Há de vir qualquer coisa a mais no bojo
Desta farra; um grito surdo, um gemido...
Corta a dança eterna das mariposas
Do meu quarto um desespero contido...
Meu quarto, em meu corpo, é meu próprio fojo;
A auto-preservação, minha esposa.
Minha cegueira perfeita... Cingido
Pelas tentações e algias desditas
De uma vida reclusa em mim próprio,
Sou digno do arsênico da justiça:
Sou meu matador!... no meu ermo sóbrio;
Nas abrasadas lembranças contritas;
Nas regeladas lembranças postiças...
Na expressão vazia de meu ódio.
Resta a brevidade de meus prazeres
Caprichosos, distrativos... momentos;
O meu pequenino troféu da sorte.
Rendido à fugacidade, eu ostento,
Às multifaces, todos meus lazeres:
A destemperança e o medo da morte
Que escrevo nos muros do isolamento.