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Rogério Beça | Publicado: 13/06/2020 07:58 Atualizado: 13/06/2020 09:43 |
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Re: Parafilia
Assim olhando para o título dá para nos equivocarmos ou por-mo-nos a divagar.
Etimologicamente e, olhando para a raiz, Filia é de gosto, "do amor a" creio que do grego. O Para é um "além de", como o paranormal. Seria um gosto para além do gosto. A maioria do senso comum associa a "parafilia" aos comportamentos sexuais desviantes. A pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade... O videoclipe leva-nos, para além dos gostos estranhos, para os estranhos com gostos. Há sempre o risco de solidão em seres dessa dimensão. A sociedade empurra-nos para a carneirada, de seguir um comportamento e um caminho. Todos os outros são enlouquecidos e, ou, segregados. Por isso a dúvida final do poema. Encontrar alguém que partilhe connosco algo é precioso. Daí os casamentos, por exemplo. ou os ajuntamentos de que sou fã. Na primeira estrofe estabelece-se um quase diálogo entre o sujeito poético e outrém. Há um pedido de um conselho. Já na segunda adensa-se a relação fazendo a promessa do compromisso. "não me demito desta obra" é a isso que soa. Na seguinte, mais extensa há uma explicação para o comportamento, digamos que desviante, e também esse reparo do tratamento diferente por parte da sociedade. Consolidada ou não, há a dúvida que aparece que agrada qualquer leitor que assim pode imaginar o seu próprio final... Denso e agradável, como quase sempre. Abraço irmã\o |