu, nem burca…
As tuas certezas aí estão!
Um nada de tudo, o abismo cavado do desencanto,
A incapacidade de dissimular,
Frio só frio, a certeza de não sentir!
Mas…
Vem nos mesmos gestos, na mesma intenção do “faz de conta”
Olhos tristes de dor marcada e profunda, tresmalhado..
Enfaticamente pronúncia palavras de incompreensão
Tornou-se a vitima ..
Ditadura do básico sentimento..
Aparente normalidade ..
Mas…
O tempo gastou os gestos do”faz de conta”..
Um nada de tudo…Do abismo gigantesco..
Na teia, confunde-se a presa e o predador.
Anatomia.
Originais 2009
Sózinha !
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No momento senti, apenas, o peso do meu desencanto,
Foram momentos eternos,
Incapaz de substituir sentimentos inaceitáveis,
O fascinio que não esmorece.
Nada mais que um grito intimo, fechado, calado, escondido..
Olho-me de frente, encaro a minha fragilidade,
Torno-me parte das paredes frias que me engolem.
Enlaçada em mim, diminuta, tão pequena!
Engulo as palavras na tentativa inglória de travar o soluço.
Olho-me de frente, sei que estou sózinha!
É violento o silêncio, calou-se o eco das palavras ininteligíveis,
Vazias, vagas, cortadas...
O sol pôs-se, veio a noite,
Coberta pela escuridão, chorei!
Aquele estágio de inocência desabara,
A criança, fora-se embora...
Preciso de Paz, de um lugar protector.
Olho-me de frente, sei que estou sózinha!
(originais)
Momento
Momento
Nostálgico momento e inquieto,
Cada lado de mim parado,
Transposto para além do tempo, num enigma de imagens e pensamentos
rebuscados de felicidade e pânico.
Da consciência inquieta do bem e do nefasto,
A raiz da minha inquietação, como um lugar longínquo e descampado…
Eu, perante a minha própria nudez de sentimentos que não sossegam , que não se contentam com tanta mesquinhez e voam para firmamentos iluminados com cores vivas e sóis incandescentes .
O salto da alma para além do mundo pequenino onde estou amargurada.
A consciência da vontade insana de pegar uma nesga de liberdade e a verdade na minha alma!
Sei lá...
Comecei por ser máscara, hoje desnudo o meu rosto..
E aqui fico, exposta aos olhos de quem lê o que escrevo, assim enfrento um dos meus medos!
mf-vp (Anatomia)
Não me ensinaram!
Não me ensinaram a viver sem luz,
Disseram-me sempre que o amanhã é esperança,
Que há sempre uma porta que se abre.
Ninguém me ensinou a não sorrir,
Disseram-me que o sorriso é um sinal de vida,
Que ilumina o semblante mais sombrio,
Que descerra a porta mais trancada.
Não me avisaram que a solidão dói, apenas que passava ..
Não me disseram que ficava um vazio incontornável.
Disseram apenas que passava...
Não ...
Pode atenuar ou acalmar ..
Como as memórias fechadas a sete chaves, num baú, para não serem sentidas, lembradas...mas ...
Quando se abre ... voltam todas as sensações que se quiseram trancar ...
Não me ensinaram que a vida é um monte de sonhos que não se vivem...
Não me disseram que a alma sente mais que o cérebro... e que chora ..
Afinal ninguém me ensinou a viver ....
Anatomia - originais
Publicada -no blog "Anatomiadoreal em 25.6.09"
Estado de alma..
Falaste-me num estado de alma
Falas-te em solidão.
Uma conversa vulgar, um momento sem enquadramento,
Sem pretensões em que se fala de nós mesmos,
Sem querer saber se os ouvintes estão interessados no diálogo.
- Sinto-me inútil, subestimada….sinto-me só!
O desabafo atingiu-me como um flash agressivo.
Não podias ver a minha expressão, fixei o vazio sem qualquer pensamento!
- Sinto-me só…
O som repetia-se em mim…pouco te disse.
Podia ter falado que esse sentimento está em mim,
Gritante como o grito das gaivotas ao planarem sobre o mar…
Lá sabes como engulo a vontade de começar qualquer discussão sem sentido,
Dizer que sou subestimada, incompreendida.
Gritar como são hipócritas as afirmações racionais dos outros,
Desmascarar os semblantes compostos de fazer de conta…
Patético este anfiteatro da vida!
Sinto-me só, o ser mais solitário do mundo…mas não sou!
Só me sinto só..
Imploro ás forças que se encarregam de gerir estes sentimentos,
Que não prolonguem indefinidamente o buraco negro do desalento.
Anatomiadoreal - (Sei lá..)