Se um dia me vires caída sob a minha sombra pergunta à vida onde escondeu as pedras polidas que não me deu. Nelas me deitei regato e em manhãs de pássaros voei um tempo que nunca foi meu.
Rasguei no vento passos doridos e às vezes dói-me o frio dos rios em poeiras da alma que o silêncio soprou.
Se um dia me vires caída sob a minha sombra acende luas no meu olhar e nos teus olhos de água ensina-me a vastidão de um mar em que das pedras me perca sem que me perca de mim.