Poemas -> Reflexão : 

Método científico

 
Tags:  vida    poemas    introspeção  
 
Que assim como eu mostrasse fascínio pela resolução,
Não deixar a hipótese a meio,
Testar,
Influir nos cenários de amenizacao de um problema,
E depois trabalhar para adiar,
Adiar o inevitável,...

Pensar que o romântico atrasa,
A probabilidade admite o erro,
E que poderia ter sido aprazível termos esgotado cenários,
Admirar a localização desta cidade,
Com a coragem de a deixar,
Com as esporas do ódio bem cravadas no chão que se viesse a palmilhar

 
Autor
theartist_lc
 
Texto
Data
Leituras
1145
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
24 pontos
4
2
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/06/2020 09:30  Atualizado: 11/06/2020 09:30
 Re: Método científico
Estas idéias tem sido criadas pelos poetas. Mas a verdade é que você pode chamá-la de mente vazia ou você pode chamá-la de coração vazio, é o mesmo. Vacuidade – você é apenas um observador e por tudo em volta não há nada com que você esteja identificado, não há nada a que você esteja apegado. Esta vigilância sem apego é a mente vazia, ou coração vazio. São apenas palavras. A coisa verdadeira é a vacuidade – de todos os pensamentos, sentimentos, atitudes mentais, emoções. Apenas um ponto único de testemunho permanece.


Enviado por Tópico
Esqueci
Publicado: 11/06/2020 13:07  Atualizado: 11/06/2020 13:07
Membro de honra
Usuário desde: 02/11/2019
Localidade:
Mensagens: 577
 Re: Método científico
Arrisco-me a não entender nada. É difícil partir sem olhar para trás, sem dúvida é um acto corajoso. Bom poema, aliás como sempre.

Abraço

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 20/06/2020 22:37  Atualizado: 21/06/2020 07:26
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1940
 Re: Método científico
Ainda há uns meses caí no erro de dizer em conversa com uma física teórica que o método científico é tentativa e erro. Mesmo que nos molde mais simplificados.
Fez-me um ar de quem me ia comer (não posso dizer que desgosto quando me olha assim).
Confirmou que era tão mais complexo que passava a ser um erro tal afirmação.

O método científico é, para mim, nesta fase da nossa vida enquanto humanos, a forma mais correcta de chegar ao conhecimento, e evitar falácias.
Mesmo quando ele não responde, é pura incapacidade tecnológica nossa.
A poesia, tão ligada às letras e menos às ciências canónicas (biologia, botânica, física, química, etc...) parece ser um não assunto, no que diz respeito a algo tão importante nelas. O seu método.

Começas por referir a "...hipótese..." duma forma escamoteada. Meia hipótese é o mesmo que meio buraco.

O "...testar..." do terceiro verso é efectivamente a tentativa e erro sistemática até ter resultados objectivos e registáveis.
O "...trabalhar..." que referes depois segue essa linha, mas o "...problema..." e o "...fascínio pela resolução..." tem um quê de matemático que me recorda os tempos do secundário, ou do segundo ciclo.
Tenho o mesmo fascínio.
Não teremos todos problemas que requeiram resolução no dia-a-dia, que a ciência nem sempre ajuda a resolver?

Mas toda esta linguagem de aficionado pelo método, que foi correndo, chegados à última estrofe leva com um "...ódio..." meio inesperado, e uma "...cidade..." que, para o sujeito poético, surge sombria, e que o que levamos de maior é a "...coragem...". Nem que seja no abandono.
O ódio não é um sentimento nada brando. É uma das paixões. Tem graça...
Surge quase como antítese à ideia fria e calculista da ciência.

Corajoso no francês é coeurageux, que se divide ao meio coeur-ageux, como ainda recentemente li, "age com o coração".
Como oposto a cobardia, sou a favor.

Corajoso o teu poema e este "método científico".

Abraço irmã\o