Comentário a "declaração de rendimentos" - de benjamin |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Estou a ver que há uma moeda a circular. O título mais parece uma tarefa para um técnico oficial de contas, vulgarmente chamado de contabilista. A minha filha entrou este ano para o ensino secundário e escolheu a área (era assim chamado no meu tempo) de Economia e Gestão. O irmão tinha seguido Ciências, ela fugiu a sete ou mais pés de Biologia. Deu-me para felicitá-la e tentei explicar-lhe que a filosofia do dinheiro (a tal Economia) está em tudo o que mexe. Trabalho não lhe vai faltar. Espero. Se o título fosse Declaração de Amor iam chover comentários. Assim faço eu a chuva. A dançar. Engraçado que na palavra “...Declaração...” composta por prefixação e sufixação, o prefixo geralmente determina fecho, ou fim. O De. Contudo Declarar é um tornar mais clara. E não menos. Os rendimentos que declaramos geralmente servem para fazer uma aquisição. Caso não tenhamos o capital disponível em conta. É uma forma que a empresa que fornece o capital determinar se somos pessoas de bem, isto é, capazes devolver com juros esse capital que tão benevolentemente nos facultaram. Sim, como nos Impostos, o sobre o “...Rendimento...” Singular (vulgo IRS) também o nosso estado quer que o demos. Se bem que, com tudo em rede e feito por inteligência artificial, bem podiam eles ir procurar. Até para impressionar aquela pessoa que levamos a jantar temos de ter alguma forma de o declarar. No restaurante que escolhemos, no que pedimos que nos sirvam, na gorjeta que damos no final. No carro que conduzimos, no cheiro do carro, no local da casa onde moramos, na mobília do quarto, nos quadros pendurados na parede ou no tecto. A moeda. A única língua que todos sabem falar. Eu vou excluir a bitcoin, que isso eu não falo. Haja espaço para a riqueza interior, por favor. Mas acho que o sujeito poético prega-nos uma partida logo na terceira palavra do título. A polissemia é um dos factores de risco que mais gosto. Ou figuras de estilo, embora goste mais de chamar de ambiguidade (e elas tenham ligeiras diferenças). Pelas definições que decidi ir ler ao Priberam, uma delas chocou-me. Rendimento como submissão, relativo ao acto de se render. Quase se poderia intitular “Declarimento de rendição”. Ou não. O primeiro verso começa logo com um adjectivo que é uma conversão do verbo falhar. Ou do nome falha. O uso do masculino dá uma troca de sabor. Os "...falhos..." são o grosso do povo. Partindo do princípio que os restantes são os superiores. Que temos de ter a noção de que são muito poucos. É nos superiores que se concentra a moeda e o poder. Infelizmente. Vamos lhes dar o mérito, seguindo o princípio da idoneidade. É nesses "...falhos..." que também surgem os poemas. Os superiores abominam a poesia. Ou não são. Mas depois, lendo a primeira estrofe com menos pausas, há uma crítica à construção da “...dívida...”. A dívida, andei a ler há uns meses num livro chamado A Geneologia da Moral é um dos pilares emocionais para o Homem dividir o bom do mau, não esperem, o bem do mal. Segundo o autor, é isso que fizemos ou nos fizeram que associado à memória contribui para, além doutros factores, termos a moral que temos. E o rancor. “O diabo está nos detalhes”. E se no quadro geral geralmente fechamos os olhos ao que se deve; é no pormenor que se faz o pormaior. A “...dívida...” vê-se em pequenos números, numa folha de papel. Gosto do verbo decantar. Faz-me lembrar música. Por graça dá para misturar dois quase termos musicais num verso só deste poema cheio de força e aço: “... decanta e bemoliza...” Bemol é um sinal gráfico numa pauta. Baixa meio tom. Filtrar e suavizar é o que essa “...lente...”, nada lenta (a não ser no que lhe convém) faz, segundo o sujeito poético. Da primeira para segunda estrofe, mais pequena, há a conclusão. Aos rendimentos submetidos, há sempre algum retorno. A simplicidade dos "...botões de murta..." também tem um lado simbólico que fui ver a deus. Os ditos tem função adstringente. Isto é, o seu sabor provoca a sensação de contracção na boca. Além de parco contributo ainda nos fere. Talvez alimente. No último verso, também coloca a palavra “...votos...” na cabeça do leitor. Braço secreto no ar. É um facto que é assim que elegemos as “lentes”. Como mais ou menos consciência. Ou memória. A viagem é sempre uma grande metáfora para o ir vivendo. Sempre complexos e enigmáticos estes poemas que nos mandas, que tanto podem falar do IRS como ser uma crítica feroz ao capitalismo, ou apenas sobre a fragilidade das pessoas e dos estados\países. Declaração de rendimentos falhos ao largo mas em dívida com o mais ínfimo que certa lente arbitrária decanta e bemoliza e devolve em botões de murta e votos de boa viagem
Criado em: 28/5/2023 7:37
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Comentário a "cores" - de Almamater |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Tem qualquer coisa de perturbador este poema. Apela ao intimo, à intimidade ao sentido autocrítico. Fá-lo cheio de estrofes, bem encadeadas, que apelam aos sentidos, donde o título não escapa. Tudo tem cor, haja luz. Há em todo um ele uma paz meio escondida, meio livre, que não dá abertura a outra leitura. Há uma harmonia em forma de elipse que não é impossível de descodificar. Gosto muito do momento de clarificação dos seguintes versos: "...que pareces eu não como eu mas eu..." Uma aparência que vai para além do aparente, do aspecto, tão simples e difícil, ao mesmo tempo. Seguido dum não menos espantoso: "...por dentro e por fora dizes-me e eu oiço-me..." Este segundo verso é a definição mais perfeita do que referi acima. Porque escrever sobre o próprio pensamento, sobre os conflitos interiores, sobre os diálogos que devemos (temos obrigação) de manter connosco nunca deve passar de moda. E sabe sempre bem ler, desta forma "...tão leve, tão natural". Cores dizeres-me, com as minhas cores vestida, assim, qual reflexo dos meus olhos pensamentos, assim, nos sorrisos de tão leve, tão natural que pareces eu não como eu mas eu por dentro e por fora dizes-me e eu oiço-me de Alma e coração, a pertença.
Criado em: 25/5/2023 4:21
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Comentário a "Coisas da factualidade (2)" de Calian |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Facto, não temos todos capacidade para sermos relojoeiros. Há a questão da minúcia, da paciência, da persistência. Do tempo. Tempo para termos formação para sê-lo. Tempo que essa minúcia necessita. E em última análise e, segundo o sujeito poético, é o que o relógio mede. Facto, a comparação do poema, pois de facto este texto consegue mesmo sê-lo, é propositadamente feita para ser algo muito difícil, ou quase impossível. Sendo pessoa acho a tarefa de me compreender muitas vezes absurda, imaginemos então todos as outras. Mas podemos tentar fazê-lo, tanto connosco, como com o grosso da humanidade. Que muitas vezes temos pouca. Armamo-nos em animais, ou máquinas. Depois o que se compara deu-me quase para rir, como quando vi uma graça on-line de algo como: ainda bem que a IKEA não se dedica à construção automóvel (e aparecia a imagem de um carro todo desmontado e uma chave sextavada a acompanhar). Misturei ainda com os puzzles de 1000 peças, que me dão um nó e vontade de chorar. O resultado final é muito satisfatório, mas não é o meu desporto favorito (as coisas que fazemos por amor). Agora imagino-me a comprar uma a uma (assim devem ficar muito mais caras), e ao fim de tê-las todas, ainda andar com uma lupa a tentar fazer o que não sei. Mas a comparação do Homem com o relógio não é, de todo, inocente. Primeiramente porque somos todos temporais, não confundir com tempestades (embora alguns sejamos), mas somos dotados de tempo, com passado, presente e futuro. Depois, porque esse mesmo domina-nos, e todos somos seres de agenda na mão a achar que o podemos controlar (sequer se existe mesmo). O deus Cronos, neste momento, deve-se estar a rir desta minha dúvida. Mas do fim do poema há a palavra “...rigor...” que pode determinar exactidão, ou como definir algo pior como a finitude. O tempo é plástico, móvel, o “...rigor...” é rijo. O relógio sem rigor é falho. Pode ter peças a mais ou falta delas. Em qualquer dos casos, estará parado. Agora, se formos relojoeiros, podemos acabar por conseguir efectuar esta factualidade. Tarefa hercúlea, tendo em conta as condicionantes supracitadas. Mais detalhes de interesse. Há por parte do sujeito poético um certo desprezo, demonstrado na palavra “...pecinhas...”. Ela pode estar lá apenas para demonstrar ou exagerar a dificuldade do feito, ou pode ser só uma expressão pejorativa, diminuindo-nos-se. Complexas e incompletas. Mas que desafio. Quem no seu juízo perfeito pode andar a “...Tentar compreender as pessoas...”. Coisa de psicólogos, filósofos e, pelos vistos, poetas. Sobre o autor. Tenho gostado do que tem apresentado, a roçar o prosaico muitas vezes, foge a sete pés do óbvio e tem um objectivo de cariz social de se notar. Poesia de intervenção parece ser o seu meio ambiente favorito. Muito correcto a escrever, ainda que escreva com o acordo ortográfico antigo. Diferente. E enigmático. Tem coisas que me faz lembrar um utilizador que também me dava água pela barba, o UMAVozatroz. Sei que é um regresso. Bom. Coisas da Factualidade (2) Tentar compreender as pessoas é como comprar pecinhas avulso com elas tentar montar um relógio que funcione a rigor
Criado em: 23/5/2023 17:24
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Comentário a "O tempo e a beleza" de Zita Viegas |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Falando em sublimes e subjectivas, sendo que ambas se confundem tão facilmente e, com a mesma facilidade, se excluem. A beleza é um delas. Sublime porque dá cor à vida, diverte-nos, deixa um sorriso connosco, faz-nos escolhê-la, procurá-la, desejá-la. Subjectiva, porque pode ser universal, como uma paisagem da natureza, ou particular como a nudez do nosso cônjuge. E todas as hipóteses nesse intervalo. O outro, e terminamos o título com ele, é o tempo. Esta pura ilusão, discussão desde filósofos a cientistas, e poetas já agora, que podemos contar e descontar, medir com ampulhetas, e sombras, e relógios digitais. Sublime porque nos domina. Agendamos a vida em volta dele. Futuramos. Passamos. Capaz de ser o maior monstro do pensamento. Subjectiva, também, porque para dois na mesma posição, podem vivê-lo de modo díspar. Individualmente ele pode levar uma eternidade a passar, e passar num repente. Na mesma medida\contagem. “...A beleza comtempla-se...” A observação é uma das formas de conhecer a beleza, e re-conhecer. Mas com-templar tem o génio da autora que é conhecida pela excelência e correcção, contudo tem um erro ortográfico. O uso de M antes de uma consoante apenas acontece antes de um B ou P. Sobre a palavra templo e o uso da primeira pessoa do indicativo presente “eu com-templo”, tem o duplo sentido da devoção, e do local onde pode ser feita. Contemplar é também algo que devemos fazer demoradamente. Os dois primeiros versos, então, fazem parte dum requintado pleonasmo. “...com tempo...” para mirar, ver, rever. Ao contrário, o horroroso, o feio foge do olhar. Num micro-segundo. E de surpresa. Falando em tempo acelerado, antecipado: a pressa. Chegamos ao resto do poema, que podia ter tido uma quebra de verso do segundo para o terceiro. Mas também há graça nisso porque, assim, o “...tempo...” enquanto sujeito poético, na forma também se torna menor. Tocar a beleza é um prazer raro. A personificação enquanto figura de estilo foi procurada para “...o tempo...” para evidenciar ainda mais “...a beleza...”. Há um certo frenesim em possuir. Consumar o desejo. Tocar é um dos verbos associados ao tacto com mais universalidade. Sendo um sentido que se explora menos a nível de escrita. Comparado com a visão, ou o olfacto, por exemplo. Contudo e se o ardor se apagar? Não será o risco que se corre quando se toca, em vez de se com-templar? O tempo e a beleza A beleza comtempla-se com tempo. Enquanto o tempo, de modo inútil, se apressa a toca-la.
Criado em: 18/5/2023 8:45
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comentário a “sete poemas de segunda numa segunda-feira” de RehggeCamargo |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Publicar sete poemas no mesmo ficheiro tem algumas desvantagens. Há “...bobagens...” pelo “...caminho...” que afastarão certas almas mais sensíveis da avaliação de excelente. As “palavras de ordem” abundam por aqui. Nota-se no autor um despojamento que roça o prosaico, mas depois vive-se a poesia de intervenção em muitos momentos, verso sim, verso não. Os “sete poemas de segunda numa segunda-feira” têm essa presunção: de não serem de primeira. Nisto acho que se falhou, porque pelo menos um puxou-me o comentário, penso. Como quero me focar apenas num, não irei dizer nada sobre o trocadilho do título dos sete. Dos números ordinais perante um cardinal que me diz bastante, apenas porque nasci num dia sete. Ou do facto de o primeiro dia da semana não ser um primeiro, porque nesse não se trabalha. Chamar ao domingo primeira-feira era engraçado, penso novamente. Como foi decidido que não teriam títulos individualmente, irei identificar um deles pelo ordinal. O sexto merece o meu destaque porque andei meio pessoano e deu-me para lembrar o Alberto Caeiro no seu verso “...o melhor do mundo são as crianças...”. Além de ter sido uma e ainda me considerar uma, há sempre uma promessa em potência, nesses de palmo e meio, que me energiza. Há uns anos trabalhei directamente com miúdos, naquilo que chamamos de ATL (actividades de tempos livres) e foi uma paixão concretizada que tive, mais tarde de abandonar. É verdade que os miúdos podem ser cruéis, mas a hipótese salva-os, se comparados com os adultos. A não crueldade nos adultos é uma escolha consciente. Os poemas que abordam as assimetrias sociais e assuntos como a miséria, são sempre para ter em conta. Depois este poema tem versos de inegável beleza. Por exemplo: “... pois a política de um dedo em riste aponta o quão triste são todas as estações em que desembarcam os olhares de crianças...” As alusões a regimes políticos cheios de ditados no “..riste...” de “...um dedo...” tão sem graça; na rima não forçada; as metáforas da outra estrofe; o absolutismo em vista. Mas não podiam também fugir uma pitada de lugares comuns que são monstros da escrita poética, que neste poema surge na forma dos dois últimos versos. A “...esperança...” é mesmo “a última a morrer” e vive guardada na caixa de Pandora. no trem uma criança pobre pede um biscoito a mãe de chinelo de dedo isso me entristece pois a política de um dedo em riste aponta o quão triste são todas as estações em que desembarcam os olhares de crianças que nem sabem da pobreza extrema de todos que veem elas descerem do trem que vai e volta lotado de esperanças
Criado em: 14/5/2023 5:19
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Re: Quais são os seus livros favoritos? |
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"A Pérola" de John Steinbeck é, como o título indica, uma pérola.
Fiquei sempre com uma expressão desse livro comigo - o veneno da noite - e é um pequeno livro de todas as emoções possíveis e imaginadas. Duma intensidade marcada, deixa um amargo de boca bem fundo no leitor, ou pelo menos em mim. O próximo já deverá ser de um português, lol... Abraço
Criado em: 12/5/2023 3:12
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Re: Quais são os seus livros favoritos? |
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Juan Rulfo corria o risco de me passar despercebido, não fosse o boca-a-boca, as sugestões de amigos.
"Pedro Páramo" é duma riqueza e complexidade sublimes. Passou para o meu top 3 num instante. Atenção, a leitura deve ser feita devagar e, preferencialmente, a sublinhar.
Criado em: 7/5/2023 7:36
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Sou fiel ao ardor, amo esta espécie de verão que de longe me vem morrer às mãos e juro que ao fazer da palavra morada do silêncio não há outra razão. Eugénio de Andrade Saibam que agradeço todos os comentários. Por regra, não respondo. |
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Comentário a "momentos de vidro e luz" de Sterea |
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. "...leve, breve pena bailando devagar este Poema." Belo baile. Tem uma miríade de figuras de estilo impressionante, começa muito bem, nos primeiros quatro versos guiando o leitor. Ao que ao olhar surge é o vidro. Coisa de janela, de olho, de copo, de tanta utilidade o "...vidro..." e a "...palavra..." "...vidro...". Tem um vi. E o título. Os momentos, são para serem aproveitados todos e deixamos, todos, tantos por aproveitar... Acho a quarta estrofe excelente. Até, ou sobretudo, à "...luz..." lambuzada por "...uma cena doce...". A luz, esse epíteto da poesia, símbolo do conhecimento\sabedoria que nos dá vida e sustento e calor que vem em toda a poesia, e dá força ao título. Há imensos motivos para gostar deste poema. Devo dizer-te que fiz um gosto assim que o li e hoje o favoritei ao rele-lo. momentos de vidro e luz lenta mente ao olhar: pontos de cor que parecem gotas descendo as palavras de vidro. gestos de brincar amor como se fossem lágrimas percorrendo a alma. jeitos de flor perseguindo música ao vento circular das abelhas e o pássaro da memória rasando a pele em carícia funda bafo da saudade respirando em ânsia a nossa história uma cena doce lambuzando a luz que a transporta um certo brilho no instante que demora um beijo pintado na tela de luz que me encandeia sobre a folha viva palco em sobressalto em noite de estreia leve, breve pena bailando devagar este Poema.
Criado em: 5/5/2023 11:11
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Re: Quais são os seus livros favoritos? |
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Porque não continuar com esta iniciativa?
Darmo-nos a conhecer melhor e pormo-nos a jeito para detectarem as nossas falhas, a nossa ignorância, a nossa falta de gosto. Encontrar outros que tenham gostado, ou chegar à conclusão que mais ninguém gostou? Porque não? Deixo o meu primeiro contributo, vou diluindo devagarinho, mas vão ser daqueles que devorei, sem ordem aparente. 1984 - George Orwell Uma distopia fascinante...
Criado em: 4/5/2023 8:15
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Re: Comentário " Céu de cal" de Conceição Bernardino |
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Bem-vinda a este espaço.
Não sei se me devo arrogar a falar por todos que já contribuíram, mas acho que é um acto de coragem. Foi uma ideia do benjamin, que me cativou e já tinha estado ao encontro da minha forma de comentários. Acho que cada um deve fazê-lo como sabe e gosta. Acho os do benjamim eruditos e tão bem fundamentados. Tive uma boa surpresa recentemente com o RicardoC. De mim deixo outros para opinar. No teu caso achei que foi sentido, bem lido. E deixaste-me a reler o poema da Conceição. Obrigado E venham mais, mas sem pressão nem pressas...
Criado em: 30/4/2023 10:31
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