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Re: Faz um poema
Membro de honra
Membro desde:
8/9/2009 16:29
De Lisboa
Mensagens: 2683
e caio
porque
nem todas as quedas
abraçam o ar
que respiro

e fujo
porque nem todas
as fugas
são o esquecimento

e grito
porque nem todo
o clamor
é a força que nasce

e sofro
porque já nada
é como era de antes
ter nascido

e nesta rua
dá-se o encontro
faminto corpo que segura
um parto antigo



Criado em: 20/1/2012 12:55
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"Uma longa viagem, começa com um único passo" Lao-Tsé
http://novoolharomeu.blogspot.com/
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http://terrasaltasdogranito.blogspot.com/
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Re: Faz um poema
Colaborador
Membro desde:
12/7/2007 21:56
Mensagens: 1988
e o nome desta cidade
e a volta por cima do nome
e a corda na lingua da cama
e a cama redonda a farsa
e a mascara dos dias cinzentos
e os ventos na ponta dos dedos
e os gemidos na lingua acesa
e a mesa sem ti!

Criado em: 20/1/2012 13:45
_________________
Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.
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Re: Faz um poema
Membro de honra
Membro desde:
8/9/2009 16:29
De Lisboa
Mensagens: 2683
cravada por dentro
da lareira acesa
a labareda medra
como todos os ledos
gestos à volta
da mesma mesa
abandonada
na mesma rua
sem nome

vieram os ventos
surripiar os fundos
doutros mundos
um querer muito
ser poeira
e cinza
esgotada
e apartada
no mesmo lugar

Criado em: 20/1/2012 15:31
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"Uma longa viagem, começa com um único passo" Lao-Tsé
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Re: Faz um poema
Da casa!
Membro desde:
25/8/2011 18:18
De santamariadafeira.pt
Mensagens: 467
(desescrito o poema e o grito)



ouve os gritos
e o silêncio
e fala ao ouvido
da sorte

grita o mar
e sem acento
diz me tudo
forte forte

e se for a voz
do vento
nessas ondas
de tormento

chora e ri
ao mesmo tempo
que o poema
que te ouvi

ai de ti ai de ti
e de mim que o d(es)escrevi


Criado em: 20/1/2012 18:15
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Re: Faz um poema
Membro de honra
Membro desde:
26/10/2010 16:44
Mensagens: 598
o pólen da nossa flor
cai dos dedos
enquanto o sol se deita
no precipício de nós
e morremos gelados
entre tempos relógios
que separam homens

vermelho sangue
corta-se a carne
enche-se o copo
bebe-se até ao fim

letras cansadas
arde âmbar incenso
no fogo da manhã
e hoje é o nosso ar
espalhado nesta sala
que servirá os mortos

fecha-se a carta
quem escreveu escreveu
vira-se a página
sente-se a vibração na pele
uma rosa entre palmas
a Amália canta baixinho

e ninguém dá por nada
bis
bis

Criado em: 20/1/2012 19:48
_________________
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.
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Re: Faz um poema
Membro de honra
Membro desde:
8/9/2009 16:29
De Lisboa
Mensagens: 2683
a sombra
silhueta tosca
a acordar a manhã
e ninguém dá por ela
gélida, assumida
travestida

o rio em silêncio
traz a correria
das águas pardas
à cidade
a rua completa-se
com o desassossego
das gentes que
enchem as vielas
e com elas
a verdade nua
mas crua
da manhã submersa
no nevoeiro

o relógio parou
na noite
estancou a madrugada
num rosto deformado
e simplesmente gente
gente disfarçada
dum pudor citadino
e com ele
um novo peregrino





Criado em: 23/1/2012 10:43
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"Uma longa viagem, começa com um único passo" Lao-Tsé
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Re: Faz um poema

Membro desde:
2/3/2007 19:42
De Queluz
Mensagens: 3731
Somos nós
Lado a lado
Presos
Sós...

Sentes o nó?
Está apertado
Sem dó!

E vós
Que laço
Vos prende
A nós?

Se somos nós
Presos em nós
E tão sós...


Criado em: 23/1/2012 10:59
_________________
*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

Impulsos

https://socalcosdamemoria.blogspot.com/?

https://www.amazon.es/-/pt/dp/1678059781?fbc...
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Re: Faz um poema
sem nome

Quando um dia
A vida amanhece
Procura-se alguém
Para sussurrar
Bom dia!

Mas, na imensa multidão
Ninguém se (re) conhece
Há só o estranhamento

A invisibilidade acolhe
Na individualidade
No egoísmo
Na convicção

O homem é outro...

Sozinho se encolhe
Nesta perdição e
Volta a adormecer
Na escuridão
Do próprio umbigo

Porque,
Vida é conexão
Pertencimento
Intercâmbio

Humano, ainda é
Humanidade...

Criado em: 23/1/2012 11:45
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Re: Faz um poema
Da casa!
Membro desde:
25/8/2011 18:18
De santamariadafeira.pt
Mensagens: 467

(estranha sombra de luz)


já o curso da solidão
encandeia os momentos
em que te revejo
em cada nó
em cada mó
do rio deste silêncio
que me afogou
em cada tique
em cada taque
do relógio do combate
o que mudou
assim alinho
cada verso
cada sombra
cada ato
e num livro
fechadinho

eis aí o peregrino
de humano des(a)tino


Criado em: 23/1/2012 16:33
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Re: Faz um poema
Colaborador
Membro desde:
12/7/2007 21:56
Mensagens: 1988
em cada ato
a caneta sobe à malha da vida
sobe à fortuna das perguntas
à idade das ilhas modernas
à idade das cidades da tinta queimada
respira o dia seguinte
o dia negro que é da terra
que ainda é do dia-terra
boceja as palavras homem-ritmo
e a música acompanha-a
em cinco braçadas da respiraçao
para forçar a hora para forçar a ida







Criado em: 23/1/2012 16:56
_________________
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