PRESSÁGIO

Data 19/07/2011 20:07:06 | Tópico: Poemas


PRESSÁGIO

Não existia a morte
- nada era imortal -

O som suspirava em si mesmo
O fogo ardia sem calor

A eternidade dormia refém
Do tempo que não queria nascer

A existência não caminhava
Porque não vivia

O todo era um
O um era nada

O nada...
Não havia quem o definisse

As trevas
não guardavam escuridão

As luzes
fundeavam um oceano de promessas

Tudo
se escondia

Nada
se procurava

Um primeiríssimo sopro
o vento ansiava

Não havia direção
nem meta

Ainda não era
um lugar

Um quando sem relógio
- quando amar era um presságio -

[Esse texto foi inspirado pela leitura de um trecho dos Vedas (Rig Veda) - escritura em Sânscrito e base do hinduísmo - que representa, segundo muitos estudiosos, a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia]



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