Teixeira de Pascoaes : Vida e Obra
em 20/09/2012 13:54:34 (2518 leituras)
Teixeira de Pascoaes

Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, nasceu em Amarante, 8 de novembro de 1877 e faleceu em Gatão, 14 de dezembro de 1952, foi um poeta e escritor português, principal representante do Saudosismo.

Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.

Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências."
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente. No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoaes morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.

Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento.

Bibliografia

Poesia

1895 - Embriões
1896 - Belo 1ª parte
1897 - Belo 2ª parte
1898 - À Minha Alma e Sempre
1899 - Profecia (colaboração com Afonso Lopes Vieira)
1901 - À Ventura (eBook)
1903 - Jesús e Pan
1904 - Para a Luz
1906 - Vida Etérea
1907 - As Sombras
1909 - Senhora da Noite
1911 - Marânus
1912 - Regresso ao Paraíso
Elegias (eBook)
1913 - O Doido e a Morte (eBook)
1920 - Elegia da Solidão (eBook)
1921 - Cantos Indecisos
1924 - A Elegia do Amor
O Pobre Tolo
1925 - D. Carlos
Cânticos
Sonetos
1949 - Versos Pobre

Prosa

1915 - A Arte de Ser Português
1916 - A Beira Num Relâmpago
1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
1921 - O Bailado
1923 - A Nossa Fome
1928 - Livro de memórias (autobiografia)
1934 - S.Paulo (biografia romanceada)
1936 - S. Jerónimo e a trovoada (biografia romanceada)
1937 - O Homem Universal
1940 - Napoleão (biografia romanceada)
1942 - Camilo Castelo Branco o penitente (biografia romanceada)
Duplo passeio
1945 - Santo Agostinho (biografia romanceada)
1951 - Dois Jornalistas (Novela)

Conferências

1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
1922 - Conferência
A Caridade (conferência)
1950 - Duas Conferências em Defesa da Paz
1951 - João Lúcio (conferência, não professada mas publicada posteriormente, sobre o poeta olhanense)

Teatro

1926 - Jesus Cristo em Lisboa (colaboração com Raul Brandão)


Fonte: sites da rede e wikipédia.


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