A PROSTITUTA

Data 23/01/2010 00:27:33 | Tópico: Poemas -> Sociais

ah sou a pública evasão para desejos inibidos
a que não teme a fúria dos deuses
a que mostra a calcinha na esquina de uma rua
a que satisfaz do preconceito os devarios hibridos
a que sofre sorrindo e chora pelos teus revezes
a que sem prazer se expõe ante o abominável lascivo nua

sou a prostituta a puta a rapariguinha da treta
cheiro a perfumes baratos odores de misturas insalubres
levo tareia dos tribunos a quem presto vassalagem
o meu ser é fruto apodrecido branca mista ou preta
sem camisinha se a nota for graúda não ligo a cenas lúgubres
taxada ao tempo e ao serviço não tenho alma sou selvagem

olhem-me de frente mulheres servis idolatradas
sou a fêmea que não sonha que não tem cio nem orgasmos
a que não cheira ou geme de prazere é a despachar fico calada
sou a outra face de cada uma de vós mulheres prendadas
não sou verso nem poema apenas um corpo sem espasmos
onde machões afogam a mágoa da sexualidade frustrada

autor:JRG



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