É estranho, depois de estar aqui as palavras se apresentam e eu as conheço e lhes conheço por dentro, tenho duas palavras para poder desmembrar, pote de ouro e tolerância. Não gosto que me tolere o mundo é tão grande basta que fique longe, o olhar de tolerância sobre mim é repugnante, agora já existe aqueles que são o café com leite, como em uma brincadeira de criança eles não podem ser tocados se escondem, e inventa suas próprias regras, essa é a moral.

Depois de refletir aqui já não tenho o mesmo comportamento e a palavra mais estranha para mim se chama INFERNO.


Ta! Eu sei que não é uma brincadeira de criança, mas é o lobo mau correndo atrás de inocentes e ele na moral está vestido de vovozinha.

Ao me deparar com a palavra intolerância, com o coração em saltos e a respiração fora do compasso pensei ter cometido uma burrice ao escrever sobre tolerância e tudo por causa do "in", palavras com conceitos opostos mas tão fraco como uma linha que se parte, e ali é o fim.
A tolerância é a intolerância usando máscara, uma comida no estômago mal digerida e que o rosto não esconde nem o bafo é contido.
Será tão difícil amar, é tanto ódio que só podem ser doentes e coitados vivem presos ao banheiro por causa da intolerância, mas não gosto do cheiro azedo da comida, eu gosto é das flores e por elas eu busco, o amor é como perfume que nos deixa seu cheiro.

A guerra não consiste apenas na batalha, ou no ato de lutar; mas em um período de tempo, em que a vontade de lutar pela batalha é suficientemente conhecida. (Thomas Hobbes)


A minha realidade, como as emoções, só é conhecida por mim e ninguém mais, muitas vezes engano-me e desfaço o que antes havia defendido, chego a pensar que coisa mais tola é fazer planos para o outro ou decidir a vida de outro alguém. Ah! Já para minha vida procuro construir uma base e construirei a base com palavras e guardarei aqui, se a vida é mesmo um ciclo voltarei aqui e que encontre outros iguais, é triste pensar que estou sozinha e se alguém venceu eu consigo.
Que a palavra seja uma ponte móvel pois na tempestade será usada, que eu tenha todos os motivos para lutar e que eu não esmoreça então que venha um futuro de um sonho realizado, finalmente a felicidade.

"...Estamos sós e livres, vivendo na decisão de cada passo, como se estrada não houvesse."...( Renato de Faria)


, talvez não tenha um caminho, apenas frutos que morre como o sol no entardecer, já escolhi ser outras coisas, ter um destino e já mudei de ideia muitas vezes, jovem advogada, juntar dinheiro para construir um asilo, quando tive um filho pensei em ser professora e agora que envelheço penso em fazer fisioterapia. Tenho utopias, como viver da roça, não precisar de dinheiro, roupa, comida e andar descalço. Sou inteiramente paciente, não desisto mesmo que pareça que nunca vou alcançar, a única coisa que peço em minha oração é ver meu filho trabalhando sem depender de ninguém.

, em um breve momento os raios como de sol vindo de uma outra boca são transformados em espinhos, as malditas palavras entram e meus dentes começam a se debaterem e a sombra toma conta do meu corpo e sem luz eu fujo com medo do que sinto e no meio do caminho encontro mais espinho, mas agora de uma flor delicada e nesse momento já sou completamente um monstro e olho com raiva e lhe firo com minhas garras, palavras cortantes que gritam com toda força e de forma intencional, no momento que a flor se machuca em mim também é cortado e todo veneno sai com aquele sangue e então volto a ser eu, mas não como antes, agora estou toda dolorida.

...sabe o que me assusta em ser mãe? !
Por mais que eu tente ver nele os defeitos do seu pai, ele tem meus defeitos, ele é meu espelho e ver isso dói, conheço a tristeza de ser rude e fazer outros fugirem mas, eu herdei isso do meu pai e o estranho é que nenhuma das minhas palavras causa nele, no meu pai qualquer espanto, talvez ele saiba que sou igual a ele, as palavras dele é muito pior, é dirigida a outros, eu só não entendo o porque, ele é incapaz de fazer mal ao outro. Tenho medo de ser igual a ele quando envelhecer, é uma sensação estranha de não ter controle sobre mim e nem do meu filho.

Aliás o que mais tem me assustado é o praguejar do ser humano, sorriem como se não dessem conta da tragédia, elas praguejam o céu como se a chuva não caísse sobre elas, posso dizer que a alegria de alguns é sinistra.

, acordei fui na varanda e vi dois gatos de uma mesma casa observando a galinha, e a galinha có có có, entrei para dentro e depois contei para meu filho despertar, voltei e a visão foi pior, eu vi uma cachorra gigante fazendo suas necessidades sem dobrar as pernas como se tivesse no vaso, depois disso fomos para trabalhar, no meio do caminho eu vi um bode branco gigante que no início pensei ser aqueles boi de corte, ele subia num pinheiro para comer suas folhas, "tadinho" do dono.

Estou quase vencendo o cansaço, passando por ele percebo como é perigoso o otimismo numa tragédia anunciada, também como é algo recente em que não estou acostumada passei por um sufoco, mas essa deve ser a seleção natural em que se aprende com a experiência, mas os burros logo esqueci e não aquela seleção inventada por cores primárias criada intencional de forma imbecil porque tem vários imbecis para segui-lo.

, a estupidez de uma criança se resolve com palmadas, já a estupidez de um adulto machuca a muitos, as lágrimas não secam, inunda a ruas e molha meus pés

, vou lhe contar o que vi com meus olhos, pois não desejo que presencie ou sinta algo assim.

, no dia anterior havia um alvoroço com voz alta, risadas, pessoas que vinham de longe para ver, pessoas na calçada vendo a água invadir a porta de sua casa, pessoas oferecendo ajuda e um barco para atravessar as águas.

, o outro dia foi terrível, sem água, as ruas cheiravam mal, as pessoas tiravam de casa os móveis e colocavam na rua. A prefeitura agiu rápido na lavagem da rua e também no recolhimento dos móveis, agora era somente lixo.

, então o que ninguém esperava a chuva novamente chegou trazendo uma nova enchente, mas não havia mais ânimo, olhava da sacada a imponente água, estava um silêncio ensurdecedor, ele machucava o coração, o silêncio fazia eu chorar, talvez as pessoas que já havia perdido tudo estava trancadas nas suas casas deixando suas lágrimas naquelas águas de barro, no chão da sala.

enfim, resta-nos o futuro!