Olho através das manhãs que ainda não acordaram
o silêncio escorre na vidraça
em anseios de marés cheias
na claridade branda
dos oceanos que invento.
As estrelas tremem baças
tardias
gaivotas dormem
em molduras vazias.
A luz rumoreja
frágil
e parte
e agoniza
sob cinzas de céus de outono
e no olhar do horizonte nascem
e morrem
os sóis onde voam as areias
dos meus castelos feitos de pássaros
sem beirais
e de luares
intemporais.