Enviado por | Tópico |
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s.i.s | Publicado: 18/12/2015 16:23 Atualizado: 18/12/2015 16:23 |
Muito Participativo
![]() ![]() Usuário desde: 01/12/2015
Localidade: São Paulo
Mensagens: 85
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![]() Quando o terror, o espanto da perdição se apossa da mente e essa se deixa ser induzida,dificilmente a alma consegue falar mais alto,chamando para a realidade do é para ser,é difícil mas não impossível.
Noites assim... Quando vencidas,merecem um depositário profundo sem chaves para o abrir, o periclitante é a dor... Essa dor traiçoeira e sem modos,que não dá descanso e se faz de mal ouvida não é? |
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Enviado por | Tópico |
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CarolinaFonseca | Publicado: 15/04/2020 20:58 Atualizado: 15/04/2020 20:58 |
Da casa!
![]() ![]() Usuário desde: 15/08/2018
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Mensagens: 331
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Enviado por | Tópico |
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JosefaVG1 | Publicado: 16/04/2020 18:58 Atualizado: 16/04/2020 18:58 |
Participativo
![]() ![]() Usuário desde: 28/02/2020
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![]() Poetisa
Há noites assim.... |
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Enviado por | Tópico |
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marylouise | Publicado: 27/05/2020 11:12 Atualizado: 27/05/2020 11:12 |
Super Participativo
![]() ![]() Usuário desde: 26/05/2020
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![]() Maria essa noite deu-me um nó na garganta
mas quem já não teve noites destas eu já tive e muitas infelizmente é a vida Beijinhos com saudade amiga |
Enviado por | Tópico |
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AntónioFonseca | Publicado: 16/10/2020 23:04 Atualizado: 16/10/2020 23:28 |
Colaborador
![]() ![]() Usuário desde: 31/05/2013
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![]() Choros e decepção na noite
Pensamentos que atormentam entrando dentro da noite. Para isso nenhuma explicação. Muita pergunta sem resposta Mas que maluca paixão, nessa noite violenta nua e crua. ![]() |
Enviado por | Tópico |
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AntonioCosta | Publicado: 26/02/2021 09:32 Atualizado: 26/02/2021 09:32 |
Da casa!
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![]() Na Noite Terrível
Na noite terrível, substância natural de todas as noites, Na noite de insônia, substância natural de todas as minhas noites, Relembro, velando em modorra incômoda, Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida. Relembro, e uma angústia Espalha-se por mim todo como um frio do corpo ou um medo. O irreparável do meu passado — esse é que é o cadáver! Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão. Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte. Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures, Na ilusão do espaço e do tempo, Na falsidade do decorrer. Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei; O que só agora vejo que deveria ter feito, O que só agora claramente vejo que deveria ter sido — Isso é que é morto para além de todos os Deuses, Isso — e foi afinal o melhor de mim — é que nem os Deuses fazem viver ... Se em certa altura Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita; Se em certo momento Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim; Se em certa conversa Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro — Se tudo isso tivesse sido assim, Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro Seria insensivelmente levado a ser outro também. Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido, Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo; Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse; Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas, Claras, inevitáveis, naturais, A conversa fechada concludentemente, A matéria toda resolvida... Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói. O que falhei deveras não tem sperança nenhuma Em sistema metafísico nenhum. Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei, Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar? Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver. Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos, Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca Como uma verdade de que não partilho, E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível p'ra mim. Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa |