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Re: proposta luso-poética
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
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Voltando para tentar dizer do que se deixa, escrevendo de si o que nos serve:

Escrever é um exercício que nos explica (aos outros) e que nos tenta explicar (a nós próprios). Praticamo-lo frequentemente, seja no recato de uma missiva, no desabafo de um diário, no prosaísmo de um discurso, na divagação de uma nota de rodapé...

Escrever Poesia é um sacrifício (doce) que nos isola (a nós próprios) e que nos eleva (perante os outros). Almas-poetas são almas penantes, são olhadas de revés - "poeta?... é louco!". Pronto, posso estar a exagerar um bocadinho. Mas queria eu dizer que escrever (ou julgar escrever) Poesia é um risco ainda não bem calculado em valores de sanidade, nos dias que correm :) .
Mas, durante longos séculos, Um Poeta era um ser do círculo dos deuses. Isto, se tivesse a sorte de conquistar uma musa, a coragem de submeter as suas epopeias e odes ao rigorosíssimo critério de deuses, reis e imperadores, ou a heroicidade de arriscar a vida para salvar uma sua obra.
Depois, veio a Internet, vieram os blogs, os sites de Poesia. Veio o Luso-Poemas. Em boa hora! Democratizou-se a escrita, formaram-se núcleos de fama, de reconhecimento, de amizade, de partilha, de aprendizagem. (De outras coisas também, mas isso agora não interessa nada, todas as grandes revoluções têm efeitos colaterias).

O slogan "Deixe um pouco de si", incentivou quem amava a
escrita mais ou menos platonicamente, a passar essa paixão para o papel (digo, tela). E passou a "amador" (ou a amante!) da escrita. E passou a deixar de si (a dar-lhe, mais ou menos carnalmente)o pouco (ou o muito) que de si considerava melhor...

Se foi mesmo o melhor, só talvez o tempo o dirá. Ou talvez nem o próprio tempo - nos tempos que correm já nem só as musas são madrinhas, há padrinhos de outras espécies, mais pagãs. Mas fica "o pouco" - o que permitiu aprender, conhecer as próprias capacidades, fazer amigos, progredir, diversificar visões, ensinar, também.

"Deixar um pouco de si" escrevendo, pode ser muito, às vezes. Pode ser catarse, terapia, oportunidade, lição, entrosamento.

Pode ser uma Via para se chegar a Poeta. Ou um entretenimento. Ou uma distracção: mas há sempre, nessa gente que se expõe a "deixar um pouco de si" o ingénuo sonho de atingir o Belo, acredito.


Criado em: 24/11/2012 2:52
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Re: Alterações previstas para este mês - parte 2
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
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ahah, gosto de ironia (posso?)

Criado em: 23/11/2012 13:19
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Re: proposta luso-poética
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
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RoqueSilveira.... não sei que luzes te iluminaram e quanto tiveste que viajar no tempo, para nos compilares teorias e factos tão valiosos... mas tenho que te agradecer cada milímetro da viagem (da tua e da minha/nossa). Encontrei no teu artigo muitas (não direi verdades, porque em poesia nem sequer há verdades, há algo transcendental acima disso, uma procura, um ideal...) que me roçaram as minhas mais profundas crenças.

Como o Caio, sou uma experimentadora, também - à força de tanto me dizerem que Poesia é mais transpiração que inspiração, vou por aí, meço, invento, moldo, peso, ginastico, transpiro - crio. Mas a essência da minha veia poética é (quem me conhece, sabe) não suor, mas água de livre nascente, com uma pitadinha de sal, às vezes; com uma pitadinha de açúcar, outras; e ainda outras com um cheirinho de especiarias Mas sempre espontânea, de fácil compreensão e fundamentada pela procura da (minha) Verdade, do Belo, da Via para chegar ao melhor e mais essencial das emoções humanas;
-
por isso tanto gostei de saber que não sou a única a perseguir o tal conceito impalpável do Belo e do Canto...

Obrigada, Conceição.

&

Mudando agora para a caixinha do Caio , e sobre a minha sugestão ingénua:

Pois é!!! Nem me lembrei que o tio Google é muito bisbilhoteiro e iria dar pulinhos de contente por nos estragar a brincadeira!...

Mas um concurso por mês, diversificando o tema e a vertente, é muito interessante, reitero.

Quanto à sua pergunta/desafio... ui, isso, se a tanto me ajudasse o tempo e o engenho, daria para meia hora de conversa... eheh. Mas vou talvez voltar, com um bocadinho mais de tempo no bolso, para tentar deixar a minha opinião do que pode ser "um pouco de nós".

Boa tarde!



Tear-se (??!!)

Se-arte.




Criado em: 23/11/2012 13:07
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Re: proposta luso-poética
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
De Porto
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(provavelmente já estou atrasada, mas... aí vai:)



Bom, eu estava aqui a alinhavar uma resposta para si, Caio, sobre o que é a Literatura - uma resposta ingénua, porque, como já disse, eu nada sei, apenas disfarço bem ;). Mas o Filipe já teve o saber e a prontidão de lhe dar uma, bem lúcida, porque fundamentada na verdade de que a Literatura não é uma ciência que se represente por fórmulas consensuais.

Posso é dizer de mim, do como eu sinto o que é Literatura:

primeiro, um texto literário deve (a não ser que por desvio criativo que deixe ao leitor a certeza disso mesmo) respeitar a Língua em que é escrito - se vejo erros grosseiros de linguagem, sejam eles ortográficos ou de sintaxe, simplesmente descarto.

atento:

não tanto à clareza de ideias, mas ao fio condutor com que o autor estrutura o trabalho.

à conexão que o autor estabelece comigo, leitora: a mensagem.

à riqueza da construção das frases. sejam elas de linhas estilizadas ou de floreado artístico a raiar o rococó, o que interessa é o autor passar-me a nítida certeza de que sabe o que pretende e o que consegue.

à originalidade das imagens.

à essência viva do escrito.

ao impacto emocional e/ou à força do efeito.

à utilidade "pública" (desculpem-me, esta soa-me um bocadinho, sei lá, descartável... mas, mesmo assim, gosto de extrair informação do que leio, seja ela didáctica, de realidades, de conscîência, de ideais...)

...

poderia dizer muitas mais coisas, mas sinto que estou a resvalar para a subjectividade e é melhor parar por aqui. O que digo, podem crer, é mais inocência que sofisma.

Sendo assim, a minha peneira é, e sempre será, aqui e em qualquer outro lado, muito própria - de humildade consciente. E por ser consciente, também não posso deixar de intervir, aqui e ali, quando o espaço em que me movo me serve de laboratório de aprendizagem, de manancial de leituras e de mercado livre de ideias - é isto, no fundo, o que é o Luso-Poemas.

Costumava eu dizer: Não comento tudo o que gosto, mas o que comento, gosto. Mas isso é uma frase (mal)feita. A verdade é que eu (como tantos), comento quem gosto, nem tudo o que comento, gosto: comento quem me atrai com piscares de néon, e não gosto de tudo o que comento; comento quem posso e nunca todos os que deveria; comento quem não precisa de comentários (porque às vezes o silêncio é o melhor aplauso), nem sempre quem precisa (porque o ruído é necessário; comento para não acrescentar nada, quando deveria deixar algo realmente válido - a crítica construtiva. E, finalmente, comento quem quero, porque quero quem me comente.

Confessados os meus pecados, tenho uma proposição que me redime:

Tudo o que comento, leio.

ah, e outra! - respeito todas as críticas que me deixam, porque quero sempre crescer e porque tenho consciência que, ao publicar o que escrevo, mantenho os direitos de autor - mas cedo os direitos de interpretação.

Defendo que devemos (e espero que possamos), como Pessoas e Autores que somos todos, conciliar as coisas: criticar com respeito quem merece e precisa da crítica; e aceitar, com dignidade, as críticas que nos fizerem - se fundamentadas, temos sempre a aprender com elas; se sem fundamento, podemos aproveitar o ensejo para sermos nós a dar a lição de volta; se ofensivas, devemos denunciá-las e contestá-las, como é nosso direito e dever.

Mas, por outro lado, temos que reconhecer que a caixinha aos pés do santo, não diz, realmente, "Críticas". Diz "Comentários" - e devemos respeitar a vontade de cada santo e a interpretação que cada um dá ao verbo "Comentar" e ao verbo "Criticar"... porque há um preconceito arreigado que liga a crítica ao pecado, e cada um professa a fé que quer. (mas essa fé, claro, só se sabe atirando a primeira moeda).


Resumindo: sou a favor do Luso e da Lusofonia, nunca do abuso e da lusofagia. Escrevam e deixem escrever. Leiam e deixem de ler. Criem e deixem criticar. comentem e deixem quem mente. Apagar...? deixem, que o tempo (a)paga.

Quanto às propostas, Caio, acho que respondi, de certa maneira a algumas. Gosto sobretudo da dinamização que pequenos concursos dariam ao site e defendo também essa ideia já exposta de participações anónimas.

Uma proposta minha: levar um texto, escolhido aleatoriamento do arquivo do site, a tópico, e desafiar os lusuários a descobrir o autor.

(vou almoçar, que isto de lusetras não alimenta ninguém, eheh)


Boa tarde.

Criado em: 22/11/2012 13:07
_________________
Teresa Teixeira
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Re: Resultado do Evento Microescritas
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E sei, Mary, e eu agradeço a simpatia, mais uma vez.

Beijinho.

Teresa

Criado em: 22/11/2012 11:17
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Re: Resultado do Evento Microescritas
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Obrigada, Punkita, fiquei toda vaidosa por ser uma referenciazinha no seu caminho, desbravado a puro talento. Saiba que admiro muito o seu estilo fluído, atento, aguerrido, interveniente. E o seu poder de síntese :)

(escreva, menina, escreva)

Teresa

Criado em: 22/11/2012 11:15
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Re: Crítica ofensiva, soberba.
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20/5/2008 17:39
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Pelo contrário, deveria, sim, ter feito um comentário: responder-me com as suas razões, contrapor a minha observação, talvez um pouco impertinente, concordo, mas não ofensiva. Deveria, sim, era preferível a ter-me apagado, pura e simplesmente, e "incendiar" razões. Se é, como prega, uma pessoa de paz, deveria ter compreensão com os pecadores e esclarecer-me realmente sobre a Luz que (n)o(s) ilumina.

Deixemo-nos de perdões, ninguém aqui cometei nenhum crime: nem eu nem você. Desculpas servem, e eu é que as devo pedir, se tanto o ofendi.

Luz.

Criado em: 22/11/2012 0:16
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Re: Crítica ofensiva, soberba.
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Acho que, neste caso, o Senhor sendo está a inverter ligeiramente o sentido da minha metáfora - "atrair moscas" não deprecia as moscas, coitadas, que, como os peixes de Sto antónio, acorrem ao sermão... se há alguma depreciação, meu caro, é só de quem lança o engodo aleivosamente.

Não quis ofender. peço desculpa se o fiz. E, claro, como pessoa de Deus, sei que me vai perdoar, Sr. sendo.

luz maior para você também.

Criado em: 21/11/2012 23:47
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Teresa Teixeira
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Re: Resultado do Evento Microescritas
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
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Agradeço, como é de bom-tom e meu dever, a vossa escolha, que me (e)levou a "Autora do Mês". Mas quero aqui dizer, sem falsas modéstias, que outros o poderiam merecer, principalmente os poemas classificados em 2º e 3º lugar.
O poema da Punkita era (é...) uma peça de muito valor, com imaginação, sensibilidade, poder de concisão e arte, concentradas em dose ideal.

Parabéns a todos os participantes
e
beijos a todos...

Teresa

Criado em: 21/11/2012 12:02
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Teresa Teixeira
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Re: Alterações previstas para este mês - parte 2
Membro de honra
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20/5/2008 17:39
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ó pá, essa era boa para as provas das trovas!!

0,0

Criado em: 18/11/2012 13:33
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