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Quarto Escuro

 
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Quarto Escuro

Neste quarto escuro,
Pleno de solidão,
Frio deserto do sonho.
Nota de tom inseguro,
Aí navega ilusão,
Cercada do medonho.

Escoam-se as horas,
Agonizando o sono -
Tenazes de tortura.
Aos flancos, as esporas,
Montando o abandono,
Gemendo de amargura.

Debate-se no tormento,
Este corpo errante,
Em leito desconforto.
Feridas sem unguento,
Fome, sede, de amante,
Casco de nau sem porto.

A mente corre veloz,
Como rio para a foz,
Na tua imagem de ninfa.
Fervilha - vulcão - a linfa,
Na tela - pose nua,
De uma carícia crua.

E a manhã desperta,
O esboço se esvai,
Da ilusão sonhada.
Aguarela coberta,
O pano-cena cai,
Vem! Vem, noite amada!


Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Lisboa, 26/07/2015.
 
Autor
Poeta.sem.Alma
 
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