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metaforizar

 
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não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


não invento metáforas. vejo-as – o embaraço está na forma como vos entrego esta minha parte abstrata – excêntrico. apeio no papel tudo que contemplo – vivem como os cigarros: acendem-se. duas puxas. beata e a morte com o fim da matéria combustível – escrito – dentro dos vossos olhos o exagero. a crítica ou o sorriso pela maluqueira do que vos oferto – nada muda a não ser o tamanho dos olhos dos que me veem através da figura de estilo – a metáfora será sempre um pedaço da minha inabilidade para dizer o que vejo de uma forma simples – há olhos enormes. do tamanho do feijoeiro mágico. aquele que depois de alcançar as nuvens permite ao gigante descer à terra para descobrir o belo – olhos apaixonados. bons – outros. como azeitonas. nem sabem que existo. como os pigmeus mbuti não tenho genes de crescimento. olham-me como se tivesse nascido ainda ontem – olhos desgostosos. distraídos – só a metáfora é real – sei que grande parte das vezes sou um louco aos vossos olhos. mas mesmo assim não me atropelem pelo exagero do que busco em mim – usem uma metáfora para me descrever. afinal compensa sempre ter um louco escondido em palavras que não se veem – eu não vos ouço a ler

– metáforas: algumas padecimento. outras adorno de amarração: o vosso corpo aos meus olhos –
 
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sampaiorego
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 30/09/2011 23:12  Atualizado: 30/09/2011 23:12
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 Re: metaforizar
Desde que te li pela primeira vez ainda lembro a sensação que me causou (minha alma amarrou-se aqui)
Te ler é estar ao teu lado... beijo meu querido