Gustavo Teixeira : O Aranhol
em 11/03/2013 19:44:18 (1634 leituras)
Gustavo Teixeira



Entre bromélias, junto à quérula torrente
Que do plaino em que habito um longo tracto banha,
Num contínuo labor, uma operosa aranha
Fia o rico enxoval de noiva, sutilmente.

O tecido brumal, que nunca se emaranha,
É feito de um só fio, um tênue fio albente,
Que vai, de volta em volta, ininterruptamente,
Tramando o brocatel de contextura estranha...

Quando o sol se levanta enviando olhares d´oiro
E a aranha, distendendo a fibra, no tesoiro
Da renda leve embala as ilusões raiosas,

Na teia, que, filtrando orvalho, oscila e pende,
A luz, que se refrange em cada gota, acende
Uma aurora boreal de pedras preciosas!


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