Poemas, frases e mensagens de Ledalge

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Ledalge

Ledalgiana Editora TMAISOITO,RJ, 2008


A flor da alma ( Dedicado à Vóny Ferreira)

 
 
Uma flor que nasce em dias de chuva!
É essa flor que vejo na colina...
Na colina dos incansáveis que choram
E suas lágrimas são gotas santas e clarividentes.
Sim, tua flor é nascitura de tua alma!
Uma alma que busca os oceanos...
Os segredos dos humanos sentidos
Tua alma inspira muitas almas!
Eu me inspiro nela, sempre que leio tuas digitais!
E como sou feliz e aliviada!
A flor que te decora o lábio solto
É a mesma com que quando menina decoravas teu sorriso!
A mesma flor que se abria em abraços ao avô!
A mesma com que todos os dias...incansáveis dias, fazes florir tantos corações de paz!

Dedicado à Vóny Ferreira, uma mulher-poeta que emociona a todos com seu brilho nato da escrita.
 
A flor da alma ( Dedicado à Vóny Ferreira)

Como aprendo no Luso!

 
Aqui é uma escola de escolhas!
De sorrisos e de polêmicas
De paz, amizade e doação
Aqui é uma escola de poesia!
Onde cada um ensina cada um
Na humildade se aprende a reescrever
E a recontar sílabas tônicas
Aqui é uma escola de vida!
De arte genuína e de realidade
Aqui é uma escola que doutrina!
A alma e diria também nossas verdades
Aqui é uma escola de alma!
Onde todos os dias leio cada página
Do livro que ensina a poetizar meu coração
E soltar da garganta minhas palavras!
 
Como aprendo no Luso!

A POESIA DA NANDA

 
Sempre que procuro a paz, a leio!
Os versos dela são pura poesia
Nata, alva, requintada.
Um poema-mulher em pessoa
Com sapatos brilhantes, harmoniosos ela caminha
A poesia a soprar-lhe o rosto...
Nos devaneios soltos, um universo amplo.
Ninguém sabe como ela expor a alma de forma tão branda.
Parece uma noiva a caminhar para o altar
Um casamento mais do que feliz
Nanda e sua alma a poetizar!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Nanda, a poeta da paz!
 
A POESIA DA NANDA

CAMPO DE DELÍRIOS

 
Não tentes ceifar de mim os meus delírios!
Não obstante, há um sol a me guiar...
Há o calor dos trópicos a marcar
No meu instinto, um campo de lírios!

Eles mistificam a minha sorte,
Como talismãs, perpetuam minha identidade.
E sou mulher tão forte, que nem a idade
Há de tornar-me a passageira da morte!

A vida ensina muito mais do que se espera...
Num campo de delírios, pintei mil aquarelas
Sorrindo das mazelas e do mau tempo...

Faço amor como quem beija a natureza
E nuamente, meu sorriso traz a certeza
De que nasci liberta como o vento!

Ledalge
 
CAMPO DE DELÍRIOS

SONETO ÀS BORBOLETAS

 
As flores nos canteiros esperam por elas!
Nas manhãs solenes, nos sonhos dourados.
E pousam elegantes, como os belos fados
As borboletas espalham-se esguias nas janelas!

São tantas cores a brilhar como velas...
Que o vento faz agitar em pleno mormaço
E voam às estrelas azuis dos abraços
Como fadas brilhantes tingidas por telas.

A borboleta decora o clarão da natureza
Com delicados tons inibe as tristezas
Do mundo, nos cinzéis dos belos dias

Sou borboleta fina de cor matizada
No meu olhar, há um brilho que nada
Há de tirar o voo da poesia!

( Ledalge, Salvador)
 
SONETO ÀS BORBOLETAS

A POESIA DO JOSÉ SILVEIRA

 
A cadência do samba ordena seus versos!
Na essência do querer ser livre...
E consegue distinguir na poesia uma coligação inata.
Pode ser que nas noites merencórias, ele olhe para o céu...
E busque de lá as estrelas mais carentes; as traga para a mesa do bar.
E lá brinde junto a elas, com um sorriso nos lábios o dom de viver.
Sem ti, amigo-irmão poeta o mundo das letras seria tão pobre!
Mas, como Deus é justo e perseverante, estás aqui a renascer dia após dia.
A cantar aos nossos ouvidos o canto dos misteriosos pássaros!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

José Silveira, O poeta canção
 
A POESIA DO JOSÉ SILVEIRA

A POESIA DA MÁRCIAGROSSI

 
Os olhos carpidos como o trigal doirado
Na iluminada e desmedida poesia
Vaga ela, vaga ela, menina!
De olhos de jade a correr pelos prados
Aguçada alma a despir certezas
No âmago, a correnteza, da veia a florada
Poeta do semblante forte, de voz altiva
Dos pés...uma trilha de açucenas
Da poesia... a que nasceu d’amor!
Como a adorável mãe fada!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Márciagrossi, A poeta iluminada
 
A POESIA DA MÁRCIAGROSSI

FOTOGRAFIA

 
Despe meu olhar com ar cansado...
Dos retornos aos momentos de paz!
Ver-te é como sentir a insensatez voraz;
É nua fotografia em marfins ousados!

É pelo grito dos sentidos que te envolvo!
Às vielas e carícias vadias...
Como a imensidão do mar, na onda vazia,
Que se enche de desejo e te sorvo...

A poesia numa estante qualquer do quarto,
Nas minhas manhãs és como calmo lago,
Dos teus retratos impregnando meus sentidos!

E a lua de prata do teu olhar me despe,
A pele, a palavra e me aquece...
O corpo, a alma e meus delírios!

( Salvador, 23 de outubro de 2008)

Para Bob, com carinho
 
FOTOGRAFIA

POETAS ESPECIAIS

 
Uma flor tem brilho natural
Um amor tem força no coração
Uma poesia tem invocada canção
Um amigo é na vida fundamental!

Ter pessoas que nos cerquem com ternura
É muito importante, assim eu digo!
Ter uma Helen, uma Vóny, um Edílson
Ter um Paulo que me alumia em candura.

Ter uma Glória na mais perfeita verdade...
Me guiando pelos clarões da amizade
Ter também um guerreiro como Ulysses!

Eu quero e vou um dia homenagear
Todas as flores no meu Godi lapidar!
Ver um mundo de poetas tão felizes!
 
POETAS ESPECIAIS

OS POETAS NÃO MAIS COMENTAM

 
Por que será que os poetas não comentam?
Se vivem a buscar poesia?

Ou pedras cálidas nas pias
Donde foram batizados!

Os poetas não comentam por ironia?
Ou por que já estão saturados?

De ver João rimar com Maria
E ver o sol num armário trancado?

Meu Deus! me digam por que não comentam?
Por que a beleza da poesia ruiu?

Ou por que o que vale é a presença
Somatizando o "(s)censo" da incoerência!

Num barco a se perder no rio!

Por que os poetas já não mais comentam?

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POEMA POSTADO ONTEM NO RECANTO DAS LETRAS
 
OS POETAS NÃO MAIS COMENTAM

A POESIA DA VÓNY FERREIRA

 
Um verso mulher caminha em sua alma!
Ela se despe dos hormônios e se solta:
Na suavidade da palavra casta, hereditária.
Ela deve ter nascido num dia especial:
Havia mais calor do sol, havia mais passarinhos
a cantar nos arvoredos e até o mar estava mais azul...
Havia também na ponta dos seus pequenos dedos de menina a palavra coragem!
O Altruísmo e clarividência revestiram sua alma
para mais tarde, já como a poeta vestida da mais bela roupagem...
Trazer ao mundo o seu viés mais sensível!
O amor!

(Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Vóny Ferreira, A poetisa do olhar profundo
 
A POESIA DA VÓNY FERREIRA

SER MULHER ( A todas as poetisas do Luso)

 
 
Ser mulher é beber água da chuva...
Pelo gutural sentido da palavra.
É ter feminilidade como lavra
É labutar com o desejo das próprias curvas...

Ser mulher é sentir-se livre e consciente
Do que realmente quer pra sua vida
Pular muros com a força das pernas e da mente
E sorrir ao final sem ter medida!

Ser mulher é fazer do sol o seu poente
E cobrir de paz as suas retinas
E ter no corpo as marcas do amor

Ser mulher é sentir-se um beija-flor
Que voa por céus das silhuetas meninas
Ser mulher é fazer do amor seu confidente!

(Ledalge, SER MULHER)
 
SER MULHER ( A todas as poetisas do Luso)

A POESIA DO EDILSON JOSÉ

 
Basta ver o social numa janela,numa calçada
Quem sabe numa esquina de Sampa...
Quem sabe ver João e Maria na capela
Quem sabe ver a inanição? Não! O país sonhado!
Basta ver também uma flor no asfalto
Ser regada com suor e lágrimas
A poesia sucinta, sonhada, realizada:
Está nas páginas do teu peito!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Edilson José, O poeta do social
 
A POESIA DO EDILSON JOSÉ

A POESIA DA VANIA LOPES

 
Uma constelação a habita...
Será poesia em extrema face?
Ou a ruptura da realidade?
Quem sabe sejam mesmo alados conflitos
A ditar o mel das suas palavras.
Heroína em palácios quotidianos
A poeta e a mulher em profusão.
O sexo frágil? Não!
O trilhar do batom rosa na face discreta
Passarela pelas alamedas da maturidade.
Se há sensibilidade? A mais pura verdade!
Por entre suas mãos o verso escorre casto,
perfeito e profundo como um planar concreto da ave!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Vania Lopes, a poeta da sensibildade.
 
A POESIA DA VANIA LOPES

O silêncio

 
A boca exalava a palavra que não vinha. Retida como disputa entre ego e sina. Lá fora, duras pedras a cair do céu; como sementes de linho a bordar a colcha fina. Dizer o quê? Nada além de sentimentos explorados à exaustão. Havia ali naquele breve momento um silêncio cortante, e tão feroz que chegava a arrebatar a minha alma poeta!
 
O silêncio

MEU ÚLTIMO SONETO

 
Eu quero sair do sonho pela porta da frente!
Com uma lágrima na boca e um sorriso na face.
Com o meu coração fluindo veias contentes,
Com flores finas levarei saudade!

Não chorarei, tenho a certeza!
De que plantei jóias de quilates,
Grandes pedras, em matizes d'arte!
Eu fiz amor, eu fiz beleza!

Amei os corpos que eu bem quis!
Eu fui poesia, eu fui feliz!
E agora saio de alma lavada!

Com lábios lindos, vago alada
Sou borboleta e finco a matiz,
Termino o sonho, corto a raiz!

(Ledalge, MEU ÚLTIMO SONETO)
 
MEU ÚLTIMO SONETO

A POESIA DA CAROLCAROLINA

 
Falar nela é falar do próprio cordel de anjos
Enlaçando seus braços no devir da paz
Seu canto é terno, sua inspiração selecionada
Como a menina que brinca com seus caracóis
Ou que se procura por entre os pirilampos.
Um dia quero vê-la caminhar de branco
Em voil a conduzir o verso ao templo da amizade!

( Série de poemas dedicados aos poetas do Luso)

Carolcarolina, a poeta da amizade
 
A POESIA DA CAROLCAROLINA

O FIM DO POETA

 
Sinto que minhas mãos se contorcem
E que minhas pálpebras se resfriam
Sinto que meus dedos escapam
Do domínio que muitas vezes os vencia
Sinto frio e minhas pernas cansaram
Não posso mais escrever um poema!
Não que a minha alma esteja pequena
Nada disso, apenas calo meus desejos
Puxo um manto de estrelas
Cubro meus pés com terna terra
A que me moldou como costela de Adão
Assim como um ventre me banhou
O choro, o grito me fincou no chão!
Tenho fome de dizer muitas coisas...
Embora perceba que meu tempo é limitado
Um dia me vi poeta
Foi quase por acaso
Vi uma folha
Tão alva como a lua
E fiz rabiscos
E fiz confissões
E cri que era grande
Um dia fiz chover palavras
Fiz ventar ares abstratos
Fiz amor
Fiz sofrer
Fiz nascer
Fiz morrer inúmeras frustrações
Hoje faço morrer uma semente
Com minhas lágrimas solitárias
Num cantinho obscuro
Duma terra úmida
Não faço mais nada
A não ser esquecer!

(Ledalge, 2009)
 
O FIM DO POETA

REVELATA

 
 
Um verso, um poema, uma luz, uma estrada
O caminhar sereno dos predestinados
O verso solto como cordeiros nos pastos
A lente do lente se retrata!
Em um teor feminino e iluminado
Como clarão de luzes ao infinito
A mulher-poeta que vence o cansaço!
E faz dos seus dias - fonte de mitos
Misto de menina e beija-flor
O sussurrar sereno como noites de amor
Vem trazer em seu bico o mel das fadas
E nos faz chorar de emoção
Quando desnuda seu terno coração
Nas suas poesias reveladas!

Ledalge, REVELATA
 
REVELATA

BELOS SEIOS

 
BELOS SEIOS
 
São tão belos e formosos os teus seios!
Como a neblina a beijar o mormaço...
Pontudos pêndulos dos anseios,
Profundos toques nos teus braços!

São como flores virgens na campina...
Como as piras das tochas insanas
São nervuras num coser de menina
São o pecado na languidez profana!

São beijados pelas bocas salientes...
Marmorizados pelos jatos de amor!
São raros, meigos, com pele de cor

Pêssegos de veludo emolientes
Onde o sol ejeta raios de tom
São tão belos esses teus seios!

(Ledalge, BELOS SEIOS)
 
BELOS SEIOS

"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)