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Por Que Ilusões Navego?

 
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Por Que Ilusões Navego?

Que ilusões me cegam
no abraço do abismo
e me lançam na vertigem
dum desesperado adeus?
Que ilusões me submergem
os sonhos e os sonos febris
de escrevinhador insensato
e me idealizam pesadelos?

São pacíficos os mares?
São tranquilas as tempestades?
Ilusões de absurdo sonhador...

Nem a poesia é serena bastante
Que me possa sustentar o ego
nem pacificar o imperfeito ser
que se perde em lutas ousadas
na busca dos amores perenes!

Ilusões!

Por que são as flores perecíveis
e os seus aromas tão voláteis?
Por que o sol abrasador e tenaz
se rende á lua vestida de trevas
permutando-se de ouro em prata,
de luz difusa pela noite diáfana?

E os sons do medo que me tresandam
em sucessivas ondas de arrepios,
tão gélidos, tão acutiladores,
demolindo o meu corpo em emoções,
em volúpias, em orgias dos sentidos,
que o esvaziam de vida e de vontade?

Ilusões!

Por que ilusões navego eu,
louco, quando cerro meus olhos
e te revejo bela e sensual,
distante e fria, insensível
ao meu apelo de amor?

Ilusões que apenas teu corpo
afagam, que teus curvos lábios
negam cruéis, que teus olhos
desdenham eternamente,
que teus braços afastam
sem piedade?

Meras ilusões...
Que nos ferem e matam a alma
Mais ferinas que acerados punhais!


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 25/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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