Hermann Hesse :  Neblina
em 12/03/2011 14:20:10 (8098 leituras)
Hermann Hesse


Estranho é caminhar na densa névoa:
Solitária esta cada planta ou pedra,
Nenhum arbusto enxerga o seu vizinho,
Cada um está só.
Cheio de amigos era, para mim, o mundo
Quando luminosa ‘inda era minha vida;
Agora que a névoa caiu,
Ninguém mais é visível.

Não é deveras um sábio
Quem não conhece a escuridão
Que, suavemente, nos separa
De tudo inexorável.

Estranho é caminhar na densa névoa:
Viver é estar solitário
Entre gente que se ignora.
Todos estamos sós!


(“Este Lado da Vida”, contos – Civilização brasileira, 1971 –Trad.de Álvaro Cabral)


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