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suportação

 
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não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


quando temos várias vidas dentro de um único corpo não é fácil dividir [às vezes impossível] as urgências de cada eu – “o corpo aqui”. no meio da escrita. do estudo. do conhecimento. do aprender. do guardar da memória. do fazer acontecer palavras sem magia. do louco que ouve os loucos a falar e o eu a escrever tudo como se tudo fosse um tesouro – escuto com tudo o que o corpo tem para escrever. duelo. 40 passos e tudo se resume a um tiro certeiro – morro de alegria. as palavras são balas e as metáforas ramos de flores que adornam a esperança – “as mãos entre a vida e a morte”. esgravatam as ideias. procuram o saber de um eu que tem por obrigação fazer pão – sem pão não há vida e sem vida não há palavras – há desabafos que são gritos de raiva
 
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sampaiorego
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 14/11/2012 01:43  Atualizado: 14/11/2012 01:43
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17875
 Re: suportação
palavras são canhões mirando o nada...
mas parece que somos nós que vamos levar um tiro
n peito, bem assim. bjs querido e obrigada (sempre)

Enviado por Tópico
F.Duarte
Publicado: 14/11/2012 20:14  Atualizado: 14/11/2012 20:14
Da casa!
Usuário desde: 17/10/2012
Localidade: foz do Rio Tejo
Mensagens: 338
 Re: suportação
e como me lembrei da frase de Rimbaud “Je est un autre”, onde todos os “eus” se separam do corpo e o deixam só, entregue ao deserto páramo, nesse duelo constante com outros corpos, alguns vagueiam, outros esgravatam entre vida e morte. Que se libertem os desabafos, que se libertem os tantos outros que insistem em ficar em nós, que não se libertarão jamais isoladamente. (E será que queremos que eles se libertem?) Que restem os gritos de raiva, as urgências, como vulcões adormecidos, que se suporte..


Agradeço-te