sempre tu, angelical figura. manifestando-se; tela viva, imagem enquadrada em mim, entregando-te, alma e corpo, estes combalidos, dor, amor... dou-te minha poesia, pura, qual mão que segurar pode para que não te perca mais noutros caminhos pensados. deixai que te conduza, salva, bela, através dos versos iguais. dispersai os poemas amargos escritos num instante meu, fel. errei, erraste igualmente, sei, em vão fizemos das palavras, punhal, aço cravado infiel... quem dera germinasse esse amor, essência, numa igual intensidade, perfume constante exalado de ti, quais as orquídeas ora em floral. lembrando-te, e perfumando-me... ao aproximar-me com palavras; se canto, sorriem. sorrieis também... esqueço-me nestes momentos; cuido da flor como cuidando de ti. envolvo-me em névoas e mistérios nesse querer diferente, distante, mas tão ‘aprochegado’ nos sentires, enquanto jardim cercado em versos; eternos amantes em voos estelares. almas espreitadas por querubins entoando canções universais... alegrando as súplicas dos beijos inertes, ainda retidos nos lábios... penso quando definitivamente deixares-me só um dia...