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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Administrador
Membro desde:
27/10/2006 19:09
De Aguiar, Viana do Alentejo
Mensagens: 2097

"talvez surja deste tópico um regulamento próprio aos administradores, pra que uma futura administração tenha mais base para começar do que esta teve."

E porventura houve alguma procura por uma base? Em alguma altura foi procurado o que estava feito? Em alguma altura foram aceites as sugestões de fundo? Não me venham dizer que se teve que começar do zero ou que não foram feitas sugestões ou, sequer, que não houve pessoas a mostrar-se disponiveis.

Eu já disse isto uma vez e repito: o que a conteceu foi uma atitude autista de quem detem os títulos que faz as coisas a bel prazer. Não digo e repito que não haja dificuldades inerentes aos cargos. Não digo (porque sei) que não há obstáculos que aparecem de todos os flancos. Agora, o que digo é que se aprende com os erros passados (também já o tinha dito) para não se repetirem. Nunca houve uma procura em saber como e o que se tinha feito para se fazer de outra forma ou, eventualmente, se dar seguimento às coisas bem feitas.

Não me digam que era mais fácil organizar coisas porque o grupo era mais pequeno, É mentira. a dificuldade ou facilidade de organização é, foi e sempre será uma questão de vontade, trabalho e método (não necessáriamente por esta ordem.

As pessoas atualmente falam, criticam, sugerem e a única resposta obtida dos supostos responsáveis (só o serão de corpo inteiro quando agirem como tal) é o rebater ou ignorar das suas opiniões.

As coisas neste Site estão num patamar completamente errado de "ser a favor ou contra" quando deveria ser de "se há quem não está satisfeito vamos lá saber porquê e tirar elações", quiçá lições. O site não é gerido porque há administradores! O Site tem administradores porque há motivo para gerir. Os administradores não são legisladores nem têm que impôr vontades (deles ou do Trabis), antes pelo contrário, têm que mediar e aceitar todas as opiniões como válidas. Nadas disto está a acontecer e só não vê quem se está nas tintas para o que é o Luso (na sua génese) e pretende, sob o argumento da evolução, moldá-lo à seu proprio corpo.

As coisas não se fazem assim!

Valdevinoxis


Criado em: 16/3/2012 20:50
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
sem nome
o que há por estes lados, é uma arbitrariedade daqueles que são inferiores às suas próprias competências e, porventura, como é proveniente da(mesma) índole, logo.. torna-se à evidência de um consumo já anteriormente, utilizado.

voltemos ao tempo, por exemplo..

era este mesmo pseudo(pedinte)administrador (nao era, à altura..) que veio até este fórum "indicar" ao trábis a "falta de moderação"

foi este mesmo pseudo(pedinte)administrador que, por sua própria "vontade", re-inseriu às vistas de todos o tal do tutorial luso-poemas, q: a bem dizer, só serviu pra os seus próprios fakes e outros fakes de terceiros por aí.. ¬¬

lembrando q este mesmo pseudo(pedinte)aministrador antes de o ser, quando ainda era um usuário(e nao lusuário, da palavra horrível q bem inventou..) seguia-se pela mesma linha que agora, critica.. que é o "comentário para todos", dúzias e dúzias!! ora..

quanto às arbitrariedades(como por exemplo o roubo do autor BOCAGE), ah.. isso é deformação de índole..

quanto aos seus argumentos insossos e Às suas tiradas de valentia(delegadas ao seu fake UMAV - minha suspeita, é claro!), bem.. isso é algo menos pra se dizer aqui.. algo próprio de um palavrão..

quanto à censura, ao autoritarismo barato, ora.. isso é bem comum aos operários que tem a si, poderes auferidos.. ou.. a bem dizer: asas pra cobra.. ("faunamente" falando)


mas,
eu disse e digo de novo:

deixem-no!
no fundo(e às vistas..) é apenas um operário(medíocre) com tendências "arbitrárias" e poderes maculados pela própria ganância de querer ser o que NUNCA será.



a mim,
sinceramente..

(...)

Criado em: 17/3/2012 5:37
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Membro de honra
Membro desde:
1/12/2007 10:08
De Natural de Sacavém,residente em Les Vans sul da Ardéche França
Mensagens: 7071
Está avançando... já mudou de boné!!!! isto agora vai, mas tirou o escadote e estamos na mesma, teria mudado de rosto?

Criado em: 17/3/2012 10:23
_________________
SOU COMO SOU E NÃO COMO OS OUTROS QUEIRAM QUE EU SEJA

Sociedade Portuguesa de Autores a Lisboa
AUTOR Nº 16430
http://sacavempoesia.blogspot.com em português
http://monplaisiramoi.eklablog.com. contos para as crianças de 3 à 103 ans
http://a...
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Membro de honra
Membro desde:
31/3/2008 17:45
De Braga
Mensagens: 8102
Este tópico é para desestabilizar? É que ambos os administradores já foram antes criticados, por actos menos bons, e alguns até muito maus, e nem por isso se demitiram ou foram demitidos. Por isso não vale a pena dizer nada, que fica tudo na mesma. Só tenho a dizer uma coisa, que fique por aí quem quiser e tiver sido escolhido; por mim se tivesse recebido criticas como as que foram feitas em qualquer situação cargo ou função que ocupasse aqui ou noutro lugar qualquer, teria me demitido. Não sei que cola usaram, ehehe

Criado em: 17/3/2012 11:44
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
sem nome
"Este tópico é para desestabilizar?". gostei desta pergunta.
ou foi para cutucar aqueles desestabilizadores? (perguntas sem respostas sempre chamam outras).rs

Criado em: 17/3/2012 14:09
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Administrador
Membro desde:
27/10/2006 19:09
De Aguiar, Viana do Alentejo
Mensagens: 2097
Se ser desestabilizador é não concordar, criticar ou dizer que as coisas não estão a ser bem feitas estamos num bom caminho... sem dúvida. A minha pergunta é se não é: não será mais desestabilizador quem não diz nada e anad por aí passivo a comer e calar?

Recordo que o tópico foi iniciado por um administrador que quis saber se tem quorum num teste à sua base de apoio. A abertura deste tópico assemelha-se à apresentação de uma moção de confiança. Temos aqui escola política e dessa tenho muito pouco que dizer a favor.

Valdevinoxis

Criado em: 17/3/2012 14:35
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
sem nome
"O ser humano tem o desvio de que só é o que é verdade e o que é bem feito aquilo que é dele ou que é feito por ele..."
em 'O Pensador, José Silveira'




'O homem de cabeça de papelão'

João do Rio


No País que chamavam de Sol, apesar de chover, às vezes, semanas inteiras, vivia um homem de nome Antenor. Não era príncipe. Nem deputado. Nem rico. Nem jornalista. Absolutamente sem importância social.

O País do Sol, como em geral todos os países lendários, era o mais comum, o menos surpreendente em idéias e práticas. Os habitantes afluíam todos para a capital, composta de praças, ruas, jardins e avenidas, e tomavam todos os lugares e todas as possibilidades da vida dos que, por desventura, eram da capital. De modo que estes eram mendigos e parasitas, únicos meios de vida sem concorrência, isso mesmo com muitas restrições quanto ao parasitismo. Os prédios da capital, no centro elevavam aos ares alguns andares e a fortuna dos proprietários, nos subúrbios não passavam de um andar sem que por isso não enriquecessem os proprietários também. Havia milhares de automóveis à disparada pelas artérias matando gente para matar o tempo, cabarets fatigados, jornais, tramways, partidos nacionalistas, ausência de conservadores, a Bolsa, o Governo, a Moda, e um aborrecimento integral. Enfim tudo quanto a cidade de fantasia pode almejar para ser igual a uma grande cidade com pretensões da América. E o povo que a habitava julgava-se, além de inteligente, possuidor de imenso bom senso. Bom senso! Se não fosse a capital do País do Sol, a cidade seria a capital do Bom Senso!

Precisamente por isso, Antenor, apesar de não ter importância alguma, era exceção mal vista. Esse rapaz, filho de boa família (tão boa que até tinha sentimentos), agira sempre em desacordo com a norma dos seus concidadãos.

Desde menino, a sua respeitável progenitora descobriu-lhe um defeito horrível: Antenor só dizia a verdade. Não a sua verdade, a verdade útil, mas a verdade verdadeira. Alarmada, a digna senhora pensou em tomar providências. Foi-lhe impossível. Antenor era diverso no modo de comer, na maneira de vestir, no jeito de andar, na expressão com que se dirigia aos outros. Enquanto usara calções, os amigos da família consideravam-no um enfant terrible, porque no País do Sol todos falavam francês com convicção, mesmo falando mal. Rapaz, entretanto, Antenor tornou-se alarmante. Entre outras coisas, Antenor pensava livremente por conta própria. Assim, a família via chegar Antenor como a própria revolução; os mestres indignavam-se porque ele aprendia ao contrario do que ensinavam; os amigos odiavam-no; os transeuntes, vendo-o passar, sorriam.

Uma só coisa descobriu a mãe de Antenor para não ser forçada a mandá-lo embora: Antenor nada do que fazia, fazia por mal. Ao contrário. Era escandalosamente, incompreensivelmente bom. Aliás, só para ela, para os olhos maternos. Porque quando Antenor resolveu arranjar trabalho para os mendigos e corria a bengala os parasitas na rua, ficou provado que Antenor era apenas doido furioso. Não só para as vítimas da sua bondade como para a esclarecida inteligência dos delegados de polícia a quem teve de explicar a sua caridade.

Com o fim de convencer Antenor de que devia seguir os tramitas legais de um jovem solar, isto é: ser bacharel e depois empregado público nacionalista, deixando à atividade da canalha estrangeira o resto, os interesses congregados da família em nome dos princípios organizaram vários meetings como aqueles que se fazem na inexistente democracia americana para provar que a chave abre portas e a faca serve para cortar o que é nosso para nós e o que é dos outros também para nós. Antenor, diante da evidência, negou-se.

— Ouça! bradava o tio. Bacharel é o princípio de tudo. Não estude. Pouco importa! Mas seja bacharel! Bacharel você tem tudo nas mãos. Ao lado de um político-chefe, sabendo lisonjear, é a ascensão: deputado, ministro.

— Mas não quero ser nada disso.

— Então quer ser vagabundo?

— Quero trabalhar.

— Vem dar na mesma coisa. Vagabundo é um sujeito a quem faltam três coisas: dinheiro, prestígio e posição. Desde que você não as tem, mesmo trabalhando — é vagabundo.

— Eu não acho.

— É pior. É um tipo sem bom senso. É bolchevique. Depois, trabalhar para os outros é uma ilusão. Você está inteiramente doido.

Antenor foi trabalhar, entretanto. E teve uma grande dificuldade para trabalhar. Pode-se dizer que a originalidade da sua vida era trabalhar para trabalhar. Acedendo ao pedido da respeitável senhora que era mãe de Antenor, Antenor passeou a sua má cabeça por várias casas de comércio, várias empresas industriais. Ao cabo de um ano, dois meses, estava na rua. Por que mandavam embora Antenor? Ele não tinha exigências, era honesto como a água, trabalhador, sincero, verdadeiro, cheio de idéias. Até alegre — qualidade raríssima no país onde o sol, a cerveja e a inveja faziam batalhões de biliosos tristes. Mas companheiros e patrões prevenidos, se a princípio declinavam hostilidades, dentro em pouco não o aturavam. Quando um companheiro não atura o outro, intriga-o. Quando um patrão não atura o empregado, despede-o. É a norma do País do Sol. Com Antenor depois de despedido, companheiros e patrões ainda por cima tomavam-lhe birra. Por que? É tão difícil saber a verdadeira razão por que um homem não suporta outro homem!

Um dos seus ex-companheiros explicou certa vez:

— É doido. Tem a mania de fazer mais que os outros. Estraga a norma do serviço e acaba não sendo tolerado. Mau companheiro. E depois com ares...

O patrão do último estabelecimento de que saíra o rapaz respondeu à mãe de Antenor:

— A perigosa mania de seu filho é por em prática idéias que julga próprias.

— Prejudicou-lhe, Sr. Praxedes?

Não. Mas podia prejudicar. Sempre altera o bom senso. Depois, mesmo que seu filho fosse águia, quem manda na minha casa sou eu.

No País do Sol o comércio ë uma maçonaria. Antenor, com fama de perigoso, insuportável, desobediente, não pôde em breve obter emprego algum. Os patrões que mais tinham lucrado com as suas idéias eram os que mais falavam. Os companheiros que mais o haviam aproveitado tinham-lhe raiva. E se Antenor sentia a triste experiência do erro econômico no trabalho sem a norma, a praxe, no convívio social compreendia o desastre da verdade. Não o toleravam. Era-lhe impossível ter amigos, por muito tempo, porque esses só o eram enquanto. não o tinham explorado.

Antenor ria. Antenor tinha saúde. Todas aquelas desditas eram para ele brincadeira. Estava convencido de estar com a razão, de vencer. Mas, a razão sua, sem interesse chocava-se à razão dos outros ou com interesses ou presa à sugestão dos alheios. Ele via os erros, as hipocrisias, as vaidades, e dizia o que via. Ele ia fazer o bem, mas mostrava o que ia fazer. Como tolerar tal miserável? Antenor tentou tudo, juvenilmente, na cidade. A digníssima sua progenitora desculpava-o ainda.

— É doido, mas bom.

Os parentes, porém, não o cumprimentavam mais. Antenor exercera o comércio, a indústria, o professorado, o proletariado. Ensinara geografia num colégio, de onde foi expulso pelo diretor; estivera numa fábrica de tecidos, forçado a retirar-se pelos operários e pelos patrões; oscilara entre revisor de jornal e condutor de bonde. Em todas as profissões vira os círculos estreitos das classes, a defesa hostil dos outros homens, o ódio com que o repeliam, porque ele pensava, sentia, dizia outra coisa diversa.

— Mas, Deus, eu sou honesto, bom, inteligente, incapaz de fazer mal...

— É da tua má cabeça, meu filho.

— Qual?

— A tua cabeça não regula.

— Quem sabe?

Antenor começava a pensar na sua má cabeça, quando o seu coração apaixonou-se. Era uma rapariga chamada Maria Antônia, filha da nova lavadeira de sua mãe. Antenor achava perfeitamente justo casar com a Maria Antônia. Todos viram nisso mais uma prova do desarranjo cerebral de Antenor. Apenas, com pasmo geral, a resposta de Maria Antônia foi condicional.

— Só caso se o senhor tomar juízo.

— Mas que chama você juízo?

— Ser como os mais.

— Então você gosta de mim?

— E por isso é que só caso depois.

Como tomar juízo? Como regular a cabeça? O amor leva aos maiores desatinos. Antenor pensava em arranjar a má cabeça, estava convencido.

Nessas disposições, Antenor caminhava por uma rua no centro da cidade, quando os seus olhos descobriram a tabuleta de uma "relojoaria e outros maquinismos delicados de precisão". Achou graça e entrou. Um cavalheiro grave veio servi-lo.

— Traz algum relógio?

— Trago a minha cabeça.

— Ah! Desarranjada?

— Dizem-no, pelo menos.

— Em todo o caso, há tempo?

— Desde que nasci.

— Talvez imprevisão na montagem das peças. Não lhe posso dizer nada sem observação de trinta dias e a desmontagem geral. As cabeças como os relógios para regular bem...

Antenor atalhou:

— E o senhor fica com a minha cabeça?

— Se a deixar.

— Pois aqui a tem. Conserte-a. O diabo é que eu não posso andar sem cabeça...

— Claro. Mas, enquanto a arranjo, empresto-lhe uma de papelão.

— Regula?

— É de papelão! explicou o honesto negociante. Antenor recebeu o número de sua cabeça, enfiou a de papelão, e saiu para a rua.

Dois meses depois, Antenor tinha uma porção de amigos, jogava o pôquer com o Ministro da Agricultura, ganhava uma pequena fortuna vendendo feijão bichado para os exércitos aliados. A respeitável mãe de Antenor via-o mentir, fazer mal, trapacear e ostentar tudo o que não era. Os parentes, porem, estimavam-no, e os companheiros tinham garbo em recordar o tempo em que Antenor era maluco.

Antenor não pensava. Antenor agia como os outros. Queria ganhar. Explorava, adulava, falsificava. Maria Antônia tremia de contentamento vendo Antenor com juízo. Mas Antenor, logicamente, desprezou-a propondo um concubinato que o não desmoralizasse a ele. Outras Marias ricas, de posição, eram de opinião da primeira Maria. Ele só tinha de escolher. No centro operário, a sua fama crescia, querido dos patrões burgueses e dos operários irmãos dos spartakistas da Alemanha. Foi eleito deputado por todos, e, especialmente, pelo presidente da República — a quem atacou logo, pois para a futura eleição o presidente seria outro. A sua ascensão só podia ser comparada à dos balões. Antenor esquecia o passado, amava a sua terra. Era o modelo da felicidade. Regulava admiravelmente.

Passaram-se assim anos. Todos os chefes políticos do País do Sol estavam na dificuldade de concordar no nome do novo senador, que fosse o expoente da norma, do bom senso. O nome de Antenor era cotado. Então Antenor passeava de automóvel pelas ruas centrais, para tomar pulso à opinião, quando os seus olhos deram na tabuleta do relojoeiro e lhe veio a memória.

— Bolas! E eu que esqueci! A minha cabeça está ali há tempo... Que acharia o relojoeiro? É capaz de tê-la vendido para o interior. Não posso ficar toda vida com uma cabeça de papelão!

Saltou. Entrou na casa do negociante. Era o mesmo que o servira.

— Há tempos deixei aqui uma cabeça.

— Não precisa dizer mais. Espero-o ansioso e admirado da sua ausência, desde que ia desmontar a sua cabeça.

— Ah! fez Antenor.

— Tem-se dado bem com a de papelão? — Assim...

— As cabeças de papelão não são más de todo. Fabricações por séries. Vendem-se muito.

— Mas a minha cabeça?

— Vou buscá-la.

Foi ao interior e trouxe um embrulho com respeitoso cuidado.

— Consertou-a?

— Não.

— Então, desarranjo grande?

O homem recuou.

— Senhor, na minha longa vida profissional jamais encontrei um aparelho igual, como perfeição, como acabamento, como precisão. Nenhuma cabeça regulará no mundo melhor do que a sua. É a placa sensível do tempo, das idéias, é o equilíbrio de todas as vibrações. O senhor não tem uma cabeça qualquer. Tem uma cabeça de exposição, uma cabeça de gênio, hors-concours.

Antenor ia entregar a cabeça de papelão. Mas conteve-se.

— Faça o obséquio de embrulhá-la.

— Não a coloca?

— Não.

— V.EX. faz bem. Quem possui uma cabeça assim não a usa todos os dias. Fatalmente dá na vista.

Mas Antenor era prudente, respeitador da harmonia social.

— Diga-me cá. Mesmo parada em casa, sem corda, numa redoma, talvez prejudique.

— Qual! V.EX. terá a primeira cabeça.

Antenor ficou seco.

— Pode ser que V., profissionalmente, tenha razão. Mas, para mim, a verdade é a dos outros, que sempre a julgaram desarranjada e não regulando bem. Cabeças e relógios querem-se conforme o clima e a moral de cada terra. Fique V. com ela. Eu continuo com a de papelão.

E, em vez de viver no País do Sol um rapaz chamado Antenor, que não conseguia ser nada tendo a cabeça mais admirável — um dos elementos mais ilustres do País do Sol foi Antenor, que conseguiu tudo com uma cabeça de papelão.

.x.

João do Rio foi o pseudônimo mais constante de João Paulo Emílio Coelho Barreto, escritor e jornalista carioca, Nascido no Rio de Janeiro a 05 de agosto de 1881, faleceu aqui repentinamente a 23 de junho de 1921.


O texto acima foi extraído do livro "Antologia de Humorismo e Sátira", organizada por R. Magalhães Júnior, Editora Civilização Brasileira — Rio de Janeiro, 1957, pág. 196.

Criado em: 17/3/2012 16:23
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
sem nome

foi criado para ajuntar opiniões, organizá-las
num só tópico. simples. nada mais, nada menos.
não é preciso interpretar olhos, boca e nariz
pra ver que o desenho forma um rosto.

Criado em: 17/3/2012 16:44
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Membro de honra
Membro desde:
8/12/2008 15:15
De Vila Viçosa
Mensagens: 3855
Pela insensatez reinante socorro-me de alguém muito acima do comum dos mortais pelo pensamento e sensatez além dos títulos académicos o professor Agostinho da Silva um livre pensador que durante a sua vida ajudou a moldar e a clarificar as mentes.
Eu há algum tempo que esvaziei o meu latim e só me dá vontade de rir de cada vez que um tópico deste género é aberto, tenham pelo menos respeito pela escrita ou então tratem de mudar o nome do site, seria uma maneira de lavar a alma, afinal alguém aqui disse e com toda a razão o site virou sala de bate-papo ao exemplo de muitas que proliferam por aí e depósito de poemas.

``
Tolerância às Opiniões Para que os homens possam sentir-se felizes com a minha companhia, é necessário antes de tudo que eu tenha a grande força de ver como prováveis as opiniões a que aderiram, desde que as não venham contradizer os factos que posso observar; não devo supor-me infalível; não devo considerar-me a inteligência superior e única entre o bando de pobres seres incapazes de pensar; cumpre-me abafar todo o ímpeto que possa haver dentro de mim para lhes restringir o direito de pensarem e de exprimirem, como souberem e quiserem, os resultados a que puderam chegar; de outro modo, nada mais faria de que contribuir para matar o universo: porque ele só vive da vida que lhe insufla o pensamento poderoso e livre.

Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes '

Criado em: 17/3/2012 17:15
_________________
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...
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Re: [Pesquisa] Como estou administrando?
Membro de honra
Membro desde:
24/7/2008 16:57
De Braga
Mensagens: 2780
Olá Helen

Para começar afirmar-te que não fiquei nada surpreendido com o teu tipo de resposta. É típico de ti vir com vitimizações. Tão típico como essas citações ridículas, quando o texto está logo em cima. Ao menos não puseste dentro do quadradinho a imitar Sua Alteza Sereníssima.
Só para te lembrar uma das tuas arbitrariedades onde fazes papel de ridícula é só releres isto: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=200129 . Se quiseres posso ainda mostrar a PM que me mandaste a propósito a ameaçar-me.
Posso ainda mostrar isto: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... hp?topic_id=3265&forum=89 . neste caso especifico atente-se às tuas respostas às criticas constantes do texto, é a isto que chamas insultos? Ou à própria expressão “uma banana pra você?”. Já agora já que estamos num site de escrita convinha que corrigisses o “pra”. É “para” que se escreve. É que como administradora deves dar exemplos. E os exemplos que tens dado nada mais são que passiveis de constar na tal galeria de ridículos. Lembro-me de muitas ridicularias que perpetraste aqui antes de ser administradora, mas não me apetece andar agora atrás delas, quem tem alguns anos de site como eu, ou como tu lembra-se bem delas.
Que queiras branquear isso eu entendo mas mais valia fazeres um acto de contrição dos erros que tens vindo a cometer do que te defenderes em jeito de virgem ofendida. Que tu não és virgem já todos sabemos.
Quanto aos fakes isso não deve ser para mim, podes perguntar ao Trabis sobre isso. Se te ridicularizei em alguns textos? Sim, é verdade por exemplo aqui: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=200540. Mas não disse o teu nome pois não? Pois, foi a mesma resposta que me deste quando me queixei de um insulto directo de um individuo que anda aqui no site a insultar tudo e todos com o teu beneplácito. Com a agravante que no referido insulto ele fez uma chamada do link do meu texto para me insultar. Aliás nestes links que passo nesta resposta dos meus textos têm lá mais insultos de que fui vitima. Portanto não me venhas falar de insultos, tá?
Vocês administração é que insultam a inteligência de todos com estas postagens em que querem dar um ar de dialogantes e mais não fazem que guerrear e defender as vossas posições sem qualquer versatilidade nem maneabilidade. Usam antolhos, não sabes o que é? Vai ver ao dicionário e aproveita para te cultivares.

Caro Caíto

Se leres bem e reflectires no que escrevi (o tal jogo de cintura) verás que não digo que vai contra as regras, falo do que escreveste na introdução às mesmas na qual tentas conferir um ar de respeitabilidade ao fórum. Não me parece que vires declarar o teu amor à Punkita no mesmo esteja de acordo com essa respeitabilidade que lhe quiseste conferir, mas como também disse é só uma opinião e o amor tem destas coisas ridículas. Lembro-me uma vez que escrevi o nome da rapariga numa árvore gravado a canivete. Devia ser isso que querias fazer, não? Só que eu tinha uns 11-12 anos…
Cada coisa na sua idade ou corremos o risco de passarmos por serôdios. Mas como também digo no texto não vejo mal nenhum nisso. Acho normal. Só para ilustrar alguma confusão da tua parte que não sabe discernir onde começa o administrador e acaba o utilizador.
Não te defendas por aí, isso é o menos, gostava era de te ver dar respostas concretas a tantas idiossincrasias do vosso reinado. E que o fizesses com respeito e não tão argumentativo e defensivo do género uma no cravo: “a intenção deste tópico foi reunir as opiniões dos lusuários em relação à administração, a fim de entender o que se pede da administração em geral”. E outra na ferradura: “não é preciso interpretar olhos, boca e nariz
pra ver que o desenho forma um rosto.”..
Relaxa, pá!

Criado em: 19/3/2012 18:24
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