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Sem Ti

 
Sem Ti

Sem ti, nas minhas noites,
o negro envolve-me o ser,
a insónia torna-se a besta
que me enloquece a mente,
o frio o manto retalhado
que letargará a vontade,
o sono que foge, o algoz
de meus sonhos de amante.

Sem ti, nestes meus dias
pardos sem sol, sou flor
que murcha ávida de vida,
sem água que a fortaleça.

Sem ti, sou um solitário errante
em jardim sem cor, devorando
léguas e léguas de esquecimento
tão oportunista e taciturno.

Sem ti, nas tardes amenas,
sou o homem vencido pela dor,
sofrendo de edaísmo precoce,
esperando a morte que não vem.

Sem ti, que me importa o mar azul
sem fim, ou céu infinito,
se sou um pobre cego sem guia,
sem tactear mais o desconhecido?

Sem ti, que manhãs me restam
senão auroras finadas pelo sol
que me queima a tez e a alma,
mas não me aquece os sentidos?

Sem ti, sou ninguém, o nada
do tudo em redor, poeta louco
sem musa para sonhar e amar,
incapaz de murmurar teu nome.



Poet@ sem Alm@
João Loureiro


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Autor
Poeta.sem.Alma
 
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