Poemas, frases e mensagens de Caopoeta

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Caopoeta

"Não conseguiria raciocinar numa floresta, a razão fugiria por entre as árvores mas dentro de um cofre bem fechado, isso sim, era preciso não sermos loucos para que a razão funcionasse"

...regresso a este sonho

 
...regresso a este sonho
onde o teu corpo
nos meus lábios
absorve todos os taninos
o vinho
multiplico os sabores intensos
os teus poros
e a minha língua quente
nos teus mamilos

suspira o coraçao
do amor perfeito
enquanto
deslizo suavemente
os dedos
pelas tuas partes íntimas
só depois adormeço
na sensualidade
de uma poesia perfeita
(da pele sensivel)
entre os teus seios.

..este poema foi feito atravez de uma imagem postada por Cleo no forum :
http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... ASC&type=&mode=0&start=20

participem!!!
 
...regresso a este sonho

a primeira folha

 
Hoje queria chegar-te mais perto,
Romper com o homogéneo das ruas cinzentas desta cidade
Cegar-te os sentimentos que no corpo
Abriram fendas antes.
Dizer-te ao coração das mãos, canções dos antepassados,
Trilhar as linhas das horas sempre que o tempo pára.
Hoje queria pedir-te desculpa
Pelo meu atrevimento, insolência,
Porque tu és daquelas desenvolturas que gritam por dentro,
Que precisam de adormecer antes do novo dia,
Beber um copo de chá depois da noite,
-quando as sanguessugas caóticas dançam desesperos, malogrando a carne dos seus quadris.
Era bem mais correcto, inventar um livro novo, inventar novas personagens nos pensamentos que não dormem.
Tenho insónias, desde que me contaste o sonho,
-a inclinação do corpo, a jugular aberta pelo objecto-escrita , uma esferográfica, talvez, ou então a folha de um livro servindo de lâmina no pescoço.
-somos bem mais promíscuos do que os sonhos porque nós somos a realidade perceptível dos mesmos.
Não irei explicar-te a minha indigência de passar os dedos pelos teus cabelos, cheirar os teus cabelos.
Tal como a carência de procurar os teus lábios. Redescobrindo-te o rosto. Luz.
Queria uma lâmpada em direcção ao teu rosto, para me lembrar dele sempre que fecho os olhos.
Declino-me para dizer-te que és linda,
falo da casa que trazes dentro de ti, um voo de qualquer pássaro livre sempre que sorris.
Quanto tempo, para que um pedaço de terra me acolha, porque a cegueira que me falas fora, amoras silvestres revestindo o pensamento único.
“Trago-te o coração nas mãos, queres pegar-lhe?”
Construi-me ausente, nas dobras da cama febril, nas insónias,
Esquivo-me para o café nos lábios e salta-me o apetite de ter-te agora.
Tenho vontade de morder-te o sono.
Queria que viesses comigo dançar os homens pássaros mas não consigo, dormes, então fustigo os cães dentro do homem carne.
Atravesso o teu corpo, com beijos, esperando que a tua pele expire a agitação que carrego nas veias.

Sabe a pouco este momento, sabes-me a pouco no muito que me dás.
Lamento.
Lamento o homem que se esconde por detrás da imagem poética, o homem casulo das frases feitas, queria repetir-te outras noites, beijar-te o sofá abaixo do ventre, incendiando-te o sono.
Olharás por mim?
Olharás para mim mais uma vez, sequer?
Sinto-me vazio quando preparo a fuga.
Devolveste-me a chuva dentro do que é teu, dentro do corpo meu, sempre soubeste que as feridas demoram imenso tempo quando ardem por dentro.
Soluço um cansaço interior, de resto, como de costume.
O cansaço devora a saliva do sol, sempre que lhe apetece ficar mais um pouco.
Ressurgem partículas de vidro fresco pelas paredes brancas da casa,
Fala-me mais uma vez de ti, da casa. Fala-me das árvores que têm nome das danças.
Sei que danças.
Ensina-me os passos das respirações,
Como chegar até ti, dimensiona-me.

-A primeira folha da árvore despede-se do orgasmo que a casa concebeu.
 
a primeira folha

a praça de sempre onde não está ninguem

 
ouve-se o esforço dos braços queimados
de um amor,sempre, pelo pão e a família
trazendo à janta um olhar cansado,fadiga
dos anos assumidos nas rugas

meu irmão, o pai vai vender o peixe
à praça de sempre
onde não está ninguém

dos livros, lemos como fazer um bom casamento
dos livros, fazemos que a índole caia em graça
e o volume da carcaça reparte-se pelos dedos
feridos das horas que passaram pela brasa

meu irmão,a mãe vai vender hortaliças
à praça de sempre
onde não está ninguém

e se o mar é incerto e o campo é duro
toma por certo que cavalo é burro
se o passado voltar a ser futuro

meu irmão, também eu voltarei
à praça de sempre
onde não está ninguém.
 
a praça de sempre onde não está ninguem

14.A Gaveta da Pedra

 
Sempre te amei

Outras vezes neste silêncio
No tempo em que não existem dúvidas

De manhã
No acordar para o dia
De manhã
No encosto do corpo

Da boca
E da boca da pele

Lá fora
O vento fustiga as árvores
Os ramos e as folhas

Lá fora
Com a chuva as flores
Afogadas

Dentro
Toca-nos a imensidão das coisas
Os sentimentos

Dentro
Fazemos amor

Dentro
Prendemos e desprendemos
Os dedos
As mãos os braços o corpo

Como uma canção
Devagar

E partimos
Para outras ilhas

Sempre
Em silêncio

Sempre
No ritmo do sangue

Sempre
Na palpitação da pedra.

Contudo,
Outras sombras
Habitam
Nossos pensamentos nus

Outras melancolias
Em nossos olhos negros

Talvez
Seja este o preço
Por amar tanto.

E ouvimos
O vento e a chuva
As árvores e as flores,

Dizem que
À noite também se ama.
 
14.A Gaveta da Pedra

em nossos corpos

 
amo-te.e em silêncio despimos o corpo carne.a minha boca repousa no teu corpo luz.respiro cada sílaba da tua pele sombra.unidade.apenas uma respiraçao.apenas uma transpiraçao.tao breve é o momento em que roubamos ao corpo só.tao pouco é o alimento que retiramos das maos e dos cabelos.ainda em silêncio.ainda sós.devolvemos à lua o romantismo de outros tempos.o brilho das estrelas e o sol em nossos corpos de oiro. fecundamos os sonhos e por uma vez morremos.os nossos corpos.
 
em nossos corpos

zen

 
sinto uma fadiga esquelética
todas a vezes que fecho os olhos
para te contemplar,
recuso abri-los!
aguentarei nas pernas este corpo
estático
mesmo que fique pálido, doente, de tão magro
porque prefiro beber-te
e tu sugares-me o ser.
sinto
a serenidade, de cada vez
que o meu coração palpita
e a melancolia desaparece
porque partilhamos o mesmo sentimento de luz

tu és luz!

o sol que me acompanha
no tempo do tempo
e o meu corpo condenado ao castigo de viver
por te amar tanto.
houve um momento
em que me senti abandonado
quando outros visitaste primeiro
contudo
irradiada de felicidade vieste
para me levares no teu breve sono
já os meus olhos te abençoavam
e os meus braços desfaleciam...
e voavam
e voavam para ti!

hoje
despeço-me de ti
mas não como outras vezes
em que
com o tempo voltava
despeço-me com a certeza
de um nunca
um nunca mais visitar-te!
 
zen

o amor é uma taça de vinho quente

 
Hoje conto às estrelas sobre este amor
Que levantou-se na taça da noite
E deixou-se extinguir
Velhas facas das horas solitárias
E a fonte de luz tornou-se seca
-as mãos não encontrarão tão cedo outro corpo
Outro
De pele fina que o coração dormiu descansando

Terrível agora
Agonia de silencio dançante arrancando
Arrancando o negro das feridas cravadas nos olhos

Hoje o inverno adormece no que fora
A primavera Dos lábios

Agitam-se os segundos no peito
o inútil
Pelos que ainda amam
Os campos verdes e se espreguiçam nas searas
Pelos que ainda acreditam

-o amor
É uma taça de vinho quente

Hoje não dormirei ninguém
Nem na cama beberei outros cabelos
Que não os teus
Os que levantaram à lua
Cantando com os búzios dentro
Dentro do que é feita essa taça.
 
o amor é uma taça de vinho quente

OPorto

 
este ser de estar dentro
neste ser de ser assim
neste coração que voa alto
nas asas do pássaro azul

este desconcertante desconcerto
esta margem de rio douro
este palácio de cristal
este leão em águia real

grande cidade de pedra
aldrabo a porta de entrada
feito sou e nasci
navio de guerra por ti
corpo, lança e adaga

todas
as algemas de álcool
e nas veias o sangue fervoroso
bramidos de aves poéticas
janelas embriagadas de fogo

desprezível sintonia imponente
coração que palpita majestoso

boca de carne veste trindade
prostituta isenta de impostos
homens em (T) respiram liberdade

qual a aorta da lua
qual a saída deste corpo
anel -tráfego nocturno
via de cintura interna
circunvalação,
sentido opturno.
 
OPorto

o que inventei de ti

 
percorro
todas a linhas e
todas as tranças,
o que inventei de ti

sao os teus trémulos
que broto das maos
e a pele de aranha
nas minhas outras
seis sedas

pergunto entao

em que beijo
do teu beijo
suspiras...
a sensivel
voluptuosidade
da carne
e o afogar dos silencios
entre coxas?
 
o que inventei de ti

todo o desejo deve ser no mínimo sensato

 
aprendi que,
todo o desejo deve ser no mínimo sensato..
ando cansado de pedir a lua
para entregar aos corações dos outros.
tempos houve que me apaixonei de verdade contudo,
renunciei com medo de não estar à altura de tamanha magnitude,
agora
não creio que ande apaixonado por um único amor..
ando apaixonado sim,
pelas palavras ,
vivências e opiniões dos que até agora conheci.
 
todo o desejo deve ser no mínimo sensato

dizem

 
sempre te amei
outras vezes neste silêncio
no tempo em que nao existem dúvidas

de manhã
no acordar para o dia
de manhã
no encosto do corpo

da boca
e da boca da pele

lá fora
o vento fustiga as àrvores
os ramos e as folhas

lá fora
com a chuva as flores
fingem-se afogadas

dentro
toca-nos a imensidão das coisas
os sentimentos

dentro
fazemos amor

dentro
desprendemos os dedos
as maos os braços o corpo

como uma canção
devagar

e partimos
para outras ilhas

sempre
em silêncio

sempre
no ritmo do sangue
sempre
na palpitação da pedra

outras sombras
habitam
nossos pensamentos nús

outras melancolias
em nossos olhos negros

talvez
seja este o preço
por amar tanto

novamente em silêncio

e ouvimos
o vento e a chuva
as àrvores e as flores

dizem

que
à noite tambem se ama
 
dizem

a máscara de um olá ausente

 
..dizes
que o silencio te visitou
e ao lamento pronunciado
te procuras nessa semente.

o que verás
nao serei mais
do que
alado coraçao que te sente

a máscara de um olá ausente

gota de orvalho vivo
de breve instante despido
trago amargo do dia
da melancólica despedida

tao terna é a tua mao
e nos teus dedos
minha face chora
a noite é dia infinito
o dia é noite agora.

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=96848
 
a máscara de um olá ausente

Miguel Angelo e a capela Sistina

 
vejo pedaços de orelhas
espalhados por todo lado

Van Gogh
com os seus girassois amarelos
e Picasso
montando a sua bicicleta de lata
soldando pedaços metálicos cortantes
para fazer a sua própria estátua

vejo Monet
com as suas formosuras belas
é impressionante o seu pincel
e aguarelas
e
Salvador Dali
perdido no tempo
marcado num relógio de ponteiros derretidos
agora vejo a crucificaçao por outro ângulo

Miguel Ângelo

Miguel Ângelo

já pintaste a capela sistina,
não ?
então pintamos nós!
 
Miguel Angelo e a capela Sistina

dos poetas (luso-poemas)

 
é de pó este corpo liquido
e o cálcio
à memoria do fogo
explode

sono

as veias

a respiração das veias
e os dias sao câmaras escuras

da ave
resta-lhe o sol
no bater de asas

e o poeta
é a erosão das estrelas
uma vulnerável metáfora
tatuando o tempo pelos lábios
dividindo as palavras
as palavras e a casa

devora os ossos
como quem ama as pedras

é feito de fome

o poeta

as aves
e a respiração das veias.
 
dos poetas (luso-poemas)

ruídos

 
fazes falta,como faz falta o teu ritmo cardiaco junto do meu peito.
todas as ruas e todos os lugares seguros perguntam por ti.porque nao vieste ,porque nao te encontras neste encontro de estares só?o que fazer neste espaço de rostos vincados desfilando ao sabor das petalas lançadas pelas crianças brancas.preferes que te fala do outro lado.és de um cortejo ainda nao me entendido.moi ainda o nó, moinho de vento e o esforço.perder-te é o que me resta.
 
ruídos

em dias como este

 
também eu morro ,em cada gota de chuva que brilhou e se estende agora no chao.no lugar mais perdido do corpo encontrarás meu coração.que dizes tu, quando uma voz morre na imensidão do mar.sempre pensei que a dor se deve beber devagar e não na velocidade que quebra o ramo, em dias como este.porque o negrume da noite devora a alma.e sinto-me na verdade cansado, deste grande cinema que é o amor.já nao há espera, apenas certeza.

http://www.youtube.com/watch?v=bA-ko_5_9aE
 
em dias como este

pelo vento de um agora

 
procuro
o movimento do vento
e nele invento a ilusao de te ter em casca
até terminar o dia
e a luz do meu rosto
para alem das igrejas de um amanhã em graça.
poderás orgulhosa
levantar as intermetencias
do que a vida em vento trás.
a tua atribuiçao
e a voz de linho
de um amanha em mao
firme aterra.
é de espelho o teu reflexo
e a respiraçao é a liberdade
do teu ser de ser assim.
a revoluçao,
e deixar para outra vez
este cego cantar.
notas soltas de uma voz rouca
pedaço de amendoim na mesa
e cerveja viva
na atençao da dança feita.
outro lugar
nao este aqui, procuram os estranhos
sao eles os principes das vestes leves
no vento branco
e no perdao do oiro que usurparam ao pai.
por onde levam estes caminhos minha linda irma,
este deserto da palavra construida,
esta sede de te abraçar na fertilidade
de um agora.

..meu amigo SantosAlmeida.

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=102444
 
pelo vento de um agora

porque não choras um pouco (reed)

 
de onde vem esse teu medo
que me maltrata e manipula

algoz!
não me apanhas assim tão facilmente

marioneta de fogo e cinza
e os cavalos que nos calcaram fogem

pois não teriam estas paredes vazias
outro significado

os corpos de lama
são facilmente modelados
são nossos corpos
na vala esquecidos
maltratados

e o tempo
passa agora devagar
montando o unicórnio de cor prata
e num gesto sibilar
afasta o corpo da alma
numa dor que sodomiza
numa dor que quase,
quase me mata

magoa-me ver-te assim
tão triste tão incompleta tão só
porque não choras um pouco
porque não choras um pouco
 
porque não choras um pouco (reed)

meu corpo voa leve

 
que o meu corpo seja leve
pois à maldiçao da lua
liberto o peso do meu grito

-a amargura do meu peito sepulcral
-a alma cansada da proviniente tristeza

e que sirva de arremesso
ao covil dos homens-fantasma
os dentes, ossos e carne.

pois, nos braços do sol
as sobras do que subsiste dormem.

que venha agora a outra

(nas asas do pássaro negro vive)
e me carregue
na voluptuosidade da sua boca.
 
meu corpo voa leve

A lenda de O Amor é Cego

 
A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.Todos os convidados foram. Após o café, a Loucura propôs:Vamos brincar ao esconde-esconde? Esconde-esconde? O que é isso? - perguntou a Curiosidade. Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês escondem-se. Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será próximo a contar.Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.1,2,3,... - a Loucura começou a contar. A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer. A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore. A Alegria correu para o meio do jardim. Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder. A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam-se escondendo. O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove. CEM! - gritou a Loucura.Vou começar a procurar... A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais, queria saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder. E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez... Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou: Onde está o Amor? Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a viu uma roseira, pegou num pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritava por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas. Hoje, o Amor é cego e a Loucura acompanha-o sempre.

in "Bordado de Murmúrios" blogspot
 
A lenda de O Amor é Cego

Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.