Eu Papoula

Data 15/12/2009 16:59:27 | Tópico: Poemas

Presa ao poder que nunca pediu,
uma flor cor de boca
condenada à gestação do ópio.
Conhece a concentração dos sonhos
onde nunca esteve;
alucinações que não lhe podem
dissuadir do chão;
momentos saturados de medo,
de frio, de sangue,
de consternação.

Mergulhada no almofariz do tempo,
sujeita às manobras do pistilo
que a macera, extravagante,
em arroubos de lascívia e dor,
põe-se móvel
- ora flor, ora veneno -
devolvendo à noite
a importância da luz.



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