Poemas : 

a vida

 


não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


a urna comprada em segunda mão
escondia debaixo da cama
(passam risos de tempo na máquina da vida)
o bacio passei-o para a mesinha cabeceira
o abajur quadrado guardei-o no gavetão
a camisa branca pousei-a na cómoda
o retrato meti-o na gaveta das meias
as meias passei-as para a gaveta dos lenços
os lenços com lágrimas pendurei-os no guarda-vestidos
o fato com naftalina meti-o na urna
eu?
estou deitado no tecto
espero cair a todo momento
basta que me retirem a cama
as flores
vejo-as pela janela enviusada
podem acender os círios
 
Autor
sampaiorego
 
Texto
Data
Leituras
710
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 01/04/2010 22:58  Atualizado: 01/04/2010 22:58
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8102
 Re: a vida
Embora gostasse o poema levei um arrepio na espinha. Forte.


Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 01/04/2010 23:19  Atualizado: 01/04/2010 23:19
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: a vida para sampaiorego
olha!acho que é a primeira vez que te leio.muito agradável surpresa!...excelente poema.eu achei...

abraço

alex