E eu também!

Nunca me julguei acima de nada nem de ninguém. Ao trazer para aqui este pensamento, foi com a intenção de abanar consciências por forma a que cada um tirasse o seu próprio benefício a partir dos ensinamentos. Se tal acontecesse, quer-me parecer que o Luso teria muito a ganhar com isso.

"O dever supremo de qualquer escritor - de qualquer pessoa - é trabalhar para perceber com a maior clareza possível a sua mediocridade, e só perante um slêncio lúcido, mais ou menos prolongado, recomeçar. E há-de, mesmo que em glória aparente - sempre passageira - voltar a calar-se e a ler e a aprender e a trabalhar com muito afinco, novamente na percepção da sua mediocridade, e a mediocridade é tão móvel como a excelência, e nada tem de casual, como a excelência. E só quando lhe for claro que não faz nada de absoluto poderá fechar a primeira linha. E então sentirá que está esfomeado e juntar-se-á à - rara - alcateia de esfomeados que perora no monte, os que não clamam nada para si além da sobrevivência, tendo presente que não é próprio do lobo comer outros lobos para a alcançar. O escritor deve ser a fera pura, as balas hão-de ser balas, o jogo limpo. Caça-se a matéria do conhecimento, novo ou velho, não a mancha do par. Chegou a hora de nos erguermos acima da merda necessária. Desta mediocridade. Porque até para matar a fome é preciso lucidez."

Pedro Guilherme Moreira

Ora então(e entrando no espírito que se pretende), cá vai um link de um dos meus mais antigos.

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=69756

Podem bater, mas devagarinho

E existe também um imenso mundo de Amandu para além das paredes desta casa que envolvem outras artes e não apenas aquela da qual aqui se fala. Para quem eventualmente esteja interessado em conhecer um pouco mais desse mundo de Amandu, talvez depois sinta necessidade de reflectir sobre tudo isto... vou apenas dar dois exemplos (existem dezenas e dezenas de muitos outros) que ele mesmo disponibiliza aqui, no seu perfil.

http://www.luso-poemas.net/modules/yogurt/seutubo.php?uid=2322

http://www.myspace.com/ajlau

PS. Não sou de me meter nestas coisas, mas também me incomodam certas outras coisas que logo à partida são tão evidentes.

O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um. A ingenuidade é o legítimo segredo de cada qual, é a sua verdadeira idade, é o seu próprio sentimento livre, é a alma do nosso corpo, é a própria luz de toda a nossa resistência moral.
Mas os ingénuos são os primeiros que ignoram a força criadora da ingenuidade, e na ânsia de crescer compram vantagens imediatas ao preço da sua própria ingenuidade.
Raríssimos foram e são os ingénuos que se comprometeram um dia para consigo próprios a não competir neste mundo senão consigo mesmos. A grande maioria dos ingénuos desanima logo de entrada e prefere tricher no jogo de honra, do mérito e do valor. São eles as próprias vítimas de si mesmos, os suicidas dos seus legítimos poetas, os grotescos espanatalhos da sua própria esperteza saloia.

Bem haja o povo que encontrou para o seu idioma esta denunciante expressão da pessoa que é vítima de si mesma: a esperteza saloia. A esperteza saloia representa bem a lição que sofre aquele que não confiou afinal em si mesmo, que desconfiou de si próprio, que se permitiu servir de malícia, a qual como toda a espécie de malícia não perdoa exactamente ao próprio que a foi buscar. Em português a malícia diz-se exactamente por estas palavras: esperteza saloia.

Parecendo tão insignificante, a malícia contudo fere a individualidade humana no mais profundo da integridade do próprio que a usa, porque o distrai da dignidade e da atenção que ele se deve a si mesmo, distrai-o do seu próprio caso pessoal, da sua simpatia ou repulsa, da sua bondade ou da sua maldade, legítimas ambas no seu segredo emocional.
Porque na ingenuidade tudo é de ordem emocional. Tudo. O que não acontece com as outras espécies de conhecimento onde tudo é de ordem intelectual. Na ordem intelectual é possível reatar um caminho que se rompeu. Na ordem emocional, uma vez roto o caminho, já nunca mais se encontrará sequer aquela ponta por onde se rompeu.
O conhecimento é exclusivamente de ordem emocional, embora também lhe sirvam todas as pontas da meada intelectual.

Almada Negreiros, in "Ensaios"

Trabis, embora tenha consciência que o que aqui propões seja para promover o bom entendimento e a consequente melhoria em termos de ambiente dentro do site, não posso concordar. É que gosto do Luso pela sua diferença, precisamente por achar que ainda é uma ilha no meio de tanto mar...
Para isso já existe o facebook onde podemos aceitar ou não quem nos convier nas nossas listas de amigos. Publicar só para alguns, bloquear quem nos incomoda, etc, etc, etc...

Angela.Rolim
Entrei neste site vai fazer seis anos em Março e já assisti a muita coisa que por cá aconteceu(se quiser dar uma voltinha por este fórum, encontrará toda a história do site por aí espalhada pelos vários tópicos de discussão). Seria do maior interesse que quem aqui se regista não se limitasse apenas a postagens, leituras de outros e comentários... deveria dar uma voltinha pelo fórum a fim de se inteirarem da vida do mesmo, das lutas já travadas tendo como objectivo o crescimento, não só em número mas também em qualidade.
É claro que essas lutas nem sempre foram bem sucedidas e fizeram com que muitos o abandonassem ou por falta de paciência para guerras (cansaço) ou simplesmente por acharem que não valeria a pena desperdiçarem aqui as suas preciosas palavras.
Este site já teve uma outra vida, de harmonia, onde a partilha era uma constante o o relacionamento entre os usuários era genuinamente saudável e onde o respeito imperava, ao contrário de hoje, que é o que se vê...
Foi numa tentativa de recuperar esse ambiente que nasceu aquele projecto do movimento, onde se pretendia voltar a criar iniciativas que envolvessem pelo interesse o maior número de participantes mas que, infelizmente, foi logo degolado por quem não o desejava, ridicularizando-o até. Foi pena!

Foi por querer mostrar um pouco disso que deixei aquele link(mas existem muitos mais, é só procurar nas gavetas do fórum), para que as pessoas pensassem um bocadinho antes de criticarem sem conhecimento de causa.

Eu sou uma das que ainda acredita no site e por isso mesmo por cá me mantenho. Iniciativas como esta sua, são sempre bem vindas, portanto!

Bem haja

Aplaudo a mudança!

Caio, não te roas mais de curiosidade porque tenho para mim que o meu texto seja o culpado da manifestação de desagrado aqui expressada. Mas é sempre bom lembrar que quando se escrevem coisas assim se tem uma razão. É bem provável que essa razão não seja do conhecimento de quem se mostrou indignado com a prosa. É que existem coisas que muitos não apanharam por já terem entrado na carruagem em movimento...

A razão do texto remete-se a isto (convém ler todos os comentários lá expostos para se compreender bem):http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... at&order=ASC&type=&mode=0

PS. Aproveito também para aplaudir esta iniciativa da Angela.Rolim, que me parece de grande valor para o bem da saúde do Luso bem como de todos os que por aqui vão continuando, acreditando sempre que um dia voltará a ser diferente!