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Cinzas

 
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Cinzas

Quiseras, um dia, ser Fénix
imolada de amor e renascer,
mas de amar o ciúme te traiu.
Repousas no nada; em cinza
e pó levitados por vendaval em fúria
desbravando temores de teus medos.

Não sonhaste paixões nem ternura,
só o pesadelo cobarde te sustém viva
em partículas ínfimas de ti.
Teu ser dispersa-se na raiva cega,
no ódio eterno, na fatalidade cruel
que pares e te nega a ternura fiel.

E no deserto infernal dos tramas,
ardes lentamente no fogo maldito
da perdição e do esquecimento.

Fénix não serás jamais!
Apenas pó errante, um pobre nada indesejado
desde a nascença, estéril de amor.

Restas cinza de fogueira extinta
pelos ventos fatais da hipocrisia
onde nem uma só lágrima se verte.
Se renasceres, serás o monstro ideal,
a musa fétida das trevas, e inerte
jazes sem arte nem ousadia poética.



Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 02/06/2015
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/06/2015 10:03  Atualizado: 03/06/2015 10:03
 Re: Cinzas
Poema forte poeta!

Leitura para se fazer mais de uma vez!

Gostei!

Abraços,

*Anggela*