Por que me cativas a alma? Que desejos sobre o meu todo, Que não passam de mesuras. Te inspiram e te seduzem?
Porque estou eu amarrado A estas correntes invisíveis, Vivendo sonhos e esperanças, Milagrando bálsamos curadores?
Por que esperas, ajoelhada, O chicote macerador de um não? Por que esperas a maré vazia, Que te traga o barco perdido?
Que ondas de prazer te invadem, Nesta dor de afastamento? Por que baixas os olhos, submissa, E bebes as tuas lágrimas vertidas?
Que guerra privada geras em ti, Querendo-me, tão impossível? Porque me chamas de “Amor”, A este amante do mórbido passado, Destroçado de misérias e fugas?
Por que teu coração cavalga louco, Mesmo em silêncio, se a minha indiferença Te fere, humilha e derrota a alma?
Por que teimas em usar o colar e as correntes de amásia mantida, ou viúva inconformada, Mesmo o anel de menina bem comportada e feliz?
Por que não admites que nunca te possuí, Que morri, antes de ter vivido o presente, E só a minha corrupção amoral te seduz?
Como explicar os sentimentos que habita um coração? Impossível,caro poeta! Por isso o espirito sofre e se martiriza ao perceber o quanto o que se deseja está longe de se abraçar!
Felicitações,amei ler este poema intenso de emoções!